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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ/Consórcio CEDERJ/UAB CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA modalidade EAD Disciplina: História da Educação Coordenadora: Maria de Lourdes Silva AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 – 2018.1 Nome: Matr.: Email: Polo: Cidade onde reside: 1ª Questão: Sobre a Lei de 15 de outubro de 1827, o artigo 4º determina que “as escolas serão de ensino mútuo nas capitais das províncias; e o serão também nas cidades, vilas e lugares populosos delas, em que for possível estabelecerem-se”. Explique como era o ensino mútuo, a quem se destinava e qual a sua finalidade pedagógica. (2,0 p.) Caminhos para a construção da resposta: Método de Ensino Mútuo, Método Monitorial, Método Inglês de Ensino ou ainda Método de Lancaster foi pensado para as classes trabalhadoras. Ele consiste em um método de ensino onde o professor atua sobre a classe com apoio de monitores. O professor pode atuar em classes numerosas subdividida entre os monitores que se encarregam da coordenação e repasse das atividades pedagógicas. Lancaster prioriza o ensino oral, na repetição constante e na memorização, pois “acreditava que esta inibia a preguiça, a ociosidade, e aumentava o desejo pela quietude”. Com este método esperava obter disciplinarização mental e física. 2ª Questão: No texto “A construção da escola pública no Rio de Janeiro imperial”, de Tereza F. L. Cardoso, a autora nos diz sobre as escolas no início do século XIX: “A escola era uma unidade de ensino com um professor”. Explique o que a autora quis dizer. (2,0) Caminhos para a construção da resposta: A escola era uma unidade de ensino com um professor. O termo escola era utilizado com o mesmo sentido de cadeira, ou seja, uma aula régia de gramática latina ou uma aula de primeiras letras correspondia, cada uma, a uma cadeira específica, o que representava uma unidade escolar, uma escola. Cada aluno frequentava as aulas que quisesse, não havendo articulação entre as mesmas. As aulas eram dadas na casa do próprio professor e apenas eventualmente aproveitou-se um prédio anteriormente ocupado pelos jesuítas ou outro tipo de convento para local de ensino. Assim, não era preciso haver um edifício escolar para que a escola existisse. Portanto a escola, enquanto locus privilegiado de educação, era na casa do professor, onde o espaço educativo, público, confundia-se com o espaço privado e onde o Estado, apesar de produzir uma legislação normativa minuciosa sobre o funcionamento escolar, na prática não chegava com tanta facilidade. 3ª Questão: Leia os trechos abaixo e faça o que se pede: (2,0) 1 - Civilizar era a palavra de ordem no século XIX. Por esta palavra entendiam-se as práticas que propiciariam à população inculta os hábitos, costumes, práticas, sensibilidades e crenças da elite branca de marcada influência europeia. (...) Ao relacionar a ordem e o progresso à escolarização da população, os republicanos prometiam que, com a República, a escola chegaria aos mais longínquos rincões da pátria. (Faria Filho & Vidal, 2007). 2 - Ao projetarem medidas e apresentarem soluções para os problemas das cidades, indicando caminhos para civilizar e educar a população, os dirigentes imperiais estavam olhando para a realidade à sua volta: a de cidades cujo crescimento demográfico era assustador, na década de 1870, onde a maioria da população livre era negra e mestiça, confundindo-se então os livres e escravos, os nacionais e os estrangeiros recém-chegados. (Schueler, 1999). Pensando nestas questões, pode-se dizer sobre a educação do século XIX que: A – Desde a Independência, educação é solução para civilizar o país, desde que permaneçam todos em seu lugar; B – O currículo da escola primária procurava alcançar a meta de civilizar a partir de uma dieta de conteúdos básica, composta por leitura, escrita e aritmética, instrução moral e religiosa; C – O projeto da educação era difundir a cultura letrada e os valores patrióticos de modo a civilizar como parte da construção da nação; D – A Constituição de 1891, acabou limitando a participação democrática da sociedade ao excluir os pobres, as mulheres, os soldados rasos e os religiosos, ao mesmo tempo em que exibia a convicção de que a educação pública seria uma das possibilidades de construção da identidade nacional e, nesse sentido, uma notável crença no poder redentor e civilizador da educação. Estão corretas as sentenças: A – ( ) A, B e D; D – ( ) B, C e D; B – ( ) A, B e C; E – ( ) A e D; C – ( ) A, C e D; F – ( X ) Todas estão corretas. 4ª Questão: O texto “Professores negros na Primeira República”, além da reflexão sobre as controvérsias sobre a dimensão da presença de professores negros no período, traz uma discussão historiográfica importante relacionada às diferenças entre o que consta nos documentos escritos e nas imagens do período. Observando a imagem abaixo e seguindo a proposta discutida pela autora do texto, desenvolva um pequeno texto refletindo sobre: 1 – O problema relativo ao modo de escrever a história relacionando-o à seleção das fontes, tal como é discutido pela autora; (2,0) - a heterogeneidade dos acervos: diferentes arquivos têm diferentes tipos de documento e não há continuidade cronológica do conjunto documental e também não há regularidade nas informações e dados fornecidos pelos documentos; - a diferença entre o que registra o documento escrito e o que aparece nos registros iconográficos, as fotografias. Enquanto as certidões de nascimento quase nunca registravam a cor “preta” ou “negra”, preferindo as denominações “parda’, ‘morena ou ‘escura”, as fotos evidenciavam professoras de pele bastante escura. Ou seja, “as fotografias [estavam] mostrando o que o documento escrito silenciava”; - as biografias e autobiografias mostravam outras formas de relacionamento entre negros e brancos, denunciando preconceitos e acordos tácitos não escritos; 2 – Qual era a participação do negro na instituição escolar enquanto professor e também aluno. (2,0) - a quantidade de professores negros e negras era maior do que sugeriam os documentos escritos. A fonte escrita, por suas irregularidades, acabou invisibilizando a presença dos negros nas escolas como alunos e professores também; - a comparação das fotografias, tiradas em diferentes ocasiões e colocadas numa perspectiva cronológica, mostram o esforço para construir uma representação da nação como branca e da professora como construtora da nação. Poses cada vez menos naturais, mais produzidas e artificiais dão a ver alunos e professores predominantemente brancos, arrumados e sadios. Realidade que contrasta com a raridade da realidade representada pela fotografia abaixo. Boa Sorte!
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