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Modernidade liquida

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Modernidade liquida 
Autor: Zygmunt Bauman, sociólogo polonês nascido em 1925
Contexto histórico: em 1999 o “bug do milênio” assombrava o mundo, existiam várias previsões sobre um caos tecnológico. No início da década ocorreram várias crises econômicas provocadas pela globalização crescente, além de guerras. O papel da internet na sociedade estava cada vez maior.
Significado de liquidez: de forma resumida, o líquido não tem forma, eles se moldam conforme o recipiente em que estão contidos. Muitas vezes não são facilmente contidos, além disso penetram nos lugares, pessoas e etc. 
Emancipação
Bauman levanta uma questão quando diz que a liberdade traz uma benção e uma maldição. É uma benção porque o homem pode fazer o que quiser, mas uma maldição porque ele é responsável pelos seus atos e suas consequências.
Na modernidade liquida a crítica toma espaço, na sociedade solida as pessoas viviam em um regime rígido, sem resiliência. Mas na liquida o homem ganha sua autonomia, sua liberdade para ser e fazer o que quiser, ele pode reivindicar seus diretos, criticar e ser criticado, mas é claro sempre sendo responsabilizado pelos seus atos.
Para bauman a modernidade é um caminho cheio de oportunidades, desejos e realizações que serão perseguidas continuamente. Ele também fala que tarefas antes feitas pelo coletivo agora será feita pelo indivíduo. Ele vai ter que escolher agora o caminho que vai trilhar ao invés de seguir as regras pré-estabelecidas pela sociedade. No coletivo ele é um agente passivo, mas sozinho ele pratica a autoafirmação. Agora ele procura se expressar no meio e tentar influencia-lo. 
Individualidade 
Nessa parte do livro ele cita e revisa a obra 1984. O livro mostra uma sociedade onde todos eram controlados e observados pelo grande irmão. Bauman analisa que aqueles que refletem sobre o contexto em que vivem conseguem formular soluções e até agir, enquanto que, aqueles que são movidos pelo coração sofrem pois são manipulados. Quanto ao capitalismo é monótono e previsível. Como exemplo temos o fordismo onde todos tinham sua função e ficavam nela até o fim, o indivíduo não tinha escolha nem sobre a cor do carro, ele só colocava o pneu e pronto. Seus potencias não eram reconhecidos nem utilizados. Bauman tinha uma visão negativa sobre o capitalismo, para ele no mundo capitalista o agente capitalista se frustra com a multiplicidade de escolhas, ele reconhece que vai ter que abrir mão para ficar com uma ou duas alternativas. O capitalismo tenta se tornar mais atrativo para o consumidor, podemos ver isso através de propagandas que escolhe celebridades para atrair o público.
Nesse capitulo bauman critica que o efeito da beleza física nas escolhas do consumidor. Ele também cita que as pessoas se tornam dependentes de símbolos para orientá-los.
O indivíduo procura agora consumir mais e mais bens para se auto afirmar e sobressair-se sobre os demais. Ele procura sempre o topo do mundo e quando chega nele não se satisfaz e deseja mais. Na modernidade liquida a identidade é única e individual e somente pode ser consolidada quando se adquire um objeto que todos compram. Novamente vemos um conflito causado pela quantidade de escolhas disponíveis. Ele precisa escolher o produto certo e esse processo é cíclico. Podemos ver uma individualidade mais agressiva, já que o indivíduo esta só e dependo de si mesmo para fazer escolhas.
Tempo e espaço 
Nessa parte ele analisa a comunidade e diz que a comunidade seria uma utopia a ser alcançada. Em relação a cidade o autor diz que nela a um amontoado de estranhos sem nenhuma afinidade, mas que vestem uma máscara para que permite o convívio social.
A ideia que Bauman passa mais uma vez, é que, quando o consumidor ou comprador vai às compras, é como uma viagem no espaço e, secundariamente, viagem no tempo. Os espaços seriam lugares que se atribuem significados, sejam eles de consumo, de vivência, ou outro lugar no qual as pessoas lhe atribuam algum valor. Já os espaços vazios são justamente o contrário, onde não há um significado atribuído aos mesmos.
É colocada no texto a passagem “é uma patologia do espaço público que resulta numa patologia da política: o esvaziamento e a decadência da arte do diálogo e da negociação, e a substituição do engajamento e mútuo comprometimento pelas técnicas do desvio e evasão”. Nota-se aqui a antiga recomendação dos pais e avôs para os netinhos: não fale com estranhos, mantenha distância de quem você não conhece, ele pode fazer mal e sequestrá-lo. Talvez uma análise psicológica mais profunda explicaria a eterna fuga do debate e da negociação entre as pessoas.  
Uma definição simplista do “espaço” seria o que se pode percorrer em certo tempo e que o “tempo” seria o que se precisa para percorrê-lo. 
O poder líquido está em quem é livre para tomar decisões, ocupa mais espaço e livre para movimentar-se quase de modo imperceptível. A administração no capitalismo leve consiste em manter a mão-de-obra afastada do espaço ou mesmo forçá-la a sair, onde a era do software não mais prende e permite a liberdade de movimento, volátil e inconstante, por sua dinâmica de desenvolvimento em qualquer espaço e tempo ao redor do mundo.
Costuma-se dizer que o dia deveria ter mais que 24 horas para fazer tudo que seria “necessário”. Atualmente as pessoas já ecoam que será preciso mais de uma vida para realizar e obter o que desejam.
O homem foi sustentado por dois pilares, entre o passado e o futuro construindo uma ponte entre a durabilidade e transitoriedade, mas viver numa modernidade líquida implica em assumir responsabilidades e viver o momento.
Trabalho
 O capítulo sobre trabalho começa a ideia que para dominar o futuro é preciso ter os pés bem plantados no presente. Temos como exemplo os grandes impérios da antiguidade como o romano que declinou décadas mais tarde e não se perpetuou no poder, apesar da hegemonia gloriosa do passado.
A questão proposta pelo autor é a do progresso que se sustenta na autoconfiança em si mesmo e no desenvolvimento. Como o tempo é escasso, o progresso precisa ser consumido e usufruído com rapidez. 
No estado sólido o indivíduo tem planejamentos de longo prazo, como trabalhar por anos a fio numa mesma empresa, até sua aposentadoria, já no liquido o trabalhador articula e planeja algo em torno de dois movimentos futuros e deixa o sistema fluir.
O termo “remendar” proposto pelo autor talvez seja mais apropriado nessa nova relação de trabalho, na qual o plano a longo prazo é substituído pelo curto prazo e é necessário fazer ajustes na engrenagem com a máquina em movimento. 
A ascensão do trabalho ocorreu quando o indivíduo descobriu que o trabalho era uma fonte de riqueza, assim a razão tinha que buscar, utilizar e explorar essa fonte de modo mais eficiente. No capitalismo pesado, a relação entre o trabalho e a empresa deveria ser atado, de tal forma que caminhasse junto e o sistema, não propiciasse a emancipação do indivíduo. Ele ficaria atrelado e subjugado aos desejos e ordens de outrem e o tempo seria considerado de longo prazo.
No capitalismo moderno há a nova mentalidade que prega o curto prazo e os interesses do indivíduo não atrelados necessariamente do capital. A flexibilidade de ir e vir, o espaço virtual, a mobilidade de transitar por outras esferas mostra que a vida no trabalho está sujeita a incertezas, o qual gera uma força individualizadora. Poderia ser acrescentado o aspecto bilateral, onde as partes envolvidas perseguem seus próprios objetivos e interesse independente, ou seja, o indivíduo e a empresa são entes independentes.
No fundo o trabalho na modernidade liquida, condensa as incertezas quanto ao futuro e ao planejamento a longo prazo, a insegurança estabelecida nas relações e a falta de garantias entre as partes. No mundo do desemprego estrutural ninguém se sente suficientemente seguro ou amparado, ou seja, a flexibilidade é o termo que rege os novos tempos. Assim a satisfação instantânea é perseguida, uma oportunidade não aproveitada é uma oportunidade perdida. A satisfação instantâneaé a única maneira de sufocar o sentimento de insegurança.
Comunidade 
Para bauman a comunidade ideal seria um mundo que oferece tudo que se precisa para levar uma vida significativa e compensatória. É importante para o indivíduo participar do meio e interagir com ele, mesmo que haja a divisão entre liberdade do indivíduo e as mínimas regras estabelecidas.
A comunidade é utilizada com certo espírito de “nós”, que seria com o intuito de se dividir a responsabilidade das ações e consequências, não fui eu, mas sim nós, portanto o outro também é responsabilizado. Essa imagem de comunidade como uma ilha de prosperidade e tranquilidade caseira, num mar revolto e traiçoeiro, cativa à imaginação das pessoas.
Na paisagem da modernidade líquida a figura do cloakroom, ou comunidade de carnaval, é indispensável. O termo cloakroom capta bem um de seus traços característicos, no qual o espectador deixa suas roupas e regras utilizadas na rua e veste-se de acordo com a ocasião do espetáculo e assume novas regras durante o tempo daquela apresentação.
O indivíduo conquista uma liberdade de ação e pensamento, na busca continua de realização e autoafirmação, quebrando vínculos com o meio, como exemplo, o trabalho no capital pesado, onde havia uma relação mais sedentária entre as pessoas e o capital.
O tempo atua também numa comunidade de semelhança no capitalismo leve, com a inserção do indivíduo emergindo conflitos do “eu” e do “nós” que há na liberdade, porém, que também exige a responsabilidade associada à ação.
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