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Prévia do material em texto

Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Farmácia Hospitalar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites 
Associados
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Farmácia Hospitalar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido é dado a seus respectivos autores descritos na 
Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
MÓDULO I 
 
HISTÓRICO, OBJETIVOS E FUNÇÕES 
 
 
Para se falar de Farmácia Hospitalar, é preciso primeiro conhecer um pouco do seu 
histórico pois assim será possível compreender melhor o que está ocorrendo no Brasil 
atualmente e o que provavelmente acontecerá no futuro. 
A primeira farmácia hospitalar que se tem registro data de 1752 em um hospital da 
Pensilvânia – EUA, na qual foi apresentada a primeira proposta de padronização de 
medicamentos. No Brasil as farmácias hospitalares mais antigas foram instaladas nas 
Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Militares, onde o farmacêutico manipulava os 
medicamentos dispensados aos pacientes internados, obtidos de um ervanário do próprio 
hospital. 
Com a industrialização do medicamento, surgindo assim o fármaco pronto para o 
uso, houve uma crise na profissão farmacêutica, atingindo de forma parecida o 
farmacêutico de hospital. Por que ter um farmacêutico no hospital para produzir 
medicamentos se este produto pode ser comprado pronto? E assim o farmacêutico 
praticamente desapareceu dos hospitais só permanecendo nas instituições de grande 
porte. 
Em vários países desenvolvidos a saída para esta crise foi à volta da atenção do 
farmacêutico hospitalar para conhecimento na área da estabilidade, farmacocinética, 
farmacodinâmica, ou seja, o farmacêutico passou a ser um expert em medicamentos 
recuperando a relação médico-farmacêutico e farmacêutico-paciente. A sua principal 
arma ou habilidade passou a ser a informação. Em 1965 surgiu nos EUA a farmácia 
clínica, que tem como meta principal o uso racional dos medicamentos e o farmacêutico 
além das suas atribuições junto aos medicamentos passa a ter atividades clínicas 
voltadas para o paciente. 
 Em países subdesenvolvidos como o Brasil a saída para a crise da profissão, foi à 
busca de novos caminhos de atuação dando ênfase principalmente nas análises clínicas. 
As conseqüências deste fato foram bastante danosas para o país e para a profissão 
 
 
 
 
 
4 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
farmacêutica, pois a questão do medicamento ficou aleijada. 
 Atualmente, embora o Brasil seja uma das dez maiores economias do mundo, o 
quarto mercado farmacêutico do mundo em vendas e tenha uma flora medicinal 
riquíssima, importa a maioria dos medicamentos que consume. 
A história da farmácia hospitalar brasileira pode-se dizer que recomeçou com o Prof. 
Cimino no Hospital das Clínicas de São Paulo, na década de 50 e 60, realizando um 
trabalho destacado, com ênfase na farmacotécnica hospitalar. Na década de 80 cresceu 
bastante o interesse em farmácia hospitalar, surgindo Cursos de Especialização em Natal 
patrocinado pelo Ministério da Saúde. Foram também ministrados cursos de 
especialização no Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Infelizmente por 
problemas financeiros estes cursos foram descontinuados. 
Atualmente vários estados têm procurado realizar cursos de menor duração com o 
objetivo de dotar o farmacêutico de conhecimentos mínimos para prática de farmácia 
hospitalar, pois é sabido que os cursos de especialização não tem condições de treinar 
todos dos farmacêuticos hospitalares do Brasil. É importante, formar multiplicadores que 
irão repassar nas suas regiões os conhecimentos adquiridos. 
 
CONCEITO DE FARMÁCIA HOSPITALAR 
 
Existem muitos conceitos de farmácia hospitalar podendo ser citado como sendo um 
dos mais completos: “Unidade clínica de assistência técnica, administrativa e contábil, 
dirigida por profissional farmacêutico que visa atender toda a comunidade hospitalar no 
âmbito dos produtos farmacêuticos, integrada técnica e hierarquicamente as atividades 
hospitalares”. É importante frisar que a função clínica da farmácia, voltada para o 
paciente, é de suma importância pois é neste campo que o profissional farmacêutico terá 
condições de exercer na plenitude as suas atividades e a sua importância crescerá dentro 
do hospital. 
Esta definição mostra que além da questão técnica a farmácia hospitalar é um setor 
importante do ponto de vista administrativo e contábil para o hospital. Por isto exige-se do 
farmacêutico hospitalar conhecimento técnico e gerencial. 
 
 
 
 
 
 
5 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
 
OBJETIVOS DA FARMÁCIA HOSPITALAR 
 
Os objetivos da farmácia hospitalar podem ser divididos em: primários e secundários. 
Esta classificação foi feita assim por que é bastante importante que o iniciante nesta área 
entenda que é preciso fazer primeiro o básico para depois vir o sofisticado. Um bom 
exemplo disto é querer fazer controle de antimicrobianos sem possuir padronização de 
medicamentos e a Comissão ou Serviços de Controle de infecções hospitalares não atua. 
Os objetivos primários de uma farmácia hospitalar são: Padronização, Planejamento 
de Estoques, Aquisição, Armazenamento, Dispensação por dose individualizada ou 
unitária, Controle de Estoques e informação sobre medicamentos. Em uma situação 
imaginária onde a maioria dos hospitais brasileira exerce estas atividades básicas de 
forma satisfatória seria observado um grande avanço da farmácia hospitalar e 
conseqüentemente melhoria da qualidade assistencial. 
Os objetivos secundários são farmacotécnica incluindo a manipulação de produtos 
não estéreis e estéreis, controle das infecções hospitalares, educação e treinamento e 
farmácia clínica. 
 
FUNÇÕES DA FARMACIA HOSPITALAR 
 
 A Organização Pan-americana de Saúde — OPAS e o Ministério da Saúde do 
Brasil definem como funções fundamentais da farmácia hospitalar: 
• seleção de medicamentos, germicidas e correlatos necessários ao hospital realizada 
pela comissão de farmácia e terapêutica ou correspondente e associada a outras 
comissões quando necessário; 
• aquisição, conservação e controle dos medicamentos selecionados estabelecendo 
níveis adequados para aquisição por meio de um gerenciamento apropriado dos 
estoques. O armazenamento de medicamentos deve seguir as normas técnicas para 
preservar a qualidade dos medicamentos: 
• manipulação, produção de medicamentos e germicidas, seja pela indisponibilidade de 
produtos no mercado, para atender prescrições especiais ou por motivos de 
 
 
 
 
 
6 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores.viabilidade econômica: 
• estabelecimento de um sistema racional de distribuição de medicamentos para 
assegurar que eles cheguem ao paciente com segurança, no horário certo e na dose 
adequada; 
• implantação de um sistema de informação sobre medicamentos para obtenção de dados 
objetivos que possibilitem à equipe de saúde otimizar a prescrição médica e a 
administração dos medicamentos. O sistema deve ser útil na orientação ao paciente no 
momento da alta ou nos tratamentos ambulatoriais. Estas funções são prioritárias em uma 
farmácia hospitalar e, portanto suporte fundamental para o desenvolvimento de vários 
programas assistenciais na instituição. 
 
O FARMACÊUTICO E A INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
O Serviço de Farmácia Hospitalar, chefiado pelo farmacêutico, na prevenção da 
infecção hospitalar tem como principal objetivo promover o uso racional de medicamentos 
e desenvolve as seguintes funções: seleção de medicamentos, germicidas e correlatos; 
aquisição, conservação e controle dos medicamentos selecionados; 
manipulação/produção de medicamentos e germicidas; sistematização da distribuição de 
medicamentos; estabelecimento de um sistema de informações sobre os medicamentos. 
Em conjunto com o controle de infecção hospitalar, desenvolve ações relacionadas 
ao controle de antimicrobianos e racionalização do uso de germicidas, auxiliando na 
elaboração de uma padronização efetiva. Os resultados obtidos com a implantação desta 
padronização são de grande importância para o paciente, corpo clínico e hospital. Para o 
paciente, porque lhe será administrado um antimicrobiano com indicação precisa, com 
eficácia comprovada e menor custo. Quanto ao corpo clínico os benefícios se traduzem 
na qualidade do fármaco prescrito, na facilidade do manuseio de um número mais restrito 
de produtos, possibilitando melhor estudo e conhecimento de suas ações e efeitos 
colaterais. Para o hospital, a relação padronizada evitará a aquisição de medicamentos 
similares, reduzindo custos e riscos de perda por expiração do prazo de validade. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
 
Comissão de Farmácia e Terapêutica e Seleção de Medicamentos 
 
A Comissão de Farmácia e Terapêutica é constituída por uma equipe 
multiprofissional, em que farmacêuticos, médicos, enfermeiros, além de profissionais da 
área de administração, devem ter como principal objetivo principal à elaboração do 
formulário farmacêutico hospitalar, determinando a política de seleção de princípios 
ativos, produção, manipulação, distribuição, uso e administração, incluindo drogas sob 
investigação. Esta equipe deve elaborar atividades educativas para divulgação de 
informações relacionadas ao uso de medicamentos aos profissionais de saúde. As 
intercorrências relacionadas às prescrições inadequadas devem ser abordadas por 
comunicação direta com o profissional envolvido ou até mesmo sua chefia. Isto é feito 
particularmente, na antibioticoprofilaxia inadequada de procedimentos cirúrgicos. Diante 
da diversidade de medicamentos comercializados e de constantes lançamentos de novos 
produtos, é necessário adotar critérios para escolha dos fármacos que deverão fazer 
parte do arsenal hospitalar e também garantir avaliação periódica para assegurar que 
disponha sempre das melhores opções terapêuticas. Padronizar medicamentos 
antiinfecciosos significa definir uma lista de antimicrobianos que melhor atendam as 
características da ecologia microbiana da instituição. A avaliação rigorosa na seleção dos 
fornecedores deve ser realizada periodicamente, devendo-se utilizar um protocolo padrão 
e exigências básicas, porém específicas a cada tipo de fornecedor. 
 
Armazenagem 
Os medicamentos devem manter íntegras as atividades de seus princípios ativos 
durante um espaço de tempo previamente estabelecido. Vários fatores podem prejudicar 
esta integridade, entre eles: temperatura, luz, umidade, presença de microrganismos e 
empilhamento de caixas. Além destes, outros fatores como a presença de oxigênio, gás 
carbônico, pH, concentração, osmolaridade, tipo de recipiente, que são fatores intrínsecos 
ao produto, também interferem em sua estabilidade e concentração. As condições de 
armazenamento devem facilitar a utilização dos produtos em ordem crescente da data de 
vencimento. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
 
Distribuição 
O sistema de distribuição ou dispensação de medicamentos deve ter como principais 
objetivos diminuir os erros (como por exemplo de transcrição incorreta), racionalizar a 
distribuição e administração de medicamentos (evitando incompatibilidade), aumentar o 
controle sobre seu uso, racionalizar custos e aumentar a segurança e eficiência da 
medicação prescrita. 
 
Contaminação de medicamentos 
Existem dificuldades para a identificação de um surto devido à contaminação de um 
medicamento, em decorrência de suas características epidemiológicas e principalmente 
da inexistência de protocolos específicos que permitam a caracterização e o estudo 
microbiológico dos casos suspeitos e suas possíveis fontes de contaminação. Estes 
produtos podem contaminar-se na sua produção, dentro da farmácia ou após a 
dispensação. 
 
Contaminação na indústria: 
 Esta contaminação freqüentemente é denominada de intrínseca, sendo geralmente 
disseminada no tempo, espaço e entre várias instituições. Só pode ser identificada se um 
rigoroso sistema de vigilância for implantado, mas pode ser suspeitada todas as vezes 
que um agente não usual for identificado em uma topografia também não usual. 
 
Contaminação na farmácia: 
Geralmente envolve a contaminação de soluções usadas na formulação de um 
produto ou um equipamento, freqüentemente bomba de infusão ou seringa, usado na 
formulação ou preparação de um fluído estéril. A recomendação dos testes de 
esterilização realizados durante o processo de manipulação permite a identificação e a 
correção destas falhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Contaminação no local de uso: 
 Atualmente este é o principal risco de contaminação dos produtos farmacêuticos. 
Ocorre principalmente com medicações utilizadas em doses múltiplas, especialmente 
produtos tópicos como soluções oftálmicas, anti-sépticos ou então soluções parenterais 
que são preparadas em postos de enfermagem a partir de produtos de múltipla dose mal 
manipulados ou conservados inadequadamente após sua abertura. Decorre disto a 
importância de centralizar estas práticas na farmácia, ou quando isto não for possível, que 
estas atividades sejam desenvolvidas sob a orientação deste departamento. 
 
Controle de qualidade 
O programa de qualidade tem início pelo reconhecimento dos problemas e 
conseqüentemente com o estabelecimento das prioridades. É fundamental para se atingir 
o controle do processo uma padronização simplificada, para um fácil entendimento, 
visando condutas adequadas. Isto envolve dois padrões básicos: de materiais, como 
medicamentos, insumos farmacêuticos, drogas; e de processos, como as operações 
realizadas ou orientadas pela farmácia hospitalar. 
Deve haver uma documentação sistemática de todos os elementos, para que permita 
um acompanhamento e determinação de indicadores para melhor análise, com intuito de 
levantar tendências, auferir problemas, elaborar medidas para sua solução e acompanhar 
a efetividadedas ações corretivas implantadas. A farmacovigilância é um conjunto de 
atividades destinadas a identificar, notificar e analisar sistematicamente as reações 
adversas aos medicamentos, definidas como qualquer resposta ao fármaco com efeito 
nocivo e indesejável, que ocorre com as doses habituais utilizadas para profilaxia, 
diagnóstico ou tratamento. A chance de uma reação potencialmente fatal é de 
aproximadamente 3% para cada paciente no hospital e cerca de 0,4% para cada curso de 
tratamento. O tratamento das reações farmacogênicas adversas consome 14,3% dos dias 
de internação. 
As drogas mais freqüentemente envolvidas são as de ação cardíaca e os 
antimicrobianos, de particular importância para o SCIH temos a superinfecção causada 
normalmente por desequilíbrio da microbiota do paciente, relacionada à pressão 
seletiva 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
exercida pelo antibiótico. 
A farmacoepidemiologia é uma disciplina relativamente nova na qual a metodologia 
epidemiológica é aplicada no estudo do uso e resultados (benéficos ou adversos) de 
drogas na população humana. Pode ser utilizada para avaliar as informações obtidas pela 
farmacovigilância e pela avaliação do uso de medicamentos. Apresenta grande 
similaridade com a abordagem das infecções hospitalares, pois os medicamentos são 
também uma causa de morbidade, mortalidade e prolongamento da internação, com 
importantes repercussões econômicas. Controle de contaminação de fármacos A 
contaminação de fármacos pode algumas vezes ocorrer como resultado de técnicas 
incorretas na fabricação ou manipulação dessas substâncias, e um sistema de 
monitoração deve ser desenvolvido pelo programa de qualidade. Apenas uma minoria de 
medicamentos sofre contaminação durante sua produção e manipulação na farmácia, 
ocorrendo a maioria destes eventos após sua distribuição. 
Apresentamos a seguir algumas recomendações sobre as formulações e 
apresentações mais comumente utilizadas nos hospitais. 
 
Nutrição parenteral prolongada 
 Estas soluções têm sido implicadas em casos de bacteremia e fungemias 
hospitalares, e em algumas vezes devido a problemas na sua formulação na farmácia. 
Cuidados devem ser tomados na sua preparação e uma periódica avaliação deve ser 
feita. Também devem ser armazenadas alíquotas de todas as soluções preparadas, para 
controle caso haja notificação de problemas. 
Nutrição enteral 
Estas soluções não necessitam ser estéreis, e muitas vezes apresentam-se 
contaminadas por reconhecidos patógenos hospitalares, porém só raramente por 
patógenos entéricos, tendo, portanto pouca relação entre esta contaminação e o 
desenvolvimento de infecção. 
Soluções oftálmicas 
Cuidados devem ser tomados com estas soluções, mas sua contaminação ocorre 
com mais freqüência no uso do que na preparação pela farmácia. Pode ser responsável 
por epidemias de infecção hospitalar. 
 
 
 
 
 
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Soluções parenterais 
 
Ampolas 
Seu conteúdo deve ser passado imediatamente para uma seringa, e qualquer sobra 
descartada. 
Frascos de múltiplas doses 
 A tampa ou diafragma deve sofrer desinfecção com solução de ação rápida, como 
álcool a 70%. Não devem ser utilizados indefinidamente, e uma inspeção para 
visualização de turvação ou alteração de seu conteúdo deve ser efetuada de rotina antes 
do uso. 
Frascos de produtos liofilizados 
 A tampa ou diafragma deve sofrer desinfecção com germicidas de ação rápida, 
como álcool a 70%, antes da introdução da solução para reconstituição. Muitas são 
preparadas para dose única, mas algumas apresentam estabilidade e mantém suas 
propriedades para vários usos após a reconstituição, devendo o farmacêutico orientar 
quanto à correta manipulação e estocagem. 
Soluções de infusão intravenosa e emulsões 
Preparadas em frascos de vidro ou bolsas de PVC devem sofrer desinfecção com 
germicida de ação rápida, como álcool a 70%, antes da introdução da cânula ou de 
soluções e medicamentos. 
Preparações tópicas 
Soluções anti-sépticas podem ser acondicionadas em frascos limpos e desinfetados. 
Recomenda-se, preferentemente, o uso individualizado por paciente ou a troca periódica, 
no máximo a cada 7 dias, desprezando completamente seu conteúdo, nunca completando 
a solução. 
Solução para irrigação de bexiga 
Estas devem ser estéreis, isotônicas e livres de pirogênio, podendo ser preparadas 
pela farmácia hospitalar. 
Soluções para irrigação de cavidades corpóreas 
 Estas devem ser estéreis e diluídas próximo da utilização e de uso único. 
 
 
 
 
 
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LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES 
 
Limpeza hospitalar é o processo de remoção de sujidades mediante a aplicação de 
energias química, mecânica ou térmica, num determinado período de tempo. 
Consideraremos como limpeza hospitalar à limpeza das superfícies fixas e equipamentos 
permanentes das diversas áreas hospitalares, o que inclui pisos, paredes, janelas, 
mobiliários, equipamentos, instalações sanitárias, ar condicionado e caixas d’água. A 
energia química é proveniente de ação dos produtos que têm a finalidade de limpar 
através da propriedade de dissolução, dispersão e suspensão da sujeira. A energia 
mecânica é proveniente de uma ação física aplicada sobre a superfície para remover a 
sujeira resistente à ação de produto químico. Essa ação pode ser obtida pelo ato de 
esfregar manualmente com esponja, escova, pano ou sob pressão de uma máquina de 
lavar, como é o caso do borbulhamento na superfície do instrumental cirúrgico numa 
lavadora ultrassônica. A energia térmica é proveniente da ação do calor que reduz a 
viscosidade da graxa e gordura tornando-as mais facilmente removíveis pela aceleração 
da ação química. 
Os objetivos da limpeza são: a remoção da sujidade visível; a remoção, redução ou 
destruição dos microrganismos patogênicos; o controle de disseminação de contaminação 
biológica, química. A destruição de microrganismos pode ser realizada com produtos 
germicidas através do processo de desinfecção devendo ser observadas as condições de 
sua utilização como toxicidade, tempo de ação, quantidade, concentração, etc. 
De maneira geral, a maioria dos germes encontrados no meio ambiente são de vida 
livre, não apresentando potencial patogênico para a espécie humana. Alguns 
microrganismos podem ser transmitidos pelo ar através de minúsculas gotículas ou 
partículas de poeira. As gotículas, denominadas aerossóis, podem ser de origem 
ambiental ou humana, sendo no primeiro caso, o exemplo mais clássico, a Doença dos 
Legionários, transmitida a partir da contaminação de ambientes artificiais como sistemas 
de ar condicionado, torres de resfriamento ou fontes de água quente. 
A presença de sujidade principalmente matéria orgânica de origem humana pode 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
servir de substrato para sua proliferação ou favorecer a presença de vetores, com 
possibilidade de transportar passivamente os germes. A limpeza de paredes, corredores, 
pisos, tetos, janelas, portas deve ser feita com água e sabão, a menos que haja respingo 
ou deposição de matéria orgânica, quando é indicada a descontaminação. 
 
Classificação das áreas hospitalaresCom o objetivo de orientar o fluxo de pessoas, materiais, equipamentos e de 
necessidades de limpeza as áreas hospitalares conforme o risco potencial de 
contaminação em: 
A. Áreas críticas - São aquelas onde existe o risco aumentado de transmissão de 
infecções, por serem locais onde se realizam grande volume de procedimentos de risco 
ou se encontram pacientes com seu sistema imunológico deprimido, como UTI, salas de 
cirurgia, pronto socorro, cozinha, lactário e lavanderia; 
B. Áreas semicríticas – são as ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de 
baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas, excluindo as incorporadas às áreas 
críticas, como enfermarias, quartos de pacientes internados, ambulatórios; 
C. Áreas não críticas - São todas aquelas áreas hospitalares não ocupadas por 
pacientes e onde não se realizam procedimentos de risco. Exemplos: áreas 
administrativas de uma forma geral. 
Tipos de limpeza hospitalar 
A. Limpeza concorrente - É aquela realizada de uma forma geral, diariamente e sempre 
que necessário, e inclui a limpeza de pisos, instalações sanitárias, superfícies horizontais 
de equipamentos e mobiliários, esvaziamento e troca de recipientes de lixo, de roupas e 
arrumação em geral; 
B. Limpeza terminal - Trata-se da limpeza abrangendo pisos, paredes, equipamentos, 
mobiliários, inclusive camas, macas e colchões, janelas, vidros, portas, peitoris, varandas, 
grades do ar condicionado, luminárias, teto, etc, em todas as suas superfícies externas e 
internas. Como exemplos, a limpeza terminal da unidade de um paciente internado deverá 
ser realizada após sua alta, transferência ou óbito. 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
Métodos e equipamentos de limpeza de superfícies fixas 
A. Limpeza manual úmida - É realizada com a utilização de rodos, mops, panos ou 
esponjas umedecidos em solução detergente com enxágüe posterior com pano 
umedecido em água limpa. Esse procedimento é adotado mais para paredes, mobiliários 
e equipamentos de grande porte; no caso de pisos, é utilizado o mesmo procedimento 
com pano e rodo. Este procedimento além de requerer muito esforço do profissional 
submete-o ao risco de contaminação. Os panos e mops utilizados na limpeza deverão ser 
encaminhados e lavados na lavanderia e guardados secos por medida de higiene e 
conservação; 
B. Limpeza manual molhada - O procedimento consiste em espalhar uma solução de 
detergente no piso e esfregar com escova ou esfregão, empurrar com rodo a solução suja 
para o ralo, enxaguar várias vezes com água limpa em sucessivas operações de 
empurrar com o rodo para o ralo; 
C. Limpeza com máquina de lavar tipo enceradeira a vácuo ou automática – É 
utilizado para limpeza de pisos com máquinas que possuem tanque para soluções de 
detergente que é dosado diretamente para a escova o que diminui o esforço e risco para 
o trabalhador; 
D. Limpeza seca - Consiste na retirada de sujidade, pó ou poeira através de vassoura 
(varredura seca) e/ou aspirador. A limpeza com vassoura só é aconselhável em áreas não 
críticas descobertas, como estacionamentos, pátios, etc. Já, nas áreas não críticas 
cobertas, se for necessária a limpeza seca, esta deve ser feita com aspirador. 
 
Considerações sobre produtos de limpeza de superfícies fixas 
A utilização de produtos de limpeza e de desinfecção se, for o caso, precisa estar de 
acordo com as determinações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do 
hospital, as recomendações dos órgãos públicos de saúde e as especificidades 
apresentadas pelos fabricantes. De outra forma, a sua seleção também deverá considerar 
os seguintes critérios: 
Quanto às superfícies, equipamentos e ambientes: 
- Natureza da superfície a ser limpa ou desinfetada, e se a mesma pode sofrer corrosão 
ou ataque químico; 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
- Tipo e grau de sujidade e sua forma de eliminação; 
- Tipo de contaminação e sua forma de eliminação (microorganismo envolvido com ou 
sem matéria orgânica presente); 
- Qualidade da água e sua influência na limpeza e desinfecção; 
- Método de limpeza e desinfecção, tipo de máquina e acessórios existentes. Caso o 
germicida entre em contato direto com funcionários, considerar a irritação dérmica e 
toxicidade; 
- Segurança na manipulação e uso. 
- Quanto ao tipo de germicida: 
- Tipo de agente químico e concentração; 
- Tempo de contato para ação; 
- Influência da luz, temperatura e pH; 
- Interação com íons; 
- Toxicidade; 
- Inativação ou não em presença de matéria orgânica; 
- Estabilidade e prazo de validade para uso ; 
- Condições para uso seguro; 
- Necessidade de retirar resíduos após a utilização. 
 
Tipos de produtos químicos utilizados em limpeza de superfícies fixas 
a) Produtos tensoativos e detergentes - Detergentes são os produtos que contêm 
necessariamente em sua formulação tensoativos que têm a finalidade de limpar através 
da redução da tensão superficial (umectação), dispersão e suspensão da sujeira; 
b) Produtos alvejantes - Geralmente à base de cloro, buscam, além de algum efeito 
desinfetante, o clareamento de determinados pisos; 
c) Produtos desincrustantes e enzimáticos - Os detergentes enzimáticos tem em sua 
formulação enzimas que facilitam a remoção de sujidades. Os produtos desincrustantes 
são mais utilizados para a limpeza de artigos e não de superfícies, pois os objetos 
precisam nele ficar submersos por um período de tempo; 
d) Produtos desinfetantes - Utilizados na presença de matéria orgânica visível em 
qualquer superfície e em locais e instalações que possam constituir risco de 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
contaminação para pacientes e funcionários, devido presença freqüente de descarga de 
excreta, secreção ou exsudação de material orgânico. Exemplos: banheiros, expurgos e 
qualquer local em que tenha ocorrido eliminação de matéria orgânica. Segundo a Portaria 
15/88 do Ministério da Saúde, os princípios ativos permitidos para a desinfecção das 
superfícies fixas são: fenólicos; quaternários de amônio; compostos orgânicos e 
inorgânicos liberadores de cloro ativo; iodo e derivados; álcoois e glicóis; biguanidas; 
outros princípios ativos, desde que atendam a legislação pertinente. Para lactários, os 
princípios ativos mais adequados, devido à sua baixa toxicidade, são: compostos 
inorgânicos e orgânicos liberadores de cloro ativo; hipoclorito de sódio, lítio e de cálcio. 
 
Limpeza de superfícies e outros objetos 
Carpetes, tapetes e cortinas: é recomendável que o carpete seja aspirado diariamente e 
lavado periodicamente com equipamentos especiais, como as máquinas lavadoras e 
extratoras ou a vapor d’água com extração da umidade a vácuo. Os líquidos, secreções e 
excreções devem ser imediatamente removidos, sendo que os profissionais devem ter 
condições adequadas de trabalho para a operacionalização dessas rotinas. As cortinas e 
persianas em geral, devem ser evitadas e substituídas por tratamento especial nos vidros 
ou boxes, que elimina sua transparência. 
Banheiros, pias, saboneteiras: A desinfecção de rotina de banheiros e pias é 
desnecessária, sendo suficiente o processo rigoroso de limpeza com água e detergente, 
assim como a secagem dos locais, sempre que se fizer necessário. No caso de utilização 
de banheiras, em pacientes com feridas que precisem compartilha-las, está recomendadoo processo de desinfecção ou a sua proteção com impermeáveis descartáveis a cada 
banho. Os assentos nos casos em que o paciente não tenha condições de usa-los 
adequadamente, devem preferencialmente, ser de uso individual, com limpeza freqüente, 
sendo a sua desinfecção somente necessária após a alta do paciente. São recomendados 
torneira e sabão líquido em recipientes com acionamento feito através do cotovelo ou com 
o pé ou qualquer outro método que evite o toque das mãos do usuário. 
Plantas e flores – recomenda-se sua colocação do lado de fora dos quartos dos 
pacientes ou mesmo sua proibição nas unidades de terapia intensiva, centros cirúrgicos e 
 
 
 
 
 
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outras áreas onde existam pacientes de maior risco e grande concentração de 
procedimentos invasivos. 
Paredes, janelas, portas e tetos - a limpeza de rotina destas superfícies não exige 
grande freqüência devido sua relação com a infecção hospitalar ser pequena. 
 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À FARMÁCIA HOSPITALAR 
 
 O hospital é uma organização de natureza social que tem por finalidade produzir e 
oferecer serviços de saúde à população. 
 Para uma organização se estabelecer e alcançar seu objetivo é essencial uma 
administração eficaz. 
 Os hospitais evoluíram desde pequenos grupos estruturados informalmente até as 
grandes e complexas organizações dos dias atuais. As modificações observadas 
buscaram sempre a adequação dos esforços humanos, procurando atingir os objetivos 
definidos inicialmente. Para tanto o hospital deve ser administrado segundo critérios 
absolutamente adequados, essencialmente baseados nos pressupostos que caracterizam 
a moderna administração empresarial. A farmácia como órgão inserido e integrado ao 
hospital deve seguir as mesmas diretrizes. 
 A palavra administração é de origem latina e significa "função que se desenvolve sob 
o comando do outro, um serviço que se presta ao outro". Portanto, a administração é um 
processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros 
da organização e o uso de todos os recursos organizacionais (materiais, humanos e 
financeiros) para alcançar os objetivos estabelecidos. 
 A gerência é a arte de pensar, de decidir e de agir; é a arte de fazer acontecer, de 
obter resultados. Resultados que podem ser definidos, previstos, analisados e avaliados, 
mas que têm de ser alcançados através das pessoas e numa interação humana 
constante. 
 Basicamente as funções do administrador são: planejamento, organização, direção e 
controle. Quando consideradas como um todo forma o processo administrativo. Estas 
funções estão presentes em todas as áreas funcionais e compõem o conjunto básico de 
atividades a serem desempenhadas por qualquer administrador. 
 
 
 
 
 
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PLANEJAMENTO 
 
 O planejamento é uma função fundamental do administrador, pois abrange a escolha 
das alternativas de ação e determina, também, como as outras funções serão executadas 
para alcançar as metas estabelecidas. 
 Planejar é a arte de elaborar o plano de um processo de mudança. É a forma de 
viabilizar uma idéia. Compreende um conjunto de conhecimentos práticos e teóricos 
ordenados de modo a possibilitar interagir com a realidade, programar as estratégias e 
ações necessárias, e tudo o mais que seja delas decorrente, no sentido de tornar possível 
alcançar os objetivos e metas desejados e nele preestabelecidos. 
 Atualmente, o método de planejamento mais empregado na área de saúde é o 
planejamento estratégico situacional. 
 O método de planejamento estratégico situacional trabalha com a complexidade da 
realidade e admite que não há um conhecimento único e que a explicação da realidade 
depende da inserção de cada ator que participa do problema, sendo, assim, parcial e 
múltiplo. O outro diferencial que apresenta em relação ao método tradicional é a 
abordagem de outras dimensões além da econômica, como poder, capacidade 
administrativa e conhecimento. 
 
ORGANIZAÇÃO 
 
 Com a finalidade de atingir objetivos, executar planos e possibilitar às pessoas 
trabalharem eficientemente, as atividades precisam ser agrupadas de forma lógica e 
concessões de autoridade serem feitas de modo que haja desenvolvimento do trabalho. 
Assim, quando surgirem dificuldades ou conflitos esses poderão ser entendidos e 
resolvidos. Portanto, a organização visa a arrumar e alocar o trabalho, de maneira a 
alcançar, eficientemente, os objetivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREÇÃO 
 
 A direção envolve a necessidade de conseguir que os membros da organização 
atuem de forma a ajudar a atingir os objetivos estabelecidos. 
 Liderança é o processo de dirigir e influenciar nas atividades relativas às tarefas do 
grupo. 
 A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana e é essencial em 
todas as funções da administração. Porém, a liderança é mais relevante na função de 
direção, aquela que toca mais de perto as pessoas. 
 Liderança não deve ser confundida com direção. Liderança é a influência 
interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo da comunicação 
humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos. Um bom dirigente 
deve ser um bom líder e, nem sempre, um bom líder é um bom dirigente. Os líderes 
devem estar presentes não apenas no institucional, mas em todos os níveis da 
organização e nos grupos informais de trabalho. 
 A liderança pode ser estudada sob a ótica de três grupos de teorias: teorias de 
traços de personalidade, teorias sobre estilos de liderança e teorias situacionais de estilos 
de liderança. 
 
CONTROLE 
 
 O controle se encarrega de assegurar o êxito dos planos elaborados, por meio do 
acompanhamento e da medida do progresso rumo às metas estabelecidas o que torna 
possível descobrir desvios e fazer as alterações necessárias. 
 A função controle está intimamente relacionada com as demais funções do processo 
administrativo: o planejamento, a organização e a direção repercutem intensamente nas 
atividades de controle. Muitas vezes se torna necessário modificar o planejamento, a 
organização ou a direção, para que os sistemas de controle possam ser mais eficazes. 
 O controle de qualidade total ou o gerenciamento da qualidade, de forma crescente, 
vem sendo aplicado na gestão hospitalar. A área de saúde despertou para a qualidade 
 
 
 
 
 
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em virtude dos recursos financeiros escassos, da rápida evolução da tecnologia em saúde 
e principalmente devido à competitividade e à necessidade de aumentar resultados. 
 A farmácia hospitalar deve ser analisada numa perspectiva múltipla considerando os 
aspectos inter e extra-organização, tais como poder, objetivos, estrutura, ambiente, 
processo e pessoas. Todos estes aspectos estão articulados entre si mediante um fluxo 
de trânsito duplo. 
 As atividades desenvolvidas na assistência farmacêutica são essencialmente 
atividades de serviço, concentrando, portanto, suas questões primordiais na área de 
recursos humanos. A administração do século XXI é centrada nas pessoas e no 
fortalecimento das condições do ser humano empregando os seguintesprincípios: 
 - centralização da estratégia nas pessoas: alcançada por meio da participação 
efetiva dos indivíduos na realização do planejamento, elaborando-se projetos 
fundamentados nas iniciativas humanas, direcionando-se o processo produtivo para a 
satisfação dos indivíduos. É importante a construção de cenários sustentáveis e o 
planejamento voltado para as exigências do futuro; 
 - fortalecimento da condição do ser humano -sua viabilização pode ser efetivada a 
partir da substituição do treinamento pela capacitação, na qual o condicionamento e o 
ajuste do indivíduo para o cumprimento de normas e rotinas venham a ser substituídos 
pela realização de interesses pessoal e social, despertando a responsabilidade e o 
compromisso social dos trabalhadores; 
 - busca do desenvolvimento de novos talentos -realizada por meio da estimulação da 
criatividade e em função do desenvolvimento pessoal, social e global; 
 - fortalecimento das responsabilidades individuais e coletivas -é considerado o 
caminho para a construção de uma sociedade mais solidária, já que os indivíduos 
deixarão de agir apenas em função da lucratividade das empresas, passando a atuar 
como atores sociais. 
 Neste contexto, o farmacêutico hospitalar não deve desenvolver uma ação 
administrativa que vise apenas à manutenção da disciplina no ambiente de trabalho e à 
supervisão das tarefas. É importante se empenhar, com todas as forças possíveis, na 
valorização e promoção da equipe de trabalho oferecendo-lhe condições para o progresso 
profissional e pessoal. 
 
 
 
 
 
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SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
Introdução 
 Vários segmentos têm-se preocupado com o estabelecimento de atividades que 
proporcionem o uso racional de medicamentos no âmbito hospitalar. Os benefícios da 
racionalização se expressam em sofrimentos evitados, na redução do tempo de ação da 
doença e no período de hospitalização, com repercussões econômicas para as 
instituições e a sociedade. 
 A Organização Mundial de Saúde estimula os Estados-membros para que 
estabeleçam e apliquem uma política direcionada aos medicamentos, desde suas 
especificações técnicas até as condições propícias para seu uso racional. Nos hospitais, a 
política de uso racional de medicamentos deve ser implementada pela comissão de 
farmácia e terapêutica -CFT, portanto é essencial a elaboração de uma padronização de 
medicamentos. 
 A padronização de medicamentos em um hospital deve ser o resultado concreto do 
processo de seleção de medicamentos desenvolvido na instituição e reflete seus critérios 
terapêuticos. 
 O processo de seleção de medicamentos deve cumprir o objetivo de assegurar uma 
terapêutica racional e de baixo custo. Para garantir o uso racional de medicamentos é 
necessário elaborar a lista de medicamentos padronizados e desenvolver, com muita 
intensidade e continuidade, um processo de educação farmacológica dos profissionais de 
saúde do hospital, induzindo uma reflexão crítica sobre a escolha e a utilização dos 
fármacos. 
 A difusão e o cumprimento da padronização de medicamentos são atividades que 
devem ser incentivadas pelos serviços de farmácia. 
 Os custos dos serviços de saúde em vários países estão aumentando em taxas 
alarmantes. A freqüente introdução de novos medicamentos e o uso da alta tecnologia na 
medicina são fatores que contribuem para a elevação dos custos de assistência à saúde. 
 O grande desafio para o setor saúde na próxima década será conseguir fazer a 
melhor utilização dos limitados recursos para garantir uma alta qualidade a baixo custo. 
 
 
 
 
 
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Para tal será necessário o uso de informações econômicas em todas as decisões 
relacionadas à assistência de saúde, principalmente sobre medicamentos. 
 O uso racional dos medicamentos otimiza o equilíbrio entre eficácia, segurança e 
custo da assistência hospitalar. 
 Uso racional de medicamentos é obter melhor efeito, com o menor número de 
fármacos, durante o período mais curto e com o menor custo possível. 
 No Brasil a questão dos medicamentos envolve os seguintes aspectos: 
- elevado número de medicamentos, cerca de 25 mil apresentações comerciais e 
8.000 marcas de medicamentos, para aproximadamente 2.000 princípios ativos; 
- há medicamentos sem comprovação de eficácia clínica e com inaceitável relação 
risco/benefício; 
- o elevado número de medicamentos, muito além do preconizado pela Organização 
Mundial de Saúde -OMS -, é conseqüência de inadequada política de registro e 
comercialização de produtos farmacêuticos; 
- a indústria farmacêutica exerce uma grande pressão com a propaganda de 
medicamentos, propiciando o uso irracional. 
 Essa realidade onera pacientes e instituições de saúde, pois de acordo com Lunde, 
citado por Laporte, 1989: "não se demonstrou nunca que um número infinito de fármacos 
resulta em maiores benefícios para a saúde pública do que um número mais limitado de 
produtos. Pelo contrário, a existência de um número elevado de medicamentos pode dar 
lugar à confusão em todos os níveis da cadeia do medicamento e constituir um 
desperdício de recursos humanos e de dinheiro. Este conceito deve ser a pedra angular 
de qualquer política de medicamentos que opte pela saúde. 
 O panorama atual da política de medicamentos, em nosso país, determina a 
necessidade de utilização de normas e critérios para a sua seleção. 
 
O PROCESSO DE SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
 Seleção de medicamentos é um processo dinâmico, contínuo, multidisciplinar e 
participativo. Assegura ao hospital acesso aos medicamentos mais necessários, adotando 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
critérios de eficácia, segurança, qualidade e custo. Promove a utilização racional dos 
medicamentos. 
 A seleção de medicamentos tem como objetivos principais: 
- implantar políticas de utilização de medicamentos com base em correta avaliação, 
seleção e emprego terapêutico no hospital; 
- promover a atualização e a reciclagem de temas relacionados à terapêutica 
hospitalar; 
- reduzir custos, visando a obter a disponibilidade dos medicamentos essenciais à 
cobertura dos tratamentos necessários aos pacientes. 
 A seleção de medicamentos é um processo complexo. É importante que seja 
realizado considerando a contribuição das seguintes ciências: farmacoeconomia, 
farmacoepidemiologia, farmacologia e terapêutica clínica, farmacovigilância, 
biofarmacotécnica e farmacocinética. Este enfoque multidisciplinar colabora para que os 
diversos elementos que interferem na utilização dos medicamentos sejam contemplados 
na escolha do arsenal terapêutico. 
 
VANTAGENS DA SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
 A seleção de medicamentos traz vantagens administrativas e relacionadas ao 
processo assistencial reduzindo custos e melhorando a qualidade da farmacoterapia 
desenvolvida na instituição. As vantagens da seleção de medicamentos são: 
 - aumentar a qualidade da farmacoterapia e facilitar a vigilância farmacológica; 
 - garantir a segurança na prescrição e administração do medicamento, reduzindo a 
incidência de reações adversas; 
 - disciplinar o receituário e uniformizar a terapêutica, quando possível, para 
estabelecer protocolos criteriosos; 
 - reduzir o custo da terapêutica, sem prejuízos para a segurança e a efetividade do 
tratamento; 
 - reduzir o númerode fórmulas e formas farmacêuticas; 
 - reduzir os estoques qualitativo e quantitativo; 
 - reduzir o custo da aquisição de medicamentos; 
 
 
 
 
 
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 - reduzir o custo de manutenção do estoque; 
 - facilitar a comunicação entre farmácia, equipe médica, pessoal de enfermagem e 
seções administrativas; 
 - simplificar rotinas de aquisição, armazenamento, dispensação e controle. 
 
ETAPAS DA SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
 Na implantação de um processo de seleção de medicamentos é recomendável 
seguir as seguintes etapas: 
 - conscientização da equipe de saúde através de reuniões, boletins informativos e 
outras estratégias educativas; 
 - designação da comissão de seleção de medicamentos pelo diretor clínico; 
 - levantamento do perfil nosológico; 
 - análise do nível assistencial e da infra-estrutura de tratamento existente no hospital; 
 - análise do padrão de utilização de medicamentos; 
 - definição dos critérios de seleção a serem adotados; 
 - seleção dos medicamentos, definindo a estratégia de desenvolvimento do 
formulário e os métodos a serem empregados; 
 - edição e divulgação do formulário farmacêutico; 
 - atualização periódica do formulário farmacêutico. Recomenda-se que o formulário 
seja revisado no mínimo a cada dois anos. 
 
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
 A seleção de medicamentos depende de vários fatores, destacando-se o perfil das 
patologias prevalentes, a infra-estrutura para o tratamento, o treinamento e a experiência 
da equipe disponível. 
 Os seguintes critérios devem ser empregados no processo de seleção de 
medicamentos: 
 - selecionar medicamentos com níveis elevados de evidência de eficácia clínica. As 
informações sobre segurança e eficácia devem ser obtidas através de ensaios 
 
 
 
 
 
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clínicos com delineamentos adequados à pesquisa com seres humanos. As 
metanálises também são fontes de informação importantes. 
 - eleger entre os medicamentos da mesma indicação e eficácia, aquele de menor 
toxicidade relativa e maior comodidade posológica. 
 - padronizar, resguardando a qualidade, medicamentos cujo custo do tratamento/dia 
e o custo da duração idônea do tratamento sejam menores; 
 - padronizar, do fármaco escolhido, especialidades farmacêuticas que tenham 
informações sobre biodisponibilidade e parâmetros farmacocinéticos; 
 - escolher, sempre que possível, entre os medicamentos de mesma ação 
farmacológica, um representante de cada categoria química ou com característica 
farmacocinética diferente, ou que possua característica farmacológica que 
represente vantagem no uso terapêutico; 
 - evitar a inclusão de associações fixas, exceto quando os ensaios clínicos 
justificarem o uso concomitante e o efeito terapêutico da associação for maior do que 
a soma dos efeitos dos produtos individuais; 
 - priorizar formas farmacêuticas que proporcionem maior possibilidade de 
fracionamento e adequação à faixa etária; 
 - padronizar, preferentemente, medicamentos encontrados no comércio local e 
formas farmacêuticas acondicionadas em dose unitária; 
 - realizar a seleção de antimicrobianos em conjunto com a Comissão/Serviço de 
Controle de Infecção Hospitalar, verificando a ecologia hospitalar quanto a 
microrganismos prevalentes, padrões de sensibilidade e selecionando aqueles 
antimicrobianos que permitam suprir as necessidades terapêuticas; 
 - reservar novos antimicrobianos para o tratamento de infecções por microrganismos 
resistentes a antimicrobianos padrões ou para infecções em que o novo produto seja 
superior aos anteriores, fundamentado em ensaios clínicos comparativos; 
 - padronizar medicamentos pelo nome do princípio ativo adotando a denominação 
comum brasileira - DCB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMISSÃO DE PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
 A comissão de padronização de medicamentos -CPM e a CFT são as comissões 
hospitalares responsáveis pela seleção de medicamentos. As duas comissões têm o 
mesmo objetivo, mas as atividades que desenvolvem são diferentes. O ideal é que as 
CPM se transformem em CFT. 
 A CPM é a junta deliberativa designada pela diretoria clínica com a finalidade de 
regulamentar a padronização de medicamentos utilizados no receituário hospitalar. 
 Padronização de medicamentos é a relação básica de medicamentos selecionados 
para constituir os estoques das farmácias hospitalares, objetivando o atendimento médico 
hospitalar de acordo com suas necessidades e peculiaridades locais. 
 As atribuições da CPM são: 
 - selecionar os medicamentos para uso no hospital; 
 - redigir a padronização de medicamentos e mantê-la atualizada; 
 - divulgar informações sobre medicamentos. 
 
COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA 
 
 A responsabilidade pelo desenvolvimento e supervisão de todas as políticas e 
práticas de utilização de medicamentos no hospital com intuito de assegurar resultados 
clínicos ótimos e um risco potencial mínimo é da CFT. 
 A CFT assessora a diretoria clínica nos assuntos relacionados a medicamentos e 
terapêutica e serve como elo de ligação entre a farmácia e a equipe de saúde. 
 Ações educativas, assessoria técnica e divulgação sobre medicamentos são 
realizadas pela CFT no hospital. Esta é a comissão hospitalar mais importante para a 
farmácia. A CFT dever executar as seguintes atividades no hospital: 
 - estabelecer normas e procedimentos relacionados à seleção, à distribuição, à 
produção, à utilização e à administração de fármacos e agentes diagnósticos; 
 - padronizar, promover e avaliar o uso seguro e racional dos medicamentos 
prescritos no hospital; 
 - redigir o guia farmacoterápico ou formulário farmacêutico; 
 
 
 
 
 
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 - avaliar periodicamente o arsenal terapêutico disponível, promovendo inclusões ou 
exclusões segundo critérios de eficácia, eficiência clínica e custo; 
 - normatizar procedimentos farmacoclínicos que se relacionam com a terapêutica 
medicamentosa; 
 - coordenar avaliações clínicas e estudos de consumo de medicamentos em 
pesquisa ou recém-lançados; 
 - sugerir medidas que possibilitem a disponibilidade de recursos materiais e 
humanos, assegurando a viabilidade da política de medicamentos dentro da 
instituição; 
 - disciplinar a ação dos representantes da indústria farmacêutica dentro do hospital; 
 - estudar medicamentos sob o ponto de vista clínico, biofarmacêutico e químico, 
emitindo parecer técnico sob sua eficácia terapêutica como critério fundamental de 
escolha; 
 - divulgar informações relacionadas a estudos clínicos relativos aos medicamentos 
incluídos e excluídos do formulário farmacêutico; 
 - fazer estudos e/ou revisões bibliográficas sobre medicamentos; 
 - elaborar programas de notificação e acompanhamento de reações adversas. 
 Para otimizar os trabalhos a comissão deve elaborar um regimento, definir as pautas 
das regiões e documentar as ações e deliberações. A equipe de saúde deve ser 
rotineiramente comunicada das decisões da CFT. É recomendável que a CFT se reúna 
pelo menos seis vezes ao ano. 
 
SISTEMA DE FORMULÁRIO 
 
 Formulário farmacêutico é uma publicação geralmente em formade manual que traz 
a relação atualizada de medicamentos selecionados para uso no hospital e informações 
essenciais sobre medicamentos. O formulário deve ser conciso, completo e de fácil 
consulta. A revisão do formulário deve ser periódica. 
 O sistema de formulário é um processo contínuo através do qual a farmácia e a 
equipe de saúde em conjunto com a CFT ou equivalente avalia e seleciona os 
 
 
 
 
 
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medicamentos necessários para assistência aos pacientes. Os produtos selecionados 
devem estar disponíveis na farmácia. 
 Tradicionalmente utilizado no ambiente hospitalar, o sistema de formulário começa a 
ser empregado no nível ambulatorial, principalmente por sistemas municipais de saúde e 
planos de medicina supletiva. No exterior já é comum o emprego do sistema de formulário 
por planos e seguros saúde, mas no Brasil ainda é uma prática incipiente. 
 O sistema de formulário é um poderoso instrumento para aprimorar a qualidade e 
controlar o custo da farmacoterapia. 
 A habilidade dos membros da CFT para escolher os melhores fármacos e 
conscientizar os médicos sobre a relevância da seleção é importante para o êxito da 
implementação do formulário. Os profissionais da equipe de saúde, principalmente 
médicos e enfermeiros, devem ser incentivados a participar do processo de seleção de 
medicamentos. Ampla divulgação da revisão do formulário é importante para permitir que 
os profissionais do hospital enviem sugestões. As sugestões devem ser encaminhadas 
através do formulário de inclusão e exclusão de medicamentos à secretaria da CFT. 
 Em situações clínicas específicas pode ser necessária a prescrição de 
medicamentos não incluídos no formulário. A prescrição de medicamentos não 
padronizados pode ocorrer em virtude principalmente de: 1 -pacientes com patologias 
raras; 2 -ausência de resposta terapêutica e/ou intolerância aos efeitos colaterais dos 
medicamentos padronizados; 3 -pacientes em tratamento ambulatorial com fármaco não 
padronizado cuja substituição terapêutica não é recomendável. Para atender essas e 
outras situações a comissão de seleção de medicamentos deve normatizar sobre 
prescrição de medicamentos não padronizados. 
 A estratégia mais empregada é a justificativa da necessidade em formulário próprio. 
Conforme modelo abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Solicitação de Revisão da Padronização de Medicamentos 
 
INCLUSÃO ( ) EXCLUSÃO ( ) 
2.2 Nome do Fármaco: ________________________________________________________ 
2.3 Nome(s) Comercial(is): ____________________________________________________ 
2.4 Fabricante(s): ____________________________________________________________ 
2.5 Forma(s) farmacêutica(s) e concentração(ões) a incluir ou excluir: 
-Comprimido - Cápsula - Injetável - Xarope - Elixir 
- Solução Oral - Creme - Pomada - Supositório - Outros 
5. Indicações Terapêuticas Principais: 
____________________________________________ 
Outras Indicações: ____________________________________________________________ 
6. Classe(s) Terapêutica(s): _____________________________________________________ 
7.Esquema terapêutico recomendado: ___________________ ______________________ 
 Pediatria Adultos 
Duração do tratamento: ________________________________________________________ 
8. Justificativa da escolha em relação a outro substituto incluído na padronização: 
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
9. Qual(is) medicamento(s) padronizado(s) será(ão) excluído(s) com a inclusão proposta: 
___________________________________________________________________________ 
10. Efeitos observados: ________________________________________________________ 
Benefícios: _________________________________________________________________ 
Reações adversas: ____________________________________________________________ 
11. Relacionar as contra-indicações, advertências e toxicidade associadas ao uso ou abuso do 
medicamento: 
___________________________________________________________________________ 
12. Citar e enviar cópias de no mínimo três ensaios clínicos randomizados, controlados por 
medicamentos padrões ou placebo publicados em revistas científicas reconhecidas 
internacionalmente, que demonstrem a eficácia e a efetividade do fármaco cuja inclusão está sendo 
solicitada ou referências bibliográficas de livros-texto. No caso de exclusão, devem ficar igualmente 
bem fundamentadas a ineficácia ou a toxicidade do medicamento a ser retirado. 
 
 
 
 
 
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1- _________________________________________________________________________ 
Autor principal, titulo do artigo, revista, ano, vol, página. 
2- _________________________________________________________________________ 
Autor principal, título do artigo, revista, ano, vol, página. 
3- _________________________________________________________________________ 
Autor principal, título do artigo, revista, ano, vol., pag. 
OBS: Em caso de exclusão preencher somente os itens 1,2,3,4,11,12 
Solicitante: ___________________________________ Data: ____/_____/________ 
Chefe do Serviço ou Unido de Internação: Data: _____/______/__________ 
 
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DE FORMULÁRIO FARMACÊUTICO 
FORMULÁRIO POSITIVO 
 
 É empregado em situações nas quais a instituição não dispõe de processo de 
seleção de medicamento. O formulário é desenvolvido paralelamente à estruturação da 
política de seleção de medicamentos. A relação de medicamentos padronizados é 
constituída com base nos critérios de seleção definidos; é um método que requer muito 
trabalho mas fornece bons resultados. As classes terapêuticas e os respectivos fármacos 
são definidos gradativamente e não consideram a relação de fármacos disponíveis na 
instituição. Em hospitais em fase de implantação freqüentemente o formulário é 
desenvolvido dessa forma. 
 
FORMULÁRIO NEGATIVO 
 
 Consiste em relacionar os fármacos disponíveis no estoque da instituição e, em 
seguida, agrupar por classes terapêuticas. A próxima etapa é a eliminação de fármacos 
com mesmo sal ou éster. Em seguida define as classes terapêuticas mais relacionadas ao 
perfil assistencial. A relação de fármacos a serem incluídos em cada classe terapêutica é 
definida apoiada nos critérios de seleção. É um processo fácil de ser desenvolvido, 
entretanto, pode acarretar um formulário com número elevado de fármacos. Para evitar 
este problema deve-se preocupar não apenas em estabelecer os fármacos 
 
 
 
 
 
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desnecessários ao hospital, mas, principalmente, definir os fármacos necessários e que 
apresentam evidência científica. 
 Este processo tem grande aplicação em hospitais que não possuem padronização 
de medicamentos. 
 
MÉTODOS DE SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
 O método consiste na avaliação comparativa de fármacos de uma determinada 
classe terapêutica. O farmacêutico, com o suporte do centro de informações de 
medicamentos, elabora uma monografia de fármacos de classe terapêutica em análise. A 
monografia deveser realizada com base em uma ampla revisão da literatura. Um 
informativo técnico sintético deve ser encaminhado a CFT visando subsidiar as 
deliberações. No informativo é recomendável incluir tabelas para facilitar a comparação e 
enfocar, principalmente, as indicações, eficácia clínica, posologia, reações adversas, 
ensaios clínicos, níveis de evidência do uso terapêutico e custo. 
 Os aspectos mais importantes a serem abordados numa monografia para subsidiar a 
seleção de medicamentos são apresentados abaixo: 
Informações importantes para Avaliação de Medicamentos 
- Identificação do medicamento: 
denominação comum brasileira e/ou denominação comum internacional 
especialidades farmacêuticas 
formas farmacêuticas 
fornecedores 
- Classe farmacológica (o ideal é empregar a classificação anatômico-terapêutica clinica -
ATC) 
- Indicações terapêuticas do medicamento autorizadas no paIs e outras indicações do 
medicamento aprovadas em outro paIs de referência (geralmente são utilizadas como 
referância as autorizações do FDA) 
- Farmacologia clinica 
- Farmacocinética 
- Reações adversas 
-Cuidados, precauções e contra-indicações 
- Esquemas posológico, inclusive em situações especiais: neonatologia, pediatria, geriatria, 
gestação, insuficiência renal ou hepática e outras. 
- Ensaios clínicos publicados na literatura e, se disponíveis, metanálises 
- Comparação com alternativas terapêuticas incluídas na padronização 
- Custo do tratamento e análise do impacto econômico na instituição 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores. 
 Análise de decisão clínica é uma abordagem quantitativa que auxilia a tomada de 
decisões definindo o modo mais efetivo de lidar com problemas específicos. 
 Os medicamentos novos, freqüentemente oferecem poucas vantagens em relação 
aos antigos, Entretanto pode diferir em segurança, esquema de administração e custo. 
Em conseqüência dessa homogeneidade das características dos fármacos, a seleção de 
medicamentos pode se tomar subjetiva, Na seleção de medicamentos é necessário um 
método objetivo e quantitativo que abranja todas as variáveis que influenciam na seleção 
do fármaco adequado. 
 
SISTEMA DE ANÁLISE DE AVALIAÇÃO POR OBJETIVO - SOJA (SYSTEM OF 
OBJECTIFIED JUDGMENT ANALYSIS) 
 
 Seleção racional de medicamentos é importante na elaboração do formulário 
farmacêutico. Além dos critérios racionais de seleção de medicamentos (eficácia clínica, 
custo, tolerância, esquema de administração etc.), fatores emocionais, financeiros e 
relacionados ao marketing farmacêutico interferem na seleção de medicamentos. O 
processo de tomada de decisão é uma alternativa para excluir a interferência desses 
fatores. 
 O SOJA é um método de tomada de decisão para seleção de medicamentos. A 
metodologia SOJA consiste na definição prospectiva de critérios de avaliação para uma 
determinada classe terapêutica. A extensão com que cada fármaco preenche o critério é 
analisada. A cada critério é atribuído um peso relativo; quanto maior a relevância do 
critério, maior o peso. Um painel de especialistas escolhidos pela CFT estabelece o peso 
relativo de cada critério e o valor relativo para o fármaco frente ao critério. 
 No método SOJA os seguintes critérios de avaliação do fármaco devem ser 
incluídos: 
 - custo; 
 - eficácia clínica; 
 - incidência e severidade de efeitos adversos; 
 - esquema posológico; 
 - interações medicamentosas; 
 
 
 
 
 
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 - estudos clínicos, indicações aprovadas e tempo de comercialização; 
 - farmacocinética; 
 - aspectos farmacêuticos; 
 - critérios específicos da classe terapêutica. 
 A pontuação total do SOJA é de 1.000 pontos, que são divididos entre os critérios 
considerados relevantes para classe terapêutica em estudo. 
 A principal vantagem do SOJA é selecionar os medicamentos empregando 
exclusivamente critérios racionais. O método subsidia as decisões da CFT tornando o 
processo de tomada de decisão mais concreto. 
 
O CUSTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E A COMISSÃO DE FARMÁCIA E 
TERAPÊUTICA 
 
 A meta da CFT deve ser estimular níveis econômicos de despesas com 
medicamentos, evitando gastos que resultam em elevação desnecessária do custo do 
tratamento, sem contribuir com retorno à saúde do paciente. 
 A CFT para atingir esta meta deve adotar as seguintes estratégias: 
 - garantir, através de medidas educativas e programas de estudo de utilização, que 
os medicamentos selecionados estão sendo adequadamente prescritos; 
 - incentivar o uso do medicamento mais barato quando a eficácia e a segurança 
forem equivalentes; 
 - contribuir, com o serviço de farmácia, elaborando revisões periódicas das diversas 
classes de fármacos, fazendo alterações visando garantir que os medicamentos 
usados no hospital irão refletir a terapêutica mais econômica; 
 - promover a utilização eficiente dos medicamentos, adotando mecanismos de 
restrição de fármacos para serviços específicos, situações clínicas determinadas e 
credenciamento de médicos autorizados a prescrever. 
 Os administradores hospitalares e farmacêuticos têm observado que uma grande 
parte da elevação das despesas dos hospitais nos últimos anos é devida às farmácias. 
Entretanto, muitas das causas são por fatores externos e a CFT é vista como um 
instrumento com capacidade para controlar os fatores internos. O sistema de formulário 
 
 
 
 
 
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oferece excelente controle dos fármacos utilizados no tratamento dos pacientes. O 
reconhecimento deste controle pelos administradores freqüentemente resulta em pressão 
para CFT priorizar a redução de custos devidos aos enormes gastos com medicamentos. 
Mas a CFT deve conscientizar os administradores que a redução dos gastos não pode 
ocorrer em detrimento da qualidade da farmacoterapia prestada ao paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------ FIM MÓDULO I ----- 
 
	Nutrição enteral 
	ADMINISTRAÇÃO APLICADA À FARMÁCIA HOSPITALAR 
	PLANEJAMENTO 
	ORGANIZAÇÃO 
	DIREÇÃO 
	CONTROLE 
	SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
	Introdução 
	O PROCESSO DE SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
	VANTAGENS DA SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
	ETAPAS DA SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
	CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
	COMISSÃO DE PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
	COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA 
	SISTEMA DE FORMULÁRIO 
	 
	Solicitação de Revisão da Padronização de Medicamentos 
	FORMULÁRIO NEGATIVO 
	MÉTODOS DE SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS 
	Informações importantes para Avaliação de Medicamentos

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