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Artigo - EstatisticaTratamentoInformacao

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Projeto TEIA DO SABER 2006 UNESP – Campus Guaratinguetá 
Secretaria de Estado da Educação, SP Departamento de Matemática 
Diretoria de Ensino de Guaratinguetá Coordenação Dr. José Ricardo Zeni 
 
Metodologias de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, 
Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: 
Matemática I (Curso Inicial) 
 
 
ESTATÌSTICA E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO 
 
Prof. Dr. José Ricardo R. Zeni 
Profª Ms. Juraci Conceição de Faria 
 
 
Todas as ciências têm suas raízes na história dos homens. 
A Matemática, que é considerada “a ciência que une à clareza do 
raciocínio à síntese da linguagem”, originou-se do convívio social, das trocas, 
da contagem, com caráter prático, utilitário e empírico. 
A Estatística, ramo da Matemática Aplicada, teve origem semelhante. 
Desde a Antiguidade, vários povos já registravam o número de habitantes, de 
nascimentos, de óbitos, faziam estimativas das riquezas individual e social, 
distribuíam eqüitativamente terras ao povo, cobravam impostos e realizavam 
inquéritos quantitativos por processos que, hoje, chamaríamos de estatística. 
Na Bíblia, o Livro dos Números, apresenta-nos o recenseamento das 12 tribos 
de Judá. Mas há registros ainda mais antigos de práticas estatísticas, como a 
do imperador chinês YU, datada de 5.000 anos antes de Cristo. 
Instrumento de poder político, a estatística passou a ser utilizada na 
Idade Média com finalidades tributárias ou bélicas. 
A análise de fatos sociais como nascimentos, batizados, casamentos, 
óbitos começaram a surgir a partir do século XVI, mas o estudo científico de 
tais fatos só foi adquirindo feição verdadeiramente científica no século XVIII, a 
partir do apoio teórico apresentado pela Matemática. 
Antonio Arnot Crespo (2002: 13) define a Estatística como “parte da 
Matemática Aplicada que fornece métodos para a coleta, organização, 
descrição, análise e interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na 
tomada de decisões”. 
Sabemos que a estatística não é uma ciência, pois não possui em si 
mesmo um objeto de estudo, como a Astronomia, a Biologia, a Psicologia, a 
Economia, a Sociologia, a Química, a Física ou a Matemática. Definida como 
um método de estudo, auxilia as mais variadas áreas científicas em suas 
pesquisas e descobertas. 
Nas escolas, a estatística está presente em vários segmentos, dos 
administrativos aos pedagógicos. Pesquisas do perfil sócio-econômico e 
cultural dos alunos devem ser realizadas periodicamente para compor o Plano 
Diretor da Escola, pesquisas bimestrais do rendimento das turmas podem 
ajudar os educadores a traçarem novas metas e objetivos para atenderem 
problemas como evasão escolar, rendimento dos alunos, indisciplina, etc. 
Atualmente, a presença sistemática de alguns instrumentos de avaliação do 
índice de rendimento escolar dos alunos, como o SARESP, o SAEB e o PISA, 
têm contribuído para a realização de análises mais precisas de nossos alunos 
e de nossas escolas. 
Antecedendo as diretrizes educacionais formuladas pelos Parâmetros 
Curriculares Nacionais, a estatística era abordada no Ensino Médio, apenas 
Projeto Teia do Saber 2006 – Metodologias de Ensino da Matemática 
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como um tópico teórico do conteúdo programático de Matemática; raramente 
os professores possuíam tempo para as pesquisas ou algum trabalho prático 
com os alunos. Os recursos ao tratamento das informações a às tecnologias da 
informação, proposto no PCN de Matemática à partir das Séries Iniciais do 
Ensino Fundamental, têm possibilitado não só diferentes enfoques para o 
trabalho com a estatística em sala de aula. Mas, principalmente, a utilizá-la 
para discutir informações e problemas fora dos limites dos muros da escola, 
como aqueles veiculados diariamente nos jornais e revistas, nas informações 
da TV ou da internet. 
Além disso, a estatística abre novas possibilidades educativas, como a 
de levar o aluno a perceber a importância do uso dos meios tecnológicos 
disponíveis na sociedade contemporânea, como a calculadora (valioso 
instrumento que pode ser utilizado para verificação de resultados, correção de 
erros, instrumento de auto-avaliação) e os computadores (softwares podem ser 
utilizados na elaboração de gráficos e tabelas, coleta e troca de dados). 
Segundo os PCNs de Matemática (1997: 56) a demanda social é que 
leva a destacar a estatística e o tratamento da informação como um bloco de 
conteúdo indispensável para que o aluno aprenda a “construir procedimentos 
para coletar, organizar, comunicar e interpretar dados, utilizando tabelas, 
gráficos e representações que aparecem freqüentemente em seu dia-a-dia”. 
A estatística também pode ser uma ferramenta indispensável ao 
professor de matemática para que ele possa contribuir com a grande tarefa das 
escolas, proposta pelos Parâmetros Curriculares do Ensino Médio (1999: 29): 
“capacitar o ser humano para a realização de atividades nos três domínios da 
ação humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e a experiência 
subjetiva, visando a integração de homens e mulheres no tríplice universo das 
relações políticas, do trabalho e da simbolização subjetiva”, e pela UNESCO 
como eixos estruturais da educação na sociedade contemporânea: aprender a 
conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser. 
 
 
FASES DE UMA PESQUISA ESTATÍSTICA 
 
• Definição do tema 
• Elaboração do instrumento de pesquisa 
• Coleta e Crítica dos dados 
• Tabulação dos dados 
• Apresentação dos dados – tabelas e gráficos 
• Análise dos resultados 
 
 
ELEMENTOS DE UMA TABELA 
• Título 
• Cabeçalho 
• Classificação (Histórica, Geográfica, Específica, Mista) 
• Nº de Linhas e Colunas 
• Fonte 
• Análise 
 
 
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ELEMENTOS DE UM GRÁFICO 
• Título 
• Classificação (Barra ou coluna, Linha, Setor Circular ou “pizza”, 
Cartograma, Pictograma) 
• Fonte 
• Análise 
 
TABELAS E GRÀFICOS 
 
Tabela 1: 
 
Fonte: SAEB 2001 e 2003 
 
 
 
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GRÁFICO 1: 
 
 
 
GRÁFICO 2: Distribuição dos responsáveis segundo a opinião sobre a 
sugestão de outros pais: "Proibir o trabalho de crianças que estão estudando". 
SUDESTE – Percentual. 
 
 
GRÁFICO 3: Distribuição da população de 25 anos ou mais de idade, por série 
ou nível concluído, segundo o sexo. 
 
 
l 
71,67 
0,66 3,18 
24,49 
Concordo 
Não concordo 
Indiferente 
NS/NR 
Fonte: MEC/INEP/DAEB 
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 5 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CRESPO, Antonio Arnot. Estatística Fácil. São Paulo, Saraiva, 2002. 
 
Brasil, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. 
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Ministério da Educação. 
Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Brasília: Ministério da Educação, 
1999. 
 
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares 
Nacionais: Matemática. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: 
MEC/SEF, 1997.

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