Buscar

texto sobre Memória

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MEMÓRIA
O conceito de memória é crucial. Surge nas ciências humanas (fundamentalmente na história e na antropologia), é importante descrever sumariamente a nebulosa memória no campo científico global, A memória, como propriedade de conservar certas informações, remete-nos a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas. Deste ponto de vista, o estudo da memória abarca a psicologia, a psicofisiologia, a neurofisiologia, a biologia e, quanto às perturbações da memória, a amnésia é a principal voltada a psiquiatria (BRION e LIEURY, 1971; FLORÈS, 1972 apud LE GOFF, 2008).
É importante salientar sobre a importância da memória na fase da aprendizagem, que por sua vez, desperta o interesse pelos diversos sistemas de educação da memória que existiram nas várias sociedades e em diferentes épocas, também chamadas de mnemotécnicas. Consiste em um conjunto de técnicas utilizadas para auxiliar o processo de memorização, elaboração de suportes como os esquemas, gráficos, símbolos, palavras ou frases relacionadas com o assunto que se pretende memorizar. Contudo, este tipo de técnica foi entrando em desuso, por teóricos acreditarem que o cérebro e o sistema nervoso possuíam concepções mais complexas do que as mnemotécnicas poderiam abarcar (LE GOFF, 2008). 
Para tanto, alguns cientistas foram levados a aproximar a memória de fenômenos diretamente ligados à esfera das ciências humanas e sociais, acreditando que a memória apenas existe, na medida em que a organização às mantém ou às reconstitui. Deste modo Pierre Janet, considera as técnicas supracitadas, como fundamentais, e o chama de “comportamento narrativo” pois se trata da comunicação de informações interpessoais na ausência do conhecimento. Neste sentindo, Henri Atlan, estudando os sistemas auto-organizadores, aproxima "linguagens e memórias".
Mesmo havendo relação entre linguagem e memória, outros teóricos como Leroi Gourhan considera a memória em sentido amplo e a distingue em três tipos de memória as quais não trabalharemos a fundo, são elas: memória específica, memória étnica, memória artificial e argumenta que:
Memória é entendida, em sentido muito lato. Não é uma propriedade da inteligência, mas a base, seja ela qual for, sobre a qual se inscrevem as concatenações de atos. Podemos a este título falar de uma "memória específica" para definir a fixação dos comportamentos de espécies animais, de uma memória "étnica" que assegura a reprodução dos comportamentos nas sociedades humanas e, no mesmo sentido, de uma memória "artificial", eletrônica em sua forma mais recente, que assegura, sem recurso ao instinto ou à reflexão, a reprodução de atos mecânicos encadeados (GOURHAN 1964-1965, p. 269 apud LE GOFF, 2008).
Vale ressaltar, que com os avanços científicos e tecnológicos, as máquinas tomaram conta dos espaços, e cada vez mais estão minimizando o exercício da memória. Gravar contatos telefônicos antes, era tarefa de nossa memória/cérebro ou até mesmo da agenda, em que se fazia necessário escrevermos, e na medida que escrevíamos exercitávamos nosso cérebro e ele por si mesmo guardava as informações transcritas para o papel, porém hoje em dia o uso do HD, do disco rígido do computador, da memória do celular e de cartões com chip, faz este trabalho para nós. 
Jacob (1970), corrobora que:
Numa época muito recente, os desenvolvimentos da cibernética e da biologia enriqueceram consideravelmente, sobretudo metaforicamente e em relação com a memória humana consciente, a noção de memória. Fala-se da memória central dos computadores, e o código genético é apresentado como uma memória da hereditariedade (JACOB, 1970 apud LE GOFF, 2008)
Justamente a extensão da memória humana às máquinas, deram o ponta pé para o desenvolvimento de pesquisas sobre memória, passando de um estado empírico para um estado mais técnico. A partir de então psicólogos e psicanalistas insistiram em estudar a recordação e o esquecimento relacionados com as manipulações conscientes ou inconscientes que o interesse, a afetividade, o desejo, a inibição, a censura exercem sobre a memória individual. Do mesmo modo foi feita com as memórias coletivas na luta das forças sociais pelo poder.
O estudo da memória social é um dos meios fundamentais de abordar os problemas do tempo e da história, relativamente aos quais a memória está ora em retraimento, ora em transbordamento (ANDRADE; et al, 2004). No estudo da memória histórica é fundamental dar uma importância especial às diferenças entre sociedades de memória essencialmente oral e de memória essencialmente escrita. Os vários tipos de estudos sobre memórias funcionam como uma colcha de retalhos, isso porque, acredita-se que a memória coletiva pode dividir-se em cinco períodos: o da transmissão oral, o da transmissão escrita com tábuas ou índices, o das fichas simples, o da mecanografia e o da seriação eletrônica (GOURHAN, 1965. p 65 apud LE GOFF, 2008)
Entende-se portanto, que a escrita é também uma importante e indispensável ferramenta para alavancar a memória, pois uma vez escrito algo, o individuo tem a possibilidade de “relembrar” algo que há tempos alguém ou ele próprio escreveu. É assim, nas bibliotecas, que armazenam diversos livros, com diversos pensamentos, postulados e teorias diferentes, as quais seriam impossíveis de memorizá-los humanamente se não fosse possível anotá-los ou transcrevê-los. Para Leroi Gourhan 1965,
Pareceu preferível, para melhor valorizar as relações entre a memória e a história, que constituem o horizonte principal deste ensaio, evocar separadamente a memória nas sociedades sem escrita antigas ou modernas distinguindo, na história da memória, nas sociedades que têm simultaneamente memória oral e memória escrita, a fase antiga de predominância da memória oral em que a memória escrita ou figurada tem funções específicas; a fase medieval de equilíbrio entre as duas memórias, com transformações importantes das funções de cada uma delas(...) e, por fim, reagrupar os desenvolvimentos do último século relativamente ao que Leroi-Gourhan chama "a memória em expansão”.
Percebe-se que Leroi-Gourthan, defende a escrita à todas sociedades humanas, no entanto, Goody chama atenção para as sociedades que não tem a cultura da escrita. Pontua ainda que a atividade mnésica fora da escrita é uma atividade constante, não só nas sociedades sem escrita como nas que a possuem. "Na maior parte das culturas sem escrita, e em numerosos setores da nossa, a acumulação de elementos na memória faz parte da vida cotidiana” (GOODY 1977, p. 35 apud LE GOFF, 2008).
	Contudo, tanto para culturas orais e culturas escritas relativizadas à memória, deve-se tomar cuidado ao radicalismo de ambas. A verdade é que a cultura dos homens sem escrita é diferente, mas não absolutamente diversa. A memória coletiva das sociedades "selvagens" por exemplo, interessa-se mais particularmente pelos conhecimentos práticos, técnicos, de saber profissional. Nestas sociedades sem escrita, há especialistas da memória, homens-memória: "genealogistas", guardiões dos códices reais, historiadores da corte, "tradicionalistas", dos quais Balandier (1974, p, 207) diz que são "a memória da sociedade".
	é necessário salientar que, diferentemente do que em geral se crê, a memória transmitida pela aprendizagem nas sociedades sem escrita não é uma memória "palavra por palavra". Goody provou, quando observou e constatou na sociedade do Congo as numerosas variantes nas diversas versões do mito, mesmo nos fragmentos mais estereotipados. Isto é, os “homens-memória”, na ocorrência narradores, não desempenham o mesmo papel dos mestres-escolas (e a escola não aparece senão com a escrita). Não se desenvolve em torno deles uma aprendizagem mecânica automática. Mas, segundo Goody, nas sociedades sem escrita, não há unicamente dificuldades objetivas na memorização integral, palavra por palavra, mas também o fato de que 425 "este gênero de atividade raramente é sentido como necessário.A memória coletiva parece, portanto, funcionar nestas sociedades, parece fazer sentido na vida deles, segundo uma "reconstrução generativa" e não segundo uma memorização mecânica, as quais estamos frequentemente habituados, seja na apresentação de um seminário, e/ou na memorização a curto prazo de uma teoria para prova de sociologia/ filosofia. Assim, segundo Goody, "o suporte da rememorização não se situa ao nível superficial em que opera a memória da 'palavra por palavra, nem ao nível das estruturas 'profundas' que numerosos mitólogos-encontram [...]. Parece, ao contrário, que o papel importante cabe à: dimensão narrativa e a outras estruturas da história cronológica dos acontecimentos" (MENTIELLES op. cit., p. 34 apud LE GOFF, 2008).
	Desta forma, concluímos dizendo que acreditamos na liberdade da memória e nas possibilidades criativas que ela nos oferece, sendo por meio de associação de técnicas já supracitadas, bem como o canto. Acreditamos que a memória seja algo dinâmico e que varia de indivíduo para indivíduo. Após lermos varias literaturas acerca do tema, foi possível constatar que não existe uma regra clara de memorização, mas que cada sujeito é capaz de adaptar ao seu modo de vida e suas necessidades de memórias. Acontecimentos que marcaram a vida, a história, fatos e razões as quais são julgadas importantes para cada um, é o que vai determinar o que fica e o que “sai” da sua “caixinha da memória”.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DO COMPORTAMENTO HUMANO
MEMÓRIA
SANTO ANTÔNIO DE JESUS- BA
MARÇO DE 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DO COMPORTAMENTO HUMANO
Karolina Fernandes Ribeiro 
Phaloma Rodrigues Araújo
Trabalho entregue como requisito parcial para avaliação complementar do componente Fundamentos biológicos do Comportamento Humano, sob orientação do docente André Mendes.
SANTO ANTÔNIO DE JESUS- BA
MARÇO DE 2018
REFERÊNCIAS
LE GOFF, Jaques. HISTÓRIA E MEMÓRIA. Tradução de Bernado Leitão et al. 5º ed. -Campinas, SP; Editora da UNICAMP, 2003. Tradução de: Storia e memória. Disponível em: http://ftp.editora.ufrn.br/bitstream/123456789/863/1/MEM%C3%93RIA.%20Hist%C3%B3ria%20e%20mem%C3%B3ria.%20LE%20GOFF%2C%20Jacques.%202008.pdf. Acesso em 19 de março de 2018.
ANDRADE, Maria Vivian; SANTOS, Flavia Heloísa; BUENO, Orlando F.A. NEUROPSICOLOGIA HOJE. São Paulo: Artes Médicas, 2004.
Significado de Mnemônico. Disponível em: <https://www.significados.com.br/menmonico/>. Acesso em: 19 mar. 2018.

Continue navegando