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PENHORA

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PENHORA
Os bens que estão sujeitos a penhora, está previsto nos art. 832 e seguintes NCPC. Os bens impenhoráveis ou inalienáveis não poderão ser penhoráveis. 
Aqueles bens que a lei estabelece como inalienáveis, eles não poderão ser objeto de penhora no processo de execução, por exemplo, imóvel de bem de família.
Os bens móveis e pertences da casa não serão objetos de execução, a não ser que seja de elevador valor e ultrapasse a necessidade comum (levar em consideração o padrão média de vida). O mesmo vale para os vestuários.
Os valores recebidos (salários, subsídios, valores para o sustento da família), não é possível a penhora, sendo protegido pela lei. 
O que se quer na penhora é a satisfação da dívida, o que não pode ser feito é colocar o devedor em uma situação precária, portanto, deve proteger os instrumentos de trabalho para que não prejudique o seu sustento (trabalho). 
A pequena propriedade rural e trabalhada pela família (pequenos agricultores), não é possível a penhora. (o tamanho da propriedade varia de estado para estado). A propriedade deve ser para o sustento da família (produção de grãos, gado, etc, do mesmo jeito que protege os instrumentos para promover o sustento da família, deve ser protegido a propriedade rural). 
Os valores públicos “recebidos” por uma instituição privada para aplicação a sociedade, não poderá ser penhorado.
É impenhorável o valor da poupança que seja inferior a 40 salários mínimos. Se for superior, pode ser penhorado. 
Se o partido político for executado, não será possível o valor recebido do fundo partidário. 
Se eu tenho uma dívida em benefício daquele bem, aquele bem não pode, ainda que esteja no rol dos bens impenhoráveis, eu não poderei alegar a impenhorabilidade, porque ela não será oponível quando se trata de execução da dívida daquele próprio bem.
Quanto a impenhorabilidade do salário, não recai para execução de obrigação de prestação alimentícia. Contudo, também não cai a impenhorabilidade do salário de qualquer outra execução no valor superior a 50 salários mínimos. Então, eu tenho a impenhorabilidade até 50 salários mínimos, depois disso, já não recai impenhorabilidade, ainda que seja salário, pois entende que esse valor de 50 salários mínimos seria suficiente para a pessoa se manter, então, se o que ela recebe for superior a isso, o que ela receber a mais dos 50 salários mínimos poderá ser objeto de penhora, desde que seja respeitado os requisitos. (é uma forma de relativizar a impenhorabilidade do salário).
Não posso penhorar os objetos de trabalho das pessoas, mas posso incluir a essa regra os equipamentos de pessoas físicas ou jurídicas que sejam produtoras rurais, a não ser que esses bens tenha sido objeto de financiamento.
Se tiver um bem que é inalienável, mas esse bem produz frutos ou algum rendimento, esses frutos ou rendimentos podem ser objeto de penhora se não houver outros bens que possam suportar o pagamento da dívida.
O dispositivo abaixo enumera a ordem de penhora:
Art. 835.  A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; o mais fácil é penhorar dinheiro. Se caso não localizar dinheiro, vê a ordem.
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; 
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora.
É prioritária a penhora de dinheiro, porém, o juiz pode alterar a ordem de preferência dependendo do caso concreto, pois a ordem serve para facilitar, mas se o juiz perceber que alguma preferencia será mais difícil, ele poderá modificar a ordem. 
Para fins de substituição da penhora, considera dinheiro a fiança e o seguro garantia judicial, desde não seja inferior ao valor do débito inicial e sejam acrescidos a 30% do valor do débito. Portanto, no caso de o devedor não ter dinheiro, é possível que ele faça uma fiança no banco, e o banco passe a ser o seu fiador ou ele pode junto a uma seguradora, contratar esse seguro de garantia judicial, para que assim, seja substituído o bem. 
Se eu to executado um crédito, e esse crédito tem uma garantia real, ou seja, foi dado um bem como garantia desse crédito, o que será objeto de penhora será esse próprio bem. 
Não se realizará a penhora quando os bens disponíveis para serem penhorados não conseguirá pagar as custas processuais, ou seja, bens que não tenham valor suficiente para a satisfação da prestação.
Lugar de realização da penhora
Em regra geral, a penhora será realizada no local onde estiver os bens objetos de penhora, ainda que esses bens estejam sob a guarda de terceiros. 
Caso o executado fechar as portas da casa para que inviabilize a penhora dos bens, o oficial de justiça irá comunicar ao juiz, solicitando ordem de arrombamento. Caso seja deferido, dois oficiais de justiça poderão arrombar a porta da residência e penhorar os bens possíveis. É cabível a solicitação de força policial para auxiliar os oficiais de justiças. 
É possível modificação de penhora, mas só vai acontecer quando tiver o contraditório, ou seja, o juiz antes de efetuar qualquer modificação da penhora, deverá ouvir as partes. A modificação poderá se dar:
Substituição de bens;
Ampliação da penhora (quando os bens penhorados são insuficientes para pagar a dívida);
Redução da penhora (quando forem penhorados mais bens do que o suficiente para o pagamento da dívida)
Após ser realizada a penhora, o executado terá 10 dias para promover o pedido de substituição da penhora, devendo observar que deverá: 
Mostrar que a substituição irá lhe gerar uma menor onerosidade
Não vai trazer prejuízo para a outra parte. 
Art. 847.  O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
§ 1o O juiz só autorizará a substituição se o executado:
I - comprovar as respectivas matrículas e os registros por certidão do correspondente ofício, quanto aos bens imóveis;
II - descrever os bens móveis, com todas as suas propriedades e características, bem como o estado deles e o lugar onde se encontram;
III - descrever os semoventes, com indicação de espécie, de número, de marca ou sinal e do local onde se encontram;
IV - identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, qual a origem da dívida, o título que a representa e a data do vencimento; e
V - atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à penhora, além de especificar os ônus e os encargos a que estejam sujeitos.
§ 2o Requerida a substituição do bem penhorado, o executado deve indicar onde se encontram os bens sujeitos à execução, exibir a prova de sua propriedade e a certidão negativa ou positiva de ônus, bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da penhora.
§ 3o O executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição caso o requeira com a expressa anuência do cônjuge, salvo se o regime for o de separação absoluta de bens.
§ 4o O juiz intimaráo exequente para manifestar-se sobre o requerimento de substituição do bem penhorado.
Segunda penhora
É possível uma segunda penhora caso a primeira tenha sido:
Anulada
Os bens penhorados não bastam para a satisfação da dívida
O exequente não aceitar os bens penhorados devido aos bens estarem em litígio ou estarem em contrição judicial.
Quando se tratar de bens automotores, pedras preciosas ou que possam a ser depreciados ou sofrer deterioração, o juiz poderá alienar antecipadamente os bens, contudo, deve haver manifesta vantagem. 
Penhora on-line
O exequente poderá requerer ao juiz, e este poderá aceitar sem dar ciência ao executado, que as instituições financeiras indisponibilize os ativos financeiros existentes em nome do executado (limite ao valor indicado na execução). Caso tenha tido excesso, o juiz terá 24 horas para determinar o cancelamento da penhora online. O executado terá 5 dias para comprovar que os bens penhorados se trata de bens impenhoráveis ou que houve excesso. 
Avaliação
Poderá ser realizado pelo oficial de justiça ou pelo avaliador, podendo as partes impugnar a avaliação. Contudo, cabe ao juiz decidir se acolhe ou não o laudo, pondendo, se necessário, solicitar informações para o avaliador. 
Entretanto, haverá a dispensa de avaliação quando as partes aceitarem a estimativa feita. Quando for sobre títulos ou mercadorias com cotação na bolsa; dívida pública; quando se tratar de automóveis ou outros bens que seja possível verificar o valor médio deles no mercado.

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