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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL JAMYLA BARREIRA BARBOSA ULTRASSOM TERAPÊUTICO DE 3 MHZ NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Goiânia 2013 JAMYLA BARREIRA BARBOSA ULTRASSOM TERAPÊUTICO DE 3 MHZ NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Artigo apresentado ao curso de Pós Graduação em Dermato Funcional pelo Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada, chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Orientadora: Profa. Ms. Alessandra Noronha Goiânia 2013 3 RESUMO Ultrassom Terapêutico de 3 MHZ no Tratamento do Fibro Edema Gelóide: Revisão Bibliográfica. Introdução: O Fibro Edema Gelóide (FEG) é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da substância fundamental, que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva, ou seja, os mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processo de geleificação. No tratamento do FEG utiliza-se o ultrassom, considerado uma modalidade de penetração profunda e superficial, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não térmicos. Objetivo: Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o benefício e a efetividade do ultrassom para o tratamento do fibro edema gelóide. Métodos: O trabalho é uma revisão de literatura realizado com artigos sobre fibro edema gelóide associado ao ultrassom publicados nos últimos dez anos, encontrados em bases de dados eletrônicos, além de livros, monografias e dissertação de mestrado como resultados das pesquisas. Resultados: Verificou-se com clareza que o tratamento do FEG, através do uso do ultrassom de 3MHZ, tornou-se de grande importância para a amenização, redução e aparência do mesmo. Conclusão: Com o estudo realizado chegou-se a conclusão que o tratamento do FEG com o ultrassom terapêutico é muito efetivo. Palavras-chave: Fibro Edema Gelóide, Tratamento, Ultrassom. 4 INTRODUÇÃO Para descrever ou definir o Fibro Edema Gelóide (FEG) é preciso ficar clara a inadequação do termo para se designar esta afecção, a qual não afeta preferencialmente o elemento celular. Este erro de conceituação existe ha muitos anos e ainda hoje conduz a várias controvérsias e discussões¹. O FEG resulta, na maioria dos casos, de um problema circulatório, uma vez que a circulação se processa lentamente. Assim, os capilares se enfraquecem, propiciando a perda do plasma para o exterior dos vasos sanguíneos e consequentemente levando ao aumento de líquido nos espaços intercelulares. O organismo então reage criando uma barreira fibrosa, que encarcera as células adiposas desenvolvendo, então, o fibro edema gelóide². “Trata-se de um tecido mal oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultante de um mau funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações no tecido conjuntivo¹”. O FEG afeta os tecidos cutâneo e adiposo em diversos graus, portanto ocorre comprovadamente nesta disfunção uma série de alterações estruturais na derme (pele), na microcirculação e nos adipócitos. Sem dúvida trata-se de uma desordem localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo, com alterações vasculares e lipodistrofia com resposta esclerosante, que resulta no inestético aspecto macroscópico¹. A incidência de tecido adiposo é exclusiva na mulher. Sua topografia é de tipo ginóide, localizada nos quadris, membros inferiores, e, em menor escala, no abdômen na região subumbilical. Sua ocorrência mais frequente é durante a puberdade ou um episódio da vida genital; às vezes, como consequência de hormonioterapia maciça demorada, por estrógenos ou corticóides³. De maneira geral pode-se delinear uma etiologia para o FEG, enumerando e subdividindo os fatores que provavelmente desencadeiam o processo em três classes: a) Fatores predisponentes: causas genéticas, idade, sexo e desequilíbrio hormonal; b) Fatores determinantes: estresse, fumo, sedentarismo; desequilíbrios glandulares; perturbações metabólicas; maus hábitos alimentares; disfunção hepática e; c) Fatores condicionantes: aumentar a pressão capilar; dificultar a reabsorção linfática; favorecer a transudação linfática nos espaços intersticiais³. O FEG é uma defesa do organismo às alterações que os adipócitos estão sofrendo. Em resposta a essas alterações, o organismo forma tramas de colágeno que irão tentar encapsular 5 todo esse extravasamento do adipócito, dando sustentação e abrindo passagem para os vasos sanguíneos e descomprimindo as células nervosas. Surge assim, o aspecto “casca de laranja”, que se evoluir, pode adquirir a aparência de “saco de nozes”, devido ao aumento do número das tramas de colágeno. A pele perde a sua forma primitiva e podem surgir distúrbios funcionais que evoluem para a doença4. Podemos classificar o FEG em quatro estágios: o primeiro é uma fase inicial, onde o processo já está se instalando internamente, mas não pode ser visto ou sentido; no segundo, inicia-se a evolução do processo, onde as mudanças estruturais vão ficando mais relevantes e os primeiros sintomas passam a ser visíveis e podem ser sentidos sob palpação, a pele ganha um aspecto acolchoado e com ondulações; o terceiro é a fase em que aparecem os nódulos, os sinais são bem visíveis, não necessitando de palpação para serem percebidos, a pele áspera aparenta uma casca de laranja e verificou também edema nas pernas e microvarizes, somados a flacidez; no quarto, ela é dura e a pele fica “lustrosa”, cheia de depressões, as pernas ficam inchadas, pesadas, doloridas e a sensação de cansaço está presente, mesmo sem esforço físico5. No tratamento do FEG, um dos métodos utilizados e, talvez mais importante, é o uso do ultrassom - modalidade de penetração profunda e superficial, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não térmicos. Ele tem como efeitos fisiológicos a ação tixotrópica sobre géis, despolimerização da substância fundamental, deslocamento de íons, aumento da permeabilidade das membranas, melhor reabsorção de líquidos, aperfeiçoamento da irrigação sanguínea e linfática, aumenta a produção e melhora a orientação das fibras colágenas do tecido conjuntivo. Como pode ser visto, o FEG aparece como umas das mais agressivas formas de síndromes dermato-funcionais. O alto grau de insatisfação por parte das pessoas acometidas pelo FEG determina além de problemas estéticos, sérias alterações psicológicas e sociais. Portanto justifica-se esse estudo pela importância da investigação de formas de tratamento do FEG, visando reduzir esse problema que atinge um grande número de mulheres no mundo todo, causando nestas um quadro patológico e estético indesejável. Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre o tratamento do FEG com o ultra-som e avaliar os benefícios e a efetividade desse método, fazendo um levantamento dos principais trabalhos realizados na área nos últimos dez anos. 6 CASUÍSTICA E MÉTODOS O estudo foi realizado a partir de uma revisão de literatura. Para tanto, foram utilizados artigos científicos em idiomas português, espanhol e inglês publicados. Foram consultadas as bases de dados Scielo, Lilacs, Medline, Pubmed, utilizando-se das seguintes palavras-chave: Fisioterapia Dermato Funcional,ultrassom, celulite, fibro edema gelóide, lipodistrofia Ginóide, tratamento, fonoforese, dermato functional, physiotherapy, ultrasound, cellulite, dermatolunctionary, lipodystrofic, treatment, phonophoresis. Foram utilizados ainda, livros em idioma português publicados no período dos últimos dez anos. Devido a sua grande importância, serão referenciadas monografias realizadas na Universidade do Sul de Santa Catarina e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná entre 2002 e 2006. Como critérios de inclusão dos artigos que foram selecionados, foram revisados somente, aqueles com descrição de fibro edema gelóide, eficácia do ultrassom no fibro edema gelóide, tratamento conservador, estudos comparativos do ultrassom em relação a outras técnicas utilizadas para a melhora do fibro edema gelóide, utilização do ultrassom associado à fonoforese, à fisioterapia dermato-funcional no tratamento do fibro edema gelóide. 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO O fibro edema gelóide, indevidamente chamado de celulite, pode ser definida como uma patologia multifatorial, que resulta na degeneração do tecido adiposo, passando pelas fases de alteração da matriz intersticial, estase microcirculatória e hipertrofia dos adipócitos, ou seja, as células de gorduras retêm um maior teor de lipídio, diferente e alterado que estimula a retenção de líquidos e, consequentemente, o aumento de volume da célula que causa a compressão dos vasos e o rompimento das fibras de colágeno e elastina. A partir daí, podendo evoluir para fibrose cicatricial, caracterizando-se por um aspecto de pele em “casca de laranja”, “acolchoado” ou “capitoné”, mais presente em coxas, abdômen e nádegas6-9 . No tratamento do FEG utiliza-se o ultrassom, pois tem como efeitos fisiológicos a ação tixotrópica sobre géis, despolimerização da substância fundamental, deslocamento de íons, aumento da permeabilidade das membranas, melhor reabsorção de líquidos, aperfeiçoamento da irrigação sanguínea e linfática, aumenta a produção e melhora a orientação das fibras colágenas do tecido conjuntivo10,11. Para obter resultados efetivos do ultrassom no FEG sugeriu a aplicação por contato direto, na qual consiste em manter o cabeçote emissor do ultrassom em contato direto com a pele que se deseja tratar. A aplicação realizou uma via de agente de acoplamento, sendo que este foi o suficientemente viscoso para agir como lubrificante entre o transdutor e a pele, estéril para evitar contaminação e não apresentar bolhas de ar no seu interior, o que favoreceria a atenuação do feixe¹. O ultrassom é uma modalidade de penetração profunda e superficial, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não térmicos. Desta forma, existem dois regimes de pulso comumente empregados na prática clínica do ultrassom terapêutico, o contínuo e o pulsado12. O modo contínuo se caracteriza por ondas sônicas contínuas, sem modulação, com efeitos térmicos, alteração da pressão e micromassagem. Já o modo pulsado apresenta características como ondas sônicas pulsadas, modulação em amplitude com frequências de 16 Hz a 100 Hz, efeitos térmicos minimizados e alteração da pressão, deste modo, uma ação analgésica, anti-inflamatória e anti-edematosa13. O ultrassom possui também duas frequências, de 1 MHz e de 3 MHz, porém o tratamento com ultrassom de 3,0 MHz é indicado para tecidos superficiais, enquanto que o tratamento com ultrassom de 1 MHz é indicado para tecidos mais profundos. Como as 8 patologias estéticas atingem tecidos superficiais como a pele, predominantemente o tecido conjuntivo (derme), produzindo alterações circulatórias e mecânicas do tecido, não necessita, portanto de uma penetração muito grande das ondas mecânicas. Sendo assim, o ultrassom de 3 MHz é o mais indicado para o tratamento dessas patologias14. Desta forma, no tratamento do FEG recomendou o uso do ultrassom em emissão contínua, exceto se existir alguma circunstância que contra indique a aplicação de calor. Em geral, para o tratamento da mesma recomendou iniciar com doses baixas e aumentar a intensidade progressivamente. Porém, estas não devem ultrapassar 2 W/cm², sobretudo quando se trabalha em emissão continua. Caso a aplicação seja em emissão pulsada a intensidade pode variar de 2 a 3 W/cm². Na literatura há divergências de opiniões, entre autores, sobre o tempo de cada sessão, pois se estabelece o tempo de dois minutos para áreas próximas de 10 cm²1. Importante frisar que a sessão de ultrassom não deve exceder 10 minutos, e que a zona de atuação é de 10 x15cm15. Porém, não se aconselha uma aplicação por mais de 15 a 20 minutos contínuos em uma mesma sessão de tratamento, pois podem ocorrer vertigens, tonturas, estresse, além de outros efeitos colaterais. A utilização do ultrassom pode ser incluída no tratamento em dias alternados, de 2 a 3 vezes na semana. Deve-se aplicar, no máximo, 20 sessões. E após o término destas deve-se aguardar 1 a 2 meses para então reiniciar o tratamento16. Realizou-se um estudo com 10 pacientes, aleatoriamente, formando dois grupos, onde o primeiro grupo foi submetido à terapia com ultrassom, e o segundo grupo não recebeu nenhuma intervenção terapêutica no período. O ultrassom foi utilizado na frequência de 3 MHz, no modo contínuo, com dose de 1,2 W/cm², e foi aplicado por 7 minutos em cada glúteo. O tratamento consistiu de 20 sessões, realizadas 3 vezes por semana, em dias alternados. Todas as voluntárias foram submetidas à avaliação inicial, para verificar o tipo e grau do fibro edema gelóide apresentado. Com o término do tratamento proposto nova avaliação foi realizada e revelou que a utilização do ultrassom mostrou-se eficaz no tratamento do fibro edema gelóide, uma vez que diminuiu o grau de acometimento17. Foi estudada uma paciente do sexo feminino, 21 anos de idade, cor branca, 52 quilos, 1,58 metros, com aparecimento do FEG na adolescência com graus 1 e 2 nas regiões glútea e superior da coxa. Foram utilizados ficha de avaliação, registro fotográfico e uma escala de opinião. A paciente foi submetida a 20 sessões de aplicação do ultrassom, com dose de 0,6 w/cm², frequência de 3 MHz, modo contínuo, na região dos glúteos e porção superior das 9 coxas. Ao final do tratamento, observou-se redução do FEG grau 1 e 2 e a paciente referiu estar satisfeita com os resultados18. Em outro trabalho foi realizado um estudo com 10 participantes do sexo feminino, com quadro de FEG na região glútea. As participantes foram submetidas a 10 atendimentos, 2 vezes por semana, com duração média de 30 minutos para as duas técnicas utilizadas na pesquisa. Protocolo de tratamento com US utilizada na frequência 3MHZ, com intensidade de 1,0 w/cm2, modo continuo, o protocolo de tratamento da endermologia-DERMOVAC utilizado foi intensidade ajustada de acordo com conforto da participante e cabeçote tamanho grande. Observou-se uma melhora visual, significativa no aspecto da pele, entre os estados iniciais e após 45 dias, tanto para o tratamento com ultrassom, como para a endermologia, entretanto, não apresentou diferenças significativas entre os mesmos³. Realizou-se um estudo experimental, onde a amostra constituiu-se de quinze pessoas do sexo feminino, com faixa etária de 20 a 35 anos, raça branca, sedentárias, não fumantes e isentas de dietas alimentares e de patologias associadas, com uso de método contraceptivo. As pacientes relataram o aparecimento do FEG durante a adolescência, devido à aquisição de peso e após uso de anticoncepcionais. No exame físico constatou-se FEG de grau 1, 2 e 3 principalmente nas regiões glúteas e parte posterior das coxas. As pacientes foram submetida a 10 sessões de ultrassom no modo pulsado e contínuo, seguido da aplicação de endermologia, 3 vezes por semana, com duração de 50 minutos. A técnica proposta mostrou-se eficaz no tratamento do FEG. Para a autora, com o tratamento em questão, obtiveram-se resultados significativos, sendo que, ao reavaliar as pacientes averiguou-se que 40% obtiveram redução em todas as medidas, porcentagem esta equivalente ao número de 06 pacientes; 20% referente a 03 pacientes diminuíram 4 medidas; sendo que 13.33% o que equivale a 02 pacientes diminuíram 3 medidas; outras 13.33% diminuíram 2 medidas e outras 13.33% adquiriram um aumento das mesmas, fator este resultante da aquisição de peso corporal19. Em nova pesquisa, pode-se afirmar que o uso do ultrassom para FEG pode ser indicado tanto pelos seus efeitos já conhecidos, como o aumento da circulação, com consequente neovascularização e relaxamento muscular, por seu efeito mecânico com a micromassagem, o rearranjo e extensibilidade das fibras colágenas e melhora das propriedades mecânicas do tecido, como por seus efeitos de veiculação de substâncias por fonoforese. Pode ser utilizado ultrassom terapêutico nas frequências de 1 ou 3 MHz; para tratamento do FEG, a mais alta é mais indicada por apresentar maior atenuação, sendo portanto mais superficial. Porém, devido à frequência mais elevada, a produção de calor nos 10 tecidos superficiais também é maior. Para a fonoforese, substâncias que facilitam a penetração de outras substâncias devem ser usadas, como, por exemplo, o carbopol, fitossomas ou lipossomas. Como princípio ativo, a cafeína e a aminofilina são muito usadas por serem estimuladores beta-adrenérgicos e aumentarem a lipólise20. A metodologia em outro trabalho pesquisado consistiu do emprego da fonoforese com meio de acoplamento à base de hera, centella asiática e castanha da índia em 5 participantes selecionadas aleatoriamente e divididas em dois grupos, onde o primeiro grupo foi submetido à terapia com ultrassom de ERA de 8,5 cm² com dose de 1,1 watts/cm² e o segundo grupo foi submetido à terapia com ultrassom de ERA de 4 cm² com dose de 1,5 watts/ cm2. O ultrassom foi utilizado na frequência de 3 MHz, no modo contínuo e o tratamento consistiu de 16 sessões, realizadas 4 vezes por semana. Todas as voluntárias foram submetidas à avaliação inicial, para verificar o tipo e o grau de celulite apresentados. Com o término do tratamento proposto os resultados revelaram que a fonoforese mostrou-se eficaz no tratamento da celulite somente em uma das 5 voluntárias envolvidas na pesquisa21. Observou-se em outra pesquisa, que teve como objetivo comparar os resultados encontrados em mulheres tratadas com ultrassom terapêutico (UST) associado ao gel com princípios ativos e ao gel hidrossolúvel simples para a reversão do FEG, comprovando a eficácia deste tipo de recurso, com ou sem a ação da fonoforese. As voluntárias foram submetidas a 15 sessões de UST com duração de 12 minutos em cada glúteo, sendo em um utilizado gel simples e em outro gel com carbopol e princípios ativos. O estudo revelou melhora no FEG, em todas as voluntárias e em ambos os glúteos, sendo possível concluir que o tratamento com UST é eficaz, independente da fonoforese22. Em nova linha de pesquisa, onde a amostra foi composta de dois grupos, com três indivíduos cada, portadoras do FEG de graus semelhantes. Um dos grupos (experimental) foi tratado com ultrassom aliado ao gel Bioestimulante® da Vita Derm, enquanto que o outro grupo (controle) utilizou o gel condutor Sonic-Plus gel, sem ação terapêutica. As pacientes de ambos os grupos foram submetidas a 10 intervenções de, aproximadamente 1 hora, em regime de três sessões semanais no período de julho a outubro de 2008. Antes e após o tratamento foram avaliadas alterações de perimetria e peso. A evolução do tratamento também foi analisada por meio de registro fotográfico e uma escala de opinião quanto aos resultados obtidos no tratamento. Valores significantes de redução de perímetro corporal foram obtidos após a conduta terapêutica, e foram observadas também alterações cutâneas visíveis, sugerindo que o ultrassom terapêutico de 3 MHz contribui para a redução do fibro edema gelóide nos dois grupos23. 11 Realizou-se uma pesquisa na qual selecionou 10 participantes, do sexo feminino, submetidas à avaliação para verificar o grau, o tipo do fibro edema gelóide, o perímetro da coxa, circulação sanguínea e análise fotográfica, antes e após a intervenção. O tratamento consistiu de 20 sessões, realizadas diariamente, utilizando-se do ultrassom terapêutico em uma frequência de 3 MHz, no modo contínuo, com dose de 1,0 W/cm2, em ambos os membros inferiores. A fonoforese à base de cafeína foi empregada na região lateral do membro inferior esquerdo. Os resultados demonstraram diminuição significativa da perimetria entre os membros inferiores, aumento da vascularização em ambos os membros, porém mais acentuada no esquerdo, demonstrada através da placa termossensível. De acordo com os parâmetros utilizados neste estudo, a técnica da fonoforese associada à cafeína exerceu mudanças morfológicas e circulatórias perante a resolução do fibro edema gelóide mais efetivas quando comparadas ao ultrassom no modo convencional. Pode-se inferir com isso que à ação da cafeína pode ser um importante agente atuante nos mecanismos metabólicos da lipólise24. O estudo de Pinto et al.25, teve como objetivo comparar os resultados obtidos na terapia por ultrassom com gel convencional e a fonoforese com mucopolissacaridase. Para o estudo foram selecionados 10 indivíduos, do sexo feminino, entre 20 e 35 anos, sedentários, com lipodistrofia ginóide na região glútea, grau II, tipo flácida. Os indivíduos foram divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo no grupo controle, G1, aplicado ultrassom, e no grupo experimental, G2, a fonoforese. O equipamento utilizado na pesquisa possuía frequência de 3 MHz, modo contínuo e intensidade de 1,5w/cm2. Foram realizadas 10 sessões com cada indivíduo de cada grupo. Ao final do experimento, constatou-se, na reavaliação, uma melhora significativa em ambos os grupos, embora os resultados de G2 foram mais evidentes. Mostrando que o ultrassom e a fonoforese são eficazes no tratamento da lipodistrofia ginóide, pois promovem significativas alterações fisiológicas no tecido acometido pela patologia citada. 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Fisioterapia Dermato-Funcional dispõe de diversas técnicas que possuem resultados positivos no tratamento do fibro edema gelóide, em especial o uso do ultrassom, como constatado no desenvolvimento do presente estudo. Devido sua alta prevalência e interferência na qualidade de vida e autoestima dos pacientes torna-se importante considerar que o FEG deixe de ser tratado como uma disfunção estética, passando a ser considerado e tratado como um problema de saúde. Através do presente estudo, pelos resultados obtidos, concluiu-se que o tratamento do FEG com o ultrassom terapêutico foi eficaz na amenização e diminuição do quadro de fibro edema gelóide nas regiões das coxas, abdômen e nádegas. E ainda que, quando associado à fonoforese, melhorou o aspecto da pele e autoestima dos pacientes. A questão estética é muito valorizada na atualidade, porém considerando o FEG como um problema de saúde pelos sintomas e transtornos que ocasionam ao paciente, é importante ressaltar a necessidade de estudos mais aprofundados buscando alternativas sempre mais acessíveis. Até o momento não há relatos de efeitos adversos importantes, mas existe a necessidade de que estudos futuros, com melhor delineamento, sejam realizados para comprovar sua eficácia e ainda, determinar se os resultados obtidos são transitórios ou possuem maior duração. 13 REFERÊNCIAS 1. Guirro E, Guirro R. Fisioterapia Dermato Funcional. 3 ed. São Paulo: Manole, 2002. 2. Cardoso E. A Síndrome da Celulite. Up to Date, ano 7, n.45, p.48-49, julho, 2002.3. Dalsasso JC. 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Objective: This research aims to evaluate the benefits and efficacy of ultrasound for the treatment of fibro geloide edema. Methods: The work used as a study methodology of literature review or synthesis conducted with articles on fibro geloide edema associated with ultrasound, published during the last ten years, found in electronic databases, and books, monographs and dissertation of Masters as results of research. In the study it was concluded that treatment with FEG ultrasound therapy is very effective. Results: It was clear that the treatment with EGF, through the use of ultrasound 3MHZ, became of great importance for the amelioration, reduction and appearance thereof. Conclusion: After observing the results obtained in various studies discussed in this article, we conclude that FEG treatment with ultrasound therapy is very effective. Key words: Fibrosis edema geloide, treatment, ultra-sound. Pesquisadores: Jamyla Barreira Barbosa Fisioterapeuta Alessandra Ferreira de Noronha Mestre em ginecologia (UNESP), Pós-graduada em Geriatria (UFMG), Fisioterapeuta, orientadora científica CEAFI
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