Regime de Comunhão Parcial de Bens

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Regime de bens:
Comunhão Parcial de Bens
Artigo 1.658 ao 1.666 CC...
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O que é o regime de comunhão parcial de bens?
O que é comunhão parcial de bens?
Nas palavras de Maria Berenice Dias: 
“O que é meu é meu; o que é teu é teu; e do que é nosso, metade de cada um”.
Quando ele é aplicado?
Quando não haja convenção prévia ou essa seja nula ou ineficaz.
O que entra na comunhão parcial de bens?
O que entra na comunhão parcial de bens?
Qualquer bem adquirido na constância do casamento, a título oneroso, mesmo que em nome de apenas um dos cônjuges;
Bens adquiridos por doação ou herança em nome de ambos os cônjuges;
As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
Frutos dos bens comuns ou particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento.
O que se exclui da comunhão parcial de bens?
O que se exclui da comunhão parcial de bens?
Bens que cada cônjuge possui ao casar;
Bens que receberem individualmente, por herança ou doação, na constância do casamento;
Obrigações anteriores ao casamento;
Obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo se revertidos em proveito do casal;
Bens de uso pessoal, livros e instrumentos de profissão;
Proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
Pensões, meio-soldos, montepio ou rendas semelhantes (tença).
O que se exclui da comunhão parcial de bens?
No regime da comunhão parcial de bens, há dois tipos de bens que coexistem:
Bens particulares (próprios ou separados): Incomunicáveis.
Bens comuns (aquestos): Comunicáveis.
Aquestos são os bens onerosamente adquiridos pelos cônjuges na sociedade conjugal.
Das situações excepcionais:
Das verbas trabalhistas
Das verbas trabalhistas
Há divergência (doutrinária e jurisprudencial).
 Se comunicam x São incomunicáveis
(Patrimônio comum) x (Personalíssimo)
Fgts
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)
FGTS (FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO)
Alguns doutrinadores entendem que o FGTS não comunica, porque ele vem do esforço só de um.
Outra parte entende que sim, ele comunica desde que incorporado ao patrimônio. 
STJ entende que os valores depositados em conta vinculada ao FGTS na constância do casamento sob o regime da comunhão parcial integram o patrimônio.
Das cotas societárias
DAS COTAS SOCIETÁRIAS
Os incrementos patrimoniais recebidos por uma sociedade empresária própria também ingressam no patrimônio conjugal pela regra da acessão industrial.
Da previência privada
O que é previdência privada?
A previdência privada é um modelo de aposentadoria que complementa a previdência pública (INSS), na qual é possível escolher o valor da contribuição e o período em que ela será feita. 
O beneficiado pode escolher durante quanto tempo poderá contribuir
e a quantia que pretende investir.
Da previdência privada
Dispõe de duas modalidades de planos:
A concessão de uma renda ao beneficiário durante sua vida, após ele atingir determinada idade;
O pagamento de uma importância em dinheiro aos beneficiários que indicar, depois de sua morte.
Questiona se esta modalidade de investimento é alvo de partilha.
Sua comunicabilidade ou não está ligada à identificação de sua natureza jurídica.
O que é a “identificação de natureza jurídica”?
Segundo o doutrinador José Simão:
Se a previdência for reconhecida como pecúlio (reserva em dinheiro) é bem particular e não assegura direito à meação (indivisível);
Se considerados os valores recolhidos como aplicação financeira, o saldo é divisível quando da dissolução do casamento ou da união estável.
Previdência privada
Antes de se atingir a idade estabelecida no plano, a previdência não passa de uma aplicação financeira.
Não existe pensão antes desse momento, portanto, não há incomunicabilidade.
Porque não existe certeza de que, ao fim do plano os valores se converterão em renda ou serão sacados pelo titular.
Importante para evitar a fraude ao regime de bens (após a separação, pedir o resgate da importância e lesar o companheiro).
Previdência privada
A questão não é pacífica, pois podem ser encontrados acórdãos que seguem o caminho inverso, na linha do defendido por Rolf Madaleno, ou seja, pela não comunicação dos valores depositados para os fins de previdência privada.
STJ
Previdência privada
“Tratando-se de fundo de pensão, e tendo exatamente esta função de segurança futura, não podem ser considerados como comunicáveis, apenas porque estes investimentos, enquanto construídos com as periódicas contribuições, pensa uma vertente doutrinária e jurisprudencial não passar de uma aplicação financeira, um ativo construído em longo prazo, existindo aqueles que se protegem do porvir investindo no ramo imobiliário, para perceber aluguéis, outros montam carteiras de ações para perceber dividendos e terceiros que optam por investimentos em renda fixa ou variável. Pensar desta forma seria inviabilizar qualquer investimento em fundos de pensão, porque ninguém poderia romper sua sociedade afetiva, pois sofreria o ônus de ter de partilhar sua previdência privada e abortar sua futura aposentadoria” 
(MADALENO, Rolf. Curso…, 2011, p. 733-734).
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Da jurisprudência
Jurisprudência
(STJ - EDcl no REsp: 1335626 PR 2012/0074621-9, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Publicação: DJ 31/08/2017)
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. REGIME DE BENS DO CASAMENTO. COMUNHÃO PARCIAL. BENS ADQUIRIDOS COM VALORES ORIUNDOS DO FGTS. COMUNICABILIDADE. ART. 271 DO CÓDIGO CIVIL DE 1916. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA DOS ARTS. 269, IV, E 263, XIII, DO CC DE 1916. INCOMUNICABILIDADE APENAS DO DIREITO E NÃO DOS PROVENTOS. POSSIBILIDADE DE PARTILHA
(STJ - EDcl no REsp: 1335626 PR 2012/0074621-9, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Publicação: DJ 31/08/2017)
JURISPRUDÊNCIA
REsp 1477937 / MG. RECURSO ESPECIAL 2014/0217855-7
Relator(a): Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA (1147)
Órgão Julgador: T3 - TERCEIRA TURMA
Data do Julgamento: 27/04/2017
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. UNIÃO ESTÁVEL. REGIME DE BENS. COMUNHÃO PARCIAL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. MODALIDADE FECHADA. CONTINGÊNCIAS FUTURAS. PARTILHA. ART. 1.659, VII, DO CC/2002. BENEFÍCIO EXCLUÍDO. MEAÇÃO DE DÍVIDA. POSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. FUNDAMENTO AUTÔNOMO.