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Treinamento de Blocos Digitais Comandos eletroeletrônicos - Prática Blocos Digitais © SENAI-SP, 2006 Trabalho elaborado a partir de conteúdos extraídos da Intranet por Meios Educacionais do Centro Móvel de Formação Profissional do SENAI-SP. Equipe responsável Coordenação Osnei Seri Técnico Responsável Ari Sotano Seleção de conteúdos Clemenson Carlos Ewerton Carlos Ruzza Fernando Pompeo da Silva Marcelo da Silva Moreira Mayck Richard Cortez Vanderlei Virgílio Campanholi SENAI Centro Móvel de Formação Profissional Al. Barão de Limeira, 539 – 1º andar São Paulo - SP CEP 01202-902 Telefone Telefax SENAI on-line (11) 3273-5151 (11) 3273-5161 0800-55-1000 E-mail Home page tecnicoscmfp@sp.senai.br http://www.sp.senai.br SENAI-SP - INTRANET Comandos eletroeletrônicos - Prática SENAI-SP - INTRANET Blocos Digitais Sumário Sistemas de numeração 7 Portas lógicas básicas 23 Construir tabelas-verdades de portas básicas 35 Portas lógicas derivadas 39 Construir tabelas-verdades de portas derivadas 55 Implementar circuitos lógicos 59 Circuitos aritméticos 61 Circuitos combinatórios 73 Referências bibliográficas 93 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional Blocos Digitais CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional Blocos digitais Sistemas de numeração Nesta unidade, apresentaremos os sistemas de numeração que auxiliam o estudo das técnicas digitais e sistemas de computação. A partir do sistema decimal, estudaremos os sistemas binário e hexadecimal e o método de conversão entre esses sistemas. Para assimilar os conteúdos desta lição, é necessário que você conheça perfeitamente o sistema decimal. Sistemas de numeração Dos sistemas de numeração existentes, os mais utilizados são o decimal, o binário e o hexadecimal. Sistema de numeração decimal O sistema de numeração decimal utiliza dez algarismos para a sua codificação: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. Assim, a base desse sistema é dez. Com esses dez algarismos, é possível representar qualquer grandeza numérica graças à características do valor de posição. Desse modo, temos: • Números que representam as unidades: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. • Números que representam as dezenas: 10, 11, 12, 13, 14, 15 ...; nos quais o número da posição 1 indica uma dezena e o outro dígito, a unidade. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 7 Blocos digitais • Números que representam as centenas: 110, 111, 112, 113, 114, 115, 116 ..., nos quais o valor de posição 1 indica a centena, seguida pela dezena e pela unidade. Assim, por exemplo, o número 385 indica: centenas dezenas unidades; ou seja: ↓ ↓ ↓ 3 8 5 3 . 100 8 . 10 5 . 1 ↓ ↓ ↓ 300 + 80 + 5 = 385 O número 385 também pode ser expresso por meio de uma potência de base dez: 3 8 5 ↓ ↓ ↓ 3 . 100 8 . 10 5 . 1 ↓ ↓ ↓ 3 . 210 + 8 . 110 + 5 . 010 Observação A potência da base 10 indica o valor da posição do número. Sistema de numeração binário O sistema de numeração binário é empregado em circuitos lógicos digitais. Esse sistema possui apenas dois algarismos: 0 e 1. Por isso, sua base é dois (dois dígitos). Cada dígito ou algarismo binário é chamado de bit (do inglês “binary digit”, ou seja dígito binário). Um bit é, pois, a menor unidade de informação nos circuitos digitais. A tabela a seguir mostra a correspondência entre números decimais e binários. Decimal Binário Decimal Binário 0 0 10 1010 1 1 11 1011 2 10 12 1100 3 11 13 1101 4 100 14 1110 5 101 15 1111 6 110 16 10000 7 111 - - 8 1000 - - 9 1001 - - CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 8 Blocos digitais Empregando a propriedade do valor de posição do dígito, podemos representar qualquer valor numérico com os dígitos 0 e 1. Como a base da numeração binária é 2, o valor de posição é dado pelas potências de base 2, como mostra o quadro a seguir. Potências de base 2 42 32 22 12 02 Valor de posição 16 8 4 2 1 Binário 1 0 0 1 1 O valor da posição é indicado pelo expoente da base do sistema numérico. Essa valor aumenta da direita para a esquerda. O valor da posição do bit mais significativo (de maior valor) será a base elevada a n-1 (n = número de dígitos). Por exemplo, 101011 é um número binário de 6 bits. Ao aplicar a fórmula, temos 6 - 1 = 5. Assim, o bit mais significativo terá como valor de posição 52 . Binário 1 0 1 0 1 1 Valor de posição 52 42 32 22 12 02 MSB* LSB** *MSB - do inglês “most significant bit”, ou seja, bit mais significativo. **LSB - do inglês “least significant bit”, ou seja, bit menos significativo. A base é o elemento diferenciador entre um número do sistema binário e um do sistema decimal. Portanto, 101 por ser um número base 2, é lido um, zero, um. Já 101, por ser um número de base 10, é ligado como cento e um. Conversão de números do sistema binário para o decimal Para converter um número binário em decimal, deve-se multiplicar cada bit pelo seu valor de posição (que é indicado pela potência de base) e somar os resultados. Exemplo Na conversão de 10102 para o sistema decimal, procede-se da seguinte forma: Potência de 2 23 22 21 20 Binário 1 0 1 0 Valor de posição 1 . 8 0 . 4 1 . 2 0 . 1 No. decimal 8 + 0 + 2 + 0 = 1010 Portanto, 10102 = 1010 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 9 Blocos digitais Observe a seguir uma tabela das potências de base 2. Potência Decimal Potência Decimal 20 1 29 512 21 2 210 1024 22 4 211 2048 23 8 212 4096 24 16 213 8192 25 32 214 16384 26 64 215 32768 27 128 216 65768 28 256 217 1311072 Conversão de números do sistema decimal para o sistema binário - Método prático A conversão de números do sistema decimal para o sistema binário é realizada efetuando-se divisões sucessivas do número decimal por 2 (base do sistema binário). Exemplo 29 2 1 14 2 0 7 2 1 3 2 1 1 O número binário é formado pelo quociente da ultima divisão e os restos das divisões sucessivas da direita para a esquerda: 2910 = 111012. Observação Todo número decimal par, ao ser convertido para binário, termina em zero. Por outro lado, todo o número decimal ímpar ao ser convertido para binário, termina em um. Sistema de numeração hexadecimal O sistema de numeração hexadecimal tem a base 16. Os dezesseis símbolos que constituem a numeração hexadecimal são os seguintes algarismos e letras: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 10 Blocos digitais Este sistema é empregado em computação e em mapeamento de memórias de máquinas digitais que utilizam palavras de 4, 8 ou 16 bits. A tabela a seguir mostra a relação entre numeração decimal e a hexadecimal. Decimal Hexa Decimal Hexa Decimal Hexa 0 0 11 B 22 16 1 1 12 C 23 17 2 2 13 D 24 18 3 3 14 E 25 19 4 4 15 F 26 1A 5 5 16 10 27 1B 6 6 17 11 28 1C 7 7 18 12 29 1D 8 8 19 13 30 1E 9 9 20 14 31 1F 10 A 21 15 32 20 Pela tabela, é possível observar que a contagem recomeça a cada 16 dígitos. Os valores de posição da numeração hexadecimal serão as potências de base 16. Observe o quadro a seguir. Potências de base 16 163 162 161 160Valores de posição 4096 256 16 1 Conversão de números do sistema hexadecimal para o sistema decimal A conversão de um número hexadecimal é realizada de mesmo modo como nos sistemas já estudados. Ou seja, multiplicando-se cada dígito hexadecimal por seu valor de posição e somando-se os resultados. Exemplo Converter 1A816 em decimal. Potências de 16 162 161 160 No. hexadecimal 1 A 8 Valor de posição 1 . 256 10 . 16 8 . 1 No. decimal 256 + 160 + 8 = 42410 Portanto, 1A816 = 42410 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 11 Blocos digitais Conversão de números de sistema decimal para o sistema hexadecimal Para converter um número decimal em hexadecimal, executam-se divisões sucessivas do número decimal por 16, que é a base do sistema hexadecimal. O número hexadecimal será dado pelo último quociente e pelos restos das divisões. Exemplo 12412 16 12 775 16 7 48 16 0 3 O último quociente e os restos das divisões resultarão no número hexadecimal. Contudo, em número hexadecimal não existe o número 12. Na tabela já mostrada, vemos que a letra C em hexadecimal eqüivale ao número 12 decimal. Portanto, pela conversão, obtivemos o número 307C. Portanto, 12412 = 307C. Conversão de números do sistema hexadecimal para o sistema binário A tabela a seguir mostra a correspondência entre o sistema hexadecimal e o binário. Hexadecimal Binário Hexadecimal Binário 0 0000 8 1000 1 0001 9 1001 2 0010 A 1010 3 0011 B 1011 4 0100 C 1100 5 0101 D 1101 6 0110 E 1110 7 0111 F 1111 Pela tabela é possível observar que a cada código hexadecimal correspondem quatro dígitos binários. Desse modo, para converter cada algarismo ou letra do número hexadecimal no número binário correspondente. Esse número binário terá quatro dígitos. Exemplo Converter o número FACA16 para binário. Dígitos hexadecimais F A C A Dígitos binários 1111 1010 1100 1010 Portanto, FACA16 = 11111010110010102 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 12 Blocos digitais Conversão de números do sistema binário para o hexadecimal Para converter um número binário em hexadecimal, basta separar o número binário, da direita para a esquerda, em grupos de quatro bits. Em seguida, converte-se cada grupo no algarismo hexadecimal correspondente. Observação Se não for possível formar um grupo de 4 bits, completa-se o grupo com zeros, ou seja: 10011, por exemplo, daria 00010011. Exemplo Converter 1010011012 para o sistema hexadecimal Dígitos binários 0001 0100 1101 Hexadecimal 1 4 D Na numeração hexadecimal não existe o número 13; em seu lugar usa-se a letra D. Portanto, o resultado da conversão será: 1010011012 = 14D16. Operações aritméticas do sistema binário Para facilitar a compreensão de circuitos lógicos e aritméticos, tais como somadores e subtratores é necessário estudar as operações aritméticas de adição, subtração e multiplicação de números binários. Adição A operação de adição de números binários é idêntica à do sistema decimal. O sistema binário, como já sabemos, possui apenas dois algarismos: 0 e 1. Para a realização da soma, existem as seguintes condições 0 + 0 = 0 1 + 0 = 1 0 + 1 = 1 1 + 1 = 0 e vai 1 = 10 (um, zero) Observação Na condição 1 + 1 = 10 (um, zero) está exemplificada a regra de transporte na qual 1 é transportado para a coluna seguinte, ou seja, “vai um”. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 13 Blocos digitais Por exemplo, a soma de 1102 + 1012, de acordo com essas regras é realizada do seguinte modo: 1101 101 011 *1 + * Transporte ou vai-um. Assim, 1102 + 1012 = 10112 Subtração O processo de subtração binária é igual ao de subtração decimal. As regras da subtração binária são: 0 - 0 = 0 1 - 1 = 0 1 - 0 = 1 0 - 1 = 1 e “empresta um” Observação Na condição 0 - 1 = 1 está exemplificada a regra de transporte na qual 1 é emprestado da coluna seguinte. Veja, por exemplo, a subtração de 1102 - 102: 2 2 2 001 01 011 − Assim, 1102 - 102 = 1002 Veja, agora, um exemplo com “empresta um”: → transporte ou empréstimo de 1. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 14 Blocos digitais Assim, 1001012 - 10102 = 110112 Subtração pelo “complemento” A subtração de números binários pode ser efetuada pela soma do complemento. Esse método possui três variações: • Soma simples do complemento; • Soma do complemento de 1; • Soma do complemento de 2. • Subtração por soma simples do complemento - Para realizar a subtração por soma simples do complemento, procede-se da seguinte forma: - determina-se o complemento do minuendo (transformando o 1 em 0 e o 0 em 1); - soma-se o subtraendo; - determina-se o complemento do resultado. Exemplo Subtrair 01112 de 00102 0101 0100 0001 + → (complemento de 0111) 0101 (complemento de 1010) Portanto, o resultado é 01012. Pode-se provar a exatidão desse resultado comparando-se com o da subtração decimal: 2 2 2 1010 0100 1110 − → → → 2 2 10 5 2 7 − • Subtração por soma do complemento de 1 - Esse método de subtração segue a seguinte seqüência: - determina-se o complemento de 1 do subtraendo, transformado-se o 0 em 1 e o 1 em 0; - efetua-se a soma do minuendo com o complemento de 1 do subtraendo; - soma-se o vai-um ao bit menos significativo. Exemplo Subtrair 01012 de 11012. 01101 1001 1011 2 2 − Complemento de 1 de 0110 ↓ vai-um CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 15 Blocos digitais Soma do vai-um ao resultado: 1110 1 0110 Portanto, 0111 é o resultado final. Pode-se comprovar esse resultado, comparando-o com o obtido na subtração decimal. 2 2 2 1110 0110 1011 11 − → → → 10 10 10 7 6 13 − Observação Se o subtraendo tiver menos dígitos do que o minuendo, deve-se completar com zeros as posições que faltarem antes de completar o subtraendo. Por exemplo: 2 2 110 11001 − 2 2 11000 11001 − 111101 00111 11001 111 2 2 − O resultado pode ser provado se comparado com o resultado da operação executada com números decimais: 2 2 2 00001 110 11001 − 10 10 10 16 3 19 − • Subtração por soma do complemento de 2 - O método de subtração pela soma do complemento de 2 segue a seguinte seqüência: - determina-se o complemento de 1 do subtraendo; - soma-se 1 ao subtraendo (complemento de 1) a fim de obter o complemento de 2; - soma-se o minuendo com o complemento de 2 do subtraendo; - ignora-se o vai-um do resultado da soma. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 16 Blocos digitais Exemplo Efetuar a seguinte subtração: 11012 - 01102 0101 1 1001 + ← ← complemento 1 do subtraendo complemento de 2 do subtraendo ( ) 1110 1 0101 1011 ← ← minuendo complemento de 2 do subtraendo Como o vai-um é ignorado, o resultado de 11012 - 01102 = 01112. cação de números binários é feita do mesmo modo como no sistema decimal, . 1 = 1 ultiplicar 110102 . 102 Multiplicação A multipli ou seja: 0 . 0 = 0 0 . 1 = 0 1 . 0 = 0 1 Exemplo M 2 2 2 001011 01011 00000 01. 01011 1052 2 . 26 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 17 Blocos digitais Conversões entre números binários e decimais Exercícios A - Converter os números do sistema binário para o sistema decimal. 1. 1001 = 2. 1111 = 3. 01001 = 4.10100110 = 5. 00101000 = 6. 11000 = 7. 10 = 8. 11011101 = B - Converter os números do sistema decimal para o sistema binário. 9 124 = 10. 999 = 11. 249 = 12. 256 = 13. 1027 = 14. 82 = 15. 128 = 16. 19 = CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 18 Blocos digitais Conversões entre números hexadecimais e decimais Exercícios C - Converter os números do sistema hexadecimal para o sistema decimal. 1. 2F = 2. 6B = 3. C36 = 4. B5D = 5. 4AB = D - Converter os números do sistema decimal para o sistema hexadecimal. 1 124 = 2. 999 = 3. 249 = 4. 256 = 5. 1027 = CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 19 Blocos digitais Conversões entre números binários e hexadecimais Exercícios E - Converter os números do sistema hexadecimal para o sistema binário. 1. 2F = 2. 6B = 3. C36 = 4. B5D = 5. 4AB = F - Converter os números do sistema binário para o sistema hexadecimal. 1. 1101101111001 = 2. 1011001010 = 3. 1011110001 = 4. 111101010 = 5. 11111111001001 = CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 20 Blocos digitais Operações aritméticas com binários Exercícios A - Realize as operações com números binários, dando os resultados em binários. 1. 10011 + 110 = 2. 1010 + 1010 = 3. 0111 + 1 = 4. 11101010 + 01011101 = 5. 10110110 + 01001001 = 6. 100111 - 1010 = 7. 1011 - 1001 = 8. 10111001 - 10011100 = 9. 0110 - 11 = 10. 10100101 - 00100110 = CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 21 Blocos digitais CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 22 Blocos Digitais Portas lógicas básicas Os circuitos eletrônicos são divididos em dois grupos: circuitos analógicos e circuitos digitais. Nos circuitos analógicos, os componentes operam normalmente de forma contínua ou linear, como, por exemplo os amplificadores e as fontes reguladas. Os circuitos digitais, também chamados de chaveadores, empregam componentes que operam nos estados de corte ou saturação. É o caso de um transistor que, conectado a um circuito, em um momento está cortado e no outro, saturado. A partir deste momento, vamos começar a estudar os circuitos digitais. Antes, porém, serão apresentados conceitos básicos que você deverá aprender a fim de compreender melhor o funcionamento desse tipo de circuito. Eles são: estados ou níveis lógicos, funções lógicas e operações lógicas. Estados ou níveis lógicos Em sistemas digitais, trabalha-se com dois estados ou níveis lógicos, pois a eletrônica digital apoia-se no princípio da lógica que considera uma proposição verdadeira ou falsa. Assim, um ponto qualquer do circuito digital pode assumir apenas um de dois estados: • Ligado ou desligado • Alto ou baixo • Fechado ou aberto • Saturado ou cortado • Com pulso ou sem pulso • Excitado ou desexcitado CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 23 Blocos Digitais Suponhamos, por exemplo, um circuito em que uma lâmpada é acionada por um interruptor. Nesse caso, a lâmpada pode assumir os dois estados: ligado ou desligado. Um relé, dentro de um circuito, assume os estados energizado ou desenergizado. Do mesmo modo, um transistor ligado como chave no circuito pode assumir os estados saturado ou em corte. Os sistemas digitais processam apenas os números binários 1 (um) e 0 (zero). Isso significa que se associarmos o valor binário 1 a um estado ou nível lógico, associaremos o valor binário 0 ao outro estado. Função lógica A função lógica (f) é uma variável dependente e binária. Seu valor é o resultado de uma operação lógica em que se relacionam entre si duas ou mais variáveis binárias. As funções lógicas operam com variáveis independentes (elementos de entrada em um circuito) e com variáveis dependentes (elementos de saída). Veja os circuitos a seguir. Convenção A e B - variáveis independentes (de entrada) Y ou S - variável dependente (de saída) Normalmente, as variáveis lógicas independentes (de entrada) são representadas por letras maiúsculas A, B, C...N; as variáveis dependentes (de saída), por S ou Y. As funções lógicas tem apenas dois estados: o estado 0 e o estado 1. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 24 Blocos Digitais Operações lógicas A relação entre duas ou mais variáveis que representam estados é estabelecida através de operações lógicas. As operações lógicas são: • Produto ou multiplicação lógica; • Soma lógica; • Inversão. Essas operações, nos circuitos ou sistemas lógicos, são efetuadas por blocos denominados portas lógicas. Portas lógicas básicas Portas são unidades básicas de sistemas lógicos eletrônicos. Porta lógica é qualquer arranjo físico capaz de efetuar uma operação lógica. As portas lógicas operam com números binários, ou seja, com os dois estados lógicos 1 e 0. Os sistemas digitais, mesmo os mais complexos como os computadores, são constituídos a partir de portas lógicas básicas. As portas lógicas básicas são três: • A porta E que realiza a operação produto ou multiplicação lógica; • A porta OU que realiza a operação soma lógica; • A porta Não ou inversora que realiza a operação inversão, ou negação ou complementação. Porta E A função E é aquela que assume o valor 1 quando todas as variáveis de entrada forem iguais a 1; e assume o valor 0 quando uma ou todas as variáveis de entrada forem iguais a 0. A operação E (“AND” em inglês), é a multiplicação ou o produto lógico de duas ou mais variáveis binárias. Essa operação pode ser expressa da seguinte maneira: Y = A . B. Essa expressão é lida da seguinte forma: a saída (Y) é igual a A e B. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 25 Blocos Digitais Observação O ponto (.) é uma função lógica e lê-se e. A figura a seguir mostra o circuito elétrico equivalente à porta E. Convenção Chave aberta = 0 Chave fechada = 1 Lâmpada apagada = 0 Lâmpada acesa = 1 Neste circuito, a lâmpada (saída Y) acenderá (1) somente se ambas as chaves de entrada A e B estiverem fechadas (1). A seguir, apresentamos todas as combinações possíveis das chaves A e B, assim como a respectiva tabela-verdade que é a forma de representação gráfica das funções lógicas. Combinações possíveis Tabela-verdade Chaves de entrada Saída (lâmpada) Entrada Saída B A Y B A Y aberta aberta apagada 0 0 0 aberta fechada apagada 0 1 0 fechada aberta apagada 1 0 0 fechada fechada Acesa 1 1 1 Os símbolos ou blocos lógicos para a porta E são mostrados a seguir. Observe as duas variáveis de entrada A e B e a saída Y. Muitas vezes, um circuito lógico tem três variáveis, ou seja, uma porta E de três entradas (A, B e C) e uma saída (Y). Neste caso, a operação será expressa assim: A . B . C = Y ou Y = A . B . C. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 26 Blocos Digitais Os símbolos da porta E com três variáveis de entrada são mostrados a seguir. Observação É possível construir uma porta E de três entradas empregando duas portas E de duas entradas. A ilustração a seguir mostra o diagrama de blocos lógicos da porta E de três entradas bem como seu circuito elétrico equivalente. As combinações possíveis da operação E com três variáveis e a tabela-verdade correspondente são apresentadas aseguir. Combinações possíveis Tabela-verdade Chaves de entrada Saída (lâmpada) Entradas Saída C B A Y C B A Y aberta aberta aberta apagada 0 0 0 0 aberta aberta fechada apagada 0 0 1 0 aberta fechada aberta apagada 0 1 0 0 aberta fechada fechada apagada 0 1 1 0 fechada aberta aberta apagada 1 0 0 0 fechada aberta fechada apagada 1 0 1 0 fechada fechada aberta apagada 1 1 0 0 fechada fechada fechada acesa 1 1 1 1 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 27 Blocos Digitais Porta OU A função OU é aquela que assume valor 1 quando uma ou mais variáveis de entrada forem iguais a 1; e assume o valor 0 quando todas as variáveis de entrada forem iguais a 0. A operação OU, executada pela porta OU (“OR” em inglês) é a soma lógica de duas ou mais variáveis binárias. Essa operação é expressa do seguinte modo: Y = A + B. A expressão é lida da seguinte forma: a saída Y é igual a A ou B. Observação O símbolo (+) nesta expressão significa OU. A figura a seguir mostra o circuito elétrico equivalente à porta OU. Convenção Chave aberta = 0 Chave fechada = 1 Lâmpada apagada = 0 Lâmpada acesa = 1 A lâmpada (Y) acenderá quando ou a chave A ou a chave B estiver fechada. Ela também acenderá quando A e B estiverem fechadas. Quando A e B estiverem abertas, a lâmpada não acenderá. A seguir veja as combinações possíveis das chaves e também a tabela-verdade da função OU. Combinações possíveis Tabela-verdade Chaves de entrada Saída (lâmpada) Entrada Saída B A Y B A Y aberta aberta apagada 0 0 0 aberta fechada acesa 0 1 1 fechada aberta acesa 1 0 1 fechada fechada acesa 1 1 1 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 28 Blocos Digitais Observe, nas tabelas, como a saída do circuito OU é ativada quando pelo menos uma ou todas as chaves estiverem fechadas. Os símbolos lógicos da porta OU com duas entradas (A e B) e a saída (Y) estão esquematizados na ilustração a seguir. Uma porta OU de três entradas apresenta as variáveis A, B e C para as entradas e Y para a saída. Neste caso, a operação será expressa da seguinte forma: A + B + C = Y Os símbolos da porta OU com três variáveis de entrada são mostrados a seguir. Observação É possível construir uma porta OU de três entradas utilizando duas portas OU de duas entradas. A ilustração a seguir mostra o diagrama de blocos lógicos da porta OU de três entradas, bem como seu circuito elétrico equivalente. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 29 Blocos Digitais Observe agora a tabela das combinações possíveis da porta OU de três variáveis e sua respectiva tabela-verdade. Combinações possíveis Tabela-verdade Chaves de entrada Saída (lâmpada) Entradas Saída C B A Y C B A Y aberta aberta aberta apagada 0 0 0 0 aberta aberta fechada acesa 0 0 1 1 aberta fechada aberta acesa 0 1 0 1 aberta fechada fechada acesa 0 1 1 1 fechada aberta aberta acesa 1 0 0 1 fechada aberta fechada acesa 1 0 1 1 fechada fechada aberta acesa 1 1 0 1 fechada fechada fechada acesa 1 1 1 1 Porta NÃO A função NÃO, ou função complemento, ou ainda, função inversora é a que inverte o estado da variável de entrada. Se a variável de entrada for 1, ela se tornará 0 na saída. Se a variável de entrada for 0, ela se tornará 1 na saída. A operação lógica inversão é realizada pela porta lógica NÃO (“NOT” em inglês). Ela consiste em converter uma dada proposição em uma proposição a ela oposta. E expressa da seguinte maneira: Y = A Essa expressão é lida da seguinte forma: saída Y é igual a não A pois o traço sobre o A significa não. Para o A pode-se dizer também A barrado ou A negado. Veja a seguir o circuito elétrico equivalente a uma porta NÃO e seus símbolos lógicos. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 30 Blocos Digitais A lâmpada Y acenderá (1) quando a chave A estiver aberta (0). Quando a chave A estiver fechada (1), a lâmpada não acenderá. Veja a seguir, as combinações possíveis da chave e a respectiva tabela-verdade. Combinações possíveis Tabela-verdade Chave de entrada Saída (lâmpada) Entrada Saída A Y A Y aberta acesa 0 1 fechada apagada 1 0 Quando houver negação de uma variável já negada, ( A , que se lê: A barrado barrado; ou ainda, não não A), o resultado será a própria variável, ou seja: A = A. Em uma expressão, quando o traço estiver sobre uma variável, somente esta variável é negada. Por exemplo, na expressão A B = Y, somente a variável A é negada. O diagrama de blocos dessa expressão apresenta a seguinte configuração: Quando o traço estiver sobre toda a expressão, ou seja, Y = BA + , o resultado da expressão é que será negado. Essa expressão é representada pelo diagrama de blocos mostrado a seguir. Observe que a negação atua sobre a saída da porta OU, que é o resultado da expressão. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 31 Blocos Digitais Pode-se demonstrar essa afirmação pela tabela-verdade da expressão B A + = Y. Entrada Y A B A + B BA + 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 0 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 32 Blocos Digitais Portas lógicas básicas A - Desenhe o símbolo lógico da porta E com duas variáveis de entrada utilizando simbologia ABNT e ASA e monte sua respectiva tabela verdade. B - Desenhe o símbolo lógico da porta OU com duas variáveis de entrada utilizando simbologia ABNT e ASA e monte sua respectiva tabela verdade. C - Desenhe o símbolo lógico da porta NÃO utilizando simbologia ABNT e ASA e monte sua respectiva tabela verdade. D - Faça o diagrama de blocos das expressões abaixo com portas lógicas básicas utilizando simbologia ABNT e ASA e monte suas respectivas tabelas verdade. 1. Y = A . B CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 33 Blocos Digitais 2. Y = A + B 3. Y = AB 4. Y = ( A B) + (AB ) 5. Y = AB + AB C 6. Y = ( ) D (C . ) B A ++ CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 34 Blocos Digitais Construir tabelas-verdades de portas básicas Como você já estudou, a tabela-verdade mostra a disposição das combinações possíveis de uma situação (variáveis de entrada) e os respectivos resultados (variáveis de saída). Para melhor fixar estas informações, neste ensaio você vai construir tabelas-verdades das portas NÃO, E, OU. Equipamento: • Treinador eletroeletrônico. Procedimento 1. Monte o circuito abaixo. 2. Com o auxílio do treinador, construa a tabela-verdade da porta referente ao circuito montado. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 35 Blocos Digitais 3. A que porta lógica se refere a tabela-verdade encontrada? Responda, desenhando seu símbolo segundo a norma ABNT. 4. Monte o circuito abaixo. 5. Com o auxílio do treinador, construa a tabela da porta referente ao circuito montado. 6. A que porta lógica se refere a tabela-verdade encontrada? Responda, desenhando seu símbolo segundo a norma ABNT. 7. Monte o circuito abaixo. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 36 Blocos Digitais 8. Com o auxílio do treinador, construa a tabela-verdade da porta referente ao circuito montado. 9. A que porta lógica se refere a tabela-verdade encontrada? Responda, desenhandoseu símbolo segundo a norma ABNT. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 37 Blocos Digitais Blocos Digitais CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 38 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 38 Blocos Digitais Portas lógicas derivadas Os sistemas digitais mais complexos como os computadores de grande porte, são construídos a partir das portas lógicas básicas E, OU e NÃO. A partir dessas portas podem-se construir quatro outras portas denominadas de portas lógicas derivadas. Elas são: porta NE (ou NÃO E), a porta NOU (ou NÃO OU), a porta OU EXCLUSIVO e a porta NÃO OU EXCLUSIVO. Nesta unidade serão estudados os símbolos lógicos, a tabela-verdade e a expressão booleana das portas lógicas derivadas usadas em sistemas digitais. Vamos iniciar esse estudo por alguns conceitos da álgebra de Boole e que são necessários ao estudo da lógica digital. Para isso, é preciso ter conhecimentos anteriores sobre portas lógicas básicas e construção de tabela-verdade. Álgebra de Boole A Álgebra de Boole é a parte da matemática destinada à análise e projetos de sistemas lógicos. Seu criador foi o matemático George Boole (1815 - 1864). A álgebra booleana opera com variáveis que só podem assumir dois valores lógicos, usando para isso números binários. Assim, por exemplo, tanto a variável A, como a B e a Y podem assumir os valores 0 ou 1. A álgebra booleana é aplicada aos sistemas digitais que também trabalham com dois estados ou níveis lógicos. Assim, para operar matematicamente dentro dos princípios da álgebra booleana, basta associar o valor binário 1 a um dos estados lógicos e o valor binário 0 ao outro estado. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 39 Blocos Digitais Operações lógicas fundamentais Na álgebra booleana, as operações lógicas básicas são três: Operação Expressão Lê-se Multiplicação ou produto lógico - E A . B A e B Adição ou soma lógica - OU A + B A ou B Negação ou complementação - NÃO A A barrado ou não A Operação produto lógico A operação produto lógico (ou multiplicação) permite obter uma nova proposição (saída Y) a partir de duas ou mais proposições (variáveis A, B, C ...N), ligadas pela palavra E. A expressão algébrica booleana para a operação E é: Y = A . B A expressão booleana da operação E com três variáveis é: Y = A . B . C A operação E é definida pela tabela a seguir. A B Y (A . B) 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 Lembre-se de que a porta E pode ter duas ou mais entradas e terá sempre uma única saída. Essa saída terá o estado 1 somente quando todas as entradas tiverem o estado 1. Propriedades da operação E As propriedades da operação E e as respectivas expressões booleanas são as seguintes: • Associativa: A (BC) = (AB) C • Comutativa: AB = BA • Distributiva: A + (BC) = (A + B) (A + C) CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 40 Blocos Digitais A título de exemplo, vamos demonstrar como, através da tabela-verdade, pode-se provar a propriedade associativa da operação E. A (BC) = (AB) C Y Y A B C (B . C) A (BC) (A . B) (AB) C 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 Observação As colunas dos resultados ou saída (Y) apresentam, linha por linha, os mesmos valores. Isso prova que A (BC) = (AB) C. Identidades básicas A operação E possui as seguintes identidades básicas: a) A . 0 = 0 b) A . 1 = A c) A . A = A d) A . A = 0 Observação É o postulado da multiplicação lógica que determina as regras da multiplicação booleana, ou seja: a) (A) . (B) = (Y) b) 0 . 0 = 0 c) 0 . 1 = 0 d) 1 . 0 = 0 e) 1 . 1 = 1 Vamos agora analisar cada identidade básica a partir desse postulado. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 41 Blocos Digitais Postula-se que todo número multiplicado por 0 (zero) é igual a 0 (zero). Temos assim as seguintes possibilidades: A . 0 = 0 Se A = 0 → A = 1 → (A) . (B) = (Y) 0 . 0 = 0 1 . 0 = 0 Assim, A . 0 = 0 Demostramos que se (A) . (B) = (Y) A . 1 = A A = 0 → A = 1 → 0 . 0 = 0 1 . 1 = 1 Portanto: A . 1 = A Existem duas possibilidades: (A) . (B) = (Y) A . A = A Se A = 0 → A = 1 → 0 . 0 = 0 1 . 1 = 1 Portanto, A . A = A Analisando as possibilidades: (A) . (B) = (Y) A . A = 0 Se A = 0 e A = 1 → A = 1 e A = 0 → 0 . 1 = 0 1 . 0 = 0 Portanto: A . A = 0 Operação soma lógica A operação soma ou adição lógica permite uma nova proposição (saída Y) a partir de duas ou mais proposições (variáveis A, B, C ...N), ligadas pela palavra OU. A expressão algébrica booleana da operação OU é: Y = A + B. A saída é igual a A ou B. A expressão booleana da operação OU com três variáveis será: Y = A + B + C. A operação OU é definida pela tabela mostrada a seguir. A B Y ( A + B) 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 42 Blocos Digitais A porta OU pode ter duas ou mais entradas e uma só saída. Essa saída terá o estado 1 quando pelo menos uma ou todas as entradas tiverem o estado 1. Propriedades da operação OU As propriedades da operação OU e as respectivas expressões booleanas são as seguintes: • Associativa: A + (B + C) = (A + B) + C • Comutativa: A + B = B + A • Distributiva: A (B + C) = AB + AC A título de exemplo, a propriedade distributiva da operação OU A (B + C) = AB + AC, é demostrada a seguir por meio da tabela-verdade. Y1 Y2 A B C (B + C) A (B + C) A . B A . C AB + AC 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Observação As colunas dos resultados ou saídas apresentam, linha por linha, os mesmos valores. Isso prova que: A (B + C) + AB + AC Identidades básicas A operação OU possui as seguintes identidades básicas: a) A + 0 = A b) A + 1 = 1 c) A + A = A d) A + A = 1 Observação O postulado da adição determina as regras de adição dentro da álgebra booleana. (A) + (B) = (Y) a) 0 + 0 = 0 b) 0 + 1 = 1 c) 1 + 0 = 1 d) 1 + 1 = 1 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 43 Blocos Digitais A partir desse postulado é possível analisar cada identidade básica. a) A + 0 = A As possibilidades são: Se A = 0 A = 1 (A) + (B) = (Y) 0 + 0 = 0 1 + 0 = 1 O resultado será, portanto, sempre A. b) A + 1 = 1 Se A = 0 A = 1 (A) + (B) = (Y) 0 + 1 = 1 1 + 1 = 1 O resultado será sempre 1. Portanto, A + 1 = 1 c) A + A = A Se A = 0 A = 1 (A) + (B) = (Y) 0 + 0 = 0 1 + 1 = 1 Conclui-se que ao efetuar a soma lógica da mesma variável, o resultado será essa mesma variável. d) A + A = 1 É possível demostrar que sempre que efetuarmos a soma lógica de uma variável ao seu complemento, o resultado será 1. Se A = 0 e A = 1 A = 1 e A = 0 (A) + (B) = (Y) 0 + 1 = 1 1 + 1 = 1 Operação inversão A operação lógica inversão ou negação ou complementação consiste em converter uma proposição dada numa proposição a ela oposta. A expressão algébrica booleana da operação não de acordo com o enunciado é: A = A ( a entrada A é igual à saída não A). A operação NÃO é definida pela seguinte tabela: A Y ( A ) 0 1 1 0 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 44 Blocos Digitais A operação inversão, executada pela porta NÃO,tem apenas uma entrada e uma saída. A saída terá o estado 1 quando a entrada for 0, pois a negação ou oposto de 1 é 0. Identidades básicas As identidades básicas da operação NÃO são: (A) (B) (Y) a) A + A = 1 b) A . A = 0 c) A = A Observação Ao complemento de A, chamamos A (lê-se: não A ou A barrado). Desse modo, temos: A = 0 A = 1 A = 1 A = 0 a) A + A = 1 Se A = 0 e A = 1 → A = 1 e A = 0 → (A) (B) = (Y) 0 + 1 = 1 1 + 0 = 1 Portanto, A ou A = 1 b) A . A = 0 Se A = 0 e A = 1 A = 1 e A = 0 (A) (B) = (Y) 0 . 1 = 0 1 . 0 = 0 Portanto, A e A = 0 c. A = A (não não A = A) Se A = 0 A = 1; então A = 0 Portanto A = A Ou, A = 1 → A = 0, donde: A = 1 Portanto, A = A. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 45 Blocos Digitais Portas lógicas derivadas As portas lógicas derivadas são: • Porta NÃO E ou NE • Porta NÃO OU ou NOU • Porta OU EXCLUSIVO ou XOU • Porta NÃO OU-EXCLUSIVO ou XNOU Porta NÃO E (NE) Quando um inversor é conectado à saída de uma porta E, obtemos uma porta NÃO E (“NAND” em inglês), cujos diagramas de blocos são mostrados a seguir. Nos diagramas, as entradas A e B são submetidas a uma operação E (A . B). Em seguida, A . B é invertida pela porta NÃO formando à saída a seguinte expressão booleana. Y = B .A O traço sobre B .A indica a inversão do produto A e B. A operação NÃO E é uma composição da operação E com a operação NÃO. Isso significa que ela resulta na função E invertida. Isso pode ser verificado na tabela- verdade a seguir. Entrada Saída A B (A . B) ( B.A ) 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 1 1 1 1 0 Os símbolos lógicos da porta NE são mostrados a seguir. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 46 Blocos Digitais A porta NÃO E como outros blocos lógicos pode ter duas ou mais entradas. É uma porta amplamente usada em sistemas digitais e é considerada a porta universal. Observação É possível obter um circuito NÃO E de várias entradas. Para isso, basta ligar as entradas em paralelo de modo que elas constituam uma única entrada, conforme mostra a ilustração a seguir. Porta NÃO OU Quando se conecta um inversor à saída de uma porta OU, obtemos uma porta NOU (“NOR” em inglês). O diagrama de blocos a seguir indica como é formada uma porta NOU. Nesse circuito, uma porta OU está conectada a um inversor. As entradas A e B são submetidas a uma operação OU (A + B). Em seguida, A + B é invertida pela porta NÃO, formando à saída a seguinte expressão booleana: Y = BA + . A tabela-verdade a seguir mostra a operação da porta NOU. A coluna de saída da porta NOU é o complemento ou inversão da operação OU. Entrada Saída A B (A + B) ( BA + ) 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 0 A operação NÃO OU resulta verdadeira (1) quando todas as variáveis de que dependa são falsas (0). CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 47 Blocos Digitais Veja a seguir, os símbolos lógicos da porta NÃO OU. Porta OU-EXCLUSIVO (XOU) A porta OU-EXCLUSIVO (“XOR” em inglês) é ativada somente quando na entrada aparecer um número ímpar de uns. Ou, a saída será 1 quando as variáveis de entrada forem diferentes. Na tabela-verdade a seguir, observe que as entradas das linhas 2 e 3 têm um número ímpar de uns. Entrada Saída A B Y 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 Observe agora a expressão booleana da porta XOU extraída da tabela-verdade: Y = A . B + A . B . Com essa expressão booleana, pode ser desenvolvido um circuito lógico usando portas E, OU e inversores. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 48 Blocos Digitais Os circuitos mostrados podem ser também representados da seguinte maneira. Este circuito executa a função lógica XOU. A entrada A e a entrada B são submetidas juntas e exclusivamente a uma operação OU. Veja a seguir os símbolos lógicos da porta XOU. A expressão booleana A + B = Y é uma expressão XOU simplificada. O símbolo (⊕ ) significa OU-EXCLUSIVO em álgebra booleana. A expressão Y = A B é lida da seguinte maneira: a saída é igual a A OU- EXCLUSIVO B. ⊕ Porta NOU-EXCLUSIVO (XNOU) - Equivalência A porta NOU-EXCLUSIVO (“XNOR” em inglês) executa a operação NÃO OU- EXCLUSIVO que é a inversão do resultado da operação XOU (OU-EXCLUSIVO). Veja a seguir a tabela-verdade da porta NOU-EXCLUSIVO de duas entradas: Entrada Saída A B A B ⊕ B A ⊕ 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 0 1 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 49 Blocos Digitais Observe que a saída da operação XNOU é a inversão da operação XOU. Portanto, se a expressão algébrica booleana de XOU é Y = A ⊕ B, a expressão booleana de XNOU é a negação ou inversão de XOU, ou seja: Y = B A ⊕ . Enquanto a porta XOU é um detector de número ímpar de uns, a porta XNOU detecta números pares de uns. A porta XNOU produzirá uma saída 1 quando um número par de uns aparecer nas entradas. O diagrama de blocos da porta XNOU é mostrado a seguir. Observe como uma saída da porta XOU é invertida, dando a função NOU- EXCLUSIVO. Veja a seguir os símbolos lógicos da porta XNOU. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 50 Blocos Digitais Portas lógicas derivadas A - Desenhe o símbolo lógico da porta NÃO E com duas variáveis de entrada utilizando simbologia ABNT e ASA e monte sua respectiva tabela verdade. B - Desenhe o símbolo lógico da porta NÃO OU com duas variáveis de entrada utilizando simbologia ABNT e ASA e monte sua respectiva tabela verdade. C - Desenhe o símbolo lógico da porta OU EXCLUSIVO com duas variáveis de entrada utilizando simbologia ABNT e ASA e monte sua respectiva tabela verdade. D - Desenhe o símbolo lógico da porta NÃO OU EXCLUSIVO com duas variáveis de entrada utilizando simbologia ABNT e ASA e monte sua respectiva tabela verdade. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 51 Blocos Digitais A - Faça o diagrama de blocos das expressões abaixo com portas lógicas básicas e derivadas utilizando simbologia ABNT e ASA. 1. ABY = 2. ABY = + DC 3. AB(Y = ) . DC( ) 4. CBAY ++= 5. DCABY += 6. DEFABCY += 7. BAY += + C 8. DEABY ⊕= CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 52 PORTAS LÓGICAS Função Representação ASA ABNT Equivalente elétrico Tabela Verdade E Y = A . B A B Y 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 OU Y = A + B A B Y 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 NÃO Y = A A Y 0 1 1 0 NÃO E Y = B.A Y = A + B A B Y 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 NÃO OU Y = B A + Y = A . B A B Y 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 OU EXCLU SIVO Y = A ⊕ B Y = A B + AB A B Y 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 NÃO OU EXCLU SIVO Y = B A ⊕ Y = AB + A B A B Y 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 1 53 54 Blocos Digitais Construir tabelas-verdades de portas derivadas Neste ensaio, você vai estudar o comportamento das portas lógicas derivadas. Para isso, vai implementar seus circuitos correspondentes e construir as respectivas tabelas-verdades. Equipamento: • Treinador eletroeletrônico. Procedimento 1. Com o auxílio do treinador eletroeletrônico, monte o circuito a seguir e construa a tabela-verdade correspondente.CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 55 Blocos Digitais 2. A que porta lógica se refere o circuito montado? Desenhe seu símbolo correspondente. 3. Com o auxílio do treinador eletroeletrônico, monte o circuito a seguir e construa sua respectiva tabela-verdade. 4. A que porta lógica se refere o circuito montado? Responda, desenhando o símbolo correspondente. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 56 Blocos Digitais 5. Monte o circuito a seguir com o auxílio do treinador eletroeletrônico. Construa a tabela-verdade correspondente. 6. A que porta lógica se refere a tabela-verdade encontrada? 7. Com o auxílio do treinador eletroeletrônico, monte o circuito a seguir. Complete o símbolo referente à porta lógica indicada no passo 6. Levante a tabela-verdade e compare-a com a encontrada no passo 5. Comente as diferenças, se existirem. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 57 Blocos Digitais 8. Monte o circuito abaixo com o auxílio do treinador eletroeletrônico. Levante sua tabela-verdade. 9. A que porta lógica corresponde a tabela-verdade encontrada? CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 58 Blocos Digitais Implementar circuitos lógicos Neste ensaio, você vai implementar circuitos lógicos a partir de expressões algébricas booleanas. Equipamento: • Treinador eletroeletrônico. Procedimento 1. Com o auxílio do treinador eletroeletrônico, monte o circuito descrito pela expressão abaixo. A + B . B + A 2. Levante a tabela-verdade do circuito montado. 3. A que porta lógica se refere o circuito montado? 4. Com o auxílio do treinador eletroeletrônico, monte o circuito descrito pela seguinte expressão: AB + AB CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 59 Blocos Digitais 5. Levante a tabela-verdade do circuito montado. 6. A que porta lógica se refere o circuito montado? CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 60 Blocos Digitais Circuitos aritméticos Em circuitos digitais, é muito comum a necessidade de realizar operações aritméticas. Nesta unidade, estudaremos a família dos circuitos aritméticos que realizam operações de soma, subtração e comparação. As operações de multiplicação e divisão não serão estudadas porque são realizadas a partir das operações de soma e subtração. Para estudar esta unidade com mais facilidade é necessário ter conhecimentos sobre soma e subtração de números binários e blocos lógicos básicos. Somadores A adição de números binários em circuitos digitais é feita por blocos lógicos chamados meio-somador e somador completo. Meio-somador O meio-somador, também conhecido como HA (do inglês “half adder”) é um bloco lógico formado por portas XOU e e. Possui duas entradas A e B e duas saídas, uma de soma (Σ) e outra de “vai um” (CO, do inglês “carry out”). CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 61 Blocos Digitais Para melhor compreensão do circuito meio-somador, vamos relembrar a regra básica utilizada para a adição de números binários: Saídas Entradas A + B Soma (Σ) Vai um (CO) 0 + 0 0 0 0 + 1 1 0 1 + 0 1 0 1 + 1 0 1 A ilustração a seguir mostra um circuito meio somador, sua tabela-verdade e símbolo. No circuito, A e B são as variáveis de entrada a serem somadas, a saída da soma é dada pelo símbolo de somatória (Σ) e a saída “vai-um” é representada pelas letras CO (“carry out”). Entradas Saídas 1 2 A B Σ (soma) CO (vai-um) 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 0 1 O circuito meio somador soma apenas um algarismo. Quando é necessário somar números com mais de um algarismo, deve-se usar somadores completos. Somador completo O somador completo, ou FA (do inglês “full adder”) realiza a soma de números binários que tenham mais de um algarismo. Nesse caso, é necessário levar em consideração o “vem-um” (“carry-in”) vindo do estágio anterior. O resultado será uma soma (Σ) e um CO (“carry out”). O somador completo efetua a soma de três entradas A, B e CI (“carry in”). CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 62 Blocos Digitais Veja a seguir o diagrama de blocos de um somador completo, seu símbolo e sua tabela-verdade. Entradas Saídas A B C Σ CO 1 0 0 0 0 0 2 0 0 1 1 0 3 0 1 0 1 0 4 0 1 1 0 1 5 1 0 0 1 0 6 1 0 1 0 1 7 1 1 0 0 1 8 1 1 1 1 1 O circuito mostrado acima pode ser simplificado: CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 63 Blocos Digitais A figura a seguir mostra um circuito formado por somadores ligados em paralelo. Ele efetua a soma de dois números de quatro bits. Observe que o dígito menos significativo pode ser feito com um circuito meio-somador, pois esse dígito não tem “carry in” vindo do estágio anterior. A = A3 A2 A1 A0 B = B3 B2 B1 B0 S = S3 S2 S1 S0 Para se construir um somador de N bits basta utilizar N - 1 somadores completos e um circuito meio-somador. O circuito somador completo também pode ser construído a partir de dois circuitos meio-somadores e uma porta OU. Esse circuito é mostrado a seguir. Subtrator binário Assim como os meio-somadores e somadores completos podem ser construídos a partir de circuitos digitais, também é possível construir meio-subtratores e subtratores completos a partir de circuitos digitais. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 64 Blocos Digitais Meio-subtrator O circuito meio-subtrator ou HS (do inglês “half-subtractor”) faz a subtração de dois algarismos binários. É um bloco formado por portas XOU e E e um inversor. Possui duas entradas A (minuendo) e B (subtraendo) e duas saídas DI (diferença) e BO (do inglês “borrow”, ou seja, empréstimo). Para facilitar o entendimento do circuito subtrator, reveja a regra básica da subtração binária: 0 - 0 = 0 0 - 1 = 1 (e empresta 1) 1 - 0 = 1 1 - 1 = 0 A figura a seguir mostra o circuito meio-subtrator, sua tabela-verdade e seu símbolo. Entradas Saídas A B DI BO 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 1 1 0 0 A saída DI (diferença) é feita por uma porta XOU A ⊕ B. Toda a vez em que houver uma diferença entre A e B, a saída DI vai a 1. Quando resta diferença e o minuendo for menor que o subtraendo (A < B), a saída BO (empréstimo) vai a nível lógico 1. O circuito meio-subtrator só realiza subtração de números binários de apenas um algarismo. Para realizar a subtração binária de números com mais de um algarismo, deve-se utilizar o subtrator completo. Subtrator completo O subtrator completo também conhecido como FS (do inglês, “full subtractor”) é utilizado para fazer a subtração dos números binários a partir do segundo dígito. No primeiro dígito, utiliza-se um circuito meio-somador. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 65 Blocos Digitais O subtrator completo possui três entradas: A (minuendo), B, (subtraendo) e BIN (empréstimo). O circuito do subtrator completo, sua tabela-verdade e símbolo são mostrados a seguir. A B BIN DI BO 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 Para se construir um subtrator de N bits, utiliza-se N - 1 circuitos subtratores completos e um meio-subtrator. Observe na figura a seguirsubtratores ligados em paralelo, formando um circuito subtrator de três bits. A saída BO (empréstimo) de um bloco é conectada à entrada BIN do bloco seguinte para acompanhar o desenvolvimento do empréstimo. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 66 Blocos Digitais Podemos construir um subtrator completo a partir de dois meio-subtratores e uma porta OU conforme figura a seguir. Uso de somadores na subtração É muito comum utilizar circuitos somadores para realizar a subtração binária. A figura a seguir mostra um circuito com quatro somadores completos construídos para funcionar como um subtrator de quatro bits em paralelo. A idéia básica deste circuito consiste em complementar o subtraendo. Isso é feito através dos inversores nas entradas Bs e adicionando-se este complemento ao minuendo e ao transporte do contorno. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 67 Blocos Digitais Observação Contorno é a saída CO do FA 8s que está ligada com a entrada CI de F0 1s. O resultado desta adição será a diferença entre A1, A2, A3, A4 e B1, B2, B3, B. Circuitos somadores e subtratores completos Os circuitos estudados até agora efetuavam somente ou soma ou subtração. É possível montar um único circuito que efetue soma e subtração de palavras binárias, dependendo do nível lógico da entrada M (modo). Observação Chamamos de palavra a um código binário de determinado comprimento (4, 8, 16 bits, etc.). Veja a seguir o diagrama de blocos e a tabela-verdade de um somador/subtrador completo. M A B TE S TS 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 0 0 1 Soma completa 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 Subtração completa 1 1 1 1 1 1 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 68 Blocos Digitais No circuito: • A e B são as entradas dos algarismos; • M é o modo de operação: nível 0 = soma; nível 1 = subtração; • S é o resultado da operação realizada; • TE é entrada de transporte: quando soma = CI; quando subtrai BI; • TS é a saída de transporte: quando soma = CO; quando subtrai = BO. Como vimos, os somadores e subtratores podem ser construídos a partir de blocos lógicos. Na prática, esses circuitos são obtidos em circuitos integrados. Um exemplo desse tipo de CI é o 7483, um somador completo de 4 bits. Comparador de magnitude Outro circuito lógico muito utilizado nos sistemas aritméticos é o comparador de magnitude, também conhecido como comparador binário. Ele é utilizado em circuitos lógicos para comparar dois valores binários. Possui três saídas pelas quais indica se o valor comparado é igual, maior ou menor que o valor estabelecido como padrão. Essas saídas são: A > B; A < B; A = B. Célula de comparação Chama-se célula de comparação a um comparador de magnitude que compara um bit da entrada A com um bit da entrada B. Veja a seguir a tabela-verdade e as expressões booleanas de uma célula de comparação. Entradas Saídas A B A > B A = B A < B 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 1 1 0 1 0 A > B A . B A = B AB + A . B = B A ⊕ A < B A . B CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 69 Blocos Digitais Das três saídas, somente uma de cada vez vai a nível lógico 1. Veja a seguir, um circuito de uma célula de comparação formada por portas lógicas. A figura a seguir mostra um comparador de magnitude de três bits formado por três células de comparação e um arranjo de portas lógicas básicas para indicar a comparação feita pelas células comparadoras. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 70 Blocos Digitais Note que a comparação é feita a partir do bit mais significativo, isto é, primeiro compara-se A2 com B2. Caso não haja igualdade, uma das saídas (A >B ou A < B) fornece nível lógico 1 em sua saída e ativa a porta OU correspondente. Caso não haja igualdade, a saída A = B fica em nível 0, bloqueando as portas E e tornando irrelevantes os níveis das outras entradas. Caso haja uma igualdade no bit mais significativo, a saída A = B deste bit fornece nível lógico 1, permitindo a comparação do segundo bit. Se não houver igualdade, uma das portas E ligada às saídas A > B ou A < B é ativada e ativará a porta OU correspondente. Caso haja uma igualdade no segundo bit, sua saída A = B fornecerá nível lógico 1, permitindo que seja feita a comparação no próximo bit e assim por diante. Quando houver igualdade em todos os bits, a porta E à qual todas as saídas de igualdade estão ligadas, é ativada levando a saída A = B a nível lógico 1. A tabela a seguir é a tabela-verdade deste comparador. Entradas comparadoras Saídas A2 B2 A1 B1 A0 B0 A > B A < B A = B A2 > B2 X X 1 0 0 A2 < B2 X X 0 1 0 A2 = B2 A1 > B1 X 1 0 0 A2 = B2 A1 < B1 X 0 1 0 A2 = B2 A1 = B1 A0 > B0 1 0 1 A2 = B2 A1 = B1 A0 < B0 0 1 0 A2 = B2 A1 = B1 A0 = B0 0 0 1 Observação Na prática, utilizamos CIs comparadores de magnitude que comparam quatro ou cinco bits, tornando mais simples a construção de comparadores. Com esses CIs, é possível fazer ligações em cascata para a comparação de palavras maiores. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 71 Blocos Digitais CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 72 Blocos Digitais Circuitos combinatórios Você já sabe que os circuitos lógicos correspondem a equações booleanas que, por sua vez, são extraídas da tabela-verdade. Contudo, construir circuitos lógicos diretamente das expressões booleanas da tabela- verdade é um processo complexo. Esses circuitos podem ser simplificados, o que facilita sua montagem e diminui o custo do sistema pela economia dos blocos lógicos necessários a sua construção. Nesta unidade, vamos estudar os postulados, teoremas, propriedades e identidade da álgebra booleana. Isso nos permitirá realizar a simplificação das expressões booleanas o que facilitará muito a execução dos circuitos combinatórios, ou seja, aqueles cuja saída depende das combinações das variáveis de entrada. Para estudar esta unidade, é importante ter os seguintes conhecimentos da álgebra booleana: propriedades e identidades básicas. Teoremas de De Morgan Os teoremas de De Morgan são empregados para simplificar as expressões algébricas booleanas. Primeiramente, vamos demonstrar e comparar as leis postuladas por De Morgan. Em seguida, veremos a aplicação desses postulados. Teorema 1 O complemento do produto é igual à soma dos complementos. Ou seja: B .A = A +B . CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 73 Blocos Digitais Veja, com o auxílio da tabela-verdade, como os resultados de cada termo das expressões são iguais. A B A B A . B B.A A + B 0 0 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1 0 0 1 0 0 Este teorema pode também ser deduzido pela equivalência entre blocos lógicos, como por exemplo: B . A (porta NE) ← → A + B (porta OU) Esse teorema pode ser aplicado para mais de duas variáveis: ...N C . B .A = ( A + B + C + ...N ) Teorema 2 O complemento da soma é igual ao produto dos complementos. B A + = A . B Este teorema é a extensão do primeiro. Assim, podemos escrever: ( ...N C B A +++ ) = A . B . C . ...N CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 74 Blocos Digitais A aplicação deste teorema é demostrada pela equivalência entre blocos lógicos. ( B A + ) (porta NOU) A . B (portaE) Generalizando: Com o auxílio do teorema de De Morgan, é fácil realizar a transferência de expressão booleana de termos máximos para a de termos mínimos. Observação Entende-se por expressão booleana de termos mínimos, a expressão booleana resultante da soma de produtos. Expressão booleana de termos máximos é aquela que resulta do produto das somas. Equações lógicas Para resolver qualquer problema, ou antes de iniciar um projeto lógico, constrói-se primeiramente a tabela-verdade. Da tabela-verdade, extrai-se a expressão booleana correspondentes à operação exata de um circuito digital. Expressão booleana de soma de produtos Pela análise da tabela-verdade de uma operação OU-EXCLUSIVO, vamos mostrar como extrair uma expressão booleana de soma de produtos. A B Y 1 0 0 0 2 0 1 1 A . B 3 1 0 1 A . B 4 1 1 0 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 75 Blocos Digitais A tabela-verdade mostra que apenas as linhas 2 e 3 da tabela geram a saída 1. Na linha 2, as variáveis de entrada correspondem a não A e B ( A . B). A outra combinação de variáveis que gera 1 é a da linha 3. Essas variáveis são o produto A . B . Ao realizar a soma desses produtos ( A . B + A . B ), temos a expressão booleana completa, ou seja: Y = A . B + A . B Esta é uma expressão de soma de produtos ou de termo mínimo. A expressão booleana Y = A . B + A . B constitui-se num circuito de portas lógicas E- OU cujo diagrama de blocos lógicos é mostrado a seguir. Assim para a elaboração de um projeto lógico, deve-se: • Construir a tabela-verdade; • Determinar a partir da tabela-verdade, a expressão booleana de termos mínimos (soma de produtos); • A partir da expressão booleana de termos mínimos, esquematizar o circuito lógico. Expressão booleana de produto de somas Pela análise de uma operação OU-EXCLUSIVO, vamos demonstrar como extrair uma expressão booleana de produtos de somas. A B Y 1 0 0 0 A . B 2 0 1 1 3 1 0 1 4 1 1 0 A . B CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 76 Blocos Digitais Na tabela-verdade, vemos que as linhas 1 e 4 geram a saída 0. Dessas linhas será extraída a expressão booleana. Pelos resultados 0, chega-se à saída Y. A expressão booleana será: Y = B . A + A . B Para chegar à saída Y, inverte-se a expressão: B . A Y = + A . B Para simplificar essa expressão, aplica-se primeiramente o segundo teorema de De Morgan. Isso resulta na seguinte expressão: B . A Y = . B .A Aplicando, nessa expressão, o primeiro teorema de De Morgan, obteremos: B A . B A Y ++= Aplicando, então, a identidade básica em ambos os termos, chegamos a: Y = A+B. A +B Essa expressão resultante é uma expressão de produto de somas ou de termo máximo. Agora você já sabe que as expressões booleanas podem ser tiradas de duas maneiras: • A partir dos uns de saída (termos mínimos ou soma de produtos). • A partir dos zeros (termos máximos ou produto da soma). Contudo, antes de extrair a expressão booleana de uma tabela-verdade, convém verificar que método oferece maior facilidade: tirar a expressão pelos uns ou pelos zeros. Observe que na tabela-verdade a seguir, é mais fácil extrair a expressão booleana pelos zeros (termos máximos ou produto da soma), pois pelos uns a expressão booleana seria mais longa e mais complexa. A B C Y 1 0 0 0 1 2 0 0 1 1 3 0 1 0 1 4 0 1 1 1 5 1 0 0 0 1º termo A . B . C = Y 6 1 0 1 1 7 1 1 0 1 8 1 1 1 0 2º termo A . B . C = Y CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 77 Blocos Digitais Temos então, a expressão booleana das variáveis das linhas 5 e 8. Quando submetidas ao teorema de De Morgan, estas variáveis darão um termo da expressão booleana: 1º termo 2º termo Y = (A . B . C ) + (A . B . C) Y = ) )(( C . B .A C . B .A + Y = ( A + B + C) . ( C B A ++ ) Portanto, a expressão booleana de termos máximos (produto de somas) será: Y = ( A + B + C) . ( A + B + C) O diagrama de blocos OU-E, a seguir é a implementação da expressão retirada da tabela-verdade. Observe que as saídas as portas OU estão alimentando uma porta E. Aplicação dos teoremas de De Morgan e de equações lógicas booleanas As leis e as propriedades fundamentais da operação da álgebra booleana permitem resolver problemas e projetos lógicos em diversas áreas. Através de um exemplo, vamos demonstrar a aplicação desses princípios. Exemplo No setor de operação de uma empresa, um alarme deverá disparar toda a vez que ocorrer uma das seguintes situações: • Faltar energia elétrica, o gerador auxiliar não entrar em funcionamento e as luzes de emergência não acenderem; ou • Faltar energia elétrica, o gerador auxiliar funcionar e as luzes de emergência não acenderem; ou CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 78 Blocos Digitais • Houver energia elétrica, o gerador auxiliar funcionar e as luzes de emergência acenderem; ou • Houver energia elétrica, o gerador auxiliar funcionar e as luzes de emergência não acenderem. Observação Lembre-se de que os passos a serem seguidos para resolver um problema lógico são: • A elaboração da tabela-verdade; • A extração da equação lógica; • A execução do circuito ou diagrama de blocos lógicos. Para elaborar a tabela verdade deste problema, observamos que há três variáveis a considerar: • A energia elétrica (A); • O gerador auxiliar (B); • As luzes de emergência (C). Uma vez identificadas as variáveis de entrada, estabelecemos a convenção em binário para as situações existentes: • Falta de energia = 1 • Funcionamento do gerador = 1 • Luzes de emergência acesas = 1 • Alarme disparado = 1 Existência de energia = 0 Não - funcionamento do gerador = 0 Luzes de emergência apagadas = 0 Alarme não disparado = 0 A tabela resultante é: A B C Y 1 0 0 0 0 2 0 0 1 0 3 0 1 0 1 4 0 1 1 1 5 1 0 0 1 6 1 0 1 0 7 1 1 0 1 8 1 1 1 0 Observação A saída Y = 1 é resultado das proposições dadas. Vejamos, por exemplo, a primeira proposição: se faltar energia elétrica (1), o gerador auxiliar não entrar em funcionamento (0), e as luzes de emergência não acenderem (0), o alarme disparará (1). Tal situação está representada na linha 5 da tabela (100). As demais situações nas linhas em que a saída for Y = 1. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 79 Blocos Digitais Montada a tabela-verdade, extraímos a expressão algébrica booleana a partir das situações em que Y = 1. Dessa forma, teremos a expressão booleana de termos mínimos ou de soma de produtos. Na tabela-verdade montada, as linhas 3, 4, 5 e 7 geram a saída 1 (Y = 1). Para a linha 3 gerar a saída 1, temos as variáveis de entrada A , B e C unidas por uma operação E: A . B . C Para a linha 4 gerar a saída 1, as entradas são A , B e C. Isso corresponde à expressão: A . B . C Na linha 5, temos as entradas A, B e C . A expressão booleana é: A . C . B Na linha 7, as entradas são A, B e C . A expressão booleana é: A . B . C A expressão booleana total será composta pela interligação desses quatro termos por uma operação OU. Y = A . B . C + A . B . C + A . B . C + A . B . C Essa expressão, também chamada expressão canônica, pode ser representada pelo diagrama de blocos de portas E e OU mostrado a seguir. A expressão canônica que apresenta uma operação soma lógica (porta OU) como principal, é chamada de soma de produtos. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 80 Blocos Digitais Como vimos antes, a expressão booleana pode também ser extraída a partir dos resultados Y = 0. A expressão assim obtida será um produto desomas. No caso do exemplo apresentado, a tabela-verdade apresenta Y = 0 nas linhas 1, 2, 6 e 8. A B C Y 1 0 0 0 0 C . B . A 2 0 0 1 0 . B . A C 3 0 1 0 1 4 0 1 1 1 5 1 0 0 1 6 1 0 1 0 A . B . C 7 1 1 0 1 8 1 1 1 0 A . B . C A expressão booleana final é: C . B . A + . B . A C + A . B . C + A . B . C = Y Inverte-se a equação para obter a expressão de Y: C.B.A C. B . A C . B.A C . B . A Y +++= Simplificando a equação pela aplicação do teorema de De Morgan, temos: Y = A + B + C . A +B + C . A + B + C . CBA ++ Embora essa expressão se apresente de forma diferente (produto das somas) daquela extraída pelos resultados Y = 1 (soma dos produtos), ambas são iguais, o que pode ser comprovado por meio da tabela-verdade como é mostrado a seguir. Y1 = A . B . C + A . B . C + A . B . C + A . B . C = Y2 = A + B + C . A + B + C . A + B + C . A + B + C A B C A B C A.B.C A.B.C A.B.C A.B.C Y1 A+B+C A+B+C A+B+C A+B+C Y2 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 81 Blocos Digitais Teoremas de absorção Os teoremas de absorção são os que definem identidades utilizadas para a simplificação de expressões booleanas. Quatro são os teoremas de absorção: A (A + B) = A A + AB = A A + BA = A + B A . ( A + B) = A . B Esses teoremas podem ser demostrados de dois modos: pela tabela-verdade ou pela aplicação de postulados, propriedades e teoremas da álgebra booleana. Teorema 1 A (A + B) = A Aplicando a propriedade distributiva, temos a expressão: A [1 . (1 + B)] = A Aplicando o princípio da identidade básica, temos: (1 + B) = 1 → A (1 . 1), donde se conclui: A = A Teorema 2 A + A . B = A Aplicando a tabela-verdade, provamos que A + A . B = A A B A . B A + AB 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 Observe que as colunas A e A + A . B são iguais. Teorema 3 A + BA = A + B Pela propriedade distributiva, obtemos a equação: A + A . A + B = A + B Pela identidade básica, obtemos: A + A = 1 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 82 Blocos Digitais Dado que 1 . A + B = A + B, concluímos que A + B = A + B. Assim, fica provado que: A + BA = A + B Teorema 4 A . ( A + B) = A . B Empregando a tabela-verdade, obtemos: A B A A + B A . ( A + B) A . B 0 0 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 1 Verifique que A . ( A + B) = A.B, o que comprova as respectivas colunas da tabela- verdade. Simplificação de expressões algébricas De modo geral, a expressão booleana extraída da tabela-verdade é longa e complexa, embora essa expressão seja a base da construção do circuito lógico. Para que o circuito se torne mais prático, as expressões booleanas podem ser simplificadas por meio de dois métodos: • O método algébrico, que emprega os postulados, as propriedades, as identidades e os teoremas da álgebra de Boole; • O método prático que utiliza mapas para a simplificação. Método algébrico de simplificação Na simplificação de expressões booleanas pelo método algébrico, não há ordem determinada a ser seguida. Conforme a necessidade, aplicam-se os postulados, as propriedades, os teoremas e as identidades até obter uma forma reduzida da expressão original. Exemplo Dada a expressão: Y = 1 C B A + 2 C BA + 3 C BA + 4 C B A 1. Aplica-se a propriedade distributiva nos termos 1 e 2 e o resultado obtido será o seguinte: Y = ( ) CB + 321 3 C B A + 321 4 C B A CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 83 Blocos Digitais Pela identidade básica, obteremos: A + A = 1 e 1 . C B = C B Portanto: Y = C B + 321 3 C B A + 321 4 C B A 2. Aplica-se igualmente a propriedade distributiva nos termos 3 e 4 e o resultado será: Y = C B + C B ( ) Pela identidade básica, obteremos: A + A = 1 e 1 . C B = C B Portanto, Y = { 2 e 1 C B + { 4 e 3 C B Aplicando novamente a propriedade distributiva, obteremos: Y = B ( ) C + C = 1 e 1 . B = B Assim, a forma final da expressão será: Y = B Método gráfico de simplificação (mapas de Karnaugh) - A simplificação de expressões algébricas booleanas é um processo complexo e trabalhoso e pode apresentar resultado falso. O método de simplificação por meio de mapas de Karnaugh (método gráfico) oferece maior facilidade e segurança no processo de simplificação. Esses mapas permitem simplificar expressões booleanas com qualquer número de variáveis. Para cada expressão booleana, deve-se construir um mapa com diferentes números de casas. Assim: • Expressões booleanas com duas variáveis (A, B) terão quatro casas (22): B B A A As variáveis, neste caso, podem ser A, B (A e B seriam as outras possibilidades). • Expressões com três variáveis (A, B, C) terão 8 casas (23). BC CB CB CB A A CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 84 Blocos Digitais • Expressões com quatro variáveis terão dezesseis casas (24). CD DC DC DC AB BA BA BA A disposição das variáveis nas linhas horizontais e nas colunas pode ser feita em qualquer combinação de variáveis. O que se deve observar é que de uma casa para outra haja mudança em apenas uma variável. Por exemplo, na expressão com as variáveis A . B . C . D: • Nas linhas horizontais, qualquer combinação pode dar início à seqüência. Iniciamos BA . BA BA mudamos a variável B para B AB mudamos a variável A para A BA mudamos a variável B para B • Nas colunas, pode-se iniciar também por qualquer combinação; a cada coluna muda-se apenas uma variável. DC DC CD DC A casa formada pela intersecção de uma coluna com uma linha corresponde a uma combinação das variáveis de entrada, como acontece na tabela-verdade. Veja exemplo abaixo. A B C Y 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 85 Blocos Digitais C C BA BA ↓ AB → AB C 110 BA • Utilização do mapa de Karnaugh - Vamos tomar como exemplo a seguinte expressão extraída de uma tabela- verdade qualquer: Y = CBA + CBA + CBA + CBA + CAB Para simplificar a expressão, constrói-se, primeiramente, o mapa de acordo com o número de variáveis. No exemplo dado, três são as variáveis (23). CB CB BC CB A A O processo de simplificação é o seguinte: 1. Colocar 1 nas casas de acordo com os termos da expressão: CB CB BC CB A 1 1 A 1 1 1 2. Colocar 0 ou deixar em branco as demais casas, cujos termos não correspondem à expressão. CB CB BC CB A 1 0 0 1 A 1 1 0 1 Observação O mapa poderá ser feito de outra forma, mas o resultado será o mesmo. 3. Enlaçar a maior quantidade de uns adjacentes em grupos de 2, 4 e 8 uns no mesmo laço como é mostrado a seguir. CMFP – Centro Móvel de Formação Profissional 86 Blocos Digitais Observações • Não deixar nenhum número 1 fora do laço; o mesmo número 1 pode fazer parte de dois laços. • A primeira e a última linhas do mapa, assim como a primeira e a última colunas também são adjacentes. Verifique que os uns pertencentes à primeira e última colunas estão unidos pelo mesmo laço. • Não importa a maneira de enlaçar os uns,
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