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Trabalho Contrapiso Autonivelante e Convencional

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Curso de Engenharia Civil
Bárbara Costa Vieira de Andrade
Flávia Leticia do Carmo
Hebert Wilian Vitoriano
Marcelo Morais Bernucci Sydney
CONTRAPISO AUTONIVELANTE E CONVENCIONAL
Belo Horizonte
2016
INTRODUÇÃO
Após executar uma edificação, subir as paredes e executar a cobertura, é necessário cumprir uma etapa fundamental para garantir conforto às pessoas e usuários da casa, edifício ou edificação. Além de garantir conforto, a execução do piso garante, entre outras coisas, a segurança e as condições de higiene do local, já que uma superfície irregular pode causar acidentes e quedas, além de dificultar a limpeza.
Existem muitas opções de acabamento dos pisos e uma infinidade de técnicas construtivas, iremos discorrer sobre a base para o revestimento, que é o contrapiso comum e o contrapiso autonivelante, revelando as técnicas, práticas construtivas, cuidados na execução e fontes mais comuns de erros, que podem acarretar inúmeros prejuízos e onerar os custos de uma obra.
OBJETIVO
O objetivo desse trabalho é apresentar as técnicas construtivas do contrapiso.
BASE DO CONTRAPISO
Para oferecer o suporte necessário às camadas superiores, é fundamental que a base do contrapiso cumpra algumas exigências, conforme afirma SALGADO (2009):
A camada deve estar regularizada;
A camada deve estar bem compactada;
Toda a tubulação deve estar embutida, vedada e testada;
A camada deve estar limpa e sem restos de materiais de obra;
Os nivelamentos e caimentos já devem ser executados.
Os cuidados antes de executar o contrapiso são importantes e devem ser rigorosamente observados, evitando, dentre outras patologias, afundamento do revestimento, trincas e infiltrações.
A execução do contrapiso deve atender às exigências da norma de desempenho NBR 15.575:2013, que fornece as diretrizes técnicas para execução de contrapiso, revelando preocupação com ruídos resultantes de quedas de objetos, arrasto de móveis, caminhadas com saltos, dentre outros, no piso da unidade superior, inclusive salões de festa e espaço gourmet ou de atividade esportiva, incluindo empreendimentos de padrão econômico.
Sendo assim, devem ser observados os detalhes construtivos a fim de proporcionar maior conforto aos usuários.
Esse trabalho focará no contrapiso comum e autonivelante, revelando as diferenças de cada um e mostrando os processos construtivos e detalhes que são cruciais para a qualidade do pavimento.
A NBR 15775-3/2013, descreve as camadas do pavimento:
Como se pode verificar na imagem acima, a camada de contrapiso está acima do isolamento acústico ou térmico (quando necessário), da camada de impermeabilização e da camada estrutural, que é a camada primária do sistema. Logo acima da camada de contrapiso vem uma camada de fixação e o acabamento, aderido a essa camada.
CONTRAPISO TRADICIONAL
O contrapiso é necessário nas áreas molhadas (banheiros, cozinhas,áreas de serviço) onde é preciso de caimento, ou seja, uma inclinação no nível do piso. Isso faz com que águas lançadas nos pisos desses ambientes sejam direcionadas aos ralos. Esses caimentos são dados no contrapiso e são acompanhados pelo revestimento cerâmico aplicado sobre ele. A espessura média do contrapiso é de cerca de 3 cm. 
Execução:
A execução deve ser feita no seguinte passos:
Limpeza: A base deve estar completamente limpa e lavada, devendo ser removidos todos os restos e crostas de argamassa ou concreto eventualmente existentes, usando ponteiro e marreta, se necessário.
Taliscamento: Fixar taliscas nos cantos do ambiente, deixando-as niveladas, com espessura entre sua superfície e a base de aproximadamente 2,5 cm no ponto mais baixo, usando para isso a mangueira ou o aparelho de nível. Em seguida, fixar as taliscas intermediárias, com distâncias entre 1,50 e 2,00 m entre elas para depois fazer as guias, de forma semelhante ao feito para o emboço.
Polvilhamento com Cimento: Antes de preencher as guias, polvilhar a base com cimento, na quantidade de 0,5 kg de cimento por m2.
Execução das Guias: Preencher com argamassa o espaço entre duas ou mais taliscas que estiverem na mesma direção, deixando as guias com o mesmo nível das taliscas. Após o preenchimento, compactar as guias com compactador de madeira.
Enchimento do Piso: Após a execução das guias, espalhar a argamassa na área entre duas guias e em seguida compactá-la. Após a compactação sarrafear a área com régua, deixando o piso com o mesmo nível das guias.
Polvilhamento com Cimento: Polvilhar a superfície com cimento na mesma quantidade usada para a base (0,5 kg/m20) e alisá-la com a desempenadeira de madeira. Se o revestimento final for cerâmico, o acabamento do contrapiso deve ser áspero, que é o modo deixado pela desempenadeira de madeira. Se o revestimento final for do tipo carpete, pode ser necessária uma superfície mais lisa do contrapiso. Para isso, deve ser feito um último alisamento da sua superfície com desempenadeira de aço. Mas atenção: não deve ser feito novo polvilhamento.
CONTRAPISO AUTONIVELANTE
	O contrapiso autonivelante é composto por uma argamassa a base de cimento de alto desempenho, autoadensável e autonivelante, que permitem seu espalhamento natural, dispensando grandes esforços físicos ou procedimentos mais complexos para a sua aplicação. Ele cria uma superfície lisa e de acabamento fino, podendo ser usado em áreas internas e externas. O contrapiso autonivelante pode ser usado para reabilitar regularizar e nivelar. Ele apresenta ótimos resultados em áreas onde ha exigência de planimetria como garagens estacionamentos, pátios e pisos industriais. Porem é contraindicado em áreas com inclinações, sobre solo com umidade ascendente e ambientes expostos a agentes químicos.
	Sua aplicação é mecanizada através de misturadora e bomba, proporcionando assim uma alta produtividade reduzindo o tempo de execução. Sua produção pode chegar a 800 m²/ dia, levando em consideração que a espessura final influencia, quanto menor a espessura final requerida de projeto menor será o tempo de execução. Devido à facilidade de espalhamento sem grandes esforços não é necessário mão de obra especializada, geralmente para sua aplicação é necessário de quatro a cinco operários e dois ajudantes para a tarefa de mistura do produto e de dois a três nas etapas de preparo, aplicação e acabamento.
	O sistema de contrapiso autonivelante é comporto por duas camadas: Camada seladora e camada regularizadora. A camada Seladora tem como função selar os poros da base, aumentando assim a aderência do produto. Já a camada regularizadora tem a função de regularizar e nivelar a espessura variável em função do desnível da base. Para o bom desempenho o sistema devera atender aos requisitos de resistência a compressão, flexão e abrasiva, aderência, nivelamento, planicidade e acabamento compatíveis com o projeto.
(Fonte: téchne)
Execução:
A execução deve ser feita no seguinte passos:
Limpar a base, retirando sujeira, poeira e materiais de construção;
Proteger as áreas onde a argamassa não será aplicada como ralos, sacadas, área de banho e locais com caimento;
Molhar a base onde será aplicada, evitando que a argamassa resseque;
Espalhar as niveletas pela área onde será preenchida regular sua altura utilizando um nível a lazer.;
Instale placas de isopor na junção com as paredes e em pilares e vigas para absorver movimentações da estrutura;
Verificar o slump entre 15 a 20 cm;
Fazer o bombeamento uniforme da argamassa ate atingir o nível das niveletas;
Deve ser feito o adensamento utilizando rodos apropriados, para retirada de bolhas e melhor acabamento;
Retire as niveletas após nivelar a área;
Apos 24 horas fazer o acabamento das juntas de dilatação e retirar as placas de isopor;
Fazer a cura úmida por 3 dias.
Vantagens e desvantagens
Vantagens do Autonivelante em sua obra:
Produtividade 10 vezes maior que o método tradicional;
Elimina o transporte vertical e o estoque de materiaisem sua obra;
O aditivo autonivelante age aumentando o isolamento térmico e acústico da argamassa - custo compatível a mão de obra tradicional - Obra mais limpa - minimiza o tempo de aplicação abaixando o custo da mão de obra ;
Diminui a espessura do contra piso em relação ao convencional, diminuindo assim o peso da estrutura. E ganhando um aumento no pé direito;
Proporciona um excelente acabamento, com uma superfície uniforme e não tão rústica.
Desvantagens do Autonivelante em sua obra:
		
A manipulação da argamassa deve ser rápida (20 a 30 min) Podendo haver perda de material.
Não tem possibilidade de executar em áreas inclinadas, nem em ambientes de área molhada.
O valor do produto é um pouco mais caro que o convencional (cerca de 15 %)
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-3/2013: EDIFICACÕES HABITACIONAIS - Requisitos para os Sistemas de Pisos Internos, Rio de Janeiro, 2013.
CICHINELLI, Gisele. Execução de contrapiso autonivelante industrial. 192 ed: techne 2012.
PUGLIESI, Nataly. Contrapiso autonivelante proporciona ganho em produtividade. Disponivel em: <http://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/contrapiso-autonivelante-proporciona-ganho-em-produtividade_12186_10_0>.Acesso em: 12 nov. 2016.
SALGADO, Júlio César Pereira. PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS PARA EDIFICAÇÃO, 2ª edição revisada, São Paulo: Erica, 2009, pág. 186 a 188.

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