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Contestação em Ação de Anulação de Doação

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ALUNO JEFFERSON MACHADO MARTINS
MATRICULA 201502423049
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CIVEL DA COMARCA DE ANAPOLIS DA JUSTIÇA ESTADUAL DE GOÁIS 
Autos do processo Nº XXXXXXX-XX.XXXX.X.XXXX
JOÃO PINHO, espanhol, viúvo, contador, portador da carteira de identidade nº 00.000.000-0, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00 com o endereço eletrônico xxxxx@xxxx.com, residente e domiciliado Rua Uruguai nº 180, Goiânia/GO, vem por seu advogado legalmente constituído (procuração em anexo), com endereço profissional (endereço completo), apresentar respeitosamente a sua tese de defesa a Vossa Excelência, nos autos da ação proposta pela empresa, XYZ, através de:
CONTESTAÇÃO
I. DA SINTÉSE INICIAL
Em breve síntese, a parte autora em sua inicial discorre que o senhor JOÃO PINHO, teria sido fiador em um contrato de locação entre a parte autora e o senhor MARIO VARGAS, cuja o acordo entre as partes hoje vigora por prazo indeterminado. Alega também que o réu em questão teria como patrimônio a propriedade de 3(três) imóveis, mas no dia 6 de janeiro de 2012, o requerido teria doado 2 (dois) apartamentos dos 3 (três) imóveis que ele tinha propriedade, para suas filhas, MARIA PINHO e MARTA PINHO, localizados na Rua Arboredo nº 324, apartamentos 307 e 505, em Goiânia, tendo como valor de mercado a quantia de R$200.000,000 (duzentos mil reais), tendo ambas as filhas aceitadas a doação. Portanto só restara o imóvel no valor de R$120,000,00.
O sr. JOÃO PINHO, foi surpreendido pela ação anulatória proposta pela autora em aduzimento a doação feita do réu para suas filhas, ação essa proposta no dia 8 de novembro de 2016, tendo como fundamento a alegação de fraude contra credores, visto que o locatário senhor MARIO VARGAS estaria inadimplente com os seus compromissos contratuais desde o dia 6 de abril de 2014, o que teria acarretado o seu despejo com a ação proposta no dia 9 de julho de 2015 e julgada procedente no dia 25 de novembro de 2016, já na fase processual de execução para que pudesse efetuar o pagamento dos alugueis, ação essa que corria pela 2º Vara Cível de Anápolis/GO. A parte autora requer a procedência do pedido para anular as doações, por ter, assim afirma, ocorrido fraude contra credores, tendo em vista que os imóveis constituíam todo o patrimônio do réu, e o remanescente não satisfaz os débitos ainda existentes.
Ocorre que o negócio jurídico que a parte autora quer realizar a impugnação, não pode ser anulada, visto que não se funda no instituto jurídico da fraude contra credores, pois a realização da doação fora feita antes do réu ser fiador do senhor MARIO VARGAS e muito antes do mesmo ter contraído a dívida com a parte autora pelo não cumprimento das obrigações contratuais do senhor MARIO VARGAS.
II. DAS PRELIMINARES 
II.I DA INCOMPETENCIA DO JUIZO
Excelência, verifica-se que essa ação não deveria ter sido proposta neste em foro em que ela está tramitando, em razão do contrato que gerou essa lide ter característica explicita e de ordem pessoal e não real. Essa ação deveria ter sido oferecida no foro de domicilio do réu, assim sendo cumprida a regra geral do art. 46 do código de processo civil que assim dispõe:
“Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.”
II.II DA ILEGETIMIDADE PASSIVA
Vencida a primeira preliminar apresentada, é necessário expor que o presente réu é parte ilegítima dessa lide. Como se pode observar o contrato de aluguel tinha o prazo para o seu término o período de 30 meses, sendo que teria sido prorrogado por tempo indeterminado sem qualquer anuência do senhor JOÃO PINHO, réu do processo, indo além o réu em questão avisou tanto ao locador, quanto ao locatário 120 (cento e vinte ) dias antes da conclusão do prazo, que não queria continuar como fiador, caso o vínculo contratual fosse renovado, fato esse que não foi respeitado e o contrato foi renovado sem sua plena concordância.
 Consequentemente, se mostra claro que fica acolhido o que prevê o art. 835 do nosso código civil, ao se referir sobre a possibilidade de exoneração do fiador, quando assinado renovação de contrato por prazo indeterminado, devendo este ser responsabilidade por 60 (sessenta) dias, após a intimação do credor, nesse sentido o art. 835 do código civil e art. 40 inc. X da lei de locações, dita as seguintes regras:
“Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.
Art. 40. O locador poderá exigir novo fiador ou a substituição da modalidade de garantia, nos seguintes casos:
 (...) X – prorrogação da locação por prazo indeterminado uma vez notificado o locador pelo fiador de sua intenção de desoneração, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante 120 (cento e vinte) dias após a notificação ao locador. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009)”
	Portanto vossa excelência, não se tem outra forma para continuação do processo se não a declaração de ilegitimidade do réu nessa ação.
III DA PREJUDICIAL DE MÉRITO
III.I. Decadência do prazo 
Inicialmente, cabe ressaltar que a ação em questão foi proposta apenas em 8 de novembro de 2016. Assim considerando que o inicio do prazo decadencial nos termos do art. 178 caput do código civil é de 4 (quatro) anos e a doação foi feita em 6 de janeiro de 2012 o seu prazo decadencial foi cumprindo em sua totalidade, assim sendo declarado o direito da parte autora decadente, portanto a ação em questão deverá ser extinta por vossa excelência sem a resolução do mérito. Assim analisemos o art. 178 do código civil.
“Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: 
(...)II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;”
Sendo assim, senhor magistrado, deverá ser reconhecido a decadência e a extinção do processo com a resolução do mérito, conforme prevê o art. 487 inc. II do código de processo civil, vejamos:
			“Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
			(...) II - Decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a 				ocorrência de decadência ou prescrição;”
IV DO MÉRITO
IV.I. DA ATENCIPAÇÃO DA HERANÇA
Excelência, é de conhecimento do senhor, que é costume provido dos sentimentos dos pais para com seus filhos, que aqueles que possuem algum recurso ou bem considerável, querem transmitir aquilo para seus descendentes, de modo a querer fornecer uma segurança financeira para que enfrentem o bom andamento da vida com mais conforto. Nada mais nobre que a demonstração de amor para com a futuras gerações da sua família, a distribuição de forma eficaz e justa, antes de uma possível desavença pela partilha.
No caso apresentado aa vossa excelência, ocorreu uma mera antecipação de herança, de um pai generoso para com suas filhas, para que ambas iniciassem a suas jornadas, entregando para elas, dois imóveis, para que facilitassem o início da vida, fora do conforto da casa de seus pais.
A doação teve seu registro bem-sucedido e com anuência das donatarias no dia 06 de janeiro de 2012. sendo a época do ocorrido, o doador não possuía nenhuma obrigação de fiança no contrato de aluguel, do caso em analise, tendo em vista que o réu pediu sua exoneração do encargo 120 (cento e vinte), dias antes do termino da avença, e ainda cumpre ressaltar que o contrato passou para qualidade de ser por tempo indeterminado em 2011, já com a efetiva saída do réu da obrigação da fiança.
Sendo assim, não há possibilidade da anulação do negócio jurídico aqui discutido, levando em consideração o que já foi exposto, tratando a doação como mera antecipação de herança do réu, para com suas filhas, sendo essa liberalidade permitida pelo nosso código civil, desta maneira vejamos o art. 544 do código civil.
“Art. 544. A doação deascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.”
A jurisprudência a respeito da matéria também é bastante clara. Observa-se no julgado abaixo especificado ter havido, em situação parecida, sobre antecipação de herança.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CIVIL. INVENTÁRIO. DOAÇÃO A DESCENDENTE. PARTE DISPONÍVEL. CLAÚSULA EXPRESSA. COLAÇÃO. PRENSCIDÍVEL. ANTECIPAÇÃO DE HERANÇA. INEXISTÊNCIA. 1. Adeclaração expressa de estar o bem doado na parte disponível tem o condão de isentar o donatário de trazê-lo à colação, sendo prescindível que conste no instrumento de liberalidade que o bem não deve ir a colação, nos termos do artigo 2.005 do Código Civil. 2. Em regra, a doação a herdeiro necessário implica em adiantamento de herança, todavia a legislação vigente excepciona quando consta no instrumento público de doação que a parte extraída se refere ao montante disponível. 3. Se tratando de um único bem para a partilha, sobre o qual incidiu a doação a alguns dos herdeiros necessários, apenas o que excedeu ao disponível, ou seja, 50%, deve ir à colação. 4. Recurso conhecido e provido.
(TJ-DF - AGI: 20140020332077 DF 0033744-29.2014.8.07.0000, Relator: SANDOVAL OLIVEIRA, Data de Julgamento: 18/03/2015, 5ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 24/03/2015 . Pág.: 209)
IV DOS PEDIDOS
Diante dos expostos requer a vossa excelência:
O acolhimento das preliminares aludidas nesta peça, devendo ser reconhecia a incompetência deste juízo para análise do mérito; 
O reconhecimento da preliminar peremptória de ilegitimidade passiva do réu, em virtude de o mesmo não ter mais o ônus de ser fiador da época da realização do negócio jurídico;
Seja declaro a extinção desse processo com resolução do mérito, em virtude da decadência do direito do autor, em razão da fraude contra credores;
O reconhecimento da improcedência do pedido no mérito, da questão do caso em tela, visto que o que ocorreu na verdade não foi uma fraude contra credor e sim a antecipação da herança do Senhor João, para com suas filhas, levando em consideração que o réu já não tinha o ônus de fiador quando doou seus imóveis.
Seja a parte autora condenada ao pagamento dos ônus sucumbenciais;
V. PROVAS
Requer a produção de todas provas em direito admitidas na amplitude do art. 369 e seguintes no CPC, em especial documental, testemunhal e pericial e depoimento pessoal do autor.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Rio de Janeiro/RJ, Terça Feira, 7 de novembro de 2017
JEFFERSON MACHADO MARTINS
OAB/RJ XX.XXX-X

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