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ESTADO - ORIGEM, ROMA, GRÉCIA, MEDIEVAL E MODERNO.

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ROMA
O direito romano tem como principal característica a pluralidade, também podemos considerar que é um direito parcialmente não estatal, formalista e tecnificado. 
Segundo Capella (2002) o direito romano teve grande importância na constituição do direito quando permitiu que uma parte de seu conteúdo fosse elaborada por acordo entre particulares, adaptando-se às necessidades econômicas. Ainda conforme afirma Capella (2002), embora os magistrados da época tivessem cargos
ESTADO
Mas, sobretudo a partir do século XVI, a expressão Estado estava atrelada à noção de sociedade política.
Assim, o Estado, do ponto de vista jurídico, pode ser explicado como uma sociedade política, na qual há uma reunião de pessoas, que estão ali aglomeradas em prol da realização seus interesses, que somente se tornarão possíveis devido ao controle e poder exercido pelo Estado.
O objetivo genérico do Estado é o bem comum, que será alcançado mediante limites e regras pré- estabelecidas na ordem jurídica.
5.2 - O surgimento dos Estados 
Muitas teorias tentam explicar o surgimento dos Estados. Há três posições principais.
A primeira delas sustenta a posição de que o Estado sempre existiu, pois desde as sociedades primitivas há a existência de um controle e organização, para viabilizar uma convivência pacífica.
Uma segunda corrente entende que a sociedade é anterior ao surgimento do Estado, uma vez que existiu um determinado tempo sem o Estado.
Mas, pouco depois em razão das várias necessidades de determinada sociedade, surgiram os Estados.
Já a terceira posição somente admite a existência dos Estados a partir do século XVII, uma vez que o conceito de Estado é totalmente determinado. Da forma como é conceituado, só se pode falar em Estados a partir dessa época.
No que diz respeito à própria formação dos Estados, pode-se dizer esta será originária ou derivada, dependendo do processo que o gerou.A formação originária poderá ser natural ou contratual.
A formação originária natural, como o próprio nome já diz, decorre de um processo espontâneo, que não teria relação com a vontade, mas por várias causas livres.
Já pela formação originária contratual haveria a participação da vontade dos membros que compõem a sociedade de constituírem os Estados.
Assim, o processo originário de formação dos Estados (que não dependeram de um contrato) podem ser verificados em várias hipóteses, como origens familial ou patriarcal, atos de conquista e por causas econômicas e patrimoniais e origem no desenvolvimento interno da sociedade.
A origem familial ou patriarcal, se relaciona à família, unidade básica do grupo social. Nesse tipo de formação do Estado, a família, que, normalmente, é controlada por um poder patriarcal, teria se ampliado, dando origem ao Estado.Já a origem em atos de conquista, possui relação com a força e a violência de um determinado segmento social que domina e impõe seu poder perante os demais.
O Estado, então, surgiria para disciplinar as relações entre os dominadores e dominados.
5.3 - Evolução Histórica 
        5.3.1 - Introdução 
O estudo da evolução histórica dos Estados é de extrema importância pois estudando os diferentes processos de formação, e as variadas características, chaga-se a uma noção geral do fenômeno estatal.
Vale dizer que, por mais variados que sejam os Estados entre si, há elementos que os assemelham. Embora, em alguns casos seja mais ou menos evidente, sempre haverá influência de determinados fatores históricos na formação de um Estado.
5.3.2 - Estado Antigo 
Estados Antigos é a mais remota forma de estado que se têm notícia. Seria a forma de estado existente nas antigas civilizações do oriente.
Pode-se dizer que há dois traços marcantes nessa forma de estado, quais sejam, a característica da unidade e o caráter religioso.
Pela característica da unidade, verifica-se que os Estados Antigos consistiam num todo, que não comportava quaisquer divisões. Em outras palavras, pode- se dizer que, nessa forma de Estado, não havia qualquer divisão de poder ou de funções, sendo tudo concentrado nas mãos daquele que detinha o poder.
Já o caráter religioso aponta para a existência das influências divinas no poder.A vontade do soberano, muitas vezes, poderia ser confundida com a da divindade, ou ser limitada por ela, e nesse caso, seria exercida por uma classe específica, que era a dos sacerdotes.
Dessa forma, os homens obedeciam por temer os castigos divinos.
5.3.3 - Estado Grego 
A designação Estado Grego, embora se refira a uma forma de Estado, não significa que houve um único Estado na Grécia, que abrangesse a totalidade do território e da população.
Mas, embora tenham existido diversos estados gregos, os principais guardam entre si características tão semelhantes, que podem ser tratados da mesma forma.
Assim, a expressão Estado Grego significa a reunião de características comuns que fizeram parte dos Estados gregos.
Primeiramente, então, deve-se dizer que a principal característica comum é a existência da polis, ou seja, cidades- Estados ou sociedades políticas, organizada em "pequenos burgos", que, juntos, formavam as cidades.
Vale dizer que, naquela época, a cultura que dominava era a da subsistência, ou seja, toda cidade deveria, em si, ter meios que sustente e abasteça as necessidades de si mesma, sem o auxílio externo.
Dessa forma, essa cultura foi responsável por manter a integridade do Estado.
Acrescenta-se que apenas uma pequena parte da população tinha participação política, ou seja, participava das decisões tomadas pelo governo do Estado.
5.3.4 - Estado Romano 
Da mesma forma que foi observado no Estado Grego, não se pode atribuir um caráter absoluto à expressão Esatdo Romano, e isso se deve ao fato de não existir, totalmente delimitadas as características fundamentais dessa forma de Estado.
Pode-se dizer que o Estado Romano possuía como característica marcante a sua base de formação, que partiu de entidades familiares, que foram se expandindo, até a formação de um verdadeiro Estado.
Outro ponto que aproxima o Estado Romano do Estado Grego é a participação do povo nas decisões políticas de seu Estado. Mas o conceito de povo é restrito, englobando apenas uma parte da população.
Pode-se dizer que a estrutura familiar sempre se manteve, ainda que outras classes tenham, ao longo do tempo adquirido outros direitos.
É importante dizer que o Estado Romano, a princípio, não efetuou nenhuma forma de integração dos romanos, com os povos conquistados.
Somente depois de muito tempo, nos anos 212, é que se fez a referida integração, de forma que seriam naturalizados todos os indivíduos pertencentes aos estados dominados pelo Império Romano.
Por fim, pode-se dizer que, embora tenha havido essa integração dos povos, o romano possuía o sentimento de superioridade em relação aos demais povos.
Dessa forma, essa integração representou a primeiro passo rumo a decadência do Império Romano.
5.3.5 - Estado Medieval 
Primeiramente é importante dizer que o período medieval foi de extrema instabilidade e mudanças, sendo, portanto difícil fazer uma conceituação exata dessa forma de estado.
Pode-se dizer também, que inúmeros fatores influenciaram na criação dessa forma de Estado, contudo, três fatores se sobressaem: o cristianismo, as invasões bárbaras e o feudalismo.
A doutrina cristã vai fornecer o apoio necessário para o surgimento de idéias que visam a universalidade e integração de todos os cristãos num só império.
Mas é certo que a pluralidade de poderea, ou seja, os vários focos de poder iriam frustrar essa integração, pois o poder não estaria centralizado, mas descentralizado nos vários segmentos, como nos reinos, comunas, organizações religiosas e outros.Outro aspecto que comprometeu a idéia de universalidade de um império cristão seria o fato dos governantes não se submeterem à vontade da Igreja, ocasionando muitos conflitos na relação Estado X Igreja, que, somente serão solucionadas, nos Estados Modernos.
As invasões bárbaras, por sua vez,ou seja, as invasões de homens armados pelos territórios romanos, causaram profunda crise na ordem daquele império, e foi responsável por inserir uma nova cultura, que acabou sendo misturada com a cultura romana.Em algumas regiões, as invasões bárbaras também geraram crise entre os próprios cristãos, quebrando a união de determinados grupos que se dividiram.
Alguns cristãos até firmaram acordos com os bárbaros, com objetivos econômicos, demonstrando a profunda crise entre os cristãos.As invasões bárbaras também dificultaram as relações de comercio, devido à insegurança de um estado manter relações comerciais com outros pelas constantes guerras, instabilidades e mudanças na ordem existente.
Dessa forma, a posse da terra se tornou demasiadamente valorizada, principalmente para suprir as necessidades dos povos, diante a dificuldade das relações comerciais.A cultura da subsistência, então, torna-se de extrema importância, pois dentro de cada terra, haveria de ter todos os meios necessários para o sustento dos que nela habitam.
Vale dizer que as pessoas pobres, por temor às guerras trazidas com as invasões bárbaras, procuravam os donos das porções de terra, para trabalharem na propriedade em troca de proteção e sustento.Essas porções de terras, então, eram denominadas feudos, e os donos de cada terra, eram denominados senhores feudais.
Dessa forma, um novo sistema era delineado: o feudalismo.
No feudalismo, as relações entre o povo e o senhor feudal eram reguladas por três institutos, a saber.A vassalagem era uma forma de relação em que os proprietários menos poderosos se colocavam a disposição do senhor feudal, apoiando-o nas guerras e entregando contribuição de valor pecuniário (de apreciação econômica), tendo, em troca, proteção do senhor feudal.
O benefício, outro instituto das relações sociais da época, era o meio pelo qual os chefes das famílias desprovidas de recursos firmavam um acordo com o senhor feudal, segundo o qual era concedida uma faixa de terra para a família se sustentar.Em contrapartida, o senhor feudal teria direito a uma parte da produção, exercendo um poder ilimitado e incontestado sobre a vida dos súditos.
O último instituto seria a imunidade, segundo a qual haveria isenção de tributos sobre às terras sujeitas ao benefício, ou seja, que se encontravam na posse das famílias.
Vale dizer que em qualquer desses institutos, o senhor feudal exercia um profundo poder sobre aqueles que viviam sob sua proteção.É importante dizer que a pluralidade de poderes exercidos no período medieval (poder do imperador X poder dos senhores feudais) acarretava grande instabilidade na ordem política, econômica e social, e esse fato trazia a necessidade de uma autoridade e ordem que acabasse com a instabilidade.
5.3.6 - Estado Moderno 
O período medieval por sua instabilidade, tornava clara a necessidade de um poder central que organizasse a ordem política, econômica e social.
É no Estado Moderno, então, que serão reunidos todos os elementos necessários para a configuração do Estado, para que, assim, possa ser exercido um poder central.
Há muita polêmica na doutrina a cerca dos elementos do Estado. Muitos autores apontam diferenciados, cada qual defendendo uma teoria específica.
Como o objetivo do presente curso não será explicar as diversas teorias, passa-se ao estudo dos elementos mais citados pelos autores: soberania, povo, território e finalidade.
Estado Grego- Estado forte, as pessoas participam na organização do mesmo.
Cidade Estado – Valor aos cientistas, filósofos, etc. Noções de Democracia.
Auto - suficiência – Um Estado forte não aceita influências dos outros povos. Experiência fechada.
Povo - A característica fundamental do Estado Grego é a cidade – Estado, ou seja, a polis, como a sociedade política de maior expressão. 
O ideal visado era a auto–suficiência, a autarquia, dizendo Aristóteles que a “a sociedade constituída por diversos pequenos burgos forma uma cidade completa, com todos os meios de se abastecer por si, tendo atingido, por assim dizer, o fim a que se propôs. Essa auto-suficiência tem muita importância na preservação do caráter da cidade-Estado, fazendo com que, mesmo quando esses Estados efetuaram conquistas e dominaram outros povos, não se efetivasse expansão territorial e não se procurasse a integração de vencedores e vencidos numa ordem comum.
No Estado Grego o indivíduo tem uma posição peculiar. Há uma elite, que compõe a classe política, com intensa participação nas decisões do Estado, a respeito dos assuntos de caráter público. Entretanto, nas relações de caráter privado a autonomia da vontade individual é bastante restrita. Assim pois, mesmo quando o governo era tido como democrático, isto significava uma faixa restrita da população – os cidadãos – é que participava das decisões políticas, o que também influiu para a manutenção das características de cidade-Estado, pois a ampliação excessiva tornaria inviável a manutenção do controle por um pequeno número.
Estado Romano.
Império Mundial - Base familiar - Povo - Magistrados - Cristianismo.
Tem início com um pequeno agrupamento humano, experimentou várias formas de governo, expandiu seu domínio por uma grande extensão do mundo, atingindo povos de costumes e organizações absolutamente díspares, chegando à aspiração de constituir um império mundial. Apesar do longo tempo decorrido e do vulto das conquistas Roma sempre manteve as características básicas de cidade-Estado, desde sua fundação em 754ªC., até a morte de Justiniano, em 565 da era cristã. 
O domínio de uma grande extensão territorial e sobretudo o cristianismo iriam determinar a superação da cidade-Estado, promovendo o advento de novas formas de sociedade política, englobadas no conceito de Estado Medieval.
Uma das peculiaridades mais importantes do Estado Romano é a base familiar da organização, havendo mesmo quem sustente que o primitivo Estado, a civitas, resultou da união de grupos familiares ( as gens ), razão pela qual sempre se concederam privilégios especiais aos membros das famílias patrícias, compostas pelos descendentes dos fundadores do Estado.
Assim como no Estado Grego, durante séculos, o povo romano participava diretamente do governo, mas a noção de povo era muito restrita, compreendendo apenas uma faixa estreita da população. Como governantes supremos havia os magistrados, sendo certo que durante muito tempo as principais magistraturas foram reservadas às famílias patrícias.
Em lenta e longa evolução, outras camadas sociais adquirem e ampliam direitos sem que desaparecesse a base familiar e a ascendência nobre tradicional.
Nos últimos tempos, já com o despontar das idéias de Império (uma das marcas do Estado Medieval), Roma pretendeu realizar a integração jurídica dos povos conquistados mas, mantendo um sólido núcleo de poder político, que assegurasse a unidade e a ascendência da cidade de Roma. Ainda que se tratasse de um plebeu romano, quando este já conquistara amplos direitos, teria situação superior à de qualquer membro dos povos conquistados, até o ano de 212 , quando o imperador Caracala concedeu a naturalização a todos os povos do império.
“o objetivo do edito de Caracala foi político, a unificação do Império; foi religioso, visa aumentar os adoradores dos deuses de Roma; foi fiscal, quer obrigar os peregrinos a pagar impostos nas sucessões; foi social, com vistas a simplificar e facilitar as decisões judiciais, nos casos sobre o Estado e a constituição das pessoas.”( Geraldo de Ulhoa Cintra).
Essa abertura foi o começo do fim, inicia-se uma fase de transição, dinamizada com o Edito de Milão, em 313, em que Constantino assegura a liberdade religiosa no Império, desaparecendo, por influência do cristianismo, a noção de superioridade dos romanos, que fora a base da unidade do Estado Romano.
 
Estado Medieval
Cristianismo – Bárbaros – Feudalismo –Instabilidade (Política, Econômica, Social).
Idade média, classificada por alguns como a noite negra da história da humanidade e glorificada por outroscomo um extraordinário período de criação, que preparou os instrumentos e abriu os caminhos para que o mundo atingisse a verdadeira noção do universal. No plano do Estado trata-se de período dos mais difíceis, tremendamente instável e heterogêneo, não sendo simples a busca das características de um Estado Medieval.
Ainda assim, é possível estabelecer a configuração e os princípios informativos das sociedades políticas que, integrando novos fatores, quebraram a rígida e bem definida organização romana, revelando novas possibilidades e novas aspirações, culminando no Estado Moderno.
O cristianismo, as invasões dos bárbaros e o feudalismo foram principais elementos que se fizeram presente na sociedade política medieval, conjugando-se para a caracterização do Estado Medieval. 
É preciso ressaltar que mesmo quando as formações políticas revelam intenso fracionamento do poder e nebulosa noção de autoridade, está presente a aspiração à unidade. Quanto maior a fraqueza revelada mas se acentuava o desejo de unidade política que tivesse um poder eficaz como o de Roma e que, ao mesmo tempo, fosse livre da influência de fatores tradicionais, aceitando o indivíduo como um valor em si mesmo.
O cristianismo vai ser a base da aspiração à universalidade. Superando a idéia de que os homens valiam diferentemente, de acordo com a origem de cada um, faz-se uma afirmação de igualdade, Afirma-se a unidade da Igreja, num momento em que não se via uma unidade política.
Motivos religiosos e pragmáticos levaram à conclusão de que todos os cristãos deveriam ser integrados numa só sociedade política. E, como havia a aspiração de que toda a humanidade se tornasse cristã, era inevitável que se chegasse à idéia do Estado universal, que incluísse todos os homens guiados pelos mesmos princípios e adotando as mesmas normas de comportamento público e particular.
A própria igreja estimula a afirmação do império como unidade política pensando no Império da Cristandade e, com esse intuito é que o Papa Leão III confere a Carlos Magno, no ano de 800, o título de imperador. Entretanto, dois fatores de perturbação influem nesses planos; em primeiro lugar, a infinita multiplicidade de centros de poderes, como os reinos, os senhorios, as comunas, as organizações religiosas, as corporações de ofícios, todos ciosos de sua autoridade e de sua independência, jamais se submetendo à autoridade do Imperados; em segundo lugar , o próprio imperador recusando submeter-se à autoridade da Igreja, havendo imperadores que pretenderam influir em assuntos eclesiásticos, bem como inúmeros papas que pretenderam o comando, não só dos assuntos de ordem espiritual, mas a de todos os assuntos de ordem temporal.
A luta entre Papa e Imperador, que marcaria os últimos séculos da Idade Média, só vai terminar com o nascimento do Estado Moderno, quando se afirma a supremacia absoluta dos monarcas na ordem temporal.
No Estado medieval a ordem era sempre bastante precária, pela improvisação das chefias, pelo abandono ou pela transformação de padrões tradicionais, pela presença de uma burocracia voraz e quase sempre todo-poderosa pela constante situação de guerra ( invasão dos bárbaros ) e, inevitavelmente, pela própria indefinição de fronteiras políticas.
Para que se entenda a organização feudal é preciso ter em conta que as invasões e as guerras internas tornaram difícil o desenvolvimento do comércio. Em conseqüência valoriza-se a posse da terra, de onde todos, ricos ou pobres, poderosos ou não, deverão tirar os meios de subsistência. Assim, toda a vida social passa a depender da propriedade ou da posse da terra, desenvolvendo-se um sistema administrativo e uma organização militar estreitamente ligados à situação patrimonial.
Vai ocorrer através de três institutos jurídicos, a confusão entre o setor público e o privado;
Pela vassalagem os proprietários menos poderosos colocavam-se a serviço do senhor feudal. Obrigando-se a dar-lhe apoio nas guerras e a entregar-lhe uma contribuição pecuniária, recebendo em troca sua proteção. Outra forma de estabelecimento de servidão era o benefício, contratado entre o senhor feudal e o chefe de família que não possuísse patrimônio. Este último recebia uma faixa de terra para cultivar, dela extraindo o sustento de sua família, além de entregar ao senhor feudal uma parcela da produção. Estabelecido o benefício. O servo era tratado como parte inseparável da gleba e o senhor feudal adquiria, sobre ele e sua família, o direito de vida e morte, podendo assim estabelecer as regras de seu comportamento social e privado. Por último, é importante considerar a imunidade, instituto pelo qual se concedia a isenção de tributos às terras sujeitas ao benefício. A vassalagem era uma relação jurídica de caráter pessoal, enquanto que o benefício tinha o sentido de estabelecimento de um direito real, mas ambos implicando o reconhecimento do poder político do senhor feudal e contribuindo para que o feudo tivesse sua ordem jurídica próprias, desvinculada do Estado. Conjugados os três fatores que caracterizaram o Estado Medieval. mais como aspiração do que como realidade; um poder superior, exercido pelo imperador, com uma infinita pluralidade de poderes menores, sem hierarquia definida; uma incontável multiplicidade de ordens jurídicas, compreendendo a ordem imperial, a ordem eclesiástica, o direito das monarquias inferiores, um direito comunal que se desenvolveu extraordinariamente, as ordenações do feudos as regras estabelecidas no fim da idade média pelas corporações de ofícios. Esse quadro, como é fácil de compreender, era causa e conseqüência de uma permanente instabilidade política, econômica e social, gerando uma intensa necessidade de ordem e de autoridade, que seria o germe de criação do Estado Moderno.

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