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RESUMO DIREITO CIVIL CONTRATOS DE COMPRA E VENDA E DOAÇÃO

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RESUMO DIREITO CIVIL CONTRATOS AP2 2018.1 – GABRIEL CARVALHO E PASSOS	
COMPRA E VENDA
Generalidades: É um contrato bilateral, no qual uma das partes (vendedor) tem a obrigação de transferir o domínio do objeto contratual para a outra parte (comprador), porquanto essa se obriga a pagar um preço por tal objeto transferido.
-O contrato de compra e venda pode ter por objeto bens de todas as naturezas: corpóreos (móveis e imóveis) bem como os incorpóreos (para a alienação destes utiliza-se o termo cessão) ex: cessão de credito, cessão de direitos hereditários..
OBS: Em síntese bens corpóreos são os bens possuidores de existência física, são concretos e visíveis. Ex: janela, casa, automóvel etc..Os bens incorpóreos não possuem existência física (direitos autorais, crédito, vida, saúde, liberdade etc) 
-O contrato de compra e venda tem caráter obrigacional. Por ele, os contratantes apenas obrigam-se reciprocamente. Mas a transferência do domínio depende de outro ato: a tradição para os móveis (art 1226 e 1267 CC) e o registro para os imóveis (art. 1227 e 1245 cc).
Obs: Tradição é a entrega da coisa ao adquirente, com a intenção de lhe transferir a sua propriedade ou posse. Conforme regula o “caput” o artigo 1267 do diploma civil, “a propriedade das coisas não se transfere pelos neg. jurídicos antes da tradição. Contratos como a compra e venda e a doação por si só, não tem o condão de gerar a aquisição da propriedade móvel, o que somente ocorre com a entrega da coisa. 
Alienação fiduciária: É uma exceção, pois transfere o domínio independente da tradição (cc.1361)
Natureza jurídica: 
Contrato bilateral (sinalagmático): reciprocidade de obrigações. Vendedor – transferência do domínio; Comprador – pagamento do preço.
Oneroso: ambos obtém proveito, o qual corresponde a um sacrifício (pagamento e recebimento da coisa /perda da coisa e recebimento do pagamento)
Comutativo ou aleatório: comutativo porque de imediato se apresenta certo o conteúdo das prestações reciprocas; as prestações são certas e as partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, malgrado se transforme em aleatório quando tem por objeto coisas futuras ou coisas existentes, mas sujeitas a risco
Solene ou não solene: tem caráter solene quando, além do consentimento, a lei exige uma forma para sua celebração, como sucede na compra e venda de bens imóveis, em que a lei reclama a escritura publica (cc, art 108)
Consensual: É em regra consensual, em oposição aos contratos reais, porque se aperfeiçoa com o acordo de vontades, independente da entrega da coisa, consoante dispõe o art. 482 cc
Elementos da Compra e Venda:
A coisa, o preço e o consentimento – Deve ser levado em conta, os elementos comuns dos negócios jurídicos como os requisitos de existência e validade, pois estes são comuns a todas espécies de contratos.
CONSENTIMENTO: 
É a manifestação volitiva expressa pelo individuo de celebrar o contrato em apreço. O consentimento pressupõe capacidade das partes para vender e comprar e deve ser livre e espontâneo. Sob pena de anulabilidade (por ex. se houver vicio resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores), bem como deve recair sobre os outros dois elementos: a coisa e o preço.
Não basta a capacidade genérica para os atos da vida civil. Para vender exige-se também a especifica para alienar, pois o cumprimento da obrigação de entregar a coisa pressupõe poder de disposição do vendedor. No tocante ao comprador, basta a capacidade de alienar-se.
Hipóteses de falta de legitimação: ex: é anulável a venda de ascendente e descendente sem que os demais descendentes e o conjugue (exceto separação de bens) expressamente o consintam.
O art. 497 do CC por sua vez, impõe restrições à aquisição de bens por tutores, testamenteiros e outras pessoas, encarregadas de zelar pelo interesse dos vendedores. 
OBS: Não se tem exigido o requisito do consenso na compra e venda feita por incapazes, especialmente quando estes adquirem produtos no mercado de consumo para sua utilização pessoal. Em se tratando de ato dotado de ampla aceitação social, deve ser enquadrado como ato-fato jurídico, a lei encara como fato, sem levar em consideração a vontade, a intenção ou a consciência !!!!
PREÇO:
É o segundo elemento essencial da compra e venda. Deve ser
a)Certo
b)Real
c)Verdadeiro
Sem a sua fixação, a venda é nula. É determinado em regra pelo livre debate entre os contraentes, conforme as leis de mercado. Mas se não for deste logo determinado deve ser ao menos determinável, mediante critérios objetivos estabelecidos pelos próprios contraentes.
Formas de determinação do preço: o preço do custo, o preço em vigor no dia da expedição, a melhor oferta, o preço do costume etc.. O que não se admite é a indeterminação absoluta do preço, ou deixa-lo a livre arbítrio de uma das partes.
-O art 485 do CC permite que a fixação do preço seja deixada a arbítrio de terceiro designado pelos contraentes. O terceiro age como mandatários destes, não se exigindo capacidade especial. Não é ele propriamente um avaliador da coisa, mas um arbítrio escolhido pelos interessados.
-O art 486 permite a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado lugar
-O art. 487 do CC permite que o preço possa ser fixado em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
-O art 488 Permite a fixação do preço com a sujeição das partes ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor, se não houver tabelamento oficial. Se houver tabelamento oficial, fica afastada a manifestação da vontade
O preço deve ser pago em dinheiro, como prescreve o art 481, in fine, do CC ou redutível a dinheiro: entendendo-se como tal o pagamento efetuado por meio de titulo de credito. Se for pago mediante entrega de algum objeto, teremos contrato de troca ou permuta; se mediante prestação de serviço, o contrato será inominado. Quando o pagamento é estipulado parte em dinheiro e parte em outra espécie, a configuração do contrato como compra e venda ou como troca é definida pela predominância de uma ou de outra porcentagem.
O preço deve ser sério e real, correspondente ao valor da coisa, e não vil ou fictício. A venda de um apartamento por R$1,00 constitui, na verdade, doação. Não se exige, contudo, exata correspondência entre o valor real e o preço pago, pois muitas pessoas preferem negociar o bem por preço abaixo do valor para vende-lo rapidamente.
COISA
A coisa é o objeto da prestação do vendedor, ou ainda, qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (art.3º §1º CDC). A coisa, objeto do contrato de compra e venda deve atender aos requisitos
Existência: (podem ser atuais ou futuras, desde que as últimas possam ser determináveis)
Individualização (devem ser determinadas ou suscetíveis de determinação, uma vez que a entrega irá incidir sobre a coisa individualizada)
Disponibilidade: A coisa deve estar disponível para a venda, ou seja, não pode estar fora do comercio. São estas as insuscetíveis de apropriação ou ilegalmente inalienáveis, seja por força de lei ou clausula imposta em contratos. Ex: venda de órgãos.
É nula a venda de coisa inexistente. São suscetíveis de vendas as coisas atuais e futuras, corpóreas e incorpóreas (Ex: venda de bezerro da vaca prenhe). Venda de coisas incorpóreas, como credito e direito à sucessão, são denominadas cessão.
O objeto deve ser determinado ou suscetível de determinação no momento da execução: Admite-se a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e quantidade (art 243) que será determinada pela escolha, bem como venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a concentração de débito.
EFEITOS DA COMPRA E VENDA art 481
Gerar obrigações reciprocas para os contratantes; para o vendedor, a de transferir o domínio de certa coisa, e para o comprador, a de pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Acarretar a responsabilidade do vendedor por vícios redibitórios e evicção
A compra e venda não é contrato translativo,pois o vendedor apenas promete transferir a posse e a propriedade ao adquirente. O contrato gera obrigações, mas não produz o efeito de transferir a propriedade. O vendedor não transfere, e sim, promete transferir. 
O descumprimento da obrigação de transmitir o domínio (acordo de transmissão) mediante a tradição ou o registro caracteriza o inadimplemento, possibilitando a resolução do contrato do qual é oriunda, com o retorno das partes ao statu quo, podendo o adquirente optar pelo ajuizamento da ação de obrigação de fazer ou ação de adjudicação compulsória. (transferência obrigatória)
EFEITOS SECUNDÁRIOS OU SUBSIDIÁRIOS
A responsabilidade pelos riscos:
Até a tradição dos móveis e do registro de imóveis, a coisa pertence ao vendedor. Os ricos da coisa perecer ou se danificar, até esse momento, correm por sua conta (res perit domino) e os do preço, se perder, por conta do comprador. Art 492 cc
Se já houve transferência do domínio, pela tradição ou pelo registro, quem sofre as consequências pelo perecimento é o comprador; e da perda do dinheiro, depois de pago, é o vendedor.
Repartição de despesas art 490
Pode no entanto, em face da autonomia da vontade, ser adotado outra solução, de comum acordo, carreando p.ex, ao vendedor todos os ônus, inclusive arcar com o pagamento das despesas da própria escritura e registro. Despesas de tradição são as efetuadas com o transporte da coisa e sua entrega no domicilio do comprador, ou outro lugar por ele indicado. Pode ser convencionado que incumbe ao adquirente retirá-la no endereço do vendedor, fornecer embalagem mais segura ou veiculo adequado para seu transporte.
Direito de reter a coisa ou o preço art 491
Se o vendedor não está em condições de entregar a coisa, deve o comprador se precaver, consignando o preço. Porém, tem o comprador, salvo pacto em contrário, o dever de receber a coisa comprada, ou retirá-la materialmente, liberando o vendedor, se não o faz, isto é, se não recebe a coisa que se lhe oferece devidamente, incorre não somente em mora accipiendi, mas também em mora debendi em relação ao seu dever de receber.
LIMITAÇÕES Á COMPRA E VENDA – falta de legitimação (não se confunde com capacidade) art 496
Venda de ascendentes a descendentes
A lei não distingue entre bens moveis e imóveis, nem proíbe a venda feita por descende e ascendente. O legislador, ao dispor que os ascendentes não podem vender aos descendentes, referiu-se a todos (filho, neto, bisneto) e não só aos descendentes que estiverem na condição de herdeiro.
É possível, portanto, conforme preleciona o art. 496, e válida, a compra e venda feita de ascendente a descendente com o consentimento expresso dos demais descendentes, bem como, do conjugue do alienante. Assim, no caso de venda ao neto, todos os filhos vivos, incluindo o pai ou a mãe do comprador, seus tios e os demais netos do vendedor devem anuir. A finalidade dessa proibição é evitar fraudes, doações disfarçadas de compra e venda, p ex.
Questão controvertida diz respeito a compra e venda sem o consentimento do descendente que ainda não era legitimado até o momento (p.ex o filho que veio a ser descoberto posteriormente em razão de ação de reconhecimento de paternidade). Parece razoável entender que em casos como este, e naqueles em que os filhos já reivindicam o reconhecimento da paternidade, se deve reconhecer a sua legitimidade para pleitear a anulação da venda feita sem sua anuência.
Somente será dispensável o consentimento do cônjuge se o regime de bens for a da separação obrigatória. A anuência para a venda deve ser expressa
A venda realizada com inobservância do 496 do CC é anulável, estando legitimados para a ação anulatória os descendentes preteridos. Legitimados para arguir a anulabilidade de venda são os demais descendentes e o conjugue do devedor. Embora não mencionado expressamente, o companheiro, por equiparado ao conjugue, também goza de legitimidade.
Ainda que somente um dos interessados tenha tomado a iniciativa da ação, a anulabilidade do contrato a invalidade por inteiro e não apenas em face do seu autor. Não tendo o CC indicado prazo para que a demanda seja proposta, aplica-se a regra geral do art. 179 do CC, sendo de dois anos o prazo a se contar da data da conclusão do ato. Esse prazo é decadencial. 
2. AQUISIÇÃO DE BENS POR PESSOA ENCARREGADA DE ZELAR PELO INTERESSE DO DEVEDOR: Art 497
Embora em regra a compra e venda possa ser efetuada por qualquer pessoa capaz, o CC recusa legitimação a certas pessoas, encarregadas de zelar pelo interesse dos vendedores, para adquirir bens pertencentes a estes. A intenção é manter a isenção de animo naqueles que, por dever de oficio ou profissão, tem de zelar por interesses alheios, como o tutor, o curador, o administrador, o empregado publico, o juiz e outros que foram impedidos de comprar bens de seus tutelados, curatelados, etc* Pena de nulidade.
Essas proibições tem como fundamento a presunção de aproveitamento desleal da situação, na aquisição de bens confiados à sua gestão ou administração, em virtude da especial das posições a que se refere o texto da lei. A proibição, no caso, é ABSOLUTA!!!
3. VENDA DE PARTE INDIVISA EM CONDOMINIO
O condômino, como todo proprietário, tem o direito de dispor da coisa. Todavia, se o bem comum for indivisível, a prerrogativa de vende-lo encontra limitação no art 504, CC. 
O condômino preterido pode exercer o seu direito de preferencia pela ação de preempção, ajuizando-a no prazo decadencial de 180 dias, contados na data em que teve ciência da alienação, e na qual efetuará o deposito do preço pago, havendo para si a parte vendida ao terceiro.
A venda da parte indivisa a estranho somente se viabiliza, portanto, quando:
For comunicada previamente aos demais condôminos
For dada preferencia aos demais condôminos para aquisição da parte ideal, pelo mesmo valor que o estranho ofereceu
Os demais condôminos não exercerem a preferencia dentro do prazo legal. O direito de preferencia é de natureza real, pois não se resolve em perdas e danos. O condômino que depositar o preço haverá para si a parte vendida. Tal não ocorrerá se este fizr contraproposta diferente da que ofereceu o estranho
Se a coisa é divisível, nada impede que o condômino venda a sua parte a estranho, sem dar preferencia aos seus consortes, pois estes se não desejarem compartilhar o bem com aquele, poderão requerer sua divisão.
Até a partilha, o direito dos coerdeiros quanto à propriedade e posse da herança é indivisível e regula-se pelas normas relativas ao condomínio. Podem portanto, exercer o direito de preferencia em caso de cessão de créditos hereditários e estranhos.
Venda entre conjugues
Um conjugue, qualquer que seja o regime de bens do casamento, exceto na separação absoluta, só estará legitimado a alienar, hipotecar ou gravar de ônus reais os bens imóveis depois de obter a autorização do outro, ou o suprimento judicial de seu consentimento.
Pelo que depreende o art 499, nada mais impede, portanto que o conjugue aliene ao outro, bens que estejam sob sua titularidade exclusiva, fora da comunhão. Na realidade, no regime da comunhão universal, tal venda mostra-se inócua, pois, além do que já foi dito, o numerário utilizado sairia do patrimônio comum. Mas nos demais regimes o sistema não impõe proibição. Inadmissível, todavia, a doação entre conjugues, casados no regime da separação legal ou obrigatória, por desvirtuar as suas características e finalidades.
VENDAS ESPECIAIS
VENDA MEDIANTE AMOSTRA
Amostra é o mesmo que paradigma. Constitui reprodução integral da coisa vendida, com suas qualidades e características, apresentada em tamanho normal ou reduzido. Se a mercadoria entregue não for em tudo igual à amostra, caracteriza-se o inadimplemento contratual, devendo o comprador protestar imediatamente, sob pena do seu silencio ser interpretado como havido correta e definitiva entrega.
VENDA AD CORPUS E AD MENSURAM
Essa regra aplica-se somente à compra e venda de imóveis
Venda ad mensuram (por medida), é aquela em que o preço é estipuladocom base nas dimensões do imóvel (p. ex, tal preço por alqueire). A venda é ad mensuram, pois, quando se determina o preço de cada unidade, de cada alqueire, de cada hectare ou metro quadrado. Se se verifica, em posterior medição, que a área não corresponde às dimensões dadas, tem o comprador o direito de exigir sua complementação. Somente se esta não for possível, por não ter o vendedor área remanescente contigua, é que se abre para aquele a opção de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. Não pode ser pleiteada a resolução da avença ou abatimento do preço se puder ser feita essa complementação. Inexistente essa possibilidade, abre-se então a possibilidade do comprador ajuizar a ação redibitória ou estimatória.
Se invés de faltar, houver excesso de área, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso, sob pena de caracterizar-se o enriquecimento sem causa. (art 500 §2º CC). Neste caso, o direito de escolhe das duas alternativas legais não cabe ao vendedor, mas é um direito potestativo do comprador complementar o preço correspondente ao excesso, ou devolver a parte que excedeu do imóvel.
Na venda ad corpus (por inteiro), o imóvel é adquirido como um todo, como corpo certo e determinado (ex: chácara palmeiras), caracterizado por suas confrontações, não tendo nenhuma influencia na fixação do preço às suas dimensões. Presume-se que o comprado adquiriu a área pelo conjunto que lhe foi mostrado e não em atenção à área declarada.
Não exige a lei, para que uma venda se caracteriza como ad corpus que o contrato o diga expressamente. O juiz, para decidir sobre sua natureza, se ad mensuram ou ad corpus, deve apurar a real intenção das partes, consultando o contrato.
O §1º do art. 500 diz que se presume meramente enunciativas as dimensões dadas quando a diferença não exceder de um vigésimo da área total enunciada. Um vigésimo corresponde a 5% da extensão total. Diferença tão pequena não justifica o litigio, salvo se convencionado o contrario.
Na venda ad corpus, compreensiva de corpo certo e individualizado, presume-se que o comprador teve uma visão geral do imóvel e a intenção de adquirir precisamente o que se continha dentro de suas divisas. A referência à metragem ou extensão é meramente acidental. O preço é global, pago pelo todo vistoriado.
CLAUSULAS ESPECIAIS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
RETROVENDA art. 505
Constitui um pacto adjeto do contrato de compra e venda, pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que está sendo alienado, em certo prazo (decadencial de 3 anos), restituindo o preço, mais as despesas feitas pelo comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Deve ser feita através de clausula expressa.
A retrovenda pode ser estipulada com prazo máximo de 3 anos. As partes podem estipular prazo menor, se não for colocado prazo vale a regra de 3 anos, se o prazo for colocado além do limite legal, não será nula nem anulável a clausula, porém, somente gerara efeitos por 3 anos da celebração do contrato. Fixado pelas partes ou presumido pela lei, o prazo é sempre decadencial, e por isso, insuscetível de suspensão ou interrupção. Art. 506
2) VENDA A CONTENTO OU SUJEITA PROVA
A venda a contento do comprador constitui pacto adjeto (clausula que forma uma convenção acessória dentro de uma principal), a contratos de compra e venda relativos, em geral, a gêneros alimentícios, bebidas finas e roupas sob medida. A compra e venda não se aperfeiçoa enquanto não houver a manifestação de agrado do potencial comprador.
Nessa modalidade, o comprador precisa experimentar e aprovar o bem antes de comprar, um exemplo disso é a degustação de um vinho, esse sendo aprovado, aperfeiçoa-se o contrato.
A contento, é aquele que exige a plena satisfação do comprador para finalizar o contrato (condição suspensiva até a satisfação) art 509 CC
Assim pode-se afirmar que a venda a contento é uma estipulação que favorece o comprador, subordinando o aperfeiçoamento do negocio à sua opinião pessoal e gosto. Não está em jogo a qualidade ou utilidade objetiva da coisa.
Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.
3-PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA
É o pacto adjeto à compra e venda, pelo qual o comprador de uma coisa, móvel ou imóvel, se obriga a oferece-la ao vendedor, na hipótese de pretender futuramente vende-la ou dá-la em pagamento, para que este use do seu direito atribuído ao vendedor de se substituir ao terceiro nos mesmos termos e condições em que este iria adquirir a coisa. Art 513
Art 513. A preempção, ou preferencia, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. P. Único. O prazo para exercer o direito de preferencia não pode exceder 180 dias para móveis e 2 anos para imóveis.
PREEMPÇÃO X RETROVENDA: Na retrovenda, o vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobra-la independente da vontade do comprador, não se podendo falar em preferencia por inexistir terceiro ou estranho com quem dispute a primazia.
A preferencia do condomínio na aquisição de parte indivisa (art.504) e a do inquilino, quanto ao imóvel locado posto à venda, são exemplos de preferencia ou prelação legal. Os arts 5013 e 520 do CC, tratam porém, da preferencia convencional, resultante do acordo de vontades.
Art 515 > Aquele que exerce a preferencia está, sob pena de a perder, obrigado a pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado. 
Art 518 > Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe ofereceu. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.
Art 520 > O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros
O prazo para o exercício da preempção pode ser convencionado por lapso não excedente a 180 dias, se a coisa for móvel, ou 2 anos se a coisa for imóvel.
O pacto de preferência depende da existência de clausula expressa, não se admitindo preferência tácita. 
Esse direito é personalíssimo, a morte da pessoa extingue a obrigação.
4- VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO
A venda com reserva de domínio constitui modalidade especial de venda de coisa móvel, em que o vendedor tem a própria coisa vendida como garantia do recebimento do preço. Só a posse é transferida para o adquirente. A propriedade permanece com o alienante e só passa àquele após o recebimento integral do preço.
Nesse caso, o comprador, enquanto pendente o pagamento das prestações, é mero possuidor a titulo precário. Pode, no entanto, desfrutar da coisa, como lhe aprouver, bem como praticar todos os atos necessários á conservação de seus direitos, valendo-se, se necessário, dos interditos possessórios para a sua defesa contra as turbações de terceiros ou do próprio vendedor. Pode, inclusive, vender ou ceder a terceiro o direito expectativo, com efeitos de assunção de divida (art. 299 CC) com o consentimento do credor
Art 522: a clausula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicilio do comprador para valer contra terceiros
Art 523: Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na duvida, decide-se a favor do terceiro de boa-fé.
Art 524. A transferência de propriedade ao comprador da-se no momento que preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando foi entregue
Art 525. O vendedor somente pode executar a clausula após o comprador estiver em mora, mediante interpelação judicial
Arts 526, 527 e 528 – Daruma rápida lida
Essa clausula é muito conhecida, muito utilizada na venda de veículos financiados por instituições bancarias, onde o veiculo fica alienado, ou seja, com reserva de domínio.
5- VENDA SOBRE DOCUMENTOS
Tem por finalidade dar maior agilidade aos negócios mercantis que envolvam vendas de mercadorias e, por sua natureza, pode ter por objeto apenas bens móveis.
Nela, o vendedor, entregando os documentos, libera-se da obrigação e tem direito ao preço; e o comprador, na posse justificada de tal documento, pode exigir do transportador ou depositário
Art 529 – Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu titulo representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato, ou no silencio deste, pelos usos. P Único: Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já tiver sido comprovado.
Veja que o que impede do vendedor vender novamente para outra pessoa é a publicidade dos documentos, não existe justa causa para emissão de segunda via. Nessa clausula a tradição é fictícia, ou seja, é entregue os documentos que representam a coisa, estes correspondem a propriedade do bem
Art. 530 – Não havendo estipulação em contrario, o pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos
Art 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar ápolice de seguro que cubra os risco do transporte, correm este à conta do comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa
Art 522. Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento bancário, caberá a este efetua-lo contra a entrega dos documentos, sem obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual não responde.
P único: Nesse caso, somente após a recusa do estabelecimento bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor pretende-lo, diretamente do comprador.
DOAÇÃO
CONCEITO
Transmissão voluntária de uma coisa ou de um conjunto delas, que faz uma pessoa (doador), em favor de outra (donatário), sem receber nada como contraprestação.
CARACTERÍSTICAS
-Natureza contratual
-Animus Donandi
-A transferência de bens para o patrimônio do donatário
-a aceitação do donatário
Natureza Contratual – refere-se ao fato do CC adotar como um contrato, devido ao fato de ser necessário a sua forma.
Animus Donandi – Animo do doador de fazer uma liberalidade, essencial no contrato de doação é a intenção de doar, é a ação desinteressada de dar a outrem sem estar obrigado.
Transferencia do bem ao donatário – É o elemento objeto da doação. A vantagem deve ser patrimonial 
Aceitação – Indispensável para o aperfeiçoamento do contrato, pode ser expressa ou tácita (será expressa quando manifestada de forma escrita ou verbal, e tácita quando resultar do comportamento do donatário)
A presunção da doação decorre da lei, quando: o doador fixa prazo ao donatário para declarar se aceita ou não a liberalidade (art 539 CC)
-Encargo Ex: Quando a doação é feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, e o casamento se realiza. A celebração gera presunção de aceitação, não podendo ser arguida sua falta. (art 546 CC)
ESTRUTURA
É um contrato em regra, gratuito, unilateral e formal.
É gratuito porque constitui uma liberalidade, não sendo imposto qualquer ônus ou encargo ao beneficiário. Será no entanto oneroso se houver tal imposição.
Unilateral porque cria obrigação para somente uma das partes. Contudo será bilateral quando modal ou encargo. Formal porque se aperfeiçoa com o acordo de vontades e a forma escrita, independente da entrega da coisa.
REQUISITOS
Requisito Subjetivo: Capacidade
A capacidade do doador será como regra, a mesma dos atos da vida civil, pois aos incapazes não há como conhecer o animus donandi. Os contraentes podem apresentar capacidade ativa ou passiva.
A capacidade ativa é a capacidade de doar e está sujeita a limitações:
a)Os absoluta e relativamente capazes não poderão em regra, doar, nem mesmo por meio de representantes legais, pois as liberalidades não são feitas no interesse do representado. O representante não pode efetivar negócios aleatórios nem a titulo gratuito.
A capacidade passiva é a capacidade necessária para receber a doação. Quando se trata de doação pura e simples não há nada que impeça o incapaz de receber a doação, pois o CC diz que “Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que trate de doação pura”
Art 542 – Pode doar a nascituro, desde que aceito pelo seu representante legal.
Requisito Objetivo: o Objeto da doação
O objeto precisa estar in commercio, precisa ser comercializável como bens móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos, presentes ou futuros
ESPECIES DE DOAÇÃO
Doação Pura e simples: Quando o doador não impõe nenhuma restrição ou encargo ao beneficiário, nem subordina a sua eficácia a qualquer condição. O ato constitui uma liberdade plena.
Doação Onerosa, modal, com encargo ou gravada: Aquela em que o doador impõe ao donatário uma incumbência ou dever. Ex: há doação onerosa quando o autor da liberalidade sujeita o município donatário a construir uma creche ou escola na área urbana doada. O encargo(com a obrigação de ...)não suspende a aquisição, nem o exercício do direito, diferente da condição suspensiva (se...) que subordina o efeito da liberalidade a evento futuro e incerto (art 121) Enquanto este não se verificar, o donatário não adquire o direito. O Encargo pode ser imposto em beneficio do doador, de terceiro ou do interesse geral. O seu cumprimento, em caso de mora, pode ser exigido judicialmente, salvo quando instituído em favor do próprio donatário, valendo nesse caso como mero conselho ou recomendação. Doação com reserva de usufruto não é onerosa, porem pura e simples. (ex: dou lhe tal importância para comprares tal imóvel)
Tem legítimo interesse, para exigir o cumprimento, o doador e o terceiro (em geral alguma entidade) bem como o MP se o doador já faleceu sem tê-lo feito e o objeto foi imposto no interesse geral. Somente o doador pode pleitear a revogação da doação. Não perde o caráter da liberalidade o que exceder o valor do encargo imposto. (ex: se o bem doado vale 100 mil, e o encargo exige 20 mil, haverá uma doação de 80 mil, e uma alienação a titulo oneroso de 20 mil)
Se a doação de um imóvel para que o donatário nele mantenha casa de prostituição (atividade ilícita) sendo esse o motivo determinante da liberalidade, será invalidado todo o negocio jurídico. É aplicado às doações onerosas a teoria dos vícios redibitórios.
Doação Remuneratória: É a feita em retribuição a serviços prestados, cujo pagamento não pode ser exigido pelo donatário (ex: quem fazer uma doação a quem lhe salvou a vida ou lhe deu apoio num momento de dificultade) Se a divida era prescrita e alguém doa, é uma obrigação natural (não é exigível, mas se pagar retém o pagamento), se a divida era exigível não é doação, é pagamento.. 
Se o valor pago exceder o dos serviços prestados o excesso não perde o caráter de liberalidade (art 540 cc)
Na doação remuneratório não há dever jurídico exigível pelo donatário. O doador sente-se no dever moral de remunera-lo em virtude de um serviço que aquele lhe prestou e por algum motivo não exigiu o correspondente ou a ele renunciou
Doação Mista: É aquela em que se procura beneficiar por meio de um contrato de caráter oneroso. (ex venda a preço vil ou irrisório, que é venda na aparência, mas doação na realidade) Embora haja a intenção de doar, existe um preço fixado. Pode ocorrer também, na aquisição de um bem por preço superior ao valor real (paga se 1500 sendo o valor real 1000, sendo os 500 uma liberalidade que o adquirente deseja praticar)
Doação em Contemplação do merecimento do donatário (contemplativa ou meritória): Configura-se quando o doador menciona, expressamente, o motivo da liberalidade, dizendo. P ex. que a faz porque o donatário tem determinada virtude, ou porqueé seu amigo, consagrado profissional ou renomado cientista. Não tem como pressuposto a recompensa de um favor ou de um serviço recebido.
Doação feita ao nascituro – Vale, se for aceita pelo representante legal.
Doação em forma de subvenção periódica – Trata-se de uma pensão, como favor pessoal ao donatário, cujo pagamento termina com a morte do doador, não se transferindo a obrigação a seus herdeiros, salvo se o contrario houver ele próprio estipulado (não pode ultrapassar a vida do donatário, e os herdeiros só podem continuar doando dentro das forças da herança)
Doação em contemplação de casamento futuro – É uma liberalidade em consideração às núpcias próximas do donatário com certa e determinada pessoa (art 546) só fica sem efeito se o casamento não se realizar, (condição suspensiva, “se”) Dispensa aceitação, que se presume da celebração. Pode ser beneficiado também a prole eventual do casal (duas condições suspensiva, “se “ se casar e “se” tiver filhos. A doação à prole futura é insuscetível de revogação por ingratidão, por impossibilidade logica, sendo que a praticada pelos futuros pais não autoriza a revogação. Frustrando-se o casamento ou se a futura prole se inviabilizar, o nubente devera devolver a coisa, com os efeitos de possuidor de boa fé. A doação propter nuptias não se resolve pela separação, nem podem os bens doados para casamentos ser reivindicados pelo doador por ter o donatário enviuvado ou divorciado e passado a novas núpcias.
Doação entre conjugues (art 544) - a doação de um conjugue a outro importa o adiantamento do que lhes cabe por herança, se aplica às hipóteses em que o conjugue participa da sucessão do outro na qualidade de herdeiro, em concorrência com os descendentes. (não vale pra separação total, porque o conjugue não participa da herança, na separação total todos os bens podem ser doados, em virtude da separação comum, nesse caso não se adianta a herança)
Doação em comum a mais de uma pessoa (conjuntiva) art 551 – Quando a doação é feita em comum a várias pessoas, entende-se distribuída entre os beneficiados “por igual”, é uma obrigação divisível. A parte do que falecer acresce a do que venha a sobreviver 
Doação de ascendentes a descendentes: Também como na doação aos conjugues, importa no adiantamento no que lhes cabe por herança. Os herdeiros estão obrigados a conferir no inventário do doador, por meio de colação, os bens recebidos, pelo valor que lhes atribuir o ato de liberalidade ou a estimativa feita naquela época, para que sejam igualados os quinhões dos herdeiros necessários, salvo se o ascendente os dispensou dessa exigência, determinando que saiam de sua metade disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação. O doador, para beneficiar um filho em detrimento de outros, deve incluir a liberalidade em sua quota disponível, com expressa menção de que o donatário fica dispensado da colação. Caso isso não ocorra, entende-se que a doação do pai ao filho nada mais foi do que o adiantamento daquilo que por morte do doador o donatário receberia.
Os efeitos do adiantamento da legitima são exclusivamente decorrentes de doação de ascendentes para descendentes. Entre estes não se distinguem os havidos dentro ou fora do casamento de seus pais, por origem biológica ou adotiva. A doação de um avô a um neto não importa adiantamento da legitima, quando apenas concorrem os filhos do doador, inclusive o pai do donatário. O neto somente estará obrigado à colação se suceder no lugar do pai, por estirpe ou representação.
Doação inoficiosa – É a que excede o limite que o doador “no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento” o art 549 do CC declara “nula” somente a parte que exceder tal limite, e não toda doação. Havendo terceiros necessários, o testador só poderá dispor da metade de seus bens, pois a outra metade pertence a pleno direito aos referidos herdeiros.
Doação com cláusula de retorno ou reversão: art 547 o doador pode estipular o retorno ao seu patrimônio dos bens doador se sobreviver ao donatário. Se não fosse essa clausula, os bens doados passariam aos herdeiros do donatário. Revela essa clausula portanto ser intuitu personae. Se o doador morrer antes do donatário, deixa de ocorrer a condição e os bens doados incorporam definitivamente ao patrimônio do beneficiário, transmitindo-se por sua morte, aos próprios herdeiros. Uma vez que é condição resolutiva e não suspensiva, o donatário goza de direito atual e pode exercer desde a doação, o direito por ela, podendo vender a coisa, doar ou dar em pagamento. Será porem, resolúvel a propriedade do adquirente. O bem doado, acrescido dos frutos pendentes e dos colhidos com antecipação, volta ao patrimônio do doador. Os frutos percebidos pertencem ao donatário, que não restitui. O doador não pode convencionar em favor de terceiro, somente dele próprio.
Doação Manual: É a doação verbal de “bens moveis de pequeno valor” Será valida se lhe seguir incontinenti a tradição. A doação é contrato formal, porque a lei exige a forma publica, quando se tem por objeto bens imóveis e o instrumento particular, quando versa sobre bens moveis de grande valor. Entretanto, o manual é exceção à regra, porque pode ser feita verbalmente, desde que lhe siga incontinenti, a tradição. Geralmente se constitui presente de casamento ou de aniversario, homenagem ou demonstração de estima. A lei não oferece critério para pequeno valor, então deve se levar em conta o patrimônio do doador (critério: não pode passar de 10% do patrimônio do doador)
Doação Feita a entidade futura – Art 554 – a doação a entidade futura, portanto inexistente, caducará se em 2 anos, esta não estiver constituída regularmente. Presume-se a aceitação com a existência da entidade donataria
RESTRIÇÕES LEGAIS
Doação pelo devedor já insolvente – Se configura fraude contra credores, podendo a sua validade ser impugnada por meio de ação pauliana, sem a necessidade de provar conluio entre doador e donatário. Se presume fraudulentos os “negócios de transmissão gratuita de bens, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência” Somente quem não tem dividas insolúveis tem a faculdade de fazer liberalidades, a regra busca proteger os credores do doador
Doação da parte inoficiosa (art 549) É nula a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento
Doação Universal – O legislador não permite a doação de todos os bens, Obs: Não haverá restrição se o doador tiver fonte de renda ou reservar para si o usufruto dos referidos bens
Doação do conjugue adultero a seu cumplice (art 550) A doação pode ser anulada pelo outro conjugue ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal
REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO
A doação pode ser revogada “por ingratidão do donatário ou inexecução do encargo”, bem como pelos modos comuns a todos os contratos.
Casos comuns a todos os contratos: vicio de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, sendo desfeito por ação anulatória.
Pode ser nula se o agente for absolutamente incapaz, o objeto ilícito, impossível ou indeterminável ou se não foi observada a forma do 541 CC e p único, bem como vícios peculiares, como na hipótese de inoficiosidade, de doação universal, de feita pelo conjugue adultero ou entre conjugues casados no regime da separação legal. 
Revogação pelo descumprimento do encargo: O que ocorre na verdade é anulação, rescisão ou resolução. Se o doador fixa prazo para o cumprimento do encargo, a mora se dá automaticamente pelo seu vencimento. Não havendo termo, começa desde a interpelação judicial ou extrajudicial, devendo ser fixado prazo razoável para sua execução. Só depois de esgotado este, ou o fixado pelo doador, começa a fluir o lapso prescricional para propor a ação revocatória da doação. A força maior afasta a mora, a revogação será de toda doação. Tem legitimo interesse para exigir o doador e o terceiro interessado e MP noscasos de interesse geral, porem a revogação só pode ser exigida em juízo pelo doador.
Revogação por ingratidão: somente se for pura e simples, a revogação nesse caso tem caráter de pena pela insensibilidade moral demonstrada e somente cabe nos expressos termos da previsão legal. (arts 557 e 558 rol taxativo) I – Se o donatário atentou contra a vida do doador (não ensejará a revogação o atentado praticado pelo filho ou conjugue do donatário, por não previsto, bem estranho isso realmente haha) O direito de revogar a doação por ingratidão do donatário é de ordem publica e portanto irrenunciável antecipadamente, sendo nula clausula pela qual o dador se obrigue a não exercê-lo. Nada impede porem que ele deixe escoar o prazo decadencial sem ajuizar a revocatória. Também constitui causa para revogação a ofensa física cometida contra o doador pelo donatário, Injuria grave e calunia, e também se “podendo ministra-los, recusou ao doador os alimentos que este necessitava” O art 558 possibilita também a revogação quando o “ofendido” for o “conjugue, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador” 
A revogação por qualquer desses motivos, deve ser postulada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário seu autor. Os dois requisitos são cumulativos. Trata-se de ação personalíssima, pois o direito de pleitear a revogação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Se o doador falecer depois de ter ajuizada a ação revogatória, os herdeiros podem prosseguir, se morrer antes, a lide não pode ser instaurada. Malgrado o caráter personalíssimo, a ação de revogação pode ser intentada pelos herdeiros no caso de homicídio doloso do doador, exceto se ele houver perdoado o ingrato donatário. SÓ SE ADMITE A REVOGAÇÃO POR INGRATIDÃO DO DONATARIO NAS DOAÇÕES PURAS.

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