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TEMA 3 DEFINIÇÃO E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO RECEITAS, GANHOS, DESPESAS E PERDAS Elementos das Demonstrações Contábeis Os efeitos patrimoniais e financeiros das transações e outros eventos são evidenciados pelas demonstrações contábeis por meio de elementos que podem ser segregadas em: Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido Mensuração do Desempenho Balanço Patrimonial Receitas e Despesas Mensuração da posição patrimonial financeira da entidade Demonstração do Resultado Com a finalidade de tornar a informação disponibilizada mais útil para o tomador de decisão, estes elementos são subclassificados de acordo com a sua natureza ou função nos negócios. As empresas fazem uso de seus ativos para manutenção de suas operações, visando à geração de receitas capazes de superar o valor dos ativos sacrificados. Isso significa que “em todas as aplicações, existe o objetivo e a esperança imediata ou mediata de garantir um fluxo de caixa, no futuro”. Iudícibus e Marion (1999) Conceituação de Ativo “Dinheiro é o ativo por excelência. Temporariamente, nos contentamos em ter ativos sob outra forma a fim de, no futuro, termos mais dinheiro, que é, em última análise, o que interessa aos acionistas. Conceituação de Ativo Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade (CPC 00 – R1). O benefício econômico futuro embutido em um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. ATENÇÃO: Somente podem ser considerados ativos aqueles elementos que cumprem o acima exposto. Por exemplo, estoques invendáveis não devem figurar no ativo porque não são capazes de gerar fluxos de caixa futuros. Transações ou eventos previstos para ocorrer no futuro não originam, por si só, um ativo. Ex.: a intenção de adquirir estoques não atende, por si só, à definição de ativo Conceituação de Ativo Um ativo pode gerar benefícios econômicos futuros para uma empresa de diversas maneiras, pois pode ser: � usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de mercadorias e serviços que serão vendidos. Ex.: estoque de matéria-prima e máquinas e equipamentos. � trocado por outros ativos. Ex.: estoque de produtos prontos; � usado para liquidar um passivo. Ex.: caixa; ou � distribuído aos proprietários da entidade. Ex.: caixa. Substância física? Muitos ativos, tais como máquinas e equipamentos, possuem substância física, contudo, esta não é uma característica essencial para a existência de um ativo. Patentes e direitos autorais, por exemplo, são ativos, desde que deles sejam esperados benefícios econômicos futuros para a entidade e que eles sejam por ela controlados. Conceituação de Ativo Direito de Propriedade? O direito de propriedade também não é essencial para a determinação da existência de um ativo. O controle da possibilidade de utilização do ativo para as finalidades da empresa, mesmo sem a propriedade efetiva, caracterizam um ativo. Ainda que muitos ativos, tais como contas a receber e imóveis estejam associados a diretos legais, incluindo direito de propriedade, outros ativos como, por exemplo, um imóvel objeto de arrendamento mercantil, serão considerados ativos se a entidade controlar os benefícios econômicos que são esperados que fluam da propriedade. Conceituação de Ativo Origem do Ativo? Os ativos não se originam exclusivamente pela compra ou produção, pois outras transações ou eventos podem gerar ativos. Ex.: recebimento de incentivos governamentais (ex.: o recebimento de um imóvel como parte de um programa para fomentar o crescimento econômico) e a descoberta de jazidas. Conceituação de Ativo Reconhecimento Reconhecimento dos Elementos nas Demonstrações Contábeis O processo que consiste na incorporação ao balanço patrimonial ou à demonstração de resultado de um item que se enquadre na definição apresentada para este elemento. Reconhecimento dos Elementos nas Demonstrações Contábeis Para ser reconhecido, um elemento deve, além de se enquadrar na definição apresentada, satisfazer os seguintes critérios: � for provável que algum benefício econômico futuro associado ao item flua para a entidade ou flua da entidade. Por exemplo: quanto for provável que uma conta a receber será paga pelo devedor é justificável reconhecer a conta como um ativo. Entretanto, se um grau de inadimplência é considerado provável, reconhece-se como despesa a redução esperada nos benefícios econômicos. Reconhecimento dos Elementos nas Demonstrações Contábeis Para ser reconhecido, um elemento deve, além de se enquadrar na definição apresentada, satisfazer os seguintes critérios: � o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade, sendo que a informação confiável é aquela que é completa, neutra e livre de erro. Por exemplo: o valor que se espera receber de uma ação judicial pode enquadrar-se na definição de ativo e de receita e atender aos critérios probabilísticos exigidos para o reconhecimento. Todavia, se o montante a ser recebido não puder ser mensurado de forma confiável, ele não deve ser reconhecimento como ativo ou receita. Neste caso, a existência da ação judicial deve ser divulgada apenas em notas explicativas ou em quadros suplementares. Reconhecimento do Ativo Sendo assim: Um ativo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando: � for provável que os benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para entidade; e � seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade. Avaliação do Ativo Avaliar É o processo de atribuição de valor monetário aos elementos contábeis. O produto final do processo de avaliação desses elementos é um número que significa quanto valem em termos monetários, sendo que a grandeza desse número depende dos conceitos de mensuração que forem utilizados no seu cálculo. Avaliação do Ativo Valores de Entrada: o ativo vale o quanto a empresa sacrificou (custo histórico) ou sacrificaria (custo corrente) para adquiri-lo. Custo Histórico Custo Histórico Corrigido Custo Corrente Custo Corrente Corrigido Valores de Saída: foca a entrada de dinheiro que está associada à extração de benefícios do ativo ou à sua saída da empresa. Valor Realizável Líquido Valor Presente Líquido Avaliação do Ativo – Valores de Entrada Custo Histórico Original: � É valor original da transação – preço pelo qual o ativo foi adquirido ou valor dos insumos utilizados para fabricar este ativo. � Principal Vantagem: � Objetividade � Desvantagens: � Com o passar do tempo o ativo pode perder sua substância econômica, independentemente de possíveis variações no poder aquisitivo da moeda; � Sua avaliação pode ficar defasada se não for corrigida pelas variações do poder aquisitivo da moeda ocorridas entre a data em que o item foi incorporado ao ativo e a data de publicação do balanço. Avaliação do Ativo – Valores de Entrada Custo Histórico Corrigido: � É valor original corrigido por algum índice que reflita a variação do poder aquisitivo médio geral da moeda (ex.: Índice Geral de Preços – IGP da Fundação Getúlio Vargas, Índice Nacional de Preços do Consumidor – INPC do IBGE). � Principais Vantagens: � Objetividade � Baixo custo envolvido processo de correção � Relevância da informação gerada � Recomenda-se o uso em países que enfrentam altas taxas de inflação. Avaliação do Ativo – Valores de Entrada Custo Corrente: �Montante que teria que ser pago se estes mesmos ativos fossemadquiridos na data do balanço. � Principal limitação: � Nem sempre existe um mercado ativo e confiável para os bens que estão sendo avaliados. Custo Corrente Corrigido: � Custo corrente corrigido por um determinado índice. Avaliação do Ativo – Valores de Saída Valor Realizável Líquido: � O ativo é avaliado pelo valor líquido que a empresa obteria se tivesse que se desfazer do seu ativo em uma situação normal, ou seja, de continuidade do seu negócio. Valor Presente Líquido: � Consiste em trazer as rendas líquidas esperadas a valor presente por uma taxa que reflita o custo do dinheiro e o risco de não ocorrência destas rendas. �Montante apurado representa o potencial, em cada momento do tempo, dos benefícios projetados para o futuro. Avaliação do Ativo � Comumente, os ativos são avaliados pelo seu custo histórico, sendo que ele é normalmente combinado com outras bases de mensuração. Por exemplo: os estoques são geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização. � A Estrutura Conceitual não define, de maneira específica, as bases de mensuração dos elementos patrimoniais. Os critérios específicos para mensuração desses elementos estão dispostos nas referidas IFRSs de cada tema. Passivo (Exigibilidades) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos (CPC 00 – R1). Uma característica essencial de uma exigibilidade é que, no momento da avaliação, a empresa tem uma obrigação, ou seja, o dever ou a responsabilidade de agir ou de cumprir uma tarefa de certa forma. Passivo (Exigibilidades) � As obrigações podem: � Ser legalmente exigíveis em consequência de um contrato ou de algum requisito estatutário ou legal: Ex.: Os valores a pagar correspondentes a bens e serviços recebidos são exemplos de obrigações legalmente exigíveis. � Surgir em decorrência de práticas usuais do negócio, de usos e costumes e do desejo da entidade de manter boas relações comerciais ou agir de maneira equitativa. Ex.: a entidade pode optar por retificar defeitos em seus produtos, mesmo quando tais defeitos tenham se tornado conhecidos depois que expirou o período da garantia. A importância que espera gastar com os produtos já vendidos constituem-se passivos . Passivo (Exigibilidades) Uma obrigação pode ser liquidada de diversas formas: � pagamento em dinheiro; � transferência de outros ativos; � execução de serviços; � substituição daquela exigibilidade por outra; e � conversão da exigibilidade em capital ou outro item do Patrimônio Líquido. Uma obrigação também pode ser extinta de outras formas, tais como: renúncia do credor e anistia concedida por órgãos públicos em função de tributos não recolhidos. Tipos de Passivo (Exigibilidades) Oneroso É aquele que está custando mensalmente à empresa juros e encargos bancários decorrentes de empréstimos, financiamentos, etc. Não Oneroso As obrigações que não exigem pagamento de encargos financeiros são denominadas de passivo não oneroso. É o caso de salários, fornecedores, contas a pagar, etc. Tipos de Passivo (Exigibilidades) Exigível Fixo Se caracteriza por não variar em função do volume de vendas da empresa: aluguéis, por exemplo. Exigível Variável Guarda certa relação com o volume de vendas: ICMS a recolher, Fornecedores, etc. Tipos de Passivo (Exigibilidades) Passivos Ocultos Configuram supostos deveres que poderão se transformar em obrigações de fato. Atos Involuntários Ações passíveis de ocorrência independente da vontade dos gestores. Negligência O gestor tem conhecimento de que suas práticas podem ocasionar dano e, mesmo assim, prossegue com suas operações Passivos Operacionais Ex.: treinamento inadequado de operadores. Passivos de Consumo Ex.: utilização de materiais inadequados. Passivos Ambientais Ex.: ações negligentes que provocam danos ambientais. Reconhecimento do Passivo O reconhecimento do passivo requer que ele satisfaça três condições gerais: Deve se enquadrar na definição de Passivo Deve ser provável que uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida em liquidação de uma obrigação presente O valor da liquidação pode ser mensurado com confiabilidade Reconhecimento do Passivo – Passivo Contingente � Apenas se estas três condições forem cumpridas simultaneamente o registro contábil do passivo poderá ser efetuado. �Quando os critérios necessários para o reconhecimento não forem atendidos o passivo deve ser tratado como uma Contingência Passiva. Caracterizam-se por uma saída de recursos possível, mas não provável ou pela impossibilidade de se mensurar a obrigação com suficiente confiabilidade. Contingência Passiva Reconhecimento do Passivo – Passivo Contingente Probabilidade de Ocorrência Tratamento Contábil Risco Provável Risco Quantificável (mensurável com suficiente segurança) Provisionar Ex.: Provisão de Processo Trabalhista Risco não Quantificável (não mensurável com suficiente segurança) Divulgar a contingência em notas explicativas Risco Possível Divulgar a contingência em notas explicativas Remoto Não divulgar em notas explicativas � Seu valor depende da avaliação e mensuração de ativos e passivos (exigibilidades). � É um valor residual (diferença entre o total do ativo e total do passivo). Patrimônio Líquido � São as teorias que explicam o Patrimônio Líquido. � Servem para orientar o contador sobre como organizar melhor a contabilidade (informações) de uma determinada entidade. Teorias Patrimônio Líquido � Patrimônio Líquido pertence ao dono da empresa, assim como os ativos e passivos � Portanto, Receitas e Despesas acrescem ou diminuem sua riqueza � Empresa e dono são partes do mesmo conjunto patrimonial � Aplicação: pequenos negócios (empresas individuais) Teoria do Proprietário Ponto de vista estático: Ativo – Passivo = (PL) Proprietário � O patrimônio dos acionistas ou cotistas não se confunde com o patrimônio líquido da entidade (dono e empresa são duas pessoas separadas). � Portanto, Ativo e Passivo são da Entidade. Receitas e Despesas refletem na Entidade e não no Patrimônio do dono. � Lucro Líquido apurado no final do exercício não pode ser sumariamente distribuído aos acionistas, cabendo decisão da assembleia. � Aplicação: Sociedades por Ações Teoria da Entidade Equação Patrimonial Básica: Ativo = Passivo + PL da ENTIDADE � Interesse principal: Fundos => grupo de ativos e obrigações a ele relacionados. � De acordo com esta teoria, o ativo resulta da soma das aplicações que foram efetuadas graças a utilização de recursos obtidos junto a terceiros e de capitais próprios. � Aplicação: Contabilidade divisional, Contabilidade de Entidades sem fins lucrativos, Contabilidade Governamental Teoria dos Fundos Equação Patrimonial Básica: Ativo = Restrições sobre os Ativos (FUNDOS) � Foca suas atenções no controle que os gerentes ou “comandantes” exercem nos recursos da empresa. � Comando dos gerentes: parcela do patrimônio que pode ser movimentada mediante uma simples orientação da administração profissional, que não necessite autorização expressa de acionistas ou conselho de administração. � Demonstrações contábeis elaboradas sob o ponto de vista do “comandante” servem para a prestação de contas: � BP => representa os ativos que os gestores receberam e as obrigações que terão de cumprir em função dos ativos recebidos. �DRE => demonstrao uso dos ativos recebidos, explicando os resultados alcançados pelos “comandantes” dos recursos. Teoria do Comando � Capital Social � Reservas de Capital � Reservas de Lucro � Ajustes de Avaliação Patrimonial � Ações em Tesouraria � Lucros ou Prejuízos Acumulados Composição do Patrimônio Líquido � É desejo de toda administração, manter, no mínimo, a integridade do poder aquisitivo do patrimônio líquido da entidade. � Na realidade, o que se espera que é: Manutenção do Patrimônio Líquido PL Final = PL Inicial x (( 1 + p) x (1 + i)) Onde: p é a taxa de inflação i é a taxa desejada de retorno. Receita Visão Geral: São aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais. CPC 00 (R1) Receita Ativo Passivo Patrimônio Líquido Receita X Ganho A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas quanto ganhos. No CPC 00 (R1) não são consideradas como elementos separados. Receitas Decorrem das atividades normais advindas do objetivo social da empresa. Receita com Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços, Receita com Juros, Receita de Aluguéis. Ganhos Também se enquadram na definição geral de receita, mas são representados por itens não recorrentes (não repetitivos) e podem ou não surgir no curso das atividades usuais. Resultado na venda de imobilizado, Lucro com a venda de Sucata. Despesa Visão Geral: São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais. CPC 00 (R1) Despesa Ativo Passivo Patrimônio Líquido Despesa X Perda A definição de despesa abrange tanto despesas propriamente ditas quanto perdas. No CPC 00 (R1) não são consideradas como elementos separados. Despesas Constituem o uso ou consumo de bens e serviços no processo de obtenção de receitas. Relacionadas, direta ou indiretamente, ao objetivo da entidade. Despesas Administrativas e Gerais, Despesas com Vendas, Despesas Financeiras e Custo Mercadoria Vendida. Perdas Não se confundem com despesas por sua anormalidade e involuntariedade. Perdas com desastres, inundações, fogo, etc., ou desincorporação de ativos imobilizados. Reconhecimento das Despesas e Receitas O reconhecimento da receita ou da despesa requer que sejam satisfeitas as seguintes condições: Receita Resultar em aumento nos benefícios econômicos futuros relacionado com o aumento de um ativo ou a redução de um passivo Ser mensurado com confiabilidade Despesa Resultar em diminuição nos benefícios econômicos futuros relacionada com o decréscimo de um ativou ou o aumento de um passivo Ser mensurado com confiabilidade Confrontação entre Despesas e Receitas (Regime de Competência) As despesas devem ser reconhecidas na DRE com base na associação direta entre elas e os correspondentes itens de receitas. Por exemplo: o CMV deve ser reconhecido no mesmo momento em que a Receita de Vendas. (CPC 00 – R1)
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