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48 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- 6 O ACESSO AO MERCADO INTERNACIONAL Vamos iniciar explicando o que é exportar: é o ato de vender os produtos de sua empresa em um mercado fora do território nacional. Essa operação de venda, por incluir a saída de mercadorias do país, transporte internacional e a “entrada” em outro território com leis, procedimentos e hábitos diferentes dos nossos, exige o cumprimento de certas exigências em nosso país, no transporte internacional da mercadoria e no país de destino. Estes trâmites, além dos hábitos e costumes diferentes, é que caracterizam o processo de exportação. Com o fenômeno de “globalização” da economia, que caracteriza a economia moderna, essa alternativa está sendo cada vez mais utilizada. A exportação, hoje, passou a ser uma saída para quem busca se manter vivo, ou mesmo para quem busca ampliar seus horizontes, pois, em um mercado cada vez mais competitivo, integrado e globalizado, as empresas têm que agir rapidamente para quebrar paradigmas e buscar novos nichos de mercado. Nos últimos dez anos, o comércio internacional de bens ganhou uma enorme projeção, somando, hoje, a quantia aproximada de US$ 6,5 trilhões, representando, assim, um mercado com grandes possibilidades de negócios para os exportadores brasileiros. Exportar também significa a diluição de riscos, ao evitar as instabilidades econômicas de um cenário nacional. Ao optar por vender os seus produtos em mercados externos, o empresário brasileiro minimiza os seus riscos porque a expansão da sua Unidade III 5 10 15 20 25 49 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- empresa não se condiciona, plenamente, ao ritmo de crescimento da economia nacional e às mudanças na política econômica do governo. Além disso, a minimização dos riscos abre possibilidade para a elaboração de um planejamento de longo prazo, o que garante mais segurança nas decisões e assegura receitas em moedas fortes. 6.1 O que exportar? O primeiro passo para exportar é definir o que será vendido no mercado externo. A empresa deve identificar uma oportunidade de bons negócios e buscar, em sua linha de produtos, aquele que atenda melhor a oportunidade analisada, levando em conta as preferências dos consumidores estrangeiros e as normas técnicas que os produtos devem seguir. Para isso, é necessário que a empresa reúna todas as informações possíveis sobre o mercado para o qual deseja exportar. Para ajudar no levantamento dessas informações, existe, no Brasil, o Departamento de Promoção Comercial (DPR) vinculado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), que, dentre muitas funções, é responsável por: • realizar pesquisas de mercado no exterior; • colher informações sobre produtos brasileiros com potencial para exportação; • identificar oportunidades de exportação; • fornecer orientações sobre como exportar. As empresas brasileiras que desejarem informações comerciais sobre as oportunidades para exportar para um determinado mercado deverão, inicialmente, cadastrar-se na BrazilTradeNet, vinculada ao MRE. Após conseguir as informações necessárias sobre alguns potenciais compradores no exterior, a empresa brasileira deve 5 10 15 20 25 50 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- entrar em contato com eles para informar sobre o interesse existente em exportar e sobre o perfil da empresa e dos seus produtos. Por isso, quando se planeja ingressar no mercado internacional, é importante que o empresário viaje ao exterior, para explorar mercados com potencial para importar seus produtos, além de manter contato direto com possíveis importadores e consumidores. A participação em feiras internacionais é uma boa forma de se aproximar e poder observar todas as oportunidades de negócios existentes sem se expor muito. Outra boa sondagem de mercado são as missões empresariais, organizadas, geralmente, por entidades de classe. E, para auxiliar a agenda de contatos no exterior, o governo brasileiro coloca à disposição do empresário brasileiro a Divisão de Operações de Promoção Comercial (DOC) do DPR. As feiras e exposições no Brasil, que recebem empresários estrangeiros como visitantes, também podem ser muito proveitosas, pois podem se estabelecer importantes contatos comerciais e resultar em negócios. Portanto, ao serem identificados os mercados-alvo e o tipo de produto que irá atender aos consumidores estrangeiros, a empresa deverá reformular sua linha de produção, para poder atender essa demanda de forma sistemática, isto é, se ela deseja obter sucesso no mercado escolhido. Abaixo, apresentamos um guia prático para responder o que exportar, através das etapas seguintes: 6.2 Promoção comercial O sistema de promoção comercial coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) tem como objetivo aproximar a oferta brasileira da demanda mundial, utilizando a BrazilTradeNet como instrumento para captar e disseminar, via 5 10 15 20 25 30 51 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- Internet, as informações sobre oportunidades para a exportação brasileira e sobre investimentos estrangeiros. O Ministério das Relações Exteriores, através do Departamento de Promoção Comercial (DPR), vem desenvolvendo ações de promoção comercial no exterior com o objetivo de aumentar e diversificar as exportações brasileiras. No exterior, o DPR presta assistência aos exportadores brasileiros através de uma rede composta por 53 Setores de Promoção Comercial (SECOM’s), que integram as Embaixadas e Consulados-Gerais do Brasil. E onde não há SECOM, a Embaixada ou o Consulado do Brasil, utilizando os recursos da BrazilTradeNet, oferece apoio aos empresários brasileiros e estrangeiros que têm interesse em manter negócios com empresas brasileiras ou investir no país. O Departamento de Promoção Comercial apoia as empresas brasileiras no exterior através das seguintes ações: • identificar os potenciais importadores estrangeiros; • identificar oportunidades de negócios; • coletar e fornecer dados técnicos e econômicos de interesse à atividade exportadora; • divulgar as listas de produtos e serviços exportáveis por empresas brasileiras às empresas estrangeiras; • divulgar no Brasil as pesquisas de mercado elaboradas no exterior; • apoiar a participação brasileira em feiras e exposições no exterior; • organizar missões comerciais e viagens de negócios; • elaborar e divulgar publicações interessantes ao exportador brasileiro. 5 10 15 20 25 52 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- 6.3 Marketing internacional O marketing internacional compreende todas as atividades que se destinam a satisfazer as necessidades específicas de clientes localizados em mercados estrangeiros que possuem perfis distintos dos consumidores nacionais, o que implica assumir uma nova postura comercial nos mercados externos, incluindo divulgação e promoção da empresa exportadora,além de seus produtos e serviços. O êxito nas exportações está relacionado à divulgação das empresas e de seus produtos no exterior, motivo pelo qual os exportadores brasileiros devem atribuir sua atenção a esta atividade. São condições essenciais para desenvolver com excelência o marketing internacional: a) identificar as necessidades de consumo: antes de exportar para um mercado, o exportador deve sondar as necessidades desse mercado-alvo; b) disponibilizar o produto da forma correta: além da oferta do produto, o exportador deve estar atento às preferências dos consumidores quanto a cor, tamanho, design e estilo e aos aspectos técnicos do produto, como materiais utilizados (cuidados com saúde e segurança), desempenho (manutenção, durabilidade, credibilidade, força, imagem, resistência, etc.) e especificações técnicas (dimensões, voltagem, durabilidade, etc.); c) manter a comunicação entre exportador e importador: a ausência de comunicação inviabiliza a operação comercial. É essencial aos exportadores brasileiros a atenção com os fatores a que as empresas estrangeiras atribuem alta relevância 5 10 15 20 25 53 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- no momento de fechar um contrato. Por exemplo, são fatores relevantes: a) perfil da empresa exportadora: tempo de atuação, experiência exportadora, dimensões da fábrica, equipamentos utilizados, número de empregados, referências bancárias, etc.; b) descrição dos produtos: folhetos ou catálogos devem ser enviados ao importador com endereço completo da empresa, fotos dos produtos, descrição detalhada dos produtos (dimensão, volume, identificação do material, etc.); c) lista de preços: devem constar os preços de todos os produtos, inclusive informando se abrangem a modalidade FOB e/ou CIF, mas não devem ser incorporados ao catálogo, pois podem oscilar. 6.4 Comércio eletrônico As transações por meio de transferências eletrônicas de dados têm apresentado, nos últimos anos, um volume acima do esperado. Via de regra, essas transações ocorrem entre empresas privadas, ou entre empresas e órgãos públicos ou dentro de grandes corporações. A grande responsável por esse cenário eletrônico é a Internet, que se tornou um elemento indispensável para o comércio sem fronteiras que se vê hoje. Mas mesmo com toda a evolução alcançada pela Internet, o incremento ocorrido nas vendas eletrônicas entre produtor e consumidor final não deverão alterar as estimativas traçadas para o futuro, quando a maior parte das transações comerciais via Internet no mundo ainda continuará a ocorrer entre empresas e consumidores. 5 10 15 20 25 54 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- Nesse contexto, o comércio eletrônico tende a interferir no universo das pequenas e médias empresas (PME’s), que, aliás, são um mercado que apresenta um dos maiores potenciais de ganho em transações eletrônicas. Vale ressaltar que é através do comércio eletrônico que muitas empresas estrangeiras e nacionais são contatadas para a realização de vendas. Muitas negociações internacionais são iniciadas através da Internet. A difusão de catálogos e informações (gerais e técnicas) sobre empresas e produtos na Internet alcança, a um baixo custo, os consumidores em todo o mundo de uma forma muito rápida. Logo, a Internet, como um instrumento de rápido acesso ao mercado, dará maiores condições aos pequenos e microempresários brasileiros para se projetarem pelo mundo. Porém, os empresários devem estar atentos para a velocidade das mudanças nos padrões de distribuição, pois, com o acesso à Internet generalizado no mundo, a demanda gerada poderá ser maior e mais pulverizada que o projetado. Portanto, a adequação dos empresários aos novos modelos de distribuição mundial é inevitável. 6.5 Para onde exportar A empresa brasileira que deseja exportar seus produtos deve definir não somente o que exportar, mas também para onde exportar. O grau de dificuldade em sondar a necessidade dos consumidores estrangeiros é o mesmo para identificar o mercado em que os consumidores estão. O Departamento de Promoção Comercial (DPR) disponibiliza aos exportadores brasileiros a série “Como Exportar para...”, na qual constam informações sobre alguns mercados específicos a serem explorados. Nessas publicações, as empresas podem encontrar estudos detalhados também sobre blocos econômicos, 5 10 15 20 25 30 55 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- com considerações individuais, como dados básicos e econômicos, usos e costumes locais, dados sobre relações comerciais, canais de distribuição, condições de acesso ao mercado, regulamentação de importações, sistema tarifário, etc. Outras informações sobre países específicos podem ser obtidas através do sistema informatizado do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a BrazilTradeNet, através do site www.braziltradenet.gov.br. 7 A POLÍTICA BRASILEIRA PARA EXPORTAR Sob o ponto de vista da economia nacional, um dos principais motivos para um país exportar é a necessidade que ele tem de pagar suas importações. Já analisando sob o ponto de vista empresarial, o exportador absorve tecnologia e atinge novos mercados, o que provoca maior notoriedade nacional e internacionalmente, além de aumentar sua produtividade. A exportação proporciona ao país uma abertura para o mundo e é uma forma de se pôr à prova em outros mercados para verificar sua capacidade tecnológica. Dessa maneira, as empresas exportadoras assimilam e agregam técnicas e conceitos aos seus produtos e à sua estratégia no mercado interno; por exemplo: • maior produtividade – exportar implica aumentar a escala de produção existente, através da utilização plena da capacidade da empresa, otimizando os processos produtivos. Dessa forma, a empresa poderá, inclusive, minimizar seus custos de operação e aumentar sua margem de lucro, tornando-se mais competitiva e rentável; • diminuição da carga tributária – a empresa pode conseguir uma compensação no recolhimento dos 5 10 15 20 25 56 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- impostos devidos internamente, através da exportação, da seguinte forma: a) sobre produtos exportados não incide o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); b) sobre produtos industrializados, semielaborados, primários ou prestação de serviço que forem exportados, não incide a cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); c) para o cálculo da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), as receitas decorrentes da exportação são excluídas; d) as receitas provenientes da exportação também são isentas para o cálculo do Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP); e) o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), aplicado também à exportação de produtos e serviços, através das operações de câmbio, tem alíquota zero; • redução da dependência das vendas no mercado interno – o ingresso em mercados externos proporciona ao exportador maior segurança contrapossíveis oscilações na demanda interna; • aumento da capacidade inovadora – as empresas exportadoras tendem a ser mais inovadoras, pois a concorrência externa “obriga” a uma constante adaptação tecnológica. Com isso, acabam introduzindo novos processos de fabricação e padrões de qualidade mais rigorosos; • aprimoramento de recursos humanos – as empresas exportadoras destacam-se também por investirem em seus funcionários, oferecendo treinamentos, melhores salários e oportunidades de ascensão; 5 10 15 20 25 30 57 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- • aperfeiçoamento dos processos industriais e comerciais – através da constante melhoria na qualidade e na apresentação dos seus produtos, a empresa se torna mais competitiva, tanto no mercado interno quanto no mercado externo; • imagem da empresa – o fato de a empresa atuar no mercado internacional torna-a uma importante referência no Brasil, pois sua imagem passa a ser associada a padrões internacionais de qualidade, o que reflete positivamente para seus clientes e fornecedores. Portanto, a exportação é o caminho mais eficaz para uma empresa garantir o seu espaço em um mercado globalizado e competitivo. Entretanto, existe um preço para a conquista desse espaço: as empresas que desejam exportar devem estar plenamente capacitadas para enfrentar a concorrência internacional, o que implica aporte de recursos financeiros. Para a economia brasileira, a atividade exportadora também possui uma grande importância estratégica: por contribuir com a geração de emprego e renda, por gerar divisas para equilibrar a balança comercial e por promover o desenvolvimento econômico nacional. 7.1 O desenvolvimento das exportações brasileiras (1998 a 2007) O histórico do comércio brasileiro no exterior não é muito bem-sucedido ao ser comparado ao resultado mundial. Na realidade, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o Brasil não obteve rendimentos significativos em sua balança comercial desde a década de cinquenta. Ao longo do tempo, muitos governos buscaram resolver o problema do saldo da balança comercial brasileira através de pacotes cambiais. Mas somente nos últimos anos pôde-se 5 10 15 20 25 30 58 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- constatar que houve uma evolução das exportações brasileiras. Notoriamente, de acordo com a tabela abaixo, as exportações brasileiras em 2005 superaram quase três vezes as exportações de 1998. Evolução do comércio exterior brasileiro Janeiro/julho - 1998/2007 US$ milhões 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 -20.000 150.683 87.334 63.349 23.985 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 Corrente de Comércio Exportação Importação Saldo Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) Agora, observe na tabela a seguir a participação das exportações no PIB (Produto Interno Bruto) no período de 1997 a 2006. Participação % das exportações no PIB do Brasil 1997/2006 6,08 6,06 8,18 8,54 10,51 11,98 13,22 14,56 13,43 12,91 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) 5 10 59 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- A seguir, apresentamos a participação das exportações brasileiras junto às participações mundiais. Participação % das exportações brasileiras nas exportações mundiais 1997/2006 0,948 0,930 0,840 0,854 0,942 0,931 0,965 1,050 1,138 1,142 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) 7.2 Tipos de exportação As exportações de bens podem ocorrer, basicamente, de duas formas: direta ou indireta. • Exportação direta: quando o exportador fatura e remete o produto ao importador, mesmo que a venda tenha sido realizada por algum intermediário ou representante. Nesse tipo de exportação, cabe ao exportador conhecer todo o processo de exportação e trâmite legal. Geralmente, é necessário que a empresa tenha um departamento específico, com pessoal qualificado, para esta atividade. Vale ressaltar que o produto exportado, sob essa condição, é isento do IPI; ainda, não ocorre a incidência do ICMS, além de se beneficiar dos créditos fiscais (ICMS) que incidem sobre os insumos utilizados no processo produtivo. As trading companies são empresas comerciais exportadoras que gozam de um tratamento tributário 5 10 15 20 60 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- individual. As vendas faturadas por exportadores para elas assumem caráter de exportação direta. Logo, o exportador conta com a isenção de impostos, previsto em lei para a exportação direta, e se exime das responsabilidades sobre a continuidade da transação. Essas empresas foram criadas pelo Decreto-lei 1.248, de 1972, e têm seus registros concedidos pelo Departamento de Operações em Comércio Exterior (DECEX) e pela Secretaria da Receita Federal (SRF). • Exportação indireta: o produtor vende o produto a um intermediário estabelecido no mesmo país do produtor, com o objetivo de exportá-lo. É necessário que a transação seja discriminada em Nota Fiscal. Os impostos não incidirão sobre a venda desde que ela seja efetivamente realizada; caso contrário, o produtor deverá recolhê-los. O intermediário pode ser: o-uma empresa comercial exclusivamente exportadora; o-uma empresa que atua com exportação e importação; o-cooperativa ou consórcio de exportadores. Apesar de os consórcios de exportação serem bem-sucedidos em muitos países, no Brasil eles se encontram em fase de desenvolvimento. Trata-se de empresas exportadoras que se associaram para reduzir seus custos e aumentar a oferta de seus produtos aos mercados externos, ampliando suas exportações. Esses consórcios são constituídos por empresas que desejem exportar e cujos produtos sejam complementares ou até mesmo concorrentes. 8 ASPECTOS ADMINISTRATIVOS NA EXPORTAÇÃO Ao tomar a decisão para ingressar na atividade exportadora e tendo definido o que e para onde exportar, a empresa deve 5 10 15 20 25 61 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- planejar suas ações, no sentido de otimizar seu desempenho como um todo, pois irá deparar-se com todas as exigências administrativas que envolvem o processo de exportação. Inicialmente, o exportador deve se credenciar ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), para obter uma “senha”, habilitando-o a operar o sistema informatizado. Em seguida, de acordo com os produtos definidos para exportação, o exportador deve verificar todas as exigências a que estão subordinados. 8.1 SISCOMEX Criado em 25.09.1992 pelo Decreto n° 660, o SISCOMEX é um sistema informatizado do comércio exteriorbrasileiro que integra todas as atividades que envolvem registro, acompanhamento e controle das operações de exportação e importação entre empresas nacionais e estrangeiras. Estas atividades são realizadas pelos órgãos gestores do sistema: a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), a Secretaria da Receita Federal (SRF) e o Banco Central do Brasil (BACEN). Ainda compõem o SISCOMEX outros órgãos, chamados “anuentes”, como o Ministério da Defesa, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Saúde, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento, a Polícia Federal, o IBAMA, dentre outros. Tais órgãos atuam somente em algumas operações específicas. O acesso das empresas ao SISCOMEX pode ser feito a partir de qualquer computador, inclusive do próprio estabelecimento, desde que disponha dos requisitos necessários. Após o cadastro no sistema e o fornecimento da “senha” pela Secretaria da Receita Federal, a empresa 5 10 15 20 25 62 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- poderá registrar suas operações e, ainda, utilizar os seguintes serviços: a) despachantes aduaneiros; b) salas de contribuintes, disponibilizadas pela Secretaria da Receita Federal aos usuários; c) corretoras e agências bancárias credenciadas para realizar operações de câmbio. Ao utilizar o sistema, as empresas têm a possibilidade de trocar informações com os respectivos órgãos encarregados por autorizações e fiscalização que dizem respeito aos processos de exportação e importação. As empresas, através do SISCOMEX, simplificam, agilizam e reduzem seus custos com as transações internacionais. Aos órgãos do governo que intervêm no comércio exterior brasileiro, o sistema também veio beneficiar o acompanhamento e o controle das exportações e importações, tornando menos burocráticos os processos. Abaixo, um demonstrativo da tela do SISCOMEX: 5 10 15 63 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- 8.2 Nomenclatura e classificação de mercadorias Para facilitar o comércio internacional, foi necessário criar um sistema que reconhecesse internacionalmente todas as mercadorias envolvidas em transações comerciais. Para isso, as mercadorias foram classificadas de acordo com uma sistemática elaborada pela Organização Mundial das Alfândegas (OMA), que consiste em uma estrutura de códigos composta por seis dígitos em um ordenamento lógico e crescente em que especificações como origem, matéria construtiva e aplicação são atendidas. A essa sistemática de classificação foi dado o nome de Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, ou somente Sistema Harmonizado (SH), que tem como objetivo o aprimoramento da coleta, da comparação e da análise estatística referente à movimentação das mercadorias entre países. A composição do SH por seis dígitos implica uma organização em seção, capítulo, posição e subposição. Por exemplo: o produto amendoim descascado é identificado no SH com o código 1202.20, pois: Classificação Descrição Seção II Produtos do reino vegetal Capítulo 12 Sementes e frutos oleaginosos: grãos, sementes e frutos diversos; plantas industriais ou medicinais; palhas e forragens. Posição 1202 Amendoins não-torrados, nem de outro modo cozidos, mesmo descascados ou triturados. Subposição 1202.20 Descascados, mesmo triturados. Derivada do SH, há uma nomenclatura utilizada entre os países que compõem o MERCOSUL, chamada Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que é composta por oito dígitos. 5 10 15 20 64 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- Os seis primeiros dígitos correspondem ao SH, enquanto os dois últimos correspondem a informações específicas de interesse do MERCOSUL. Outra nomenclatura existente, que é de uso específico de um bloco econômico, é a Nomenclatura Aduaneira da Associação Latino-Americana de Integração da ALADI (NALADI/SH), que tem a composição da nomenclatura composta por oito dígitos, com os seis primeiros idênticos aos do SH e o restante, de uso da ALADI. A NCM e a ALADI/SH foram instituídas em Bruxelas no ano de 1983, com base na Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado (SH), e cada país pode acrescentar até quatro dígitos ao SH. A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) entrou em vigor somente em 1997, com o Decreto 2.376, assim como a Tarifa Externa Comum (TEC). A NCM passou a substituir a Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM), com oito dígitos e uma estrutura de classificação que é composta por até seis níveis de especificação: capítulo, posição, subposição simples, subposição composta, item e subitem: Classificação Posição Representação Capítulo xxxx.xx.xx Representado pelos dois primeiros dígitos . Posição xxxx.xx.xx Representada pelos quatro primeiros dígitos. Subposição Simples xxxx.xx.xx Representada pelo quinto dígito. Subposição Composta xxxx.xx.xx Representada pelo sexto dígito. Item xxxx.xx.xx Representado pelo sétimo dígito. Subitem xxxx.xx.xx Representado pelo oitavo dígito. 5 10 15 20 65 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- Se uma empresa deseja exportar uma máquina abridora de fibras de lã, qual seria o seu código na NCM? Classificação Descrição Capítulo 84 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e suas partes. Posição 8445 Máquinas para preparação de matérias têxteis; máquinas para fiação, dobagem ou torração de matérias têxteis e outras máquinas e aparelhos para fabricação de fios têxteis; máquinas de bobinar - incluídas as bobinadeiras de trama - ou de dobar matérias têxteis e máquinas para preparação de fios têxteis para sua utilização nas máquinas das posições 8446 ou 8447. Subposição Simples 8445.1 Máquinas para preparação de matérias têxteis. Subposição Composta 8445.19 Outras máquinas para preparação de matérias têxteis. Item 8445.19.2 Máquinas para a preparação de outras matérias têxteis. Subitem 8445.19.24 Máquinas abridoras de fibras de lã. O código para máquinas abridoras de fibras de lã, de acordo com a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), é 8445.18.24. Todos os códigos na NCM e na NALADI/SH podem ser identificados nas tabelas dispostas no SISCOMEX. 8.3 Documentos exigidos para a exportação Nas operações de exportação, são exigidos, pelos órgãos intervenientes no comércio exterior brasileiro, alguns documentos. A saber: • Referentes ao exportador: o inscrição no Registro de Exportadores e Importadores (REI) da SECEX/MDIC. • Referentes ao contrato de exportação: o fatura proforma; o carta de crédito; 5 10 15 66 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- o letra de câmbio; o contrato de câmbio. • Referentes à mercadoria (acompanham a mercadoria durante todo o processo): o Registro de Exportação (RE) o SISCOMEX; o Registro de Operação de Crédito (RC); o Registro de Venda (RV); o Solicitação de Despacho (SD); o nota fiscal; o conhecimento de embarque (bill of lading);o fatura comercial (commercial invoice); o romaneio (packing list); o certificado de origem; o outros documentos, como: Legalização Consular, certificado ou apólice de seguro, borderô ou carta de entrega. É importante que a empresa exportadora tenha ciência de três modalidades de exportação especiais que possuem regulamentação específica, conforme se verá a seguir: • exportações temporárias: modalidade em que a empresa envia seus produtos ao exterior com o objetivo de exibi-los em feiras ou em exposições. Porém, é obrigatória a comprovação do retorno dos produtos no prazo máximo de 180 dias (a partir da data de embarque) ou do ingresso da moeda estrangeira, em caso de venda; • exportações em consignação: exportação realizada sem uma venda concretizada, com a finalidade de promoção comercial ou abertura de mercado. Caso a mercadoria consignada seja efetivamente vendida, emite-se a fatura comercial e liquida-se o câmbio. Caso não ocorra a venda em um prazo de 180 dias, a mercadoria retorna ao país. 5 10 15 20 25 30 67 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- • exportação simplificada: o governo federal, na intenção de facilitar a exportação para o micro e pequeno empresário, estabeleceu a sistemática de câmbio simplificado para as exportações brasileiras até o limite de US$ 10 mil, chamado SIMPLEX, criado através da Circular nº 2.836, de 08.09.98. Antes da simplificação, as empresas que quisessem realizar este tipo de exportação tinham que contratar um despachante aduaneiro, que chegava a cobrar até US$ 400 por remessa. A burocracia também previa o preenchimento de vários formulários e o fechamento de contrato de câmbio de cerca de US$ 80. O GERANEGOCIO apresenta para o pequeno empresário que queira realizar exportações deste tipo, os procedimentos básicos a seguir. Para exportar, as empresas devem se dirigir à Secretaria de Comércio Exterior - SECEX -, órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e se cadastrar no Registro de Exportadores e Importadores (REI) da SECEX. A inscrição no REI é automática, no ato da primeira exportação da empresa, sem formalidades. A empresa/entidade/ pessoa física deve efetuar seu credenciamento junto à Secretaria da Receita Federal, para habilitar-se ao registro informatizado no SISCOMEX e para despacho de mercadorias para o exterior. As pessoas físicas (artesãos autônomos, fazendeiros, artistas plásticos, entre outras) também devem ser registradas como exportadores, providenciando o cadastramento diretamente ao Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX). O Registro de Exportação Simplificada (RES) é utilizado nas exportações no valor de até US$ 10 mil ou equivalente em outra moeda. Esse registro também é feito através do SISCOMEX. Neste caso, o exportador tem cinco dias para embarcar a mercadoria após o registro, e o desembaraço é feito em um dia. Esse sistema também permite que a operação cambial, isto é, o fechamento ou a contratação de câmbio, seja simplificada. 5 10 15 20 25 30 35 68 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- 9 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS NA EXPORTAÇÃO Para manter a sua competitividade no mercado internacional, os governos evitam onerar os produtos a serem exportados com encargos tributários. Por isso a isenção de impostos indiretos sobre os produtos exportados, inclusive aqueles que incidem sobre os insumos na composição do produto principal, como matéria-prima, embalagem e peças. Segundo a regulamentação da Organização Mundial de Comércio (OMC), essa opção adotada pelos governos não caracteriza subsídio à exportação. 9.1 O IPI e o ICMS nas exportações Contabilizados como créditos e débitos de acordo com a compra de insumos e a venda do produto principal, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) são tributos que incidem sobre o valor adicionado na nota fiscal de venda. Quando o industrial compra os insumos que irão compor o produto final, ou, no caso do comerciante, quando compra o produto para revendê-lo, os valores referentes ao IPI e ao ICMS, respectivamente, vêm especificados nas notas fiscais de compra e são contabilizados como créditos para a empresa. Assim, se o produto não for vendido, o crédito permanece e não será necessário o recolhimento do tributo. Mas, na prática, o que ocorre é a venda do produto. Dessa forma, ao faturá-lo, sobre o valor da nota fiscal deve ser acrescentado o valor do respectivo tributo, de acordo com a alíquota vigente, e esse valor referente ao imposto deverá ser pago (recolhido) pelo empresário, subtraído do valor de crédito obtido quando da compra (entrada) pela empresa. Como se pode perceber, o tratamento fiscal dado a ambos os impostos é o mesmo; porém, o IPI é um tributo federal, 5 10 15 20 25 69 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- enquanto que o ICMS é um tributo estadual. A alíquota de cobrança também difere: no caso do IPI, a alíquota é cobrada de acordo com o insumo, enquanto que, no caso do ICMS, a alíquota é cobrada de acordo com a região ou Estado brasileiro. No entanto, quando se trata de exportação de produtos brasileiros, as empresas nacionais gozam da isenção de IPI e ICMS, desde que adotem a modalidade de exportação direta, além de serem mantidos os créditos fiscais obtidos sobre a compra dos insumos utilizados no processo produtivo. No caso de créditos de ICMS acarretados pelas compras de insumos provenientes de outros Estados, as autoridades fazendárias estaduais devem ser consultadas para saber se o crédito pode ser mantido, como o IPI. Na modalidade de exportação indireta, a isenção do IPI e do ICMS pode ser obtida se a operação for realizada por uma trading company, por uma empresa comercial exportadora ou por um consórcio de exportação. 9.2 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) Estão isentas do pagamento da COFINS as exportações de produtos (primários, manufaturados e semielaborados) e de serviços. A sua alíquota é de 7,6% e incide “por dentro” sobre o faturamento das empresas. Essa isenção aplica-se às exportações diretas e indiretas. 9.3 Programa de Integração Social (PIS) Estão isentas de pagamento do PIS as exportações de produtos primários, manufaturados e semielaborados, vendidos às trading companies. A sua alíquota também é uniforme (1,65%) e incide sobre a receita operacional bruta da empresa nas vendas ocorridas internamente no Brasil. 5 10 15 20 25 70 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- Porém, a isenção não se aplica sobre as vendas realizadas a cooperativas, empresas comerciais exportadoras, consórcios ou entidades semelhantes. 10 FORMAÇÃO DO PREÇO PARA A EXPORTAÇÃO Um dos problemas mais comuns entre as empresas que desejam exportar seus produtos é determinar corretamente o preço de exportação do produto. É preciso conhecer não somente a composição do produto, mas também todos os custos e as peculiaridades do mercado-alvo. Apesar da inexistência de órgãos fiscalizadores de preços no mercadointernacional, a própria concorrência pode ser considerada um instrumento com esta finalidade que atua de forma invisível, mas rigorosa, pois a condição “preço” interfere diretamente nas operações comerciais no exterior. Usualmente, quando as empresas estrangeiras desejam importar produtos, é realizada uma cotação de preços; vence a empresa que oferecer o menor preço e, obviamente, as melhores condições (qualidade, prazo de pagamento e de entrega, etc.). 10.1 Fatores que influenciam na elaboração do preço para exportação Ao elaborar o preço de venda no mercado internacional, é essencial que exista uma orientação do empresário para calculá-lo levando em conta, além da margem de lucratividade, alguns pontos como: • os custos de produção e transporte; • os tributos incidentes sobre a exportação; • os encargos incidentes sobre os financiamentos à exportação; 5 10 15 20 25 71 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- • as despesas, vinculadas à exportação, com embalagem, despachantes e portos, pessoal especializado, frete, seguro, etc.; • o preço praticado pelos concorrentes no país do importador; • os preços praticados por concorrentes em potencial; • o comportamento dos consumidores; • as novas tecnologias envolvidas. Durante o cálculo do preço do produto, também é necessário que sejam considerados os tratamentos fiscais diferenciados dados a alguns produtos na comercialização com o mercado externo. Uma prática muito comum entre as empresas exportadoras durante a elaboração do preço para o produto, que se configura num erro fatal, é tomar o preço de mercado interno como base para adequá-lo ao mercado externo. Caso o empresário não tenha referências do mercado externo e resolva adotar esta conduta, o ideal é ter alguns cuidados, como: • excluir todos os impostos e contribuições inclusos no preço para o mercado interno e que não incidirão no preço do mercado externo; • recalcular ou deduzir todos os elementos do mercado interno que não ocorrerão na exportação; por exemplo: o comissões de vendedores; o custos com embalagens; o despesas com distribuição; o despesas com promoção; 5 10 15 20 25 72 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- o margem de lucro (caso se deseje outra para a exportação); • incluir as despesas que não compõem o preço no mercado interno, mas comporão o preço de exportação, principalmente, na modalidade FOB, como: o custos com embalagem e rótulo para exportação; o-custos com deslocamento até o local de embarque; o comissão do intermediário no exterior. Com a adoção dessas providências, o exportador poderá analisar melhor a composição do seu preço e adequá-lo a cada mercado que deseja atingir. Portanto, durante a composição do preço de exportação, o exportador brasileiro deve, inicialmente, conhecer e utilizar todos os benefícios financeiros e fiscais disponíveis à exportação, para obter maior competitividade diante do mercado externo. Sem falar no conhecimento da estrutura de custos e das margens praticadas, que também são imprescindíveis para um posicionamento estratégico em mercados internacionais. 5 10 15 20 73 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- 10.2 Formação do preço para exportação na prática Preço bruto do produto no mercado interno (sem IPI) - para efeito de cálculo das deduções. R$ 7.000,00 Preço de mercado interno (inclusive IPI de 14%) R$ 7.980,00 Deduções R$ 3.637,50 IPI (14% sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 980,00 ICMS (18% sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 1.260,00 COFINS (7,6% sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 532,00 PIS (1,65% sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 115,50 Lucro no mercado interno (10% sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 700,00 Embalagem de mercado interno R$ 50,00 Subtotal I R$ 4.342,50 Inclusões referentes ao mercado externo R$ 600,00 Embalagem de exportação R$ 100,00 Frete e seguro da fábrica ao local de embarque (FOB) R$ 500,00 Subtotal II R$ 4.942,50 Margem de lucro pretendida (15% sobre o preço FOB) R$ 872,21 Preço FOB Cálculo por dentro: R$ 3.252,50 / 1 – margem de lucro 0,15 R$ 5.814,71 Tomando-se uma taxa de câmbio hipotética de US$ 1,00 = R$ 1,90, tem-se o preço FOB de US$ 3.060,37 Sobre o cálculo do preço FOB (R$ 5.814,71), deve-se levar em conta o percentual de 15% referente à margem de lucro que o exportador pretende obter. A partir daí, o cálculo é desenvolvido com a aplicação de uma regra de três simples, em que o valor de R$ 4.942,50 corresponde a 85% (100%-15%) do preço final. Assim, encontra-se o valor de R$ 5.814,71, que será o preço final do produto para exportação, já incluída a 5 74 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- margem de lucro de 15% pretendida pelo exportador, ou seja, R$ 872,21. Logo, R$ 4.942,50 – 85% Preço FOB - 100% Assim, o preço FOB = 1 x R$ 4.942,50 = R$ 5.814,71. 0,85 No exemplo, ainda poderiam ser considerados outros elementos a serem deduzidos do preço interno, como as comissões de vendedores, os gastos com a distribuição do produto no mercado brasileiro, as despesas financeiras inerentes às operações no Brasil e demais componentes do preço interno que não compõem os custos para a exportação. Por outro lado, poderiam ser acrescentados alguns valores que não correspondem às operações no mercado interno, como a comissão dos intermediários no exterior, as despesas consulares (se necessário) e outros custos e despesas que porventura a empresa possa ter ao realizar a exportação. 11 FONTES DE FINANCIAMENTO À EXPORTAÇÃO Os financiamentos destinados à exportação têm o objetivo de prover um suporte financeiro aos exportadores brasileiros que seja capaz de atender às diversas fases de produção e comercialização dos produtos destinados ao comércio internacional, assegurando às empresas melhores e maiores condições para a competição internacional. As fontes de financiamentos são amparadas por recursos provenientes do governo ou do setor privado. E os requisitos necessários para obter o financiamento para a exportação dependem da modalidade contratada e dos administradores dos recursos, que podem ser o BNDES, o Banco do Brasil ou as instituições privadas de financiamento. 5 10 15 20 25 75 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- Geralmente, os administradores solicitam aos exportadores algumas garantias, que podem ser imóveis, cartas de crédito, duplicatas, notas promissórias, caução de título, aval, seguros de crédito à exportação, entre outras. 11.1 BNDES-Exim Trata-se de uma linha de crédito com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinada ao financiamento da exportação de bens, produtos e serviços brasileiros sob condições que os tornem competitivos. O BNDES-Exim compreende as modalidadesde: a) BNDES-Exim pré-embarque: modalidade destinada a financiar a produção de produtos para exportação mediante o fornecimento de crédito fixo para operações realizadas com instituições financeiras que sejam credenciadas ao BNDES. Todos os recursos disponíveis ao BNDES-Exim pré-embarque poderão abranger o valor integral (100%) necessitado pelo empresário para viabilizar a exportação, com o prazo para pagamento de até dezoito meses. Essa modalidade beneficia não somente as grandes empresas, mas também as médias, as pequenas e as microempresas brasileiras. Os produtos que podem ser beneficiados com essa modalidade constam na Carta Circular nº 42/2003 (29.09.2003). b) BNDES-Exim pré-embarque de curto prazo: linha de crédito semelhante à anterior, com possibilidade de financiamento de até 100% do valor necessitado pelo empresário para produção e exportação do bem, desde que obedeça a embarques específicos. Outro diferencial consiste no prazo, que é reduzido para seis meses, mas o benefício desta modalidade não impõe restrição a produtos. Essa linha de crédito é regulamentada pela Circular nº 174/2002 e pelas Cartas Circulares nos 40/2001 e 12/2003. 5 10 15 20 25 30 76 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- c)-BNDES-Exim pré-embarque especial: refere-se aos financiamentos de produção, de capital de giro e de investimentos que sejam destinados à exportação de bens. Não há vinculação com embarques específicos, mas há com o período para a sua conclusão. Essa operação também é realizada por instituições financeiras que sejam credenciadas ao BNDES mediante o fornecimento de crédito fixo. O valor a ser financiado pelo BNDES irá considerar a estimativa de acréscimo das exportações comparada aos últimos doze meses. O prazo para pagamento do financiamento irá variar entre doze e trinta meses, de acordo com a complexidade da operação. Os produtos beneficiados também constam na Carta Circular nº 42/2003. d)-BNDES-Exim pós-embarque: modalidade de financiamento destinada à comercialização de bens e serviços já desembarcados no exterior, através de refinanciamento ao exportador ou através da modalidade de crédito ao comprador (buyer’s credit). O financiamento poderá abranger até 100% do valor exportado, com o prazo para pagamento em até 144 meses (doze anos). Os produtos beneficiados também constam na Carta Circular nº 42/2003. 11.2 Adiantamento sobre Contrato de Câmbio – ACC Este financiamento é disponibilizado às empresas exportadoras através da rede bancária, a taxa LIBOR (London Interbank Offered Rate) – taxa de juros praticada internacionalmente –, permitindo ao exportador obter recursos financeiros necessários antes do embarque do bem. Optando por esta modalidade, o exportador contará com recursos necessários para a produção do bem antes de ser 5 10 15 20 25 30 77 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- exportado, tendo até 360 dias, antes do embarque, para efetuar o pagamento do ACC. A taxa de juros reduzida do ACC proporciona às empresas custos de produção mais baixos, o que reflete na competitividade internacional. Ao contratar essa linha de crédito, o exportador deve tomar todas as providências necessárias para que o produto seja embarcado no prazo acordado, ou terá que ressarcir o valor adiantado pelo banco com a devida correção monetária, acrescido das diferenças de câmbio, multa contratual e outros encargos. 11.3 Adiantamento sobre Cambiais de Exportação – ACE Também conhecido como Adiantamento sobre Cambiais Entregues, este adiantamento à exportação consiste na operação de desconto da cambial (letra de câmbio) com o banco contratado pelo exportador. Dessa forma, o exportador obtém os recursos financeiros após a entrega da documentação que comprove o embarque da mercadoria. Os custos que o exportador terá são semelhantes aos custos do ACC, mas a letra de câmbio sacada contra o importador tem a exigência por garantias complementares atenuada pelo fato de a liberação do crédito ser feita após o embarque do bem. 11.4 Programa de Financiamento às Exportações – PROEX O PROEX, criado pelo governo federal e administrado pelo Banco do Brasil, tem o objetivo de proporcionar aos exportadores brasileiros linhas de crédito que lhes deem condições para a competição internacional. O programa tem como diferencial das demais linhas a concessão de crédito ao exportador (supplier’s credit) e ao 5 10 15 20 25 78 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- importador (buyer’s credit). Na condição de financiamento ao exportador, a empresa emite a letra de câmbio e a desconta em uma agência do Banco do Brasil autorizada, enquanto que na condição de financiamento destinado ao importador a liberação do crédito é destinada ao exportador, com o aval do importador e contra o seu recebimento da mercadoria. O PROEX apresenta as seguintes modalidades de operação: PROEX Financiamento e PROEX Equalização. a)-PROEX Financiamento: programa destinado ao financiamento direto ao exportador com recursos do Tesouro Nacional com prazo para pagamento que varia entre 360 dias e dez anos. As parcelas podem ter vencimentos trimestrais ou semestrais, ser consecutivas e de mesmo valor. O crédito pode abranger até 85% do valor da operação. A relação dos produtos beneficiados por esta modalidade é ampla e consta na Portaria nº 58/2002, do MDIC. b) PROEX Equalização: modalidade que tem o objetivo de cobrir parte dos encargos financeiros provenientes da operação de exportação financiada por instituições financeiras nacionais e estrangeiras, proporcionando condições compatíveis com os cobrados no mercado internacional. A amortização também pode ser feita em parcelas trimestrais ou semestrais, em um prazo que varia entre 360 dias e dez anos. Os produtos que podem ser beneficiados também constam na Portaria nº 58/2002, do MDIC. Mesmo os produtos que não constam na Portaria relacionada ao PROEX podem ser beneficiados com as mesmas condições, desde que tenham natureza conexa e que sejam exportados em conjunto com os bens elegíveis. A esta operação dá-se o nome de “pacote”, e é importante ressaltar que o valor dos produtos adicionais não deverá exceder 20% do total dos produtos elegíveis. 5 10 15 20 25 30 79 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- 11.5 Letras de exportação (export notes) Prática que consiste na emissão, por parte do exportador, de uma nota promissória com valor indexado ao câmbio e com o resgate (vencimento) para 30 a 720 dias – geralmente é superior ao prazo do ACC. A garantia do pagamento é o contrato de exportação. Os bancos, nessa modalidade, podem ser intermediadores, avalistas e importadores finais. 11.6 Passo a passo para a exportação Fluxograma de exportação Por que exportar? A exportação aumenta a competitividade da empresa tanto no exterior como no Brasil. Planejamento - A empresa deve adaptar os seus produtos para atender aos mercados no exterior; - a atividade exportadora deve fazer parte da estratégia da empresa. O que exportar e para onde exportar?- Pesquisa de mercado (BrazilTradeNet); - oportunidades de negócios (BrazilTradeNet); - participação em feiras; - marketing. Contato com potenciais importadores. Tratamento tributário e financiamento Os exportadores devem conhecer e saber utilizar plenamente os mecanismos fiscais e financeiros colocados à sua disposição. Determinação do preço de exportação. Como exportar? Acesso ao SISCOMEX. Definição das condições de venda (INCOTERMS) e contratação do frete e do seguro. Definição da forma de pagamento. Registro de Exportação (RE) e preparação dos demais documentos de exportação. Câmbio A contratação do câmbio pode ser feita antes ou depois do embarque da mercadoria. Preparação e embarque da mercadoria. Averbação do embarque do SISCOMEX. Remessa dos documentos de exportação ao importador. Recebimento do pagamento em reais por intermédio do banco autorizado. 5 80 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- 1º passo: preparar a empresa. Efetuar o registro de exportador na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC) ou na Delegacia da Receita Federal mais próxima. 2º passo: selecionar um canal para a exportação dos produtos. Caso a exportação não seja direta, a empresa poderá utilizar consórcios de exportação, tradings companies, agentes de comércio exterior, empresas comerciais exportadoras, etc. 3º passo: identificar os mercados. Estabelecer contato com compradores (importadores) no exterior. Ao identificar o importador, fornecer informações sobre quantidade disponível, aspectos técnicos, condições de venda, prazo de entrega e preço unitário da mercadoria. 4º passo: análise de mercado para avaliar a viabilidade da exportação. Uma vez identificado o mercado, a empresa deve efetuar uma análise com relação a preços praticados no país, diferenças cambiais, nível de demanda, sazonalidades, embalagens, exigências técnicas e sanitárias, custo de transporte e outras informações que influenciarão a operação. 5º passo: contato inicial com o importador. Identificado o cliente, é imprescindível que seja enviado a ele o maior número possível de informações sobre o produto; pode-se utilizar catálogo, lista de preços, amostra. 6º passo: confirmado o fechamento do negócio, o exportador deve formalizar a negociação enviando uma fatura pró-forma. Não existe um modelo de fatura pró- forma. Nela devem constar informações sobre o importador e o exportador, descrição da mercadoria, peso líquido e bruto, quantidade e preço unitário e total, condição de venda e modalidade de pagamento, meio de transporte e tipo de embalagem. 5 10 15 20 25 30 81 SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- 7º passo: caso não haja mercadoria em estoque, o exportador deve agilizar a produção; atentar às questões como controle de qualidade, embalagem, rotulagem e marcação de volumes. 8º passo: confirmação da carta de crédito. Embora haja outras formas de pagamento, o grau de segurança oferecido pela modalidade carta de crédito torna o instrumento o mais utilizado no comércio internacional. O exportador deverá pedir ao importador a abertura da carta de crédito. Ao final do processo, o banco enviará cópia ao exportador. 9º passo: o exportador deverá providenciar a emissão dos documentos de exportação ou embarque: • documentos necessários para circulação da mercadoria no país de origem: romaneio de embarque - nota fiscal - certificados adicionais, quando necessários; • documentos necessários para o embarque ao exterior: romaneio de embarque - nota fiscal - Registro de Exportação- certificados - conhecimento de embarque (emitido após o embarque). 10º passo: efetuar a contratação da operação de câmbio, ou seja, negociar com a instituição financeira autorizada o pagamento em reais ou a conversão da moeda estrangeira recebida pela aquisição das mercadorias exportadas. Essa operação é formalizada mediante um contrato de câmbio. 11º passo: embarque da mercadoria e despacho aduaneiro. Após todos esses procedimentos, deverá ser efetuado o embarque da mercadoria e o desembaraço na aduana (alfândega). O embarque aéreo ou marítimo da mercadoria é efetuado por agentes aduaneiros mediante o pagamento da taxa de capatazia. 5 10 15 20 25 30 82 Unidade III Di ag ra m aç ão : L éo : 1 3/ 11 /0 8 -| |- 1 º R ev is ão : A na - C or re çã o: L éo 2 1/ 11 /0 8 -| |- O embarque rodoviário é efetuado no próprio estabelecimento do produtor, ou em local pré-estabelecido pelo importador. A liberação da mercadoria para embarque é feita mediante a verificação física e documental realizada por agentes da Receita Federal nos terminais aduaneiros. Todas as etapas do despacho aduaneiro são feitas através do SISCOMEX. 12º passo: preparação dos documentos pós-embarque: • documentos para negociação junto ao banco (pagamento): fatura comercial - conhecimento de embarque - letra cambial ou saque- carta de crédito (original) - fatura e/ou visto consular- certificados adicionais (quando necessário) - apólice ou certificado de seguro (caso a condição seja CIF) - borderô ou carta de entrega; • documentos contábeis (arquivamento) - fatura comercial - conhecimento de embarque - nota fiscal - apólice ou certificado de seguro - contrato de câmbio. 13º passo: apresentação dos documentos ao banco do importador. No caso de a operação ter sido efetuada com carta de crédito, deve-se apresentar ao banco indicado pelo importador os documentos que comprovem que a transação foi efetuada conforme combinado. 14º passo: liquidação do câmbio. Após a transferência para o banco do exportador, deverá ser feita a liquidação do câmbio conforme as condições descritas no contrato de câmbio. O recebimento deverá ser em reais (R$). 5 10 15 20 25
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