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FUNDAMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR MÓDULOS 2021

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FUNDAMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR – O QUADRO INSTITUCIONAL DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
DEFINIÇÃO - Instituições do comércio exterior brasileiro. Sistemas de comércio exterior brasileiro.
PROPÓSITO - Conhecer as principais instituições do comércio exterior brasileiro e suas respectivas competências, tal como as funcionalidades dos sistemas existentes, essenciais para a realização correta dos processos de exportação e importação, sem multas e atrasos.
PREPARAÇÃO - Sugerimos a leitura do texto Importação (WERNECK, 2007).
IMPORTAÇÃO
(Trecho do livro Impostos de importação e de exportação & outros gravames aduaneiros, de Paulo Werneck, publicado em 2007 pela editora Freitas Bastos.)
Importação é a introdução de mercadoria no território de um país. Essa mercadoria pode ser estrangeira, isto é, produzida alhures, ou mesmo nacional, que retorna, tendo saído anteriormente.
Países importam mercadorias que não podem (ou não querem) produzir, por falta de tecnologia ou mesmo de condições naturais, assim como mercadorias objeto de desejo, em função de design, qualidade, hábitos. É difícil identificarmos mercadorias primárias que o Brasil não pode produzir, dada a imensidão de seu território, diversidade de climas e variedade de recursos minerais que dispõe.
Isso não ocorre em países de pequenas dimensões, como Cuba e Portugal, por exemplo. No primeiro, com clima equatorial, será quase impossível a produção de vinho; no segundo, de frutas tropicais. Mesmo assim, existem produtos que não produzimos e precisam ser importados.
A produção de determinados produtos industrializados pode ser impossível:
 Pela inexistência de domínio tecnológico do processo;
 Pela existência de patente estrangeira que torne ilícita a produção;
 Ou ainda por falta de escala que a torne antieconômica. Isso pode ser resolvido pela importação.
Finalmente, o apreço do ser humano por mercadorias exóticas ou de marca justifica a importação de produtos que dispõem de similares aqui produzidos.
Ostentar uma conhecida marca torna bolsas de plástico mais caras do que finíssimas, porém anônimas, bolsas de couro de fabricação nacional.
Algumas importações de máquinas e de insumos são necessárias para a produção interna, até mesmo de mercadorias destinadas à exportação. A Embraer, menina dos olhos da indústria brasileira, que exporta aviões para o mundo todo, importa uma infinidade de partes e peças com as quais equipa as aeronaves que produz.
Importações podem ser necessárias ou desejáveis, mas consomem divisas, isto é, reservas de moeda estrangeira. É verdade que nem toda importação é paga.
Existem doações a título humanitário, transferência de bens decorrentes de herança ou migração, envios de amostras comerciais, operações em que, por óbvio, não há pagamento da mercadoria.
As importações também podem oferecer riscos à população ou ao meio ambiente, por exemplo, quando portadoras de pragas, o que obriga aos governos a analisarem a conveniência de permitir a entrada das mercadorias nos respectivos países.
Podem ainda dificultar o desenvolvimento da indústria nacional e mesmo causar desemprego, quando o produto estrangeiro oferece maior competitividade, isto é, melhor relação custo-benefício que o produto doméstico concorrente.
O controle das importações é realizado pelas Aduanas, serviços governamentais de controle do fluxo de mercadorias pelas fronteiras, que, modernamente, assumem duplo papel, de cobrança dos tributos devidos na importação e de avaliação da conveniência da mercadoria ser admitida no território nacional, quanto aos aspectos de preservação da saúde da população, do meio ambiente e da economia.
OBJETIVOS
MÓDULO 1 - Identificar as principais instituições do comércio exterior brasileiro
MÓDULO 2 - Descrever os sistemas utilizados para a realização das exportações e importações
INTRODUÇÃO
Para atuar no mercado externo, é fundamental conhecer as instituições do seu próprio país, suas normas e regulamentos, a fim de que os processos de exportação e importação sejam realizados de acordo com os parâmetros determinados pelas mesmas, evitando ocorrências que possam causar embaraços à concretização das operações.
MÓDULO 1
Identificar as principais instituições do comércio exterior brasileiro
O QUE É COMÉRCIO INTERNACIONAL?
O comércio internacional é o conjunto de operações realizadas entre os países por meio do intercâmbio de bens e serviços e movimento de capitais. É regido por normas e regras acordadas internacionalmente por organismos como a Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização Mundial das Aduanas (OMA) e Câmara de Comércio Internacional (CCI).
O comércio mundial é um importante fator de desenvolvimento dos países envolvidos. Ao se abrir ao mercado externo, um país adquire novas tecnologias e formas de gestão, aprimorando seus processos produtivos.
Denomina-se comércio exterior a relação comercial de um determinado país com os demais, por meio de regras, legislação e normas internas, que visam resguardar os interesses nacionais. Assim, a expressão “comércio exterior” é seguida pelo nome do país respectivo, como, por exemplo, Comércio Exterior do Brasil.
Para apoiar e orientar o comércio exterior, o governo brasileiro possui sistemas e procedimentos nas seguintes áreas, cujas funções respectivas são:
1. ADMINISTRATIVA
Determinação de regulamentos que permitam o controle das operações e competitividade das empresas brasileiras;
2. FISCAL/ TRIBUTÁRIA
Adoção de medidas para desonerar as exportações e gerenciar as importações, por meio de alíquotas adequadas de tributos e de regimes aduaneiros especiais;
3. FINANCIAMENTO
Facilitação de oferta de linhas de crédito que possam estimular as exportações, para que sejam competitivas no cenário internacional;
4. CAMBIAL/MONETÁRIA
Manutenção do equilíbrio da moeda, garantindo segurança aos envolvidos no comércio exterior;
5. PROMOÇÃO
Divulgação das empresas e produtos brasileiros, e localização de parceiros comerciais;
6. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA
Oferecimento de condições físicas apropriadas, com integração e facilitação dos processos de embarque e desembarque.
Para alcançar todas essas áreas, estabelecer normas, acompanhar e fiscalizar o comércio exterior, existem diversas instituições, que compõem a estrutura do comércio exterior brasileiro.
INSTITUIÇÕES LIGADAS AO MINISTÉRIO DA ECONOMIA
Quanto às instituições que atuam no comércio exterior, o Ministério da Economia está organizado da seguinte maneira:
SECRETARIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL (RFB)
Instituição do Ministério da Economia, responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os previdenciários e os relativos ao comércio exterior. Além disso, subsidia o Poder Executivo na formulação da política tributária brasileira, prevenindo e combatendo a sonegação fiscal e executa a gestão das atividades de arrecadação.
As suas diversas atribuições estão divididas em cinco subsecretarias:
1. Subsecretaria de Arrecadação, Cadastros e Atendimento (SUARA)
2. Subsecretaria de Tributação e Contencioso (SUTRI)
3. Subsecretaria de Fiscalização (SUFIS)
4. Subsecretaria de Gestão Corporativa (SUCOR) e
5. Subsecretaria de Administração Aduaneira (SUANA)
Cabe à RFB na área de comércio exterior fiscalizar os embarques relativos à exportação, procedendo aos despachos das mercadorias, assim como desembaraçar os produtos na importação. Além disso, arrecada os direitos aduaneiros incidentes sobre as operações de comércio exterior.
A RFB, por meio do Sistema Radar, também é responsável pela habilitação dos exportadores e importadores para acessarem a plataforma Siscomex, necessária para registrar as operações de exportação e importação.
Na exportação, a conferência aduaneira identifica o exportador, verifica a mercadoria e a correção das informações relativas à quantificação, natureza, preço e todas as obrigações fiscais. Os despachos de exportação são parametrizados (A parametrização é realizada considerando aspectos como: volume, natureza, características do produto, valor da exportação, regularidade fiscal,ocorrências anteriores do exportador, destino da mercadoria e incidência de impostos.), podendo ser atribuídos os canais verde, laranja e vermelho.
CANAL VERDE - O sistema efetua o desembaraço automático da mercadoria, dispensando o exame documental e a verificação física.
CANAL LARANJA - É realizado apenas o exame documental.
CANAL VERMELHO - Além do exame documental, é efetuada a conferência física da mercadoria.
 Na importação, o despacho aduaneiro é o procedimento para que a mercadoria seja desembaraçada e por meio do qual são verificados os dados informados pelo importador, sua relação com as mercadorias, com os documentos apresentados e com a legislação respectiva. 
Toda mercadoria importada, em caráter definitivo ou não, deve ser submetida ao despacho aduaneiro, que será apresentado à unidade da Receita Federal, e também selecionada para a parametrização no canal de conferência, que será verde, amarelo, vermelho ou cinza.
CANAL VERDE - O sistema registra o desembaraço automático da mercadoria, sendo dispensados o exame documental e a verificação física. Entretanto, caso o Auditor-fiscal identifique algum elemento que possa indicar irregularidade, a mercadoria pode ser objeto de conferência física ou documental.
CANAL AMARELO - É efetuado o exame documental e, não sendo detectada qualquer irregularidade, o desembaraço é efetuado sem a verificação física da mercadoria.
CANAL VERMELHO - A mercadoria só será desembaraçada após a realização do exame documental e da verificação física.
CANAL CINZA - É realizado o exame documental, a verificação física da mercadoria e a aplicação de controle especial aduaneiro, para verificar indícios de fraude, incluindo o preço declarado da mercadoria.
Os recintos aduaneiros ou recintos alfandegados da Receita Federal localizam-se na zona primária (portos, aeroportos, pontos de fronteira, como Foz do Iguaçu e lojas francas) e na zona secundária (portos secos (O porto seco é um terminal terrestre, fora dos portos e aeroportos principais, geralmente localizado em regiões com volumes significativos de produtos para exportação e importação. É uma opção logística para reduzir o fluxo de produtos nos portos e aeroportos brasileiros, agilizando e desafogando o tráfego de produtos na zona primária e reduzindo os custos de armazenagem) e terminais alfandegados).
Como vimos, no que diz respeito ao comércio exterior, a Secretaria da Receita Federal (RFB) responde pela parte aduaneira (despacho e desembaraço de mercadorias) e recolhimento dos tributos.
SECRETARIA ESPECIAL DE COMÉRCIO EXTERIOR E ASSUNTOS INTERNACIONAIS (SECINT)
Instituição do Ministério da Economia, que tem como função tratar das questões relacionadas à política de comércio exterior. Possui duas secretarias: a Secretaria-executiva da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) e a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
A seguir, veja cada uma delas.
CAMEX - Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior
A CAMEX tem como objetivo formular, adotar, implementar e coordenar políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, aos investimentos estrangeiros diretos, aos investimentos brasileiros no exterior e ao financiamento às exportações, visando promover o aumento da produtividade da economia brasileira e da competitividade do País.
As suas atribuições estão divididas em três subsecretarias:
1. Subsecretaria de Estratégia Comercial (STRAT)
2. Subsecretaria de Investimentos Estrangeiros (SINVE) e
3. Subsecretaria de Financiamento ao Comércio Exterior (SUCEX).
É a instância máxima de deliberação do governo federal em matéria de comércio exterior, cabendo a ela propor a estratégia e as diretrizes da política de comércio exterior, com vistas à inserção do País na economia internacional.
São membros de seu Conselho de Estratégia Comercial o Presidente da República, o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil, o Ministro de Estado da Defesa, o Ministro de Estado das Relações Exteriores, o Ministro de Estado da Economia e o Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A CAMEX é integrada por diversos colegiados, que têm as seguintes competências:
1. CONCEDER AS DIRETRIZES PARA AS NEGOCIAÇÕES DE ACORDOS E CONVÊNIOS BILATERAIS, REGIONAIS OU MULTILATERAIS RELATIVOS AO COMÉRCIO EXTERIOR;
2. MANIFESTAR-SE SOBRE A APLICAÇÃO DE CONTRAMEDIDAS PARA PROTEGER OS INTERESSES BRASILEIROS EM QUESTÕES DE LITÍGIO INTERNACIONAL;
3. COORDENAR AS POLÍTICAS DE PROMOÇÃO COMERCIAL NO EXTERIOR;
4. ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A POLÍTICA DE FINANCIAMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS, E PARA A COBERTURA DOS RISCOS DE OPERAÇÕES A PRAZO;
5. ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A POLÍTICA DE FINANCIAMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS, E PARA A COBERTURA DOS RISCOS DE OPERAÇÕES A PRAZO;
6. DETERMINAR AS DIRETRIZES DA POLÍTICA TARIFÁRIA NA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, ESTABELECENDO ALÍQUOTAS DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E DE EXPORTAÇÃO.
COMENTÁRIO
A atuação da CAMEX, portanto, é ampla e complexa, já que abrange assuntos importantes do comércio exterior. Cabe a ela coordenar os diversos órgãos da administração pública, para que sejam executadas ações integradas por parte do governo. Dessa forma, matérias relevantes dos demais órgãos devem ser previamente submetidas à CAMEX.
SECEX ‒Secretaria de Comércio Exterior
Instituição do Ministério da Economia, integrante da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. É o órgão licenciador do comércio exterior, cabendo a ele o tratamento administrativo comercial. Visa incrementar a participação brasileira no comércio internacional, disseminando a cultura exportadora, por meio de ações de aperfeiçoamento dos mecanismos operacionais e de adequação do setor produtivo.
É composto por cinco subsecretarias, que possuem as seguintes atribuições:
1. SUBSECRETARIA DE INTELIGÊNCIA E ESTATÍSTICAS DE COMÉRCIO EXTERIOR ‒ SITEC
Produz, analisa e divulga estatísticas relacionadas ao comércio exterior.
2. SUBSECRETARIA DE OPERAÇÕES DE COMÉRCIO EXTERIOR – SUEXT
Responsável pelas operações de comércio exterior, analisa aspectos comerciais, preços, incluindo licenciamento de exportação e de importação, elabora normas operacionais, estudos econômicos, administra o drawback e o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), que será explicitado adiante.
3. SUBSECRETARIA DE FACILITAÇÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR E INTERNACIONALIZAÇÃO ‒ SUFAC
Responsável pelos registros de promoção no SISPROM (Sistema de Registro de Informações de Promoção), utilizado para registro de operações com redução a zero da alíquota do imposto de renda no pagamento ao exterior de despesas com promoção comercial.
Coordena ações e participa de eventos relativos a acordos de facilitação ao comércio da OMC. Esses acordos buscam simplificar a burocracia e agilizar os procedimentos para o comércio internacional de bens, com medidas de reforço de transparência na elaboração de normas e a cooperação entre as autoridades aduaneiras. A implementação no Brasil do Portal Único de Comércio Exterior foi resultante do acordo de facilitação ao comércio.
4. SUBSECRETARIA DE NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS – SEINT
Elabora estudos e participa das negociações internacionais de comércio, juntamente com outros órgãos do governo, nos âmbitos regional, bilateral, multilateral e de bloco econômico, prestando apoio técnico. Desenvolve atividades de comércio exterior com organismos internacionais e administra regulamentos de origem de acordos firmados pelo Brasil.
5. SUBSECRETARIA DE DEFESA COMERCIAL E INTERESSE PÚBLICO ‒ SDCOM
Trata de assuntos relacionados à defesa comercial, investigações de dumping, salvaguardas e subsídios, com vistas à aplicação de medidas compensatórias.
Com a maior abertura do país ao comércio, as empresas brasileiras estão mais expostas e, muitas vezes, há a necessidade de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas. Cabe à SDCOM examinar a procedência e o mérito de solicitações de adoção de medidas contra práticas desleais de comércio, por meio de investigações de dano à produção doméstica.Como exemplo de defesa comercial, foi concedido em 2016 pelo governo brasileiro o direito antidumping sobre as importações de magnésio metálico originados da Rússia. Esse direito antidumping é uma medida válida por até cinco anos, sendo aplicada na forma de alíquota de US$890,73 por tonelada.
DRAWBACK - É o regime que permite suspender ou eliminar os tributos incidentes, tanto nas importações quanto nas aquisições no mercado interno, sobre insumos utilizados na produção da mercadoria a ser exportada, melhorando a competitividade do produto brasileiro.
DUMPING - É a prática de exportar produtos abaixo do custo de fabricação ou do preço cobrado no mercado doméstico, contrariando as regras da OMC por gerar uma concorrência desleal. Em geral, os governos dos países importadores reagem ao dumping impondo uma tarifa antidumping, uma taxa cobrada sobre produtos sob suspeita de causar dano aos produtores nacionais de bens concorrentes.
SALVAGUARDAS - As medidas de salvaguarda são aplicadas para aumentar, temporariamente, a proteção à indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave decorrente do aumento das importações de determinado produto, com o objetivo de que, durante a vigência das medidas, a indústria doméstica se ajuste, aumentando a sua competitividade. Estas medidas não são para proibir práticas desleais de comércio. As medidas podem ser aplicadas na forma de tarifa adicional ao imposto de importação ou pelo estabelecimento de cotas, restringindo a quantidade importada.
SUBSÍDIOS - O subsídio é um recurso financeiro ou de outro tipo que um governo concede a uma empresa ou grupo de empresas, facilitando a produção, reduzindo o preço ou estimulando as exportações. A OMC proíbe os subsídios quando se pode comprovar que eles impedem o livre comércio, mas é difícil defini-los. Para neutralizar os subsídios, os governos dos países importadores aplicam medidas compensatórias, em geral um imposto sobre os produtos, para compensar.
ENTIDADES VINCULADAS
Entidades vinculadas são as que não estão diretamente subordinadas ao Ministério da Economia, podendo suas atividades serem por ele supervisionadas. 
						
BANCO CENTRAL DO BRASIL		BANCO DO BRASIL 
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Banco Central do Brasil – BC, Bacen ou BCB
Autarquia federal, integrante do Sistema Financeiro Nacional, vinculada ao Ministério da Economia, tem como missão assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.
Suas principais funções são:
BANCO DOS BANCOS
Cabe ao BC prover liquidez no sistema financeiro, mediante empréstimos exclusivos, bem como manter os depósitos compulsórios dos bancos comerciais, regulando a moeda no mercado.
SUPERVISOR DO SISTEMA FINANCEIRO
Cabe ao BC monitorar o sistema financeiro nacional, exercendo fiscalização e concedendo autorização para funcionamento das instituições financeiras.
O Banco Central também atua para que o Sistema Financeiro Nacional não seja utilizado para fins ilícitos, sendo um dos focos a prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo (PLD/FT). Assim, exige que as instituições financeiras bancárias e não bancárias implementem medidas e controles de PLD/FT.
Cabe ao BC, sempre que necessário, comunicar indícios de crimes previstos na Lei nº 9.613/98 e relacionados à lavagem de dinheiro e à corrupção, ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), ao Ministério Público e à Secretaria da Receita Federal.
EMISSOR DE MOEDA
É o responsável pela emissão de moeda em todo o país, em quantidade autorizada pelo Conselho Monetário Nacional.
DEPOSITÁRIO DAS RESERVAS CAMBIAIS
Controla as reservas cambiais do país.
Além da função de cobrir eventuais déficits nas contas externas, as reservas internacionais podem ser usadas para proteger o sistema monetário, minimizando a volatilidade do mercado de câmbio. Grandes reservas são quase sempre sinal de que o país é capaz de suportar turbulências econômicas.
EXECUTOR DAS POLÍTICAS MONETÁRIA E CAMBIAL
O BC pode, para a operacionalização das políticas monetária e cambial do governo, introduzir ou adquirir moeda do mercado, regular a taxa de juros e atuar no mercado de câmbio, com vistas à estabilidade das taxas de câmbio.
Na área de comércio exterior, o BC atua basicamente no sentido de regular e estabelecer normas sobre as operações de câmbio, e buscar o equilíbrio do balanço de pagamentos.
Na área cambial, o BC fiscaliza as instituições financeiras que efetuam o câmbio para pagamento de importações e recebimento das exportações.
DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS - Depósitos compulsórios são os valores que os bancos são obrigados a depositar em uma conta no Banco Central, referentes à parte dos recursos captados de seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança. É um dos instrumentos utilizados pelo BC para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia do país.
CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS (COAF) - O Conselho de Atividades Financeiras (COAF) é o órgão de inteligência financeira do país, que tem a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas na Lei.
RESERVAS CAMBIAIS - Reservas cambiais ou internacionais são os ativos do Brasil em moeda estrangeira e funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente às suas obrigações no exterior e a choques de natureza externa, tais como crises cambiais e interrupções nos fluxos de capital para o país.
TAXAS DE CÂMBIO - A taxa de câmbio é um elemento fundamental para a estabilidade do sistema financeiro, afetando diretamente os exportadores e importadores. Assim, para garantir o equilíbrio da taxa de câmbio, o BC atua no mercado de câmbio, vendendo ou comprando moeda estrangeira e contratos atrelados à moeda estrangeira.
BALANÇO DE PAGAMENTOS - O balanço de pagamentos é o registro de todas as transações econômicas realizadas durante um certo período entre os residentes do país e os residentes de outros países. É um demonstrativo contábil, onde estão registradas todas as importações, exportações, fretes, empréstimos, capitais internacionais, entre outros. Uma das subcontas do balanço de pagamentos engloba a balança comercial, que é o registro de todos os valores recebidos pelas exportações e pagos pelas importações.
Banco do Brasil
O Banco do Brasil, sociedade de economia mista, atua como parceiro do governo federal nas políticas de comércio exterior, disponibilizando produtos e serviços ligados ao comércio internacional.
Como agente delegado pelo governo, executa as seguintes atribuições de comércio exterior:
1. EMISSÃO DE ATOS CONCESSÓRIOS DE DRAWBACK
O Banco do Brasil analisa e concede o ato concessório para que a empresa se beneficie deste regime.
2. EMISSÃO DE CERTIFICADO DE ORIGEM (“FORM A”)
Este certificado é necessário para a obtenção de tratamento preferencial junto a determinados países industrializados, denominado Sistema Geral de Preferência (SGP). Esses países concedem facilidades de acesso de determinados produtos originários de nações em desenvolvimento, reduzindo total ou parcialmente o imposto de importação. Assim, para comprovar nas alfândegas estrangeiras a origem da mercadoria, é necessária a apresentação deste documento.
3. ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA DE FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES (PROEX)
O Banco do Brasil é o agente exclusivo da União para operacionalização do Proex.
O governo brasileiro, procurando dar suporte financeiro às exportações, disponibiliza recursos para financiar as vendas externas, oferecendo condições semelhantes àquelas de seus concorrentes internacionais, de modo que o exportador recebe à vista o valor de sua exportação efetuada a prazo.
4. CONCESSÃO DO PROGER EXPORTAÇÃO
O Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) é uma linha de crédito exclusiva para micro e pequenas empresas para o incremento das exportações brasileiras. O programa financia a produção de bens, assim como as atividades de promoção de exportação, comoparticipação em eventos comerciais, aluguel e montagem de estandes em feiras, exposições, aquisição de passagens, hospedagem, remessa de mostruários ou material promocional.
PROEX
O Proex é um programa do Governo Federal para apoiar as exportações brasileiras de bens e serviços pós-embarque, por meio de financiamento com taxas de juros compatíveis aos praticados no mercado internacional, utilizando recursos do Tesouro Nacional.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Instituição vinculada ao Ministério da Economia que, na área de comércio exterior, concede linhas de crédito aos exportadores brasileiros. Essas linhas de financiamento garantem a competitividade das empresas brasileiras no mercado externo.
O BNDES tem duas frentes de financiamento: 
Figura 2 – Sistema integrado de gestão (ERP)
A - BNDES Exim Pré-embarque, que apoia a produção de bens e serviços, possibilitando a aquisição de insumos, matérias-primas e outros recursos para a produção.
B - BNDES Exim Pós-Embarque, que financia a comercialização de bens e serviços no exterior em condições competitivas com as linhas similares oferecidas no mercado internacional.
OUTRAS INSTITUIÇÕES
Além dos Órgãos com funções administrativas, fiscais e cambiais, fazem parte da estrutura do Governo outras instituições ligadas à promoção, à divulgação, ao controle e à logística do comércio exterior.
Departamento de Comércio e Promoção de Investimentos (DPR)
O Departamento de Comércio e Promoção de Investimentos (DPR) está inserido na estrutura do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e tem como objetivo organizar, dirigir e implementar políticas de promoção das exportações brasileiras e de captações de investimentos estrangeiros no país. Para tanto, planeja e executa programas e atividades específicas, inclusive participando e realizando eventos que promovam nossa capacidade produtiva e tecnológica, como missões comerciais, exposições, seminários, rodadas de negócios, etc. É integrado por quatro divisões: Divisão de Operações de Promoção Comercial (DOC), Divisão de Investimentos (DINV), Divisão de Inteligência Comercial (DIC) e Divisão de Programas de Promoção Comercial (DPG).
O Ministério das Relações Exteriores é responsável pelas relações do Brasil com os demais países e pela participação brasileira em organizações internacionais.
 SAIBA MAIS
Nas suas 104 Embaixadas e Consulados ao redor do mundo por todos os continentes, existe um setor voltado à promoção comercial, são os SECOMs -Setores de Promoção Comercial, cujas principais atividades são:
· Apoiar localmente as empresas e entidades brasileiras, por meio de contatos, participações em feiras, missões etc.;
· Captar e divulgar informações sobre oportunidades comerciais e de investimentos;
· Elaborar ou contratar pesquisas de mercados e de produtos;
· Preparar análises de competitividade e de concorrência e identificação de obstáculos e restrições;
· Fornecer assistência a empresas estrangeiras que desejam investir no Brasil ou importar produtos ou serviços brasileiros.
Além disso, o MRE, por meio da página InvestExportBrasil, divulga informações sobre oportunidades comerciais para exportação e captação de investimentos estrangeiros, disponibiliza banco de dados com estatísticas, estudos de mercados, análises e pesquisas específicas na área de comércio exterior, com informações detalhadas sobre produtos em determinado país ou região, e divulga calendário de feiras no Brasil e no exterior.
Apex-Brasil ‒Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua na promoção de produtos e serviços brasileiros no exterior, consolidando a presença em mercados tradicionais e abrindo novos mercados. Além disso, também trabalha para a atração de investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira.
Atende empresas de todos os portes e em todos os estágios de conhecimento sobre exportação, desde aquelas que ainda não exportam até as que já estão em fases mais avançadas de internacionalização. Executa projetos em parceria com associações de classe e entidades regionais do setor privado e público, arcando com parte da despesa.
A sua atuação acontece de diversas formas para promover a competitividade das empresas brasileiras no processo de internacionalização, sendo seus principais serviços:
INTELIGÊNCIA DE MERCADO
Realiza estudos e análises de mercados para orientar as empresas quanto às melhores oportunidades para os negócios internacionais. Esses estudos podem abranger hábitos de consumo, concorrência, canais de distribuição e potenciais compradores.
Esse tipo de estudo é de grande relevância, já que para ingressar em um novo mercado há necessidade de conhecermos sua cultura, hábitos e ambiente de negócios. Com essas informações, a Apex auxilia as empresas que pretendem iniciar o processo de internacionalização.
QUALIFICAÇÃO EMPRESARIAL
Oferece capacitação, consultoria e assessoria com o objetivo de incrementar a competitividade e promover a cultura exportadora nas empresas, preparando-as para os desafios do mercado internacional. O projeto PEIEX (Programa de Qualificação para Exportação), efetuado em parceria da Apex com instituições de ensino (universidades e parques tecnológicos) ou federações de indústria, proporciona serviços de consultoria e diagnóstico específico para cada empresa, para o processo de exportação de forma seja iniciado de forma planejada e segura. O programa é implementado em todas regiões do país.
ESTRATÉGIA PARA INTERNACIONALIZAÇÃO
Fornece um conjunto de serviços que visa orientar empresas na definição de estratégias para inserção e avanço no processo de internacionalização.
PROMOÇÃO DE NEGÓCIOS E IMAGEM
Realiza ações que facilitam o acesso das empresas brasileiras aos mercados internacionais, diversificando os destinos das exportações brasileiras e melhorando a percepção internacional sobre as empresas, produtos e serviços brasileiros. Organiza e participa de feiras setoriais e multissetoriais, rodadas de negócios e missões comerciais. Este serviço permite aos empresários o contato direto com parceiros de negócios internacionais, auxiliando a entrada em mercados estrangeiros.
ATRAÇÃO DE INVESTIMENTO
Promove ações para facilitar a atração de investimentos estrangeiros diretos (IED), com o objetivo de melhorar a imagem do Brasil como um mercado atrativo para aportes de capital estrangeiro.
IED - O investimento estrangeiro direto (IED) é aplicado na criação de novas empresas ou na participação acionária em empresas já existentes. Podemos citar como vantagens do IED: crescimento econômico do país, transferência de conhecimento e tecnologia, bem como novas técnicas de produção e de administração.
A APEX apoia inúmeros setores da economia e trabalha a imagem das empresas brasileiras, promovendo amplas ações de marketing e divulgação nos mercados externos junto a consumidores e empresários.
EXEMPLO
Veja um exemplo de atuação da Apex:
Delegação brasileira com 77 empresas levada pela Apex-Brasil para o evento South by Southwest (SXSW), maior festival de economia criativa, realizada em Austin-Texas em março de 2019, fechou US$115,9 milhões em negócios. Os participantes disseram ter feito contato com mais de 1.600 possíveis compradores, investidores e parceiros. A Apex-Brasil comandou um dos mais concorridos eventos de networking do festival: um happy hour com show e comida brasileira.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE)
Instituição vinculada à Confederação Nacional da Indústria (CNI), que contribui com orientação ao empresário de pequeno porte, oferecendo consultoria e capacitação técnica sobre procedimentos de exportação, importação, logística, formação de preços e fechamento de pedidos.
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS (ECT)
Possui o Programa Exporta Fácil, que é voltado para micro e pequenas empresas, e pessoas físicas como artesãos e agricultores. Este programa simplifica o processo de exportação, já que requer a utilizaçãode um único formulário, dispensando a habilitação ou registro em órgão do governo, além de seus custos serem mais baixos.
OS EMBARQUES ESTÃO LIMITADOS A US$50.000,00 OU 30KG, HAVENDO RESTRIÇÕES ÀS DIMENSÕES DOS VOLUMES.
Na importação, oferece o programa Importa Fácil, com limite de US$3.000,00 por operação, que também pode ser utilizado por pessoas físicas ou jurídicas.
ÓRGÃOS ANUENTES
Além das instituições mencionadas, existem os órgãos denominados anuentes no comércio exterior, que têm a função de efetuar uma análise complementar dos produtos a serem exportados ou importados, liberando ou não a saída ou entrada no país. Para isso, têm a responsabilidade de averiguar se as mercadorias estão de acordo com as normas internacionais.
Principais Órgãos anuentes:
· Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL;
· Agência Nacional de Mineração – ANM
· Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA;
· Agência Nacional do Cinema – ANCINE;
· Comando do Exército – Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados– DFPC;
· Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN;
· Departamento de Polícia Federal – DPF;
· Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA;
· Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP;
· Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq; 
· Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO;
· Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA;
· Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTI;
· Secretaria de Comércio Exterior – SECEX.
Vamos conhecer dois desses órgãos, que são muito demandados:
ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
A Anvisa tem a responsabilidade de promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária. Além disso, a Agência inspeciona ambientes, processos, insumos e tecnologias relacionadas aos produtos, e também controla portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados. Como exemplo, na importação de remédio, a Anvisa verifica se o mesmo possui registro, certificados de análise, o responsável técnico, etc.
MAPA – MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é o órgão do governo federal responsável pela gestão das políticas públicas de estímulo à agropecuária, pelo fomento do agronegócio e pela regulação e normatização de serviços vinculados ao setor. Cabe ao MAPA regulamentar e controlar mercadorias de origem animal ou vegetal, importadas ou que serão exportadas, atestando sua qualidade e segurança.
Qualquer produto de origem animal e vegetal depende de prévia autorização do Ministério da Agricultura. A legislação brasileira e os acordos internacionais para o trânsito de produtos animais, vegetais e insumos agrícolas entre países estabelecem regras para garantia da qualidade, segurança e conformidade dos produtos, bem como a avaliação do risco de disseminação de pragas.
São analisados e fiscalizados pelo MAPA:
· Animais, seus produtos, derivados, partes e subprodutos;
· Vegetais, seus produtos, derivados, partes e subprodutos;
· Agrotóxicos e fertilizantes;
· Outros insumos agropecuários;
· Vinhos e bebidas.
ASSOCIAÇÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL (AEB)
Existem ainda diversas associações e entidades que estão ligadas ao comércio exterior, como a Associação de Comércio Exterior – AEB, uma entidade privada, sem fins lucrativos, que congrega e representa o segmento empresarial de exportação e importação de mercadorias e serviços, bem como as atividades correlatas e afins. Defende a adoção de políticas e medidas que favoreçam a expansão competitiva e sustentável do comércio exterior.
A AEB é uma entidade presente nos debates dos temas relevantes para a expansão do comércio exterior, mantendo interlocução permanente com os poderes Executivo e Legislativo, com o objetivo de que sejam adotadas políticas e ações voltadas para o incremento das exportações e importações de mercadorias e serviços, bem como das atividades de apoio ao comércio exterior.
A AEB realiza dois grandes eventos gratuitos durante o ano, muito importantes para o comércio exterior:
ENAEX
Encontro Nacional de Comércio Exterior. O encontro reúne representantes de toda a cadeia de negócios do comércio internacional e governo em palestras, debates, painéis e mesas-redondas sobre os principais temas da atualidade;
ENASERV
Encontro Nacional de Comércio Exterior de Serviços – o encontro é voltado para empresários, diretores, gerentes de empresas, autoridades e formadores de opinião do comércio exterior de serviços. O evento reúne um time de especialistas do setor privado e do governo para discutir as principais questões que envolvem o setor. O objetivo da AEB com a promoção do evento é propor sugestões e estimular debates para ampliar e tornar mais competitivo o comércio internacional de serviços. Para a AEB, este segmento deve estar inserido na agenda do governo e do setor privado para resgatar a produtividade, em razão dos ganhos tecnológicos que tal comércio pode proporcionar.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. As instituições governamentais responsáveis pelas áreas administrativas (licenciamento), aduaneira e cambial são respectivamente:
 (a) Agência de Promoção à Exportação (APEX), Receita Federal e Banco Central.
 (b) Sebrae, Receita Federal, Banco Central.
 (c) SECEX, Receita Federal e Banco Central.
 (d) MRE, SECEX e Banco Central.
Comentário - Parabéns! A alternativa "C" está correta. Existem diversas instituições que atuam no comércio exterior, cada uma dentro de sua área de competência. Cabe à SECEX a parte administrativa, concedendo licenças para exportação e importação, à Receita Federal, cabe a parte aduaneira e fiscal, e ao Banco Central, a parte cambial― vide seção da SECEX, da RFB‒ Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil e do Banco Central do Brasil.
2. O financiamento às exportações brasileiras é um instrumento de apoio, para que o produto nacional possa concorrer em igualdade de condições no exterior. O programa de financiamento do governo denominado Proex tem como agente exclusivo da União para sua operacionalização:
(a) O Banco Central do Brasil.
(b) O Banco do Brasil S.A.
(c) O BNDES.
(d) A SECEX – responsável pela parte administrativa e de licenciamento das operações.
Comentário - Parabéns! A alternativa "B" está correta. - O Banco do Brasil S.A, sociedade de economia mista, com diversas agências pelo país, tem a função, entre outras, de ser o agente exclusivo para a operacionalização do Proex, atuando como agente financeiro.
Agora, assista ao vídeo que aprofunda a descrição das características dos principais órgãos anuentes estudados neste módulo.
MÓDULO 2
Descrever os sistemas utilizados para a realização das exportações e importações
Neste módulo, serão apresentados os principais sistemas do comércio exterior brasileiro, que servem como base para a operacionalização dos processos de exportação e importação, assim como para o fornecimento de informações relevantes para o bom desempenho das operações.
PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
No Brasil os processos de exportação e importação são realizados por meio de sistemas especialmente criados para controle e registro das operações.
SISCOMEX‒ SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR
O que é Siscomex?
O Siscomex é um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um fluxo único e computadorizado de informações. Foi instituído pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992, e proporcionou grande avanço para o comércio exterior ao informatizar os controles que eram realizados por meio de papel. Além disso, com a criação do fluxo único de informações, uniformizou os procedimentos em que todos os intervenientes registram os dados, o que eliminou a existência de controles e coletas de dados paralelos e reduziu custos administrativos para todos osenvolvidos no sistema.
COMENTÁRIO
O usuário, por intermédio de terminal conectado ao sistema, presta as informações necessárias ao exame e efetivação dos documentos, as quais são criticadas online, de forma ágil.
Podemos citar como principais vantagens do sistema:
· Harmonização de conceitos e uniformização de códigos e nomenclaturas utilizados pelos órgãos governamentais que atuam no comércio exterior;
· Ampliação dos pontos do atendimento no País, por meio eletrônico;
· Eliminação de coexistência de controles e sistemas paralelos de coleta de dados;
· Simplificação e padronização das operações de comércio exterior;
· Diminuição significativa do volume de documentos;
· Agilidade na coleta e processamento de informações, por meio eletrônico;
· Redução de custos administrativos para todos os envolvidos no Sistema;
· Crítica dos dados utilizados na elaboração das estatísticas de comércio exterior.
Os órgãos gestores do Siscomex são responsáveis pela administração, manutenção e aprimoramento do Sistema, conforme suas áreas de competência:
1. COMERCIAL - Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), responsável pelo licenciamento (autorização para o comércio de mercadorias);
2. ADUANEIRA - Secretaria da Receita Federal (RFB);
3. CAMBIAL - Banco Central do Brasil (BACEN).
São usuários do Siscomex todos os que têm acesso ao Sistema: órgãos gestores, órgãos anuentes e demais participantes das operações (exportadores, importadores, bancos, corretoras, transportadores, depositários, despachantes aduaneiros).
Para ter acesso ao Sistema, as pessoas físicas ou jurídicas necessitam estar habilitadas junto à Secretaria da Receita Federal, por meio de certificação digital. Tal procedimento é denominado como “registro no Radar – Registro no Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação de Intervenientes Aduaneiros”, onde será efetuada a análise da capacidade financeira para operar no comércio exterior em determinado período, servindo como parâmetro para monitoramento fiscal.
OS MÓDULOS ADMINISTRATIVOS DO SISCOMEX SÃO: DECLARAÇÃO ÚNICA DE EXPORTAÇÃO (DU-E), LICENÇA DE IMPORTAÇÃO E ATOS CONCESSÓRIOS DE DRAWBACK.
REGISTRO DE EXPORTADORES E IMPORTADORES (REI)
Toda empresa, para operar no comércio exterior, deve estar cadastrada no Registro de Exportadores e Importadores (REI), da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A inscrição é automática, quando da primeira operação de exportação ou importação em qualquer ponto conectado ao Siscomex.
INSCRIÇÃO É AUTOMÁTICA - São dispensadas da obrigatoriedade de inscrição do exportador no REI as exportações via remessa postal, exceto donativos, realizadas por pessoa física ou jurídica até o limite de US$50.000,00 ou o equivalente em outra moeda.]
Para que serve o REI?
A função do REI é disponibilizar dados cadastrais das empresas exportadoras e importadoras em controles e estudos dos órgãos gestores e anuentes, e para alimentação de informações nos documentos elaborados no Siscomex.
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS PARA REGISTRO DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS
Para processar e submeter as operações de comércio exterior aos órgãos governamentais é necessário realizar o registro em documentos eletrônicos específicos.
EXPORTAÇÃO
O processamento da exportação normalmente se inicia com o registro da Declaração Única de Exportação (DU-E), por meio do Portal Único de Comércio Exterior no Siscomex.
Declaração Única de Exportação (DU-E)
A DU-E é o documento eletrônico que contém informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal e logística, que caracterizam a operação de exportação de bens por ela amparados e definem o enquadramento dessa operação. As informações constantes da DU-E servirão de base para o controle administrativo da operação de exportação, por parte da Secex.
Algumas operações são sujeitas à obrigação de licença prévia ao registro da DU-E, a ser concedida por parte de órgãos anuentes. Essa licença deve ser obtida por meio do módulo Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos de Exportação – LPCO e vinculada à DU-E.
Após o registro e efetivação da DU-E, a mercadoria será submetida ao despacho aduaneiro, que é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior.
IMPORTAÇÃO
Para o registro e liberação das importações, será implementado um novo documento denominado DUIMP – Declaração Única de Importação, no Portal Siscomex.
DUIMP – DECLARAÇÃO ÚNICA DE IMPORTAÇÃO
A DUIMP será o novo documento eletrônico que reúne todas as informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária e fiscal relativas ao controle das importações por parte dos órgãos governamentais.
A DUIMP substituirá a Declaração de Importação (DI) e Declaração Simplificada de Importação (DSI). A Licença de Importação será substituída por um documento que fará parte da DUIMP.
VEJAMOS COMO SE PROCESSAM ATUALMENTE O LICENCIAMENTO E REGISTRO DAS IMPORTAÇÕES:
Antes de realizar a importação, o importador necessita verificar o tratamento administrativo que se aplica ao seu produto, podendo ser:
Dispensadas de Licenciamento
Como regra geral, as importações estão dispensadas de controle administrativo (licenciamento de importação), cabendo apenas efetuar, no Siscomex, o registro da Declaração de Importação (DI), que é o documento base para o despacho aduaneiro.
Licença de Importação (LI)
Algumas mercadorias são objeto de controle especial por parte da Secex ou de órgãos anuentes, sendo necessário efetuar o licenciamento prévio. Para a solicitação do licenciamento, o importador deverá registrar no Siscomex a Licença de Importação (LI), que será analisada e deferida, ou indeferida. O licenciamento pode ser automático ou não, dependendo da característica da operação. A lista de produtos de cada tipo de licenciamento encontra-se nas páginas respectivas do sistema.
Registro de Operação Financeira – ROF
O módulo ROF é um programa na transação SISBACEN (Sistema de Informações do Banco Central) denominado RDE – Registro Declaratório Eletrônico. Ele é necessário para registro de operações de financiamento de importação, cujo prazo de pagamento seja superior a 360 dias. O ROF deve ser efetuado antes do registro da DI, sendo vinculado a ele nas informações relativas ao pagamento.
DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO (DI)
É o registro que se tornará a base para o despacho aduaneiro, que deverá ser registrado no Siscomex, contendo:
1. Informações gerais (Importador, Transporte, Carga, Pagamento e Complementares);
2. Informações específicas – adição (Fornecedor, Mercadoria, Valor Aduaneiro, Tributos e Câmbio).
Caso a mercadoria tenha sido objeto de Licença de Importação, o número da LI deverá ser informado para que o sistema faça a vinculação à DI.
No ROF devem constar as seguintes informações principais:
Os participantes da operação (devedor, fornecedor, financiador, garantidor);
As condições financeiras e o prazo do pagamento, do principal, juros e encargos;
Dados da manifestação do credor ou do documento em que constem as condições da operação e, se houver, a manifestação do garantidor.
Aprofunde seu conhecimento sobre o ROF assistindo ao vídeo a seguir:
Declaração Simplificada de Importação (DSI)
Algumas mercadorias, cujo valor não ultrapasse US$3.000,00 ou o equivalente em outra moeda, poderão ser registradas no modelo simplificado. É admitido também o registro da DSI por solicitação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de empresa de transporte internacional expresso.
Sistema Drawback Web
O regime de drawback foi criado para possibilitar importações desoneradas de tributos, vinculadas a um compromisso de exportação. O Sistema Drawback Web é integrado ao Siscomex e permite agilizar a operação, facilitando o acesso ao regime, conferindo maior segurança ao controle dessas operações.
OUTROS SISTEMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR
Além dos sistemas para registro e acompanhamentodas operações de exportação e importação, existem outros sistemas desenvolvidos para aprimorar o desempenho no comércio exterior.
SEM BARREIRAS ‒ SISTEMA ELETRÔNICO DE MONITORAMENTO DE BARREIRAS COMERCIAIS
O Sistema do Ministério das Relações Exteriores (MRE) é um banco de dados aberto de barreiras às exportações brasileiras de bens, serviços e investimentos. Permite obter informações de inteligência comercial sobre produtos e mercados e canaliza as demandas relativas às barreiras comerciais recebidas pelo governo de diversas fontes, como: associações, embaixadas brasileiras no exterior e empresas exportadoras.
Com relação a barreiras comerciais, elas podem ser: tarifárias e não tarifárias:
Barreiras tarifárias
As barreiras tarifárias ou alfandegárias são os impostos cobrados de produtos vindos de outro país e visam conter seu ingresso no mercado interno ou proteger o produto nacional da concorrência estrangeira.
Barreiras não tarifárias
As barreiras não tarifárias não se referem a pagamento de impostos, mas à discriminação do produto estrangeiro. Podem ter como objetivo proteger a saúde humana e o meio ambiente, ou protecionismo comercial.
As principais barreiras não tarifárias são:
· Sanitárias ou fitossanitárias, que se referem à proteção da vida e saúde de pessoas, animais e plantas;
· Licenciamento de Importações – refere-se à necessidade de autorização prévia de determinado órgão do governo;
· Barreiras Técnicas, que são regulamentos e normas técnicas exigidos para determinados produtos, visando garantir sua eficiência;
· Cotas – são limites estabelecidos para as importações, que podem ser em quantidade, volume ou valor.
SISTEMA CÂMBIO
O Sistema Câmbio é o sistema do Banco Central do Brasil, que permite às instituições autorizadas registrarem todos os eventos relacionados ao contrato de câmbio.
O contrato de câmbio é o documento que formaliza a troca das divisas (real por moeda estrangeira ou moeda estrangeira por real) e contém todas as características e condições das operações, sendo as partes envolvidas o exportador ou importador e o banco autorizado.
Este documento é transmitido e registrado de modo digital junto ao Banco Central do Brasil, para acompanhamento e elaboração de estatísticas de comércio exterior.
COMEX STAT
Sistema desenvolvido pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), contendo as estatísticas de comércio exterior do Brasil, possibilitando consultas detalhadas das exportações e importações com as diversas variáveis da base de dados.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Os pagamentos de mercadorias importadas com prazo superior a 360 dias estão sujeitos a um registro no Banco Central, denominado:
(a) ROF – registro de Operação Financeira.
(b) DI – registro que inicia o despacho de importação.
(c) LI – licença de importação.
(d) DSI – Declaração Simplificada de Importação.
Comentário - Parabéns! A alternativa "A" está correta. A ROF é necessária para pagamentos de importação acima de 360 dias e acompanhamento e controle do Banco Central do Brasil sobre financiamento externo— vide seção sobre o Registro de Operação Financeira ‒ ROF.
2. O sistema Drawback Web deve ser utilizado:
(a) Quando a importação da mercadoria for realizada para fins de revenda no mercado interno.
(b) Sempre que a importação da mercadoria for paga no prazo acima de 360 dias.
(c) Na hipótese de mercadoria retornada ao país por problema de qualidade.
(d) Para possibilitar importação desonerada de tributos, vinculada a um compromisso de exportação.
Comentário - Parabéns! A alternativa "D" está correta. O drawback é um regime aduaneiro especial, que consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado. Seu objetivo é incentivar as exportações, ao reduzir os custos de produção dos bens a serem exportados, tornando-os mais competitivos no mercado internacional. O sistema Drawback Web permite fazer as solicitações no Siscomex— vide seção sobre o Sistema Drawback Web.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, foram apresentadas as principais instituições que compõem o arcabouço do comércio exterior brasileiro. É de suma importância conhecer a função de cada instituição, para que as operações de exportação e importação possam ser realizadas dentro dos regulamentos e diretrizes traçados pelo governo.
Também foram descritos neste tema os principais sistemas operacionais aplicados no país para o processamento das operações comerciais internacionais, sendo fator determinante para o sucesso do despacho e desembaraço dos produtos, a sua correta utilização, evitando atrasos e multas.
Esperamos que o leitor tenha adquirido conhecimentos para ingressar ou aprimorar o seu desempenho no fascinante universo do comércio internacional.
REFERÊNCIAS
ATSUMI, S.Y.K.Negócios financeiros internacionais. Curitiba: IESDE, 2009.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Consultado em meio eletrônico em: 25mai. 2020.
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Consultado em meio eletrônico em: 24mai. 2020.
BIZELLI, J. dos S.Importação: sistemática administrativa, cambial e fiscal. São Paulo: Aduaneiras,2006.
CASTRO, J. A.Exportação: aspectos práticos e operacionais. 5. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2003.
CAVUSGIL S. T.; KNIGHT G.; RIESENBERGER, J. R. Negócios Internacionais –estratégias, gestão e novas realidades. São Paulo: Pearson, 2010.
CORTIÑAS, L. J. M.; GAMA,M. Comércio exterior competitivo. 4. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2010.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Manuais aduaneiros. Consultado em meio eletrônico em: 26mai. 2020.
SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR. Consultado em meio eletrônico em: 24mai. 2020.
VASCONCELLOS, M. A. et al. Manual de comércio exterior e negócios internacionais. São Paulo: Saraiva, 2017.
WERNECK, P. Impostos de importação e de exportação & outros gravames aduaneiros. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2007.
EXPLORE+
Para conhecer um pouco mais sobre os órgãos mencionados acesse as páginas de cada um.
· Câmara de Comércio Exterior - Camex, do Ministério da Economia
· Receita Federal, do Ministério da Economia
· Banco Central do Brasil
· Ministério das Relações Exteriores
· Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)
· Banco do Brasil
· Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
· Portal do Sistema de Comércio Exterior
CONTEUDISTA
Shirley Yurica Kanamori Atsumi
CURRÍCULO LATTES
FUNDAMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR - INCONTERMS 
DEFINIÇÃO - Apresentação da história e importância dos Incoterms; definição e análise dos onze Incoterms em vigor: marítimos, aquaviários e os aplicados a qualquer modo de transporte.
PROPÓSITO - Conhecer a finalidade da aplicação correta dos Incoterms nas operações comerciais internacionais, o que é fator decisivo para evitar riscos e custos indevidos nos processos de exportação e importação de bens.
OBJETIVOS
MÓDULO 1 - Descrever os Incoterms marítimos ou aquaviários
MÓDULO 2 - Descrever os Incoterms aplicados a qualquer modo de transporte – Multimodais
INTRODUÇÃO
Para concretizar as operações de exportação e importação, é necessário primeiramente conhecer os principais aspectos comerciais. Os Incoterms são fundamentais, pois determinam com precisão o momento e o local em que os riscos são transferidos do exportador para o importador.
Ao iniciar uma negociação comercial, normalmente o vendedor (exportador) apresenta ao comprador (importador) um documento inicial que estabelece as condições da venda. Em geral, este documento é uma pro forma invoice ou fatura pro forma, como se fosse um orçamento para venda.
O comprador pode receber propostas de outros vendedores e depois decide por uma delas. Muitas vezes a fatura pro forma é substituída por um contrato de compra e venda; outras vezes apenas a pro forma invoice com o aceite do comprador já pode ser considerado um contrato entre as partes.
Neste contrato são definidas todas as particularidades da operação como pagamento, especificação do produto, tipo de veículo de embarque, embalagem etc. Uma das informações mais relevantes são as condiçõesde entrega das mercadorias, que devem estar definidas pelo Incoterm escolhido.
Há onze Incoterms em vigor.
· No módulo 1, serão apresentados os Incoterms aplicados exclusivamente aos transportes marítimos ou aquaviários.
· No Módulo 2, estudaremos os Incoterms multimodais utilizados em todos os meios de transporte, inclusive no marítimo ou aquaviário.
É IMPORTANTE QUE O IMPORTADOR E O EXPORTADOR CONHEÇAM A ESPECIFICIDADE DE CADA INCOTERM, PARA USAR O QUE MELHOR SE ADEQUE ÀS NECESSIDADES E À CAPACIDADE DA EMPRESA.
MÓDULO 1
Descrever os Incoterms marítimos ou aquaviários
	Fonte: Julius_Silver / Pixabay
O QUE SÃO INCOTERMS?
Incoterms é a abreviatura para Internacional Commercial Terms ou Termos Internacionais de Comércio. Como veremos adiante:
SÃO TRÊS LETRAS QUE DEFINEM O MOMENTO EXATO DA ENTREGA, OU SEJA, QUANDO A RESPONSABILIDADE PELOS BENS PASSA DO VENDEDOR PARA O COMPRADOR.
Os Incoterms, ou Condições de Venda, definem até onde cada uma das partes envolvidas na negociação internacional arca com os custos e riscos relativos à operação.
ATENÇÃO
É imprescindível, portanto, conhecer o Incoterm a ser utilizado, pois ele determinará a divisão dos custos, indicando precisamente o preço que o importador deverá pagar ao exportador e o que está incluído neste preço.
Sabemos que uma carga internacional passa por diversas etapas no processo de importação/exportação, tornando elevado o risco de perdas e danos. Daí a importância de se determinar exatamente de quem é o risco.
POR QUE OS INCOTERMS SÃO IMPORTANTES?
As negociações entre pessoas de nacionalidade, cultura e leis diferentes podem gerar dúvidas, conflitos, mal-entendidos em razão de práticas comerciais distintas. Os Incoterms uniformizam o entendimento e a relação comercial entre o exportador e o importador, simplificando e definindo as obrigações, responsabilidades e direitos de cada parte.
As regras dos Incoterms são universais, o que confere clareza e previsibilidade aos negócios.
Os Incoterms são publicados e gerenciados pela International Chamber of Commerce (ICC) ou Câmara de Comércio Internacional.
INTERNATIONAL CHAMBER OF COMMERCE (ICC)
A ICC tem sede em Paris e possui Comitês Nacionais em mais de 80 países, é uma organização empresarial mundial cuja rede abrange mais de 45 milhões de empresas e associações empresariais em mais de cem países.
Desde que foi criada, em 1919, a ICC realiza importantes contribuições para o desenvolvimento do comércio internacional e da economia global, criando regras e padrões utilizados internacionalmente nas transações do comércio mundial, como os Incoterms. Além disso, possui uma Corte Internacional de Arbitragem, que atua na resolução de disputas nos negócios.
UM BREVE HISTÓRICO
1923 - O primeiro parecer da ICC sobre termos de comércio
Após a criação da ICC em 1919, uma de suas primeiras iniciativas foi facilitar o comércio internacional. No início dos anos 1920, a organização mundial de negócios começou a decifrar os termos usados pelos comerciantes de 13 países. Isso foi feito por um estudo, publicado em 1923, que destacou divergências de interpretação dos termos comerciais.
1928 - Estudo ampliado
Para examinar as discrepâncias identificadas na pesquisa inicial, foi realizado um segundo estudo. Desta vez, o escopo foi ampliado para a interpretação dos termos comerciais usados em mais de 30 países.
1936 - Diretrizes globais para comerciantes
Com base nos resultados dos estudos, a primeira versão das regras dos Incoterms foi publicada.
1953 - Ascensão do transporte ferroviário
Com a Segunda Guerra Mundial, as revisões suplementares das regras do Incoterms foram suspensas e retomadas nos anos 1950. A primeira revisão das regras dos Incoterms foi publicada em 1953 e incluiu três novos termos comerciais para o transporte não marítimo.
1967 - Interpretações incorretas corrigidas
A ICC lançou outra revisão das regras dos Incoterms corrigindo interpretações incorretas da versão anterior.
1974 - Avanços nas viagens aéreas
O aumento do uso do transporte aéreo deu origem a outra versão dos termos comerciais populares.
1980 - Aumento do tráfego de contêineres
Com a expansão do transporte de mercadorias em contêineres e novos processos de documentação, surgiu a necessidade de outra revisão dos Incoterms.
1990 - Uma revisão completa
A quinta revisão simplificou alguns termos e excluiu os que se referiam a modos de transportes específicos.
2000 - Obrigações alteradas de desembaraço aduaneiro
Alguns termos foram modificados para obedecer à maneira como a maioria das autoridades aduaneiras aborda as questões do exportador e importador.
2010 - Reflexões sobre o cenário comercial contemporâneo
O Incoterms 2010 consolidou e removeu alguns termos, assim como incluiu uma maior obrigação do comprador e do vendedor em cooperar no compartilhamento de informações e alterações para acomodar as "vendas em cadeia".
2020 - Rumo ao futuro
Para acompanhar o cenário de comércio global em constante evolução, a atualização mais recente dos termos de comércio ocorreu no Incoterms 2020, que entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2020.
ATENÇÃO
As partes interessadas podem utilizar versões anteriores dos Incoterms, caso considerem pertinente. Se constar no contrato apenas Incoterms, sem indicação da sua versão, será aplicada a que estiver em vigor.
OS 11 INCOTERMS
Os Incoterms devem ser considerados como uma cláusula do contrato de compra e venda, regulando apenas a relação entre o exportador e o importador e não a relação com os demais participantes da transação comercial como seguradoras, transportadoras, agentes financeiros etc.
Muito embora os Incoterms sejam utilizados na maioria das operações de comércio internacional, sua aplicação não é obrigatória, mas facultativa.
Os 11 termos instituídos pela Câmara de Comércio Internacional podem ser divididos em grupos, como no quadro a seguir:
	Grupo Trecho: até onde vai a responsabilidade do exportador
	 
	E 
	EXW
	Até a porta da fábrica ou do armazém do exportador
	 
	F
	FCA / FAS / FOB
	Até onde começa o transporte principal no local de entrega no país de origem
	 
	C
	CFR / CIF / CPT / CIP
	Até onde termina o transporte principal no local de destino
	 
	D
	DPU / DAP / DDT
	Local de entrega combinado no país do importador
	 
 (Fonte: Adaptado de: Segalis; França; Atsumi, 2012, p. 69.)
EXW - Mercadoria  colocada à disposição do comprador no local do vendedor.
FCA – Mercadoria entregue na transportadora.
FAS – Mercadoria colocada ao lado do navio.
FOB – Mercadoria embarcada a bordo do navio.
CFR – Mercadoria embarcada a bordo do navio, com frete pago.
CIF – Mercadoria embarcada a bordo do navio, com frete e seguro pagos.
CPT – Mercadoria entregue na transportadora, com frete pago.
CFR – Mercadoria embarcada a bordo do navio, com frete pago.
CIP – Mercadoria entregue na transportadora, com frete e seguro pagos.
CFR – Mercadoria entregue no local ou terminal alfandegado no país de destino, sem desembaraço.
DAP – Mercadoria entregue no local combinado, no país de destino, sem desembaraço.
DDT – Mercadoria entregue no local do comprador, com desembaraço aduaneiro.
INCOTERMS EMPREGADOS EXCLUSIVAMENTE NOS TRANSPORTES MARÍTIMOS OU AQUAVIÁRIOS
FAS – FREE ALONGSIDE SHIP / LIVRE AO LADO DO NAVIO (PORTO DE EMBARQUE DESIGNADO)
Fonte: AutoraOs bens são entregues ao lado do navio (ao longo do costado do navio), no cais ou em uma barcaça, no porto de embarque designado desembaraçados para exportação.
FAS é utilizado quando o exportador entrega os bens posicionados, ao lado do navio designado pelo importador, no porto de embarque. O risco de perda ou danos passa do exportador para o importador no momento em que as mercadorias se posicionam ao lado do navio. A partir daí o importador assume todos os custos e riscos.
Este termo não é muito aplicado e é mais utilizado para exportações de commodities ou cargas de grande peso ou volume.
O exportador deve obter licenças, autorizações, certificados e outras formalidades alfandegárias necessárias para a exportação, arcando com todos os custos.
As mercadoriassão entregues ao lado do navio, no cais ou em uma barcaça. Muitas vezes o navio não está atracado, então é necessária a utilização de barcaça para chegar até ele.
O importador ou seu representante, devidamente constituído, deve receber a carga e emitir um documento atestando “received for shipment”. Os custos de estiva e colocação da carga a bordo do navio correm por conta do importador, assim como as despesas de frete e seguro internacionais.
O termo FAS pode ser utilizado sem restrição nas exportações e importações brasileiras.  
FOB – FREE ON BOARD / LIVRE A BORDO (PORTO DE EMBARQUE DESIGNADO)
Fonte: AutoraOs bens são entregues a bordo do navio nomeado pelo importador, no porto de embarque designado, desembaraçados para exportação. FOB indica que o exportador entrega as mercadorias a bordo do navio nomeado pelo importador no porto combinado. O risco de perda ou dano à mercadoria passa do exportador para o importador, quando os bens estão a bordo do navio e, a partir daí o importador fica responsável por todos os custos da transação.
Este termo não deve ser utilizado caso a mercadoria seja entregue antes de estarem a bordo, como no caso de contêineres, que em geral são entregues em um terminal. Neste caso, é melhor usar o termo FCA, que veremos adiante.
No Brasil, é o Incoterm mais utilizado nas operações de comércio exterior. O exportador fica responsável por todos os custos e riscos até que a mercadoria esteja a bordo do navio, inclusive os das formalidades aduaneiras. O frete e o seguro ficam por conta do importador.
COMENTÁRIO
Em alguns casos, por prática comercial, o próprio exportador contrata o transporte, mas o risco e a responsabilidade financeira são do importador, que deve concordar com tal procedimento.
O exportador também deve entregar ao importador uma prova de que as mercadorias foram colocadas a bordo. Esta prova é o conhecimento de embarque marítimo, denominado Bill of Lading (B/L), emitido em várias vias com as anotações de "shipped on board" e "clean on board", devidamente datado.
O termo FOB pode ser utilizado sem restrição nas exportações e importações brasileiras.  
CFR – COST AND FREIGHT / CUSTO E FRETE (PORTO DE DESTINO DESIGNADO)
Fonte: AutoraOs bens são entregues a bordo de navio nomeado pelo exportador, desembaraçados para exportação, com custos e frete pagos para enviar os bens até o porto de destino designado.
CFR determina que o exportador entregue as mercadorias a bordo do navio no porto de embarque.
O risco ou dano passa do exportador para o importador, quando as mercadorias se encontram a bordo do navio.
O Incoterm CFR refere-se ao termo FOB acrescido do valor do frete:		CFR = FOB + frete
Cabe ao exportador contratar e pagar os custos e o frete respectivos até o local de entrega no porto de destino.
COMENTÁRIO
O exportador não tem obrigação de contratar o seguro, mas pode fornecer informações ao importador para que ele o faça.
A obrigação do exportador se encerra quando a mercadoria é entregue ao transportador e não quando a mercadoria chega ao destino. Assim sendo, o risco do exportador vai até a entrega do bem, porém, como ele pagou o frete, o seu custo é computado até o porto de destino. Por este motivo, é importante que fique claramente acordado o local no porto de destino.
Na figura, a seta indica onde a entrega é efetuada e a linha C, o custo do exportador com o pagamento do frete.
O exportador deve entregar ao importador uma prova de que as mercadorias foram colocadas a bordo e de que o frete foi pago. Esta prova é o conhecimento de embarque marítimo, denominado Bill of Lading (B/L), emitido em várias vias, com as anotações de "shipped on board" e "clean on board", devidamente datado.
COMENTÁRIO
Caso as mercadorias sejam entregues ao transportador antes de serem colocadas a bordo, como nos casos de contêineres, que em geral são entregues em um terminal, o CFR não deverá ser utilizado e sim o CPT, que veremos adiante. O exportador deve responder por todos os custos e riscos até que a mercadoria esteja de fato a bordo do navio designado, inclusive as despesas alfandegárias, licenças e certificados.
O termo CFR pode ser utilizado sem restrição nas exportações e importações brasileiras.
CIF – COST, INSURANCE AND FREIGTH / CUSTO, SEGURO E FRETE (PORTO DE DESTINO DESIGNADO)
Fonte: AutoraOs bens são entregues a bordo de navio nomeado pelo exportador, desembaraçados para exportação, com custos, seguro e frete pagos para enviar os bens até o porto de destino designado.
CIF significa que o exportador entrega as mercadorias a bordo do navio no porto de embarque.
O risco de perda ou dano passa para o importador quando os bens estiverem a bordo do navio.
O termo CIF corresponde ao Incoterm FOB acrescido do frete e do seguro, ou ao Incoterm CFR mais o seguro:
CIF= FOB+ frete +seguro				CIF= CFR+ seguro
Cabe ao exportador também contratar e pagar os custos e o frete necessários para enviar a mercadoria até o porto de destino, bem como a cobertura de seguro contra o risco de perda ou danos às mercadorias durante o transporte.
COMENTÁRIO
O seguro em geral é contratado para cobertura mínima; caso o importador deseje mais proteção, deverá combinar com o exportador ou contratar seu próprio seguro adicional.
A obrigação do exportador encerra quando entrega a mercadoria ao transportador e não quando a mercadoria chega ao local de destino. É importante que seja identificado o local exato no porto de destino, uma vez que os custos até esse ponto são por conta do exportador.
O exportador deve entregar ao importador uma prova de que as mercadorias foram colocadas a bordo e que o frete foi pago. Esta prova é o conhecimento de embarque marítimo, denominado Bill of Lading (B/L), emitido em várias vias, com as anotações de “shipped on board” e “clean on board”, devidamente datado.
Caso a mercadoria seja entregue antes de ser colocada a bordo do navio, como no caso de contêineres, o ideal é utilizar o Incoterm CIP, como veremos a seguir. O termo CIF pode ser usado sem restrição para as exportações e importações brasileiras. Assista ao vídeo e entenda mais sobre a transição de custos e riscos do exportador e do importador em transporte marítimo e aquaviário.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO INCOTERM CIF, A RESPONSABILIDADE DO EXPORTADOR EM RELAÇÃO ÀS MERCADORIAS VAI ATÉ:
O destino final da carga.
O armazém do importador.
A bordo do navio.
A entrega no terminal de carga.
2. O INCOTERM FOB É UM DOS MAIS UTILIZADOS NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO. NESTE INCOTERM, QUEM DEVE DESEMBARAÇAR AS MERCADORIAS PARA A EXPORTAÇÃO?
O transportador.
O exportador.
O importador.
O representante do importador.
GABARITO
1. No Incoterm CIF, a responsabilidade do exportador em relação às mercadorias vai até:
A alternativa "C " está correta.
No Incotem CIF (Cost, Insurance and Freight), muito embora o exportador seja o responsável pelo pagamento do frete e do seguro, a sua responsabilidade pela carga cessa no momento em que ela é colocada a bordo do navio. A partir daí, toda responsabilidade pela mercadoria passa para o importador.
2. O Incoterm FOB é um dos mais utilizados no comércio exterior brasileiro. Neste Incoterm, quem deve desembaraçar as mercadorias para a exportação?
A alternativa "B " está correta.
No Incoterm FOB (Free on Board), o exportador deve entregar a mercadoria a bordo do navio já devidamente desembaraçada, ou seja, cabe ao exportador realizar todos os trâmites na Receita Federal, para que o embarque da mercadoria seja autorizado.
MÓDULO 2
Descrever os Incoterms aplicados a qualquer modo de transporte – Multimodais
INCOTERMS APLICADOS A QUALQUER MODO DE TRANSPORTE - MULTIMODAIS
EXW – EX-WORKS / NA ORIGEM (LOCAL DE ENTREGA DESIGNADO)
Fonte: AutoraOs bens são entregues pelo exportador quando são colocados à disposição do importador em suas instalações ou em outro local combinado, sem carregamento e sem desembaraço para exportação.
Na condição de venda EXW, o exportador é responsável apenas por colocar a mercadoria à disposição do importador em suas próprias dependências ou em localdesignado: fábrica, armazém, usina, fazenda etc.
O exportador não se responsabiliza pelo carregamento no veículo transportador, nem pelo desembaraço ou embarque.
É o termo que representa a obrigação mínima do exportador, cabendo ao importador assumir todos os riscos e custos a partir da entrega no ponto combinado.
ATENÇÃO
Se for o caso, o exportador deve dar assistência ao importador para a obtenção de licenças, autorizações, certificados e outras exigências alfandegárias, para que a exportação seja viabilizada. O importador também deve tomar as devidas providências aduaneiras para exportação da mercadoria.
O exportador deve comunicar ao importador "o aviso", para que este possa receber a mercadoria. O importador deve informar o exportador sobre o momento da retirada da mercadoria.
No Brasil, EXW é um termo pouco utilizado, já que a legislação não permite que o estrangeiro efetue a tarefa de desembaraço da exportação, cabendo ao exportador registrar a Declaração Única de Exportação no Siscomex (DU-e).
Para as importações brasileiras, não há nenhuma restrição para o termo EXW, mas o importador deve conhecer os trâmites de desembaraço no país de origem.
COMENTÁRIO
Este Incoterm é utilizado quando os países fazem fronteira ou são parceiros em acordos comerciais, como o Mercosul ou o Mercado Comum Europeu. 
FCA — FREE CARRIER / TRANSPORTADOR LIVRE
Os bens são entregues ao transportador designado pelo importador, desembaraçados para a exportação e carregados, se o local de entrega for o domicílio do exportador.
Os bens são entregues ao transportador designado pelo importador, desembaraçados para exportação. Se o local da entrega for outro que não o domicílio do exportador, ele não é responsável pelo descarregamento naquele local.
FCA indica que o exportador entrega as mercadorias para o importador nas instalações do exportador ou em outro local designado (aeroporto, porto, ponto de fronteira ou outro local dentro do país do exportador), desembaraçadas para exportação e já carregadas no meio de transporte providenciado pelo importador ou por meios próprios.
Quando a entrega é realizada em outro local que não as instalações do exportador, este só é responsável pelo carregamento; o descarregamento fica por conta do importador.
Observe a responsabilidade de cada um dos envolvidos nessa comercialização:
EXPORTADOR
O exportador se responsabiliza por todos os riscos de perda ou dano até a entrega da mercadoria, inclusive devendo providenciar as formalidades alfandegárias, licenças e certificados para a exportação.
IMPORTADOR
O importador assume os riscos de perda ou dano a partir do momento da entrega dos bens.
O exportador deve entregar a mercadoria no local combinado ao transportador ou a outra pessoa designada pelo importador. Caso a entrega ocorra nas dependências do exportador, ela finaliza com o carregamento das mercadorias no meio de transporte fornecido pelo importador ou por meios próprios.
Este termo é aplicado principalmente nas exportações via aérea, terrestre ou multimodal; nas exportações via marítima, só no caso de utilização de contêineres.
Nas exportações brasileiras, o FCA pode ser utilizado sem nenhuma restrição. Quando a entrega da mercadoria ocorre no domicílio do exportador, o que acontece principalmente nas vendas via terrestre, o cumprimento do termo só vai ocorrer na fronteira, onde será feito o desembaraço aduaneiro.
Quanto às importações brasileiras, não há nenhuma restrição para a utilização do FCA.
CPT – CARRIAGE PAID TO / TRANSPORTE PAGO ATÉ (LOCAL DE DESTINO DESIGNADO)
Fonte: AutoraOs bens são entregues ao transportador nomeado pelo exportador, desembaraçados para exportação, com custo de transporte pago para enviar os bens até o local de destino designado.
O CPT indica que o exportador deve entregar a mercadoria ao transportador ou a outra pessoa responsável, devendo contratar e pagar os custos de transporte para enviar as mercadorias até o local de destino.
A obrigação do exportador se encerra quando ocorre a entrega da mercadoria ao transportador e não quando a mercadoria chega ao destino. Portanto, o risco a cargo do exportador vai até a entrega, e os custos vão até o destino.
COMENTÁRIO
No caso de transporte multimodal, a obrigação quanto às mercadorias será considerada cumprida na entrega ao primeiro transportador. No entanto, como o custo até o destino é por conta do exportador, é importante identificar com precisão o local dentro deste destino.
Cabe ao exportador contratar um transporte que seja adequado e habitual, mas não tem obrigação de contratar o seguro, embora possa fornecer informações ao importador para que ele o faça.
O Incoterm CPT corresponde ao termo FCA acrescido do valor do frete:		CPT = FCA + frete
Como demonstrado na figura acima, a responsabilidade do exportador vai até a entrega no país de origem, porém seus custos (C) vão até o destino. O exportador tem que fornece ao importador o documento de transporte que ateste o cumprimento das condições do contrato de venda.
Este documento deve conter os bens do contrato e estar datado nos limites do período combinado. O documento de transporte, negociável e emitido em vários originais, precisa ser entregue ao importador, que o aceitará desde que esteja conforme a negociação entre as partes.
O termo CPT pode ser utilizado sem nenhuma restrição para as exportações e importações brasileiras.
CIP – CARRIAGE AND INSURANCE PAID TO / TRANSPORTE E SEGUROS PAGOS ATÉ (LOCAL DE DESTINO DESIGNADO)
Fonte: AutoraOs bens são entregues ao transportador nomeado pelo exportador, desembaraçados para exportação, com custo de transporte e seguro pagos para enviar os bens até o local de destino designado.
O Incoterm CIP determina que o exportador entregue a mercadoria ao transportador ou a outra pessoa indicada pelo exportador em um local combinado, devendo contratar e pagar não apenas os custos de transporte necessários para o envio das mercadorias até o local de destino, mas também o seguro contra riscos de perda ou dano durante o transporte.
Em geral, este seguro é abrangente, mas as partes podem negociar os níveis de cobertura, desde que devidamente descritos no contrato.
O Incoterm CIP corresponde ao termo FCA acrescido do frete e do seguro ou ao termo CPT mais o seguro:
CIP = FCA+ frete + seguro			CIP= CPT + seguro
A obrigação do exportador se encerra quando ele entrega a mercadoria ao transportador e não quando ela chega ao destino. São, portanto, dois pontos distintos:
· O risco é passado ao importador na entrega;
· O custo do exportador vai até o destino, conforme demonstrado na figura anterior.
NA NEGOCIAÇÃO, É IMPORTANTE DEIXAR BEM CLARO ONDE SERÁ O PONTO DE ENTREGA.
COMENTÁRIO
Várias transportadoras trabalham da seguinte maneira: para a mercadoria chegar até o destino, o risco é transferido na entrega ao primeiro transportador. Caso as partes decidam que o risco será transferido em fase posterior (por exemplo, num porto ou aeroporto), esta condição deve estar claramente especificada em contrato, bem como o local exato onde a mercadoria será colocada (num porto ou aeroporto), já que os custos até esse ponto são de responsabilidade do exportador.
O exportador deve fornecer ao importador o documento de transporte que ateste o cumprimento das condições do contrato de venda. Este documento deve conter os bens do contrato e estar datado no período combinado. O documento de transporte, negociável e emitido em vários originais, deve ser entregue ao importador, que o aceitará desde que esteja conforme o contrato entre as partes.
O termo CIP pode ser utilizado sem restrição para as exportações e importações brasileiras.
ATENÇÃO
Nos Incoterms "D", que veremos a seguir, a entrega se dá no destino e, portanto, o exportador assume responsabilidades no país estrangeiro, ou seja, precisa superar barreiras burocráticas e geográficas no exterior. O emprego dos termos "D" exige que o exportador tenha experiência e cuidados especiais, como também um operador logístico de confiança.
DPU – DELIVERED AT PLACE UNLOADED / ENTREGUE EM LOCAL

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