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Hidráulica Geral Escoamento em Condutos Livres (Parte 6) Prof. Luiz Henrique Poley Introdução -Até o momento estudamos o escoamento em condutos forçados; - Condutos forçados são aqueles onde o fluido escoa a pressão superior à pressão atmosférica; 2 Escoamentos Livres - Canais Condutos livres são aqueles onde o fluido escoa a pressão atmosférica. Esse escoamento pode ocorrer em canais abertos ou fechados; Canais naturais Canais artificiais Tubulações de esgoto e drenagem pluvial Conceito - pressão atuante = pressão atmosférica. Ex: 3 Características dos Condutos Livres Canais Naturais A superfície livre pode variar no espaço e no tempo, conseqüentemente os parâmetros hidráulicos (profundidade, largura, declividade, etc.) também podem variar; Apresentam grande variabilidade na forma e rugosidade das paredes. Canais Artificiais Canal é prismático: a seção do conduto é constante ao longo de toda a sua extensão. Canais prismáticos reto: Escoamento permanente e uniforme: características Hidráulicas constantes ao longo do espaço e do tempo. 4 Classificação dos Escoamentos Livres Permanente Vazão, velocidade e profundidade não variam com o tempo. Não Permanente Vazão, velocidade e profundidade variam com o tempo. 5 Classificação dos Escoamentos Livres Uniforme Vazão, velocidade e profundidade não variam com a posição. Não Uniforme Vazão, velocidade e profundidade variam com a posição. 6 Classificação dos Escoamentos Livres Não Uniforme Gradualmente variado (Variações suaves) Bruscamente variado (Variações bruscas) 7 Parâmetros Geométricos da Seção Transversal • Os parâmetros geométricos e hidráulicos, utilizados nos cálculos hidráulicos, são dimensões características da seção geométrica por onde flui o líquido. Seção ou área molhada (A): seção transversal perpendicular à direção de escoamento que é ocupada pelo líquido (m2). Perímetro molhado (P): comprimento da linha de contorno relativo ao contato do líquido com o conduto (m). 8 Parâmetros Geométricos da Seção Transversal Largura superficial (B): Largura da superfície líquida em contato com a atmosfera (m). Profundidade (y): É a distância do ponto mais profundo da seção do canal e a linha da superfície livre (m). Raio Hidráulico (Rh): É a razão entre a área molhada e o perímetro molhado (m). Profundidade hidráulica (yh): Razão entre a área molhada (A) e a largura superficial (B). 9 Exercício 1 Foram efetuadas medições em um curso d’água como indicado na figura abaixo. Pede-se calcular os parâmetros hidráulicos característicos. 10 Parâmetros Característicos de Seções Usuais OBS: Ângulo em radianos 11 Variação da Pressão na Seção Transversal • Diferentemente dos condutos forçados, em que a pressão é considerada constante na seção transversal do conduto, no caso de escoamentos livres há grande variação da pressão com a variação de profundidade. • Considera-se que a distribuição de pressão na seção obedece a Lei de Stevin (isto é pressão hidrostática). a) Para I < 10% Considera-se pressão aproximadamente igual a hidrostática b) Para I > 10% Deve-se levar em consideração o ângulo de inclinação 12 Variação da Pressão na Seção Transversal • No caso em que a curvatura da linha de corrente no sentido vertical é significativa, como p.ex. VERTEDORES, caracterizando um escoamento curvilíneo, há alteração na distribuição hidrostática de pressões, devendo-se utilizar um fator de correção para determinação da pressão do escoamento. Escoamentos Curvilíneos a) Escoamento Côncavo Observa-se uma pressão adicional (∆P) b) Escoamento Convexo Observa-se uma subpressão (∆P) ou redução da pressão em relação à pressão estática P’ = P + ∆P P’ = P - ∆P P’ = pressão resultante corrigida P = pressão hidrostática γ = peso específico da água g = aceleração da gravidade V = velocidade média do escoamento r = Raio de curvatura do fluido Ex. V2 13 Variação de Velocidade • A distribuição de velocidades é não uniforme na seção transversal de condutos livres devido ao atrito do líquido com o ar e com as paredes do conduto. • As velocidades aumentam da margem para o centro e do fundo para a superfície. ou ou V = V0,6 V = (V0,2+V0,8)/2 V = (2V0,6+V0,2+V0,8)/4 Diferentes aproximações para o cálculo da velocidade média na seção 14 Isótacas • Linhas de igual velocidade Canais artificiais Canais naturais 15 Energia Total na Seção Transversal de um Canal • A energia (carga) correspondente a uma seção transversal (H) de um canal é dada pela soma de três cargas: Cinética, Altimétrica (posição) e Piezométrica (pressão). α - Coeficiente de Coriolis ~ 1. 1,0 < α < 1,1 – Esc. Turbulentos 1,03 < α < 1,36 – Esc. Livres Energia Total α Linha piezométrica α 16 Escoamento Uniforme Condições de ocorrência do regime uniforme 1) São constantes ao longo do conduto: 2) São paralelas: Profundidade (y) Área molhada (A) Velocidade (V) α A linha de carga A superfície livre O fundo do canal 17 α Fórmulas de cálculo da vazão (Escoamento Uniforme) Fórmula de Chézy: V = C√RhI V = velocidade Rh = raio hidráulico C = constante, I = declividade 18 Fórmulas de cálculo da vazão (Escoamento Uniforme) Equação de Manning (C =Rh 1/6/n na equação de Chézy) : V V 19 Fórmula de Manning Q = vazão (m3/s) Rh = raio hidráulico (m) I = Declividade (m/m) n = coeficiente de manning. O coeficiente de manning é influenciado por diversos fatores, tais como: a) Rugosidade do fundo do canal; b) Vegetação (densidade altura); c) Irregularidade do canal (depressões, elevações); d) Alinhamento do canal (Sinuosidade); e) Obstruções (pontes, pilares, troncos, etc.) Valores típicos de “n” Tipo de Canal Valor de “n” Canal de Terra 0,020 Canal de Rocha 0,025 Grãos finos no fundo 0,024 Materiais mais grossos 0,026 20 Exercício 2 Um tubo de concreto em bom estado de 0,6 m de diâmetro transporta um fluxo uniforme a meia seção de profundidade. Se o tubo estiver colocado sobre uma declividade de 0,1%, qual será a descarga deste tubo (n = 0,013)? 21 Exercício 3 Um canal trapezoidal deve transportar 6,5 m3/s de água para irrigação. Sua largura de fundo vale 4m e sua declividade é 0,00065 m/m. A inclinação do talude é 1: 1,5. Determine a profundidade da água (n = 0,02)? 22
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