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Weber

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CURSO DE PSICOLOGIA
LARISSA SILVA SOUZA
MARIA LUIZA RIBEIRO SILVA
SOCIOLOGIA GERAL: MAX WEBER
PARANAÍBA
OUTUBRO DE 2014
LARISSA SILVA SOUZA
MARIA LUIZA RIBEIRO SILVA
SOCIOLOGIA GERAL: MAX WEBER
Trabalho apresentado no curso de psicologia da
 Universidade Federal de Matogrosso do Sul sobre Max Webber.
Apresentado à Prof. Dra. Juliana Ap. Matias Zechi
PARANAÍBA
OUTUBRO DE 2014
INTRODUÇÃO
Weber é o principal representante da Sociologia alemã e questionador dos modos positivistas de formulação de leis sociais, tema que rendeu acirrados debates à sua época. Defendia a ideia de que uma Ciência Social não poderia reduzir a realidade empírica à leis, pois tanto na escolha do tema a ser trabalhado quanto na explicação do acontecimento concreto, o cientista se vale de diversos fatores ligados à realidade dos fatos assim como a seus próprios valores, para dar sentido à realidade particular. Entretanto, se faz necessário o uso de uma metodologia de estudo, e o método proposto por weber baseia-se no estado de desenvolvimento dos conhecimentos, nas estruturas conceituais de que se dispõe e nas normas de pensamentos vigentes.
O objetivo desse trabalho é falar sobre Weber, seus pensamentos, como analisava a divisão do mundo e seus conceitos sobre ação social, relação social, divisão de classes e dominação; demonstrar seu método compreensivo, como o tipo ideal se relaciona com a realidade e sua opinião sobre a religião católica, o protestantismo e o capitalismo.
A ação é definida por weber como toda conduta humana dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa e quem orienta essa ação. Essa ação social é dividida em quatro tipos: racional com relação a fins, racional com relação a valores, ação tradicional e ação afetiva.
Denomina-se o tipo racional com relação a fins quando o indivíduo utiliza de meios por ele escolhido e julgado como corretos para atingir um objetivo. Por exemplo, o objetivo de um educador é o comprometimento com o conhecimento do educando, e suas formas de direcionar esse estudo seria os meios que ele utilizaria para alcançar seu objetivo.
O tipo racional com relação a valores é quando o indivíduo pratica a ação baseado nos seus valores e em suas crenças, sua conduta diz respeito à relação entre racionalidade e os seus próprios valores. Por exemplo, o educador transmitirá seus conhecimentos aos alunos da maneira como ele julga correto.
A ação tradicional é aquela que segue a estímulos habituais. Por exemplo, o batismo que é uma tradição do tipo religiosa.
Por fim, a ação do tipo afetiva é aquela orientada pelo sentimento individual do agente, sendo assim, seus resultados não são previstos já que os indivíduos não se importam com as consequências da sua conduta. O indivíduo pratica a ação pela emoção.
Para Weber a relação social é constituída a partir da conduta de várias pessoas que agem de forma correta por serem reciprocamente orientadas para tal fim. Relação social é o modo de agir de indivíduos entre si ou em um grupo social.
Existem diversos tipos de relação social, como: de hostilidade, amizade, trocas comerciais, concorrência econômica, relações sexuais e políticas. Em cada uma dessas ações as pessoas percebem o significado delas e compartilham com as outras o seu sentido. Um exemplo é a sala de aula onde um mesmo objetivo é compartilhado por todos.
De acordo com a visão weberiana as diferenças sociais podem ter várias explicações, mas o principal motivo é o da dominância; antigamente, na era feudal, a dominância se dava a partir da linhagem da origem das pessoas e atualmente ela está vinculada à riqueza e as posses individuais. Para ele a sociedade era dividida em esferas: econômicas, religiosas, políticas, etc. E cada pessoa poderia fazer parte de diversas esferas ao mesmo tempo.
Como apenas as consciências individuais dão sentido à ação social e que esse sentido pode ser compartilhado, Weber estabeleceu conceitos referentes ao plano coletivo que foram: Classes, estamentos e partidos.
Pessoas que moram nos mesmos tipos de casa e possuem uma quantidade de bens parecidos fazem parte de uma mesma classe. Weber dá como exemplo os proprietários de terra ou escravos, os industriais, os trabalhadores qualificados e trabalhadores liberais. É o mesmo objetivo que faz de cada grupo de indivíduos uma classe.
Já os estamentos normalmente são comunidades, onde todos devem viver da mesma maneira: de forma típica (baseadas nas tradições), utilizam vestimentas típicas, o casamento entre pessoas da mesma família é algo comum, etc. Com o esse tipo de casamento há maior isolamento do grupo.
Para pertencer a uma classe não é necessário nenhum vínculo, nenhum sentimento de comunidade, são apenas bases para uma ação comunitária, já para o estamento esse sentimento é preciso, seus membros tem o sentimento de dependência um dos outros, porém os membros de um estamento não são necessariamente pertencentes a mesma classe.
As diferenças da ordem econômica interna das classes e a desarmonia social nos estamentos geram na esfera do poder social, os partidos, os quais visam apenas o domínio. Neles há sempre a socialização, visto que há sempre um fim a ser alcançado.
Poder é impor a própria vontade sobre uma relação social, mesmo que haja resistência, ocorre independentemente da circunstância social e pode ocorrer em inúmeras situações.
A disciplina ocorre de livre espontânea vontade, um exemplo é a obedecer, ter disciplina com os pais, já a dominação é um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores influi sobre os atos de outros (do dominado ou dos dominados), de tal modo que, em um grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os dominados tivessem adotado por si mesmos e como máxima de sua ação o conteúdo do mandato (obediência).
Para Weber, existem três tipos de dominação legitima: a legal, a tradicional e a carismática.
Legal: baseia-se nas regras e nas leis ratificadas pela sociedade. A autoridade depende do cargo e não da pessoa que o ocupa. Exemplo: forças armadas.
Tradicional: tem como base as tradições e costumes de uma sociedade. Acredita-se no poder divino do líder. Exemplo: a monarquia.
Carismática: baseia-se na devoção a uma pessoa e a seus dons. Há o deposito de confiança em alguém que é visto como herói ou santo. Exemplos: Fidel Castro, Hitler e Jesus Cristo.
O método compreensivo, defendido por Weber, consiste em entender o sentido que as ações de um indivíduo contêm e não apenas o aspecto exterior dessas mesmas ações. Se, por exemplo, uma pessoa dá a outra um pedaço de papel, esse fato, em si mesmo, é irrelevante para o cientista social. Somente quando se sabe que a primeira pessoa deu o papel para a outra como forma de saldar uma dívida (o pedaço de papel é um cheque) é que se está diante de um fato propriamente humano, ou seja, de uma ação carregada de sentido. O fato em questão não se esgota em si mesmo e aponta para todo um complexo de significações sociais, na medida em que as duas pessoas envolvidas atribuem ao pedaço de papel a função do servir como meio de troca ou pagamento; além disso, essa função é reconhecida por uma comunidade maior de pessoas.
Segundo Weber, a captação desses sentidos contidos nas ações humanas não poderia ser realizada por meio, exclusivamente, dos procedimentos metodológicos das ciências naturais, embora a rigorosa observação dos fatos (como nas ciências naturais) seja essencial para o cientista social. As leis sociais, para Weber, estabelecem relações causais em termos de regras de probabilidades, segundo as quais a determinados processos devem seguir-se, ou ocorrer simultaneamente, outros. Essas leis referem-se a construções de “comportamento com sentido” e servem para explicar processos particulares. Para que isso seja possível; Weber defendea utilização dos chamados “tipos ideais”, que representam o primeiro nível de generalização de conceitos abstratos e, correspondendo às exigências lógicas da prova, estão intimamente ligados à realidade concreta particular.
O tipo ideal Weberiano é um instrumento metodológico que é utilizado para analisar sociologicamente características do objeto estudado. Neste sentido, o tipo ideal fornece uma caricatura do real, e não é à toa que se chama "tipo ideal", pois trata-se de uma idealização do fenômeno estudado na realidade empírica. Com isso, Weber buscou definir certas características que podem ser encontradas nos fenômenos sociais, para que os mesmos possam ser categorizados. Assim, quando ele estuda o capitalismo, o estuda como tipo ideal, e é claro que, na maioria das vezes, não se encontrará um país exatamente igual ao tipo ideal weberiano, mas sim com características próximas, fazendo com que se possa categorizar sociologicamente tal país como capitalista.
Por fim, segundo weber a Igreja Católica condenava a usura (cobrança de jurus) e o lucro, o que limitava moralmente as pessoas, no que diz respeito a obter lucros. O protestantismo não condenava essas práticas, pelo contrário, considerava que o enriquecimento era uma graça de Deus como recompensa pelo seu trabalho. Nessa época o capitalismo estava em seus primórdios, o comércio na Europa ficava cada vez mais ativo, a variedade de produtos e especiarias que circulava fazia crescer o desejo de consumo. Portanto, uma religião que considerava a riqueza como uma graça de Deus teve uma acolhida muito rápida.
 Basicamente, Weber classifica os protestantes como capitalistas natos que não tem restrição a riqueza, nem celibato do sacerdote, são empreendedores e trabalhadores aplicados, já os católicos são limitados pelos dogmas da Igreja, presos aos votos de pobreza e em sua maioria possuem perfil de operário, ou seja, trabalhadores assalariados.
Conclusão
Portanto os estudos de Weber foram importantes para a compreensão, interpretação, e explicação da sociedade. Ele consistiu na ideia que as ações são vivências humanas de sentidos múltiplos. 
Foi fundador da sociedade alemã de sociologia. Defendeu ante a burocracia, liberdade a educação e leis de desenvolvimento das sociedades. Suas principais realizações foram os estudos nos campos da economia, sociologia política, religião e administração pública; também prestou consultoria aos negociadores da Alemanha no Tratado de Versalhes. 
Suas principais obras: A Ética Protestante e o espírito do capitalismo (1903); Estudos sobre a Sociologia e a Religião (1921) e Estudos de Metodologia (1922).
Referências
Júnior, Amarildo Ferreira. Max Weber e os três tipos puros de dominação legítima disponivel em: 
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/max-weber-e-os-tres-tipos-puros-de-dominacao-legitima/43721/ - Acesso em: 18. Out. 2014
Klick educação. O método compreensivo de Weber disponível em: http://www.klickeducacao.com.br/conteudo/pagina/0,6313,POR-4632-40558-,00.html - Acesso em 21.Out.2014
QUINTANEIRO, Tânia et al. Um toque de clássicos. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora UFMG. 2003

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