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Ética, Moral e Direito: Normatização da Conduta Humana

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Ética, Moral e Direito
A NORMATIZAÇÃO DA CONDUTA HUMANA
O comportamento humano, como sabemos possui seu conteúdo genético ou pulsional (instintivo), tal qual ocorre com os demais animais. Mas o seu ajustamento à ordem social é preponderantemente de natureza moral. 
As moralidades ou preceitos morais têm existido desde o surgimento das sociedades humanas, enquanto que a Ética surgiu bem mais tarde no período grego. Segundo Montoya, por moral deve ser entendido o termo genérico que designa o conjunto das moralidades históricas, os preceitos morais. 
Por Ética, deve-se entender de outra banda, a reflexão filosófica sobre as moralidades, pretendendo depurá-las, racionalizá-las, transformá-las em um código válido para qualquer homem, em suma, universalizá-las. 
Tanto os preceitos morais como legais têm por escopo "assegurar a sobrevivência e a prosperidade do grupo".
Moral
A palavra moral deriva do latim moris, “relativo aos costumes”, significa o conjunto de regras que trata dos atos humanos, dos bons costumes e dos deveres do homem em sociedade perante os de sua classe. 
Quando se quer refletir sobre a moral, pode-se partir de pontos de vista muito diversos. Escolheremos partir da moral considerada como fato.
Dos fatos sociais aos fatos morais
Fatos morais: são fatos sociais que afetam as pessoas para o bem ou para o mal, portanto, provocam efeitos positivos ou negativos sobre os agentes sociais. 
Fatos sociais neutros: não possuem tais características (amoral)
Fatos morais: moralmente positivo (moral) 
Fatos imorais: moralmente negativo (imoral) 
Os fatos sociais amorais não pertencem ao campo de estudo da disciplina ética. Já os fatos sociais morais e imorais são objeto de estudo da ética. 
Direito 
O Direito surge como um passo adiante da Ética, através do qual se delimitam quais as Fontes Jurídicas legítimas para ‘tomada de decisões em sociedade”. Com efeito, conforme leciona Jürgen Habermas, “como alternativa à subordinação do direito ao direito natural, recomenda-se abordar o direito positivo exigível como um complemento funcional da moral, pois ele alivia as pessoas que devem agir e julgar, tomando-lhes o fardo das exigências cognitivas, motivacionais e organizatórias de uma moral ligada à consciência subjetiva” (HABERMAS, 2003, p. 313). 
A palavra direito vem do latim directus e tem diversos significados. No aspecto jurídico, direito é o sistema de normas de conduta imposto por um conjunto de instituições para regular as relações sociais.
Direito e Moral possuem um campo de competência comum e, ao mesmo tempo, uma área particular, independente. Isto significa que há uma área comum de coexistência entre a moral e o direito, mas há diferenças notáveis que as distinguem, como o uso da força que na moral, não lhe é atribuída, e no direito, absolutamente.
Na vida em sociedade, é necessária a formulação de regras de conduta obrigatórias que disciplinem a interação entre as pessoas, com o objetivo de alcançar o bem comum, a paz e a organização social. 
 Estas regras são denominadas leis, que são realizadas com a ideia de bem e valor para a comunidade como um todo. O descumprimento destas leis resulta em uma sanção, imposta pela autoridade constituída pela sociedade, o Estado. 
Direito (âmbitos)
Em uma sociedade, a função das leis é controlar os comportamentos e ações dos indivíduos de acordo com os princípios daquela sociedade.
No âmbito do Direito, a lei é uma regra tornada obrigatória pela força coercitiva do poder legislativo ou de autoridade legítima, que constitui os direitos e deveres numa comunidade.
No âmbito constitucional, as leis são as normas produzidas pelo Estado. São emanadas do Poder Legislativo e promulgadas pelo Presidente da República.
No sentido científico, lei é uma regra que estabelece uma relação constante entre fenômenos ou entre fases de um só fenômeno. Através de observação sistemática, a lei descreve um fenômeno que ocorre com certa regularidade, associando as relações de causa e efeito, como por exemplo, a Lei de Gravitação Universal ou a Lei de Ação e Reação, determinadas por Isaac Newton.
Moral e Direito = externalidade & coerção 
Segundo Durkheim: 
Os fatos sociais são objeto de estudo da sociologia. 
Os fenômenos que o autor denomina fatos sociais são: “toda maneira de agir ou pensar fixa ou não, capaz de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, apresentando uma existência própria independente das manifestações individuais que possa ter”. 
Dizemos que são externos porque são fatos coletivos, como a religião ou o sistema econômico, por exemplo, independentes dos indivíduos, que já os encontram prontos quando nasce, e que morrerão antes que esses deixem de existir. 
Essas maneiras de agir e pensar são, além de externas, capazes, pelo seu poder coercivo, de obrigar um indivíduo a adotar um comportamento qualquer. A coerção pode se manifestar direta ou indiretamente.
A coerção pode também ser formal ou informal. 
É formal, como o próprio nome já diz, quando a obrigação e a punição pela transgressão estão estabelecidas formalmente. O Código Penal, por exemplo, apresenta um grande número coerções formais para diversos atos predefinidos.
É informal quando é exercida espontaneamente pelas pessoas no seu dia a dia.
Finalmente, a coerção pode estar oculta. 
Ex.: A pessoa que cumpre de bom grado e com satisfação as suas obrigações sociais não sente o peso da coerção sobre o seu comportamento. Uma pessoa que gosta de sua profissão, por exemplo, geralmente cumpre seus deveres com prazer, sem a necessidade de imposições.
Mas a coerção nunca deixa de existir. Está sempre à espreita.
A dualidade dos fatos morais.
Fatos morais ou sociais - externos em relação aos indivíduos - capacidade de exercer coerção - obrigação.
Se a sociedade e a moral só tivessem esse lado negativo e coercitivo, seria muito difícil explicar a existência da ordem social. Os fatos sociais ou morais não são apenas obrigações desagradáveis que temos que seguir independentemente de nossa vontade. São também coisas que queremos e necessitamos. Nesse caso, a coerção deixa de se fazer sentir, se transforma em um dever. Algo que poderia ser visto como um sacrifício passa a ser visto como um prazer.
Isso acontece porque o indivíduo não se realiza fora da sociedade ou do grupo. Só entre outras pessoas, num meio onde exista ordem e um conjunto de instituições morais reguladoras do comportamento coletivo, o indivíduo pode encontrar segurança (tanto física como psicológica) e tranquilidade para levar a sua vida. 
Por isso, ou seja, em retribuição a essa segurança, o indivíduo passa a ver a sociedade não como um conjunto de obrigações estranhas a ele, mas como um conjunto de direitos e deveres que ele precisa e, acima de tudo, quer respeitar. Assim, a solidariedade social, para Durkheim, é formada pelos laços que ligam os indivíduos, membros de uma sociedade, uns aos outros formando a coesão social.
Deste modo, os tipos de normas do direito indicariam, para Durkheim, o tipo de solidariedade que predomina em uma sociedade.
Se predomina o direito repressivo, maior quantidade de normas é mantida pela consciência coletiva. 
Se predomina o direito restitutivo uma menor quantidade de normas diz respeito à sociedade como um todo.
Direito Repressivo x Direito Restitutivo
	Direito Repressivo
A preocupação principal desse tipo de direito é punir aquele que não cumpre determinada norma social.
	Direito Restitutivo
A preocupação principal nesse tipo de direito é fazer com que as situações perturbadas sejam restabelecidas e retornem a seu estado original. Ao infrator cabe, simplesmente, reparar o dano causado.
Estratégias Punitivas
	Direito Repressivo
Retribuição através da imposição da punição (dor, humilhação ou privação de liberdade.)
O desviante atenta contra a coletividade ao desrespeitar uma regra social. A intensidade do castigo deve ser equivalente a gravidade do desvio. 
	Direito Restitutivo
Como a preocupação central desse modelo é arestauração da coesão social, ao infrator cabe reparar o dano causado. 
O dano (desvio) não afeta toda coletividade, mas um segmento específico dela. 
Quanto maior é a participação do direito restitutivo em uma sociedade, menor é a força e a abrangência da consciência coletiva, maior é a diferenciação individual. 
Considerações sobre a ética, a moral e o direito
Em síntese: 
Em síntese, a Moral reflete a escala de valores de cada pessoa, voltada ao direcionamento daquilo que é certo ou errado (justo ou injusto), de acordo com seu conhecimento adquirido, de modo a orientar as suas deliberações. A Ética consiste no conjunto de parâmetros valorativos convergentes em determinado grupo de pessoas ou comunidade individualmente identificável, de modo a orientar e delimitar as deliberações tomadas perante o agrupamento. E o Direito é o instituto artificialmente criado para cristalizar os parâmetros morais e éticos de tomada de decisão e para fixar as consequências quanto à sua observância ou não, as quais são reforçadas institucionalmente, mediante estruturas políticas criadas para esta finalidade (ZANON JUNIOR, 2013).A responsabilidade jurídica, civil ou penal diferencia-se da responsabilidade ética por ser, necessariamente, posterior ao dano. Ninguém pode ser punido legalmente pelas intenções que tenha. O que as leis obrigam é que as pessoas e as empresas reparem o dano que fizeram a outrem. O direito atua preventivamente, pela dissuasão. Isso tem que ver, historicamente, com a vingança, ou melhor, como medo da vingança, seja ela pessoal, seja societária. (CHERQUES, 2003, p.12
Em síntese, a Moral reflete a escala de valores de cada pessoa, voltada ao direcionamento daquilo que é certo ou errado (justo ou injusto), de acordo com seu conhecimento adquirido, de modo a orientar as suas deliberações. A Ética consiste no conjunto de parâmetros valorativos convergentes em determinado grupo de pessoas ou comunidade individualmente identificável, de modo a orientar e delimitar as deliberações tomadas perante o agrupamento. E o Direito é o instituto artificialmente criado para cristalizar os parâmetros morais e éticos de tomada de decisão e para fixar as consequências quanto à sua observância ou não, as quais são reforçadas institucionalmente, mediante estruturas políticas criadas para esta finalidade (ZANON JUNIOR, 2013).

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