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feocromocitoma Bruna Fonseca Relato de caso Max, canino, Pastor alemão, 12 anos de 25.45 kg, veio encaminhado para UTI Vetsupport com histórico de doença renal há 1 ano, cardiopatia e denervação de displasia coxofemoral, faz tratamento periódico com colega com fluidoterapia e acupuntura. Há 2 meses apresenta paresia e retenção urinária. Na admissão foi relatado hipertensão, apatia, tremores, dispnéia, epistaxe, anorexia e fezes pastosas enegrecidas. Ao exame físico FC 128bpm, FR 24mpm com ausculta abafada, temp 40ºC e PAS 200 mmHg, mucosas róseas com TPC 1", glicose 63 mg/dL e lactato 2,5 mmol/l. Realizado fluidoterapia RL com 1% de glicose e 3ml KCL. A hemogasometria venosa foi realizada na admissão do animal, apresentou acidose respiratória e metabólica, Ht 38,5%, e diminuição de K - hipopotassemia (onde foi realizado a reposição na fluidoterapia). No dia Seguinte foi repetido a arterial onde houve uma melhora Respiratória (relação paO/FiO2 447 – normal) Exames Laboratoriais Aos exames externos realizados, a função renal : ureia 120 mg/dl e creatinina 2,51 mg/dl (sugestivo de DR). Foram repetidos conforme passado os dias em monitoramento onde a ureia 143,7 mg/dl e creatinina 2,8 mg/dl. Ao hemograma ht 37%, leucocitose de 30.100 com 1% de bastonetes e 88% de Segmentados (desvio a esquerda), eosinopenia e linfopenia. Ao Us abdominal: Fígado congesto de parênquima grosseiro e vasos congestos; rim direito com aumento de ecogenicidade em cortical; rim esquerdo com perda de delimitação córtico-medular; presença de neoformação em adrenal direita e aumento de tamanho em adrenal esqueda. Ao exame de urinálise apresentou ph 6,0 ,densidade 1.012, proteinúria, hematúria, presença de leucócitos, células globosas e muitas bactérias (cistite e DR) O monitoramento Durante o monitoramento paciente se manteve em hipertensão e taquicardia, porém ao primeiro dia se apresentava em alerta, e tinha interesse pelo alimentação. Ao decorrer do tratamento foi observado piora dos exames físicos e laboratoriais, sem resposta ao tratamento suporte, vasoativo e analgésico, paciente necessitava de troca de decúbito a cada 6 horas e não aceitava alimentação. Houve uma piora quanto ao grau de consciência e principalmente do padrão respiratório, onde se apresentou mais taquipneico (sem alteração de mucosas). Devido ao quadro de reservado a ruim, proprietário optou pela eutanásea. Revista Espanhola de anestesiologia e reanimação: "Magnesium sulphate and 123I-MIBG in pheochromocytoma: Two useful techniques for a complicated disease". Segundo Vendrel et.al (2015) o Feocromocitoma é um tumor originário de células neuroendócrinas que são responsáveis em armazenar as vesículas secretoras de adrenalina, originadas da medula da glândula adrenal, assim, ocorre um excesso das catecolaminas ( Adrenalina, noradrenalina). Os principais sintomas são dores de cabeça e hipertensão. Alguns casos de feocromocitoma podem levar a quadros de cardiomiopatia com risco de óbito e isso ocorre exatamente pelo desequílibrio das catecolaminas, nesse cenário o principal sintoma são arritmias. O caso Mulher de 48 anos deu entrada no hospital comunitário com quadro de hipertensão (160/189 mmHg) e diabetes mellitus, com sintomas de dor abdominal, taquicardia e vômitos, foram feitos abordagens terapêuticas de emergência. Através de exames de radiografia de tórax foram observados presença de edema pulmonar e alterações sugestivas de infarto do miocárdio. Ao exame de ecografia foram observados massa em supra-renal direita, sento confirmada pela tomografia computadorizada. Para confirmar a suspeita de feocromocitoma foram realizados exames de cintilografia com 123I-MIBG com diminuição de captação infra-hepática, e exame de dosagem de metanefrinas plasmáticas e normetanefrinas que se apresentaram muito elevadas. Foram usadas drogas vasoativas afim de reverter o quadro hipertensivo e suas consequências mas não obteve-se muito sucesso. Só foi possível reverter o quadro após intervenção cirúrgica 18 dias depois da entrada ao hospital, onde a paciente foi estabilizando a sintomatologia gradualmente. Um dia antes da cirurgia o exame de ecocardiograma demonstrou leve hipertrofia de VE. Após ressecção, a glândula foi encaminhada para a histopatologia onde foram confirmadas as suspeitas de feocromocitoma. Discussão Segundo o estudo a principal complicação do feocromocitoma é a liberação indiscriminada das catecolaminas,o que causou na paciente uma falha miocárdica, edema pulmonar e IC, portanto é de suma importância bloquear o uso de medicamentos adrenérgicos (estimuladores de catecolaminas). Foi utilizado o sulfato de magnésio afim de desmamar as drogas vasoativas utilizadas, sendo uma terapia bem sucedida para auxiliar a remoção cirúrgica. Há estudos que comprovam o uso do mesmo para crises do feocromocitoma, exatamente pelo seu efeito anti-adrenérgico,além disso esse fármaco auxilia em bloquear os canais de cálcio, atua nos canais de potássio e tem poder antiarítmico. O uso da Cintilografia com 123I- MIBG também foi importante ser relatado neste caso, pois por ser um análogo da norepinefrina tem sido usado desde os anos 80 para diagnostico de tumores das células da crista neural. Além disso também auxilia para acompanhamento tumoral e para avaliar casos da função simpática cardíaca pela IC ( através da redução do índice cardíaco-mediastino e avaliação das catecolaminas no coração). Segundo o estudo se mesmo após os protocolos abordados neste paciente, persistirem a sintomatologia, deve-se avaliar um feocromocitoma contralateral ou paraganglionar. Fonte: https://www.bulario.com/sulfato_de_magnesio/ Dúvidas? Bibliografia https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26025287
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