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CIVIL lV AULA 07 AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL USUCAPIÃO

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DIREITO CIVIL IV 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL - USUCAPIÃO 
Aula 7 
 
Objetivos 
Ao final da sessão o aluno deverá ser capaz de: 
 
- Compreender o fenômeno da usucapião 
- Identificar os requisitos de todas as modalidades de usucapião; 
- Aplicar as regras de transição à usucapião; 
 
CONTEÚDO DA AULA 
 
Usucapião 
1. Conceito e natureza jurídica 
2. Requisitos gerais e específicos 
3. Espécies e respectivos prazos 
4. Direito intertemporal 
5. Alegação em defesa e seus efeitos 
Propriedade Imóvel 
Modos de Aquisição da 
Propriedade Imobiliária 
Modos de Aquisição 
1. Pelo registro do título 
2. Pela acessão 
3. Pela usucapião 
4. Pelo direito hereditário 
Usucapião - Conceito 
• do latim usus (uso)+ capere (tomar) = tomar 
pelo uso 
 
 > adquirir pelo uso (pela posse) 
 
• Modo originário de aquisição da propriedade e de 
outros dtos reais (usufruto, uso, habitação) 
 > pela posse prolongada da coisa 
 > observando os requisitos legais. 
 
Corrente subjetivista 
• Fundamento da usucapião => presunção de abandono do bem 
pelo proprietário, renunciando-o tacitamente. 
 
Corrente objetivista 
• Fundamento da usucapião => Aquisição da propriedade pela 
utilidade social do bem. 
 xxx 
• Consolidação da propriedade com juridicidade da situação de fato: 
p posse + tempo. 
 
• “A posse é o fato objetivo, e o tempo, a força que opera a 
transformação do fato em direito” (DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil 
brasileiro: direito das coisas. 22.ed. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 156). 
Fundamento 
A) Pessoais: (Referente às características do adquirente e do proprietário). 
• Capacidade jurídica do adquirente para usucapir. 
• Não corre prazo da usucapião contra absolutamente incapazes. 
• Usucapião é prescrição aquisitiva, deve se observar causas obstativas, 
suspensivas e interruptivas da prescrição (arts. 197 a 202, CC). 
 
B) Reais (Referente ao objeto da usucapião) 
• Bens e direitos suscetíveis de usucapião. 
• Bens apropriáveis. 
• Excluídos: 
 >bens fora do comércio, 
 >bens públicos 
 > bens que, pela natureza da relação jurídica que autoriza a posse 
do possuidor, não podem ser usucapidos. 
 Ex. condômino usucapir área condominial. 
C) Formais ... 
Requisitos gerais e específicos 
 
C) Formais (referente à posse ) 
• Posse exercida com animus domini 
• Prazo de posse. 
• Sentença judicial (declaratória). 
• Posse justa >>>> boa-fé não é condição essencial. 
• Posse mansa e pacífica (sem oposição) 
• Posse pública. 
• Posse contínua e duradoura. 
 
 
Requisitos gerais e específicos 
• Polêmica sobre possibilidade de usucapião de bens em comodato. 
• Continuidade > possibilidade de soma de posses para usucapião. 
• Registro no Cartório de Imóveis com carta de sentença. 
• Possuidor e confinantes ser citados pessoalmente para ação de 
usucapião (Súm. 263 e 391 STF) + União, Estado e Município 
• Algumas modalidades exigem requisitos específicos. 
 Ex: Usucapião ordinária -> prova da boa-fé; 
 Usucapião tabular (art. 1.242, §ú CC) -> boa-fé + imóvel 
registrado e posteriormente cancelado. 
Requisitos gerais e específicos 
11 11 
Espécies de Usucapião de Bens Imóveis. 
 
1. Extraordinária – Art. 1238 CC 
 
2. Ordinária – Art. 1242 CC 
 
3. Especial (Constitucional) 
 # Rural (pro labore) – Art. 1239 CC e 191 CF 
 # Urbana (pró-moradia) – Art. 1240 CC e Art 183, §§ 1º a 3º CF 
 
4. Coletiva – Art. 10, L. 10257/01 (Estatuto das Cidades) 
 
5. Usucapião familiar 
Aquisição da Propriedade Imobiliária pela Usucapião 
12 12 
Usucapião Extraordinária. 
 
Requisitos: 
a) Posse pacífica, ininterrupta, exercida com animus domini; 
b) Lapso temporal de 15 anos, 
• Redução para 10 anos se estabelecida morada habitual no 
imóvel ou realização de obras ou serviços produtivos. 
• Considerado efetivo uso do bem possuído como moradia e fonte 
de produção (posse-trabalho) para redução de prazo; 
c) Presunção juris et jure de boa-fé 
• Dispensa exibição do justo título, 
• Não permitida prova de carência do título. 
• Usucapiente deve apenas provar sua posse; 
d) Sentença judicial 
• Sentença declaratória da aquisição do domínio por usucapião 
• Título levado ao Registro Imobiliário. 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem 
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a 
propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo 
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual 
servirá de título para o registro no Cartório de Registro de 
Imóveis. 
 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á 
a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua 
moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de 
caráter produtivo. 
14 14 
Usucapião Ordinária. 
Requisitos: 
a) Posse mansa, pacífica e ininterrupta, com intenção de dono; 
b) Lapso temporal de 10 anos, 
• Redução para 5 anos, se bem adquirido onerosamente e transcrição 
cancelada, e possuidor more ou tenha realizado investimentos de 
interesse social ou econômico no bem; 
c) Justo título, ainda que com vício ou irregularidade, e boa-fé. 
• Necessidade de título idôneo para operar transferência da 
propriedade (escritura pública, cessão de direito, formal de partilha etc.) 
• Convicção de que possui legitimamente o imóvel (boa-fé); 
d) Sentença judicial 
• Declaração de aquisição do domínio, 
• Assento no Registro Imobiliário. 
15 15 
parágrafo único. Será de 5 anos o prazo previsto neste artigo se o 
imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro 
constante do respectivo cartório, cancelado posteriormente, desde 
que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou 
realizado investimentos de interesse social e econômico. 
Usucapião ordinária. 
Confere o domínio do imóvel a quem, por 10 anos, o possuir 
com animus domini contínua e pacificamente, tendo justo 
título e boa-fé. 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, 
contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir 
por dez anos. 
16 16 
Enunciado 86: 
"A expressão justo título, contida nos arts. 1.242 e 1.260 do CC, 
abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir 
a propriedade, independentemente de registro." 
17 17 
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural 
ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem 
oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta 
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua 
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
• Forma de usucapião em que o usucapiente torna produtiva, 
com seu trabalho, uma área de terra em zona rural, tendo nela 
sua morada. 
Usucapião Especial Rural ou Usucapião Pro labore 
18 18 
Requisitos: 
a) Usucapiente -> não proprietário de imóvel rural ou urbano 
• Permite domínio a quem, não tendo propriedade, cultivou 
terra alheia abandonada, tornando produtiva pelo trabalho. 
b) Posse ininterrupta sem oposição por 5 anos com animus 
domini. 
c) Ocupante tornou terra produtiva com seu trabalho ou de sua 
família, seja agrícola, pecuário ou agroindustrial; 
d) Usucapiente com moradia habitual -> fim social de estimular 
fixação do homem no campo; 
e) Área não superior a 50 hectares; 
f) Bem imóvel não esteja em área pública. 
Usucapião Especial Rural ou “Pro labore” 
19 19 
• Princípio de que solo urbano não deve ficarsem aproveitamento 
adequado. 
 
• Requisitos: 
homem ou mulher, de qualquer estado civil, 
Não pode ser imóvel público 
 Dimensão de até 250 m2, 
 Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural 
Posse sem oposição, ininterrupta, por 5 anos, 
 Posse para sua moradia ou de sua família. 
 
• Presunção absoluta de boa-fé -> não exige prova de justo título. 
 
Usucapião Urbana ou Usucapião Especial Urbana 
20 20 
Enunciado 85: "Para efeitos do art. 1.240, caput, do novo 
Código Civil, entende-se por "área urbana" o imóvel edificado 
ou não, inclusive unidades autônomas vinculadas a 
condomínios edilícios." 
• Preciso comprovar: 
 Posse ininterrupta + pacífica + animus domini + 5 anos + área de 
até 250 m2 + moradia + não proprietário de outro imóvel urbano 
ou rural. 
 
• Assento da sentença no registro imobiliário. 
 
• Beneficio de usucapião especial urbana não será reconhecido à 
mesma pessoa mais de uma vez. 
21 
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até 
duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos 
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua 
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que 
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
 
§ lº O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos 
ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do 
estado civil. 
 
§ 2º O direito previsto no parágrafo antecedente não será 
reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
22 22 
Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada 
adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel. 
 
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo 
constituirá titulo hábil para o registro no Cartório de Registro de 
Imóveis. 
Sentença declaratória de usucapião. 
constitui título hábil para assento no Cartório de Imóveis. 
Valor probante da sentença. 
Sentença declaratória de usucapião e seu registro não têm valor 
constitutivo e sim probante, regularizando situação do imóvel e 
permitindo livre disposição. 
23 
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo 
exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos 
seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam 
contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e 
de boa-fé. 
• Lei exige continuidade de posse, mas admite sucessão dentro dela. 
• Possuidor pode acrescentar posse do antecessor, para contagem 
de tempo para usucapião (art. 1.207 CC). 
• Posses uniformes quanto ao objeto, sem interrupção natural ou 
civil, pacíficas e que posse do transmitente e do adquirente não seja 
viciosa (violentas, clandestinas ou precárias), e, no caso do art. 1.242 
CC, que haja justo título e boa-fé. 
Usucapião e União de Posses 
24 24 
Usucapião 
Causas Impeditivas, Suspensivas e Interruptivas 
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao 
devedor acerca das causas que obstam, suspendem ou 
interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à 
usucapião. 
Art. 197 - Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a 
tutela ou curatela. 
Art. 198 - Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o artigo 3º; 
Art. 199 - Não corre igualmente a prescrição: 
I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
Causas Impeditivas da Usucapião. 
 
Causas que impedem contagem de tempo para usucapião (arts. 
197, I a III; 198, I; e 199, I e II CC) 
• Causas que paralisam temporariamente a contagem de tempo. 
• Cessado motivo da suspensão da usucapião -> prazo continua a 
correr, computando tempo decorrido antes dele. 
• Causas suspensivas nos arts. 198, II e III, e 199, III CC. 
Art. 198 - Também não corre a prescrição: 
(...) 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou 
dos Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de 
guerra. 
Art. 199 - Não corre igualmente a prescrição: 
(...) 
III - pendendo ação de evicção. 
Causas suspensivas da usucapião 
• Causas que interrompem contagem de tempo para usucapião 
• Inutilizam o tempo já corrido, 
• Prazo recomeça a contar da data do ato que a interromper. 
• art. 202, I a VI. CC 
Art. 202 - A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, 
dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
III - por protesto cambial; 
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em 
concurso de credores; 
Causas Interruptivas da Usucapião 
Usucapião Coletiva (Art 10 – Lei 10257/2001) 
• Alcance social 
• Áreas urbanas com mais de 250 m² 
• Ocupação por população de baixa renda para moradia por 
mais de 5 anos 
• Impossibilidade de identificação dos terrenos ocupados 
individualmente 
• Atribuição de fração ideal de terreno a cada possuidor 
• Condomínio indivisível 
Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, 
ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, 
ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos 
ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas 
coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel 
urbano ou rural. (Estatuto da Cidade) 
Usucapião matrimonial 
• Nova modalidade de usucapião de bens imóveis pela Lei n. 
12.424/2011 
 
• Denominada “usucapião especial urbana por abandono de lar” 
 Usucapião Matrimonial , conjugal , por Abandono de Lar 
 
 Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 anos ininterruptamente e sem 
oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 
250m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que 
abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, 
adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural. 
 § 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo 
possuidor mais de uma vez. 
 
 
Usucapião Matrimonial ou por Abandono de Lar 
 Enunciados da V Jornada de Direito Civil 
 
498. A fluência do prazo de 2 anos previsto pelo art. 1.240-A para a nova modalidade 
de usucapião nele contemplada tem início com a entrada em vigor da Lei n. 
12.424/2011. 
 
500. A modalidade de usucapião prevista no art. 1.240-A do Código Civil pressupõe a 
propriedade comum do casal e compreende todas as formas de família ou 
entidades familiares, inclusive homoafetivas. 
 
501. As expressões "ex-cônjuge" e "ex-companheiro", contidas no art. 1.240-A do 
Código Civil, correspondem à situação fática da separação, independentemente 
de divórcio. 
 
 
 
 
502. O conceito de posse direta referido no art. 1.240-A do Código Civil não coincide 
com a acepção empregada no art. 1.197 do mesmo Código. 
 Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de 
direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto 
defender a sua posse contra o indireto. 
 
 Enunciados da VII JDC 
 
595. O requisito 'abandono do lar' deve ser interpretado na ótica do instituto da 
usucapião familiar como abandono voluntário da posse do imóvel somado à 
ausência da tutela da família, não importandoem averiguação da culpa pelo fim 
do casamento ou união estável. Revogado o Enunciado 499 
 
 
Usucapião Matrimonial ou por Abandono de Lar 
Usucapião administrativa da Lei 11.977/09 
Programa "Minha Casa Minha Vida" 
• Lei 11.977/09 => Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), 
destina-se ao custeio de moradia à população de baixa renda. 
 
• Programa promove regularização fundiária 
 
• Modalidade de Usucapião Administrativa / extrajudicial no 
Cartório do Registro de Imóveis 
 
• Possibilidade do Poder Público legitimar a POSSE de ocupantes de 
imóveis públicos ou particulares (art. 59) 
 
• Legitimação de Posse registrada constitui direito em favor do 
possuidor direto para fins de moradia. 
 
Usucapião administrativa da Lei 11.977/09 
Programa "Minha Casa Minha Vida" 
• Legitimação de posse concedida aos moradores cadastrados pelo 
Poder Público 
 
• Após 5 anos do registro - Detentor de título de Legitimação pode 
requerer conversão do título em registro de propriedade ao oficial 
do registro de imóveis. (art. 60) 
 
• Conversão de mera legitimação da posse em propriedade pela 
usucapião especial urbana ou constitucional urbana. 
 
• Não cabe conversão nos casos de bens públicos (art. 183 § 2º CF e 
art 102 CC) 
 
Alegação em defesa e seus efeitos 
• Juízo Possessório x Juízo petitório 
• Durante tramitação de ação possessória, nem autor nem réu podem 
ajuizar, paralelamente, ação petitória para obter declaração de seu 
direito à posse, sem qualquer exceção, 
• Regra da proibição de exceção de domínio é suavizada quando 
matéria de defesa for a usucapião, entendimento sumulado pelo STF: 
 
 Súmula 237, STF: o usucapião pode ser arguido em defesa. 
 
• Quando usucapião for alegada como matéria de defesa, a decisão 
somente poderá ser usada para fins de registro se formulado pedido 
contraposto. 
Usucapião Extrajudicial ou Usucapião Cartorária 
 
• Art 1.071 (Lei 13.105/15 - NCPC) acrescenta o art. 216-A, com dez 
parágrafos, à LRP, que tratam da matéria. 
 
• Direito à usucapião pode ser requerido diretamente no cartório do 
registro de imóveis. 
 
• Desnecessidade de processo judicial se não houver litígio. 
 
• Serve para qualquer modalidade 
ordinária (art. 1.242/CC), 
extraordinária (art. 1.238/CC), 
 especial urbana (art. 1.240) ou especial rural (art. 1.239/CC), 
 por abandono de lar (art. 1.240-A/CC), 
 
Usucapião extrajudicial - Requisitos 
• Representação por advogado 
• Ata notarial por tabelião, atestando tempo de posse do requerente 
e antecessores, sfc, e suas circunstâncias; 
• Planta e memorial descritivo assinado por profissional habilitado, no 
respectivo conselho profissional, pelos titulares de direitos reais e 
outros direitos registrados na matrícula do imóvel e matrícula dos 
imóveis confinantes; 
• Certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do 
imóvel e do domicílio do requerente; 
• Qualquer documento que demonstre a origem, a continuidade, a 
natureza e o tempo da posse, (Ex: pagamento dos impostos, taxas que 
incidem sobre imóvel. 
Usucapião extrajudicial - Requisitos 
• Pedido autuado pelo registrador, com prenotação após acolhimento 
do pedido. 
• Planta deve conter: 
Assinatura do proprietário ou outro titular de direitos reais e de 
outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel e na 
matrícula dos imóveis confinantes. 
 Caso contrário, tais pessoas serão notificadas pelo registrador 
competente, pessoalmente ou correio com aviso de recebimento, 
 Notificados devem manifestar consentimento de forma expressa - 
silêncio interpretado como discordância. 
 Procedimento deve ser consensual, se houver litígio, deve ser 
levado ao Juízo 
Usucapião extrajudicial - Requisitos 
• União, E, DF e Município, deve ser notificado, para manifestação 
sobre pedido. 
• Terceiros (eventualmente) interessados intimados por edital 
publicado em jornal de grande circulação. 
• Prazos de 15 dias. 
• Se houver dúvidas do oficial de registro sobre os fatos, pode solicitar 
ou realizar diligências para elucidação. 
• Se, após realizadas, perceber que documentação não está em 
ordem, deve rejeitar o pedido. 
 
 
Usucapião extrajudicial - Requisitos 
• Pedido sem diligências pendentes e não contestado 
 => Oficial de registro de imóveis registra aquisição do imóvel com 
descrições apresentadas, permitida abertura de matrícula, sfc. 
 
 
• Com impugnação, pelo detentor de direito real sobre o imóvel, pelo 
confinante, pelos entes federados ou por terceiro interessado 
=> Cartório envia autos ao juiz da comarca do imóvel. 
=> Requerente deve emendar petição inicial para adequação ao 
procedimento comum 
 
• Rejeição do pedido extrajudicial não impede ajuizamento de ação de 
usucapião. 
Usucapião extrajudicial - CPC 
Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da Lei 6.015/73 (Lei de 
Registros Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 216-
A: 
Usucapião extrajudicial – Lei 6.015/1973 
Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de 
reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente 
perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o 
imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, 
instruído com: 
I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e 
seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias; 
II - planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, 
com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de 
fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos 
registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos 
imóveis confinantes; 
III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do 
domicílio do requerente; 
IV - justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a 
continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos 
impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel. 
Usucapião extrajudicial – Lei 6.015/1973 
§ 1o O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da 
prenotação até o acolhimento ou a rejeição do pedido. 
§ 2o Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos 
reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel 
usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, esse será notificado pelo 
registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, 
para manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o 
seu silêncio como discordância. 
§ 3o O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito 
Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de 
títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de recebimento, para que se 
manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido. 
§ 4o O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal 
de grande circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente 
interessados, que poderão se manifestar em 15 (quinze) dias. 
§ 5o Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas ou 
realizadas diligências pelo oficial de registro de imóveis. 
Usucapião extrajudicial – Lei 6.015/1973 
§ 6o Transcorrido o prazo de que trata o § 4o deste artigo, sem pendência de 
diligências na forma do § 5o deste artigo e achando-se em ordem a documentação, 
com inclusão da concordância expressa dos titulares de direitos reais e de outros 
direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na 
matrículados imóveis confinantes, o oficial de registro de imóveis registrará a 
aquisição do imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura 
de matrícula, se for o caso. 
§ 7o Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, 
nos termos desta Lei. 
§ 8o Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de 
registro de imóveis rejeitará o pedido. 
§ 9o A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de 
usucapião. 
Usucapião extrajudicial – Lei 6.015/1973 
§ 10. Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de 
usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros 
direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na 
matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou por algum 
terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo 
competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a 
petição inicial para adequá-la ao procedimento comum.” 
Direito intertemporal 
• Normas de transição previstas no nas disposições transitórias do CC. 
• Aplicáveis às reduções da usucapião ordinária e extraordinária 
 
 Usucapião extraordinária (art. 1238, caput, CC): aplicação da regra contida 
no art. 2.028, CC: 
 
 Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este 
Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais 
da metade do tempo estabelecido na lei revogada. 
 
Usucapião extraordinária (art. 1.238, parágrafo único) e usucapião tabular: 
aplicação da regra contida no art. 2.029, CC: 
 
 Art. 2.029. Até dois anos após a entrada em vigor deste Código, os prazos 
estabelecidos no parágrafo único do art. 1.238 e no parágrafo único do art. 
1.242 serão acrescidos de dois anos, qualquer que seja o tempo 
transcorrido na vigência do anterior 
 
Caso Concreto 
Gustavo e Rodolfo dissolveram em 2012 sua união homoafetiva em que 
conviveram desde 2000. Gustavo voltou para a casa dos seus pais e Rodolfo 
permaneceu no apartamento em que viviam e que adquiriam de forma 
onerosa durante a união. Como a dissolução da união foi litigiosa, Gustavo 
decidiu deixar todas as contas relativas ao imóvel para Rodolfo pagar, tais 
como, o IPTU e as taxas condominiais, já que não mais iria morar no bem. 
Após 4 anos morando com os seus pais, Gustavo decide contratar você como 
advogado(a), para postular o seu direito à metade do apartamento, eis que 
comprou o bem em co-propriedade com Rodolfo e até o momento não 
tinham partilhado o referido imóvel. 
Pergunta-se: Gustavo conseguirá obter em Juízo o seu direito à metade 
(meação) do apartamento? Fundamente sua resposta. 
Questão objetiva 
 Por 10 anos, sem interrupção nem oposição, Fábio possuiu, como seu, 
bem imóvel no qual estabeleceu sua moradia habitual, podendo: 
A. depois de mais cinco anos requerer ao juiz que declare adquirida a 
propriedade do bem, independentemente de justo título e boa-fé. 
B. requerer ao juiz que constitua desde logo, em seu favor, a propriedade 
do bem, somente se possuir justo título e boa-fé. 
C. depois de mais cinco anos requerer ao juiz que constitua, em seu favor, 
a propriedade do bem, desde que possua justo título e boa-fé. 
D. requerer ao juiz que declare desde logo adquirida a propriedade do 
bem, independentemente de justo título e boa-fé. 
E. requerer ao juiz que constitua em seu favor, a partir do trânsito em 
julgado da sentença, a propriedade do bem, independentemente de justo 
título e boa-fé.

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