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011 Linguagens e meios de comunicação

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Prévia do material em texto

Linguagens 
e Meios de Comunicação 
 
 
 
 
SILVIA HELENA NOGUEIRA 
MONICA FRANCHI CARNIELLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINGUAGENS 
E MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taubaté 
Universidade de Taubaté 
 2014 
 
 
 
Copyright©2014.Universidade de Taubaté. 
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser 
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. 
Administração Superior 
Reitor Prof.Dr. José Rui Camargo 
Vice-reitor Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto 
Pró-reitor de Administração Prof. Dr. Arcione Ferreira Viagi 
Pró-reitor de Economia e Finanças Prof. Dr. José Carlos Simões Florençano 
Pró-reitora Estudantil Profa. Ma. Angela Popovici Berbare 
Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof. Dr. Mario Celso Peloggia 
Pró-reitora de Graduação Profa. Dra. Nara Lúcia Perondi Fortes 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof. Dr. Francisco José Grandinetti 
Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro 
Coordenação Acadêmica Profa.Ma.Rosana Giovanni Pires 
Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino 
Coordenação Tecnológica Profa. Ma. Susana Aparecida da Veiga 
Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques 
Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Ma. Fabrina Moreira Silva 
Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti 
Coord. de Curso de Pedagogia 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais 
Revisão ortográfica-textual 
Projeto Gráfico e Diagramação 
Autor 
 Profa. Dra. Ana Maria dos Reis Taino 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Ma. Ana Paula da Silva Dib 
Prof. Me. João de Oliveira 
Me.Benedito Fulvio Manfredini 
Mônica Franchi Carniello 
Silvia Helena Nogueira 
Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro 
Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 
Central de Atendimento:0800557255 
Polo Taubaté 
 
 
 
Polo Ubatuba 
 
 
 
Polo São José dos Campos 
 Avenida Marechal Deodoro, 605–Jardim Santa Clara 
Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 
Telefones: Coordenação Geral: (12)3621-1530 
Secretaria: (12)3625-4280 
Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h 
Av Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 
Parque Residencial Jardim Aquarius 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 8h às 22h 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi 
Sistema Integrado de Bibliotecas/UNITAU 
 
 
 
Nogueira, Silvia Helena 
 
Linguagens e meios de comunicação / Silvia Helena Nogueira; 
Monica Franchi Carniello. Taubaté: UNITAU, 2010. 
92p. : il. 
 
Bibliografia 
ISBN 978-85-62326-09-7 
1. Linguagens. 2. Meios de comunicação. 3. Leitura. I. 
Carniello, Mônica Franchi. II. Universidade de Taubaté. III. 
Título 
 
 v 
 
 
PALAVRA DO REITOR 
Palavra do Reitor 
 
 
Toda forma de estudo, para que possa dar 
certo, carece de relações saudáveis, tanto de 
ordem afetiva quanto produtiva. Também, de 
estímulos e valorização. Por essa razão, 
devemos tirar o máximo proveito das práticas 
educativas, visto se apresentarem como 
máxima referência frente às mais 
diversificadas atividades humanas. Afinal, a 
obtenção de conhecimentos é o nosso 
diferencial de conquista frente a universo tão 
competitivo. 
 
Pensando nisso, idealizamos o presente livro-
texto, que aborda conteúdo significativo e 
coerente à sua formação acadêmica e ao seu 
desenvolvimento social. Cuidadosamente 
redigido e ilustrado, sob a supervisão de 
doutores e mestres, o resultado aqui 
apresentado visa, essencialmente, a 
orientações de ordem prático-formativa. 
 
Cientes de que pretendemos construir 
conhecimentos que se intercalem na tríade 
Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de 
forma responsável, porque planejados com 
seriedade e pautados no respeito, temos a 
certeza de que o presente estudo lhe será de 
grande valia. 
 
Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa 
leitura. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
Prof. Dr. José Rui Camargo 
Reitor 
 
 
vi 
 
 
 
 vii 
Apresentação 
 
 
A palavra é uma espécie de ponte lançada entre 
mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa 
extremidade, na outra apoia-se sobre o meu 
interlocutor. 
(BAKHTIN / VOLOCHINOV, 2004, p.113) 
 
 
Nas duas primeiras unidades deste livro-texto, serão abordadas concepções de 
linguagem, leitura, texto, alfabetização, letramento, língua falada e língua escrita; 
variação de linguagem, os aspectos normativos e a nova ortografia. Nas duas unidades 
sequentes, os meios de comunicação, a mídia, a propaganda e a publicidade. 
A idéia é aprender os conceitos básicos e relacioná-los à prática cotidiana, observando 
possibilidades de uso na sociedade contemporânea e as influências que esses conceitos 
causaram na formação pedagógica dos aprendizes. É importante destacar o papel que os 
meios de comunicação ocupam no mundo contemporâneo, os recursos de que dispõem 
para a ampliação de conhecimentos dos leitores, e, consequentemente, os efeitos sobre a 
sociedade em que se inserem. 
A proposta maior é promover esclarecimentos sobre o uso da linguagem, em seus 
diversos enunciados, identificando as organizações elaboradas, tanto pelas palavras 
quanto pelas imagens. Uma vez detentores desse conhecimento, Caros Leitores 
Aprendizes, as condições de iniciar o processo pessoal, como eternos leitores 
aprendentes, estarão em suas mãos. Assim devem ser os educadores, sujeitos dos 
próprios discursos. 
 
 
viii 
 
 
 ix 
Sobre as autoras 
 
 
SILVIA HELENA NOGUEIRA - Graduada em Letras licenciatura em Português-
Inglês pela Universidade Braz Cubas (1984) e Mestrado e Doutorado em Língua 
Portuguesa (Linguística Aplicada) pela Universidade de São Paulo (2001-2008). 
Atualmente é professora efetiva da Rede Estadual de Educação do Estado de São Paulo, 
professora na Faculdade Anhanguera de Jacareí - Graduação, em Metodologia de 
Língua Portuguesa e Pós-Graduação, em Metodologia da Pesquisa Científica. Atua 
também como produtora de material pedagógico na área, palestrante e docente em 
cursos de capacitação na área de Educação, Linguagens e Ensino de Língua Portuguesa. 
Atuação na Pós-Graduação (UNIMONTE - Santos/SP), em Literatura Infantil e Juvenil 
e Metodologia de Ensino de Literatura. 
 
 
 
MONICA FRANCHI CARNIELLO – Graduada em Comunicação Social pela 
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1993), mestrado em Comunicação e 
Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2000) e doutorado em Comunicação 
e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005). Atualmente é 
professora assistente doutora da Universidade de Taubaté, onde atua no Departamento 
de Comunicação Social e no Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional. Tem 
experiência na área de Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: 
comunicação, publicidade, mídia, cultura, cultura digital, comunicação e espaço urbano. 
 
 
x 
 
 xi 
Caros(as) alunos(as), 
Caros( as) alunos( as) 
OPrograma de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se 
como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais 
diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta 
com profissionais capacitados e se apóia em base sólida, que advém da grande 
experiência adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, 
ao longo de mais de 35 anos de História e Tradição. 
Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. 
Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web 
interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a 
distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais 
preparada especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais. 
A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e 
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como 
subsidio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e 
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e 
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo 
estudado. 
Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para 
a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de 
blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados 
ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. 
Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua 
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais 
atores desta formação. 
Para todos, os nossos desejos de sucesso! 
Equipe EAD-UNITAU 
 
xii 
 
 
 xiii 
Sumário 
 
Palavra do Reitor .............................................................................................................. v 
Apresentação .................................................................................................................. vii 
Caros(as) alunos(as) ........................................................................................................ xi 
Ementa .............................................................................................................................. 1 
Objetivos ........................................................................................................................... 2 
Introdução ......................................................................................................................... 3 
Unidade 1. Leitura de mundo e leitura da palavra .................................................... 5 
1.1 Leitura de mundo x leitura da palavra: conceituações básicas ................................... 6 
1.1.2 Aspectos contextuais da leitura: do papiro à página eletrônica ............................... 9 
1.1.3 A escrita como instrumento de leitura ................................................................... 11 
1.1.4 A leitura de mundo: alfabetização e letramento .................................................... 11 
1.2 O texto e seus vários significados: diversidades em construção .............................. 14 
1.2.1 A intertextualidade ................................................................................................ 16 
1.2.2 A literalidade do texto e o texto literário ............................................................... 19 
1.3 Gêneros textuais: a diversidade de textos ................................................................. 23 
1.3.1 A compreensão dos gêneros de texto e seu uso social .......................................... 24 
1.3.2 As dimensões e os agrupamentos de gêneros: o tratamento didático .................... 27 
1.4 Para saber mais ........................................................................................................ 29 
1.5 Síntese da unidade ................................................................................................... 29 
1.6 Atividades ................................................................................................................ 30 
Unidade 2. Leitura e domínio da escrita.................................................................... 31 
2.1 A importância da leitura para o domínio da escrita .................................................. 31 
2.2 A língua falada e a língua escrita.............................................................................. 34 
2.3 O emprego da norma padrão na construção do texto ............................................... 38 
2.3.1 A variação linguística ............................................................................................ 38 
2.3.2 Os aspectos de coesão e coerência na língua escrita ............................................. 41 
2.3.3 A nova ortografia ................................................................................................... 43 
2.4 Para saber mais ......................................................................................................... 47 
2.5 Síntese da unidade .................................................................................................... 48 
2.6 Atividades ................................................................................................................. 48 
 
xiv 
Unidade 3. Meios e processos de Comunicação ......................................................... 49 
3.1 - O processo de comunicação ................................................................................... 50 
3.2 Categorização das mídias ......................................................................................... 54 
3.3 Os meios de comunicação: imprensa, rádio, cinema, televisão, internet ................. 56 
3.4 Mídia e comportamento ............................................................................................ 66 
3.5 A digitalização das mídias ........................................................................................ 68 
3.6 Para saber mais ......................................................................................................... 70 
3.7 Síntese da unidade .................................................................................................... 70 
3.8 Atividades ................................................................................................................. 71 
Unidade 4 – Meios e processos de Comunicação – A propaganda ........................... 73 
4.1 Origens e linguagem da propaganda ........................................................................ 73 
4.2 Tipos de propaganda ................................................................................................. 79 
4.3 Leitura e interpretação de anúncios impressos ......................................................... 80 
4.4 Para saber mais ......................................................................................................... 85 
4.5 Síntese da unidade .................................................................................................... 85 
4.6 Atividades ................................................................................................................. 85 
Referências ..................................................................................................................... 87 
Referências complementar ............................................................................................. 91 
 
 
 
 
 
11 
 
 
ORGANIZE-SE!!!Você deverá usar de 3 
a 4 horas para realizar 
cada Unidade. 
Linguagens 
E Meios 
de Comunicação 
 
 
 
Ementa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMENTA 
 
 
A história da leitura e da escrita. A importância da leitura para entender 
o mundo. Os diferentes caminhos da escrita e da fala. Caracterização 
da mídia: a televisão como multimeio para aquisição do letramento. 
Diferentes linguagens da propaganda e suas influências em sala de 
aula. A dinamização da leitura: múltiplos olhares e formatos da mídia. 
 
 
 
 
22 
 
 
Objetivo Geral 
Ampliar o olhar do acadêmico para interpretar os diversos tipos de textos que 
circulam no dia a dia, como instrumento de ação e de interação para entender 
o mundo. 
Identificar e valorizar os pressupostos básicos da leitura e dos meios de 
comunicação para a atividade acadêmica e para a formação do educador. 
 
Obj eti vos 
Objetivos Específicos 
 Entender que a leitura de um texto depende da situação em que foi 
produzido e da inter-relação dele com outro texto. 
 Identificar os diversos tipos de textos e suas características. 
 Reconhecer as diferenças formais e funcionais entre a língua falada e a 
língua escrita nas diferentes modalidades de textos e discursos. 
 Reconhecer na história da leitura e da escrita a expressão da 
individualidade e da própria história do homem ao longo do tempo. 
 Utilizar corretamente o emprego da norma padrão na construção do 
texto. 
 Discutir os limites e as possibilidades dos meios de comunicação. 
 Compreender a história do rádio e da televisão pela linha do tempo. 
 Reconhecer a influência da televisão e da internet para a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Introdução 
 
 
Neste século, as fronteiras geográficas, históricas, educacionais e culturais parecem 
modificar-se diariamente em direções e formas surpreendentes. As informações são 
registradas e disseminadas nos mais variados suportes (livros, fotografias, discos, 
filmes, vídeos, periódicos, mapas) formando acervos referenciais. Isso comprova que as 
pessoas vivem na era da comunicação de massa e a informação lhes chega por meios 
tradicionais (impressos) e também pelas imagens e sons (mídias). 
O conhecimento dos sentidos e da linguagem, nesse processo de aprendizagem, 
desempenha a função de agente educacional, proporcionando aos aprendizes 
oportunidades de crescimento e enriquecimento cultural, social, intelectual, além de 
momentos de entretenimento. Entrementes, a capacidade humana vai se revelando em 
suas produções. Ao longo da história, inúmeras descobertas foram realizadas e 
mudanças ocorreram em razão delas. 
Em nenhum momento, porém, os recursos utilizados nessa trajetória deixaram de lado, 
de alguma forma, os registros dos fatos. Isso possibilitou o uso da linguagem – verbal e 
não-verbal – em diferentes contextos de produção. Deles é possível compreender a 
amplitude do universo da leitura. Ler, compreender, vivenciar e interpretar são 
competências que passam a ser vitais para o convívio no mundo letrado. Essas são 
capacidades que vêm sendo aprendidas e apreendidas ao longo da vivência humana. 
Atualmente, não se pode mais pensar em escrita e leitura em uma única dimensão. Os 
textos escritos e lidos sempre tiveram e têm uma dimensão fundadora inalienável, no 
entanto, a eles somam-se muitas outras interfaces que permitem ao leitor, atribuir e 
construir novos e coerentes significados para o que lê e interpreta. 
É na escola, pela mediação do professor e com a ajuda dos livros e das mídias, que os 
estudantes aprenderão a ler, a escrever e a enxergar a própria realidade e a dos outros. 
Pelo contato e pela exploração de diferentes textos e por meio de ações intermediadas, o 
 
 
 
44 
 
aluno passará a interagir com seus pares, a produzir um conhecimento partilhado, 
oralmente e por escrito, sob vários registros verbais, seu pensamento, sua experiência 
prévia de vida e seu conhecimento coletivo de mundo. 
 
 
 
 
55 
 
Unidade 1 
Unidade 1 . Leitura de mundo e leitura da palavra 
 
 
 
No contexto atual, a leitura e a interpretação são atividades essenciais nos diferentes 
âmbitos sociais, uma vez que sua prática pode resultar em consequências boas ou más. 
Todos sabem que há diferença entre ver e olhar, ouvir e escutar. 
Ler não é apenas passar os olhos por algo escrito, não é fazer a versão oral de um 
escrito. Quem ousaria dizer que sabe ler mandarim só porque é capaz de pronunciar 
palavras ou frases escritas nessa língua? Quantas vezes as pessoas leem, porém não são 
capazes de reproduzir as ideias veiculadas no texto? 
Esta unidade apresenta a você, caro leitor, a oportunidade de conhecer, refletir e 
apreender informações sobre o ler e o interpretar, sob diferentes perspectivas. Ela 
objetiva alinhavar suas concepções sobre a leitura, estabelecendo relações entre a leitura 
de mundo e a leitura da palavra. 
Nesse sentido, tece considerações sobre os aspectos contextuais históricos e 
contemporâneos e os processos de alfabetização e de letramento. Impossível tratar da 
leitura sem estabelecer relações com o texto, escrito e falado, e seus vários significados 
constituídos em diferentes contextos. Por fim, contempla um breve estudo sobre os 
gêneros textuais, sua diversidade, além dos recursos expressivos na construção de textos 
variados. 
 
 
 
 
 
 
66 
 
1.1 Leitura de mundo x leitura da palavra: conceituações 
básicas 
 
Leitura implica uma atividade de procura por 
parte do leitor. 
(KLEIMAN, 1997, p.27) 
 
Como desenvolver conhecimentos sem fundamentações para fortalecê-los? Como 
estabelecer relações sem os elos da compreensão? Estas são questões que devem 
direcionar o seu olhar, por isso este diálogo inicia pela apresentação das concepções 
básicas, dos significados, explícitos ou implícitos. 
Os estudos de Saussure apontam que a significação é convencional e motivada, porque 
resulta das relações paradigmáticas e sintagmáticas, de formas pertinentes do ponto de 
vista do sistema da língua; não é fundamentada na realidade. A significação impõe-se 
aos falantes e não depende, por conseguinte, do desempenho ou da utilização que fazem 
do sistema da língua. 
Nesse sentido, só é possível entender o enunciado “a leitura desenvolve a prática do 
conhecimento”, porque as palavras estão em uma sequência lógica de combinações 
entre elas, resultando em “um sujeito + uma ação + um complemento = a uma 
ideia”, um significado para quem lê. Dessa forma, os leitores vão construindo 
significados. 
Diante da variedade e mobilidade de interesses que canalizam os leitores, atualmente, há 
uma tendência a diminuir o interesse pela leitura de textos mais complexos, em livros, 
periódicos, compêndios. Este afastamento parece decorrente das solicitações diversas 
vindas dos novos meios de comunicação, em razão do dinamismo apresentado por estes. 
É nesse contexto que surge o desafio de conceber a leitura como elemento primeiro no 
“processo de compreensão de expressões formais 
e simbólicas, não importando por meio de que 
linguagem” (MARTINS, 1986, p.30). 
Linguagem é todo e qualquer sistema de signos 
que serve de meio de comunicação de ideias ou 
sentimentos por meio de signos convencionais, 
sonoros, gráficos, gestuais, táteis. Ela pode ser 
percebida pelos diversos órgãos dos sentidos. 
 
 
 
77 
 
 
Figura 1.1 – Escola Atenas 
Fonte:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpe
ndrive/arquivos/File/imagens/4portugues/ 
4escola_atenas.jpg>. 
Acesso em: 6 dez2009. 
 
A leitura é uma das maneiras que a escola tem de contribuir para a diminuição da 
injustiça social, desde que ela forneça, a todos, as oportunidades para o acesso ao saber 
acumulado pela sociedade, em condições plenas de interpretação, para novas criações. 
 
A principal tarefa da escola é ajudar o aluno 
a desenvolver a capacidade de construir 
relações e conexões entre os vários nós da 
imensa rede de conhecimento que nos 
enreda a todos. Somente quando elaboramos 
relações significativas entre objetos, fatos e 
conceitos podemos dizer que aprendemos. 
As relações entretecem-se, articulam-se em 
teias, em redes construídas social e 
individualmente, e em permanente estado de 
atualização. A idéia de conhecer assemelha-
se à de enredar-se, e a leitura constitui a 
prática social por excelência para esse fim 
(KLEIMAN; MORAES, 1999, p.91). 
 
 
Ler e ler bem dependem das condições reais de existência, em termos de conhecimento 
do mundo e de conhecimento dos instrumentos que a linguagem disponibiliza na 
organização escrita das informações. Não se trata, é claro, de ter domínio pleno de todos 
os recursos, mas de conhecer e entendê-los, para ter condições de interpretar os 
discursos presentes. A leitura é princípio formador dos sujeitos. 
[...] não basta apenas ler e escrever, é preciso também saber fazer uso 
do ler e do escrever, saber responder às exigências de leitura e de 
escrita que a sociedade faz continuamente. – daí o recente surgimento 
do termo letramento (SOARES, 1998, p.20). 
O dinamismo da leitura implica reconhecer e conciliar, eficazmente, aspectos que 
precisam ser compreendidos e respeitados, para que haja fluência em seu 
desenvolvimento. “O homem lê como em geral vive, num processo permanente de 
interação entre sensações, emoções e pensamentos” (MARTINS, 1986, p. 81). 
A leitura se revela um instrumento de reflexo da vivência. Ela é produzida porque o 
leitor interage com o autor do texto, respeitando e analisando as condições de produção, 
o que mais tarde poderá se repetir em outra produção escrita. O texto é o lugar, o centro 
comum que se faz no processo de interação entre falante e ouvinte, autor e leitor; o 
 
 
 
88 
 
Texto é um produto da enunciação (intenção do 
emissor), estático, definitivo e, muitas vezes, 
com algumas marcas de enunciação que ajudam 
na tarefa de decodificá-lo. 
Discurso é a função de uso da língua em 
determinado contexto, materialmente 
relacionado às intenções dos falantes. 
Em A articulação do texto, Elisa Guimarães 
(1997), atribui a texto o seguinte conceito: 
Em sentido amplo, a palavra texto designa 
um enunciado qualquer, oral ou escrito, 
longo ou breve, antigo ou moderno. 
Concretiza-se, pois, numa cadeia 
sintagmática de extensão muito variável, 
podendo circunscrever-se tanto a um 
enunciado único ou a uma lexia, quanto a 
um segmento de grandes proporções. 
domínio de cada um dos interlocutores, em si, é parcial. À medida que lê, o leitor se 
constitui, representa-se e identifica-se. 
Pela leitura, a noção de sujeito se realiza na 
presença do autor, que interage com o leitor, 
caracterizando a própria leitura como um 
discurso em cujas condições de produção – situação, contexto histórico-social, 
interlocutores – se evidenciam relações entre textos 
e discursos, caracterizando nela uma multiplicidade 
de sentidos possíveis pelo uso da linguagem. 
A intencionalidade como forma de pensamento estrutura-se como linguagem. O uso que 
o falante faz da língua é o “resultado” da relação que estabelece com o outro. Na 
tentativa de fazer face ao emaranhado discursivo instaurado pela leitura, a escola tem 
por obrigação fornecer aos alunos estratégias que lhes permitam conhecer, como 
unidade pragmática, como um texto funciona. 
Uma vez de posse do conhecimento dos 
mecanismos discursivos, o aluno terá acesso ao 
processo da leitura no todo, usufruindo de seu 
universo, colocando-se como sujeito de sua 
leitura. A leitura se constitui numa prática social, organizada intelectualmente, e que 
requer do sujeito–leitor astúcia, habilidade, determinação e conhecimento. 
Este conjunto de características, incorporado a outras decorrentes da vivência, constitui-
se ferramenta imprescindível a uma concepção criativa da linguagem e à criticidade, o 
que, certamente, culminará no desvelamento dos modos de convivência social. Desta 
forma, a leitura cumprirá propósitos de reeducação social, apresentando e 
reapresentando valores e atitudes desgastados nesta sociedade “moderna”. 
A leitura fluente envolve a perseguição de um conjunto complexo e 
sempre mutável de objetivos, a fim de se extrair sentido da palavra 
impressa de modo relevante às finalidades do leitor. ... A leitura 
fluente está baseada em uma especificação flexível de intenções e 
expectativas, que mudam e se desenvolvem como uma conseqüência 
da progressão do leitor ao longo do texto. Assim, a leitura fluente 
 
 
 
99 
 
demanda conhecimento das convenções do texto, de vocabulário e 
gramática a estratégias de narrativa empregadas [...] é somente através 
da leitura que qualquer pessoa pode aprender a escrever. A única 
maneira possível de se aprender todas as convenções de ortografia, 
pontuação, letras maiúsculas e minúsculas, parágrafos e até mesmo 
gramática e estilo, é através da leitura. Os autores ensinam como 
escrever aos leitores (SMITH, 1991, p.211). 
Aprende-se a ler à medida que se lê, que se vive. Lê-se para compreender o mundo em 
que se vive, para viver melhor. “Do mundo da leitura à leitura do mundo, o trajeto se 
cumpre sempre, refazendo-se, inclusive, por um vice-versa que transforma a leitura em 
prática circular e infinita” (LAJOLO, 2000, p.7). 
1.1.2 Aspectos contextuais da leitura: do papiro à página eletrônica 
A revolução eletrônica vivida pelo mundo contemporâneo remete o pensar sobre a 
leitura em uma perspectiva aberta às inúmeras possibilidades que os leitores têm para 
compreender os significados à sua volta. Os sentidos são apreendidos à luz dos 
repertórios de cada um, de acordo com suas necessidades; os conhecimentos são 
introjetados mediante os níveis reflexivos de suas experiências de leitores, de suas 
vivências e da consciência delas. 
Diante do computador, os textos se apresentam sem fronteiras visíveis, como as comuns 
encontradas nos livros, embaralham-se, entrecruzam-se, transformam-se, unindo-se a 
outros, compõem-se em hipertextos; porém, ao serem guardados na memória eletrônica, 
suas estruturas remontam-se àquelas do suporte escrito, unidades distribuídas em 
páginas, marcadas por links. O que de fato faz a diferença é a maneira de ler. Usando de 
sua liberdade, o leitor eletrônico constrói suas tramas e significados, sem seguir uma 
linearidade na leitura. 
Essa nova maneira de ler, no entanto, não desfaz a trajetória que o livro passou para 
conquistar seu espaço de respeitabilidade na sociedade; ao contrário, exatamente em 
decorrência dessas mudanças, a importância da leitura na constituição das sociedades é 
reforçada. 
Desde os primeiros papiros até a página virtual, é possível identificar as dificuldades 
que os homens passaram para registrar graficamente suas experiências. Tiveram, 
 
 
 
1100 
 
De caça a caçador 
 
Para alcançar palavras que nos fogem 
preciso é acarpetar os passos 
velar de espesso véu nosso desejo 
e esperá-las 
calados 
de tocaia. 
Sempre haverá um momento 
de descuido 
em que a palavra 
recolhidas asas ? 
pousará sobre a língua 
e será nossa. 
Entrementes 
há que tomar cuidado. 
Assim como as caçamos 
palavras há também 
em cada esquina 
prontas 
com unha e dente 
a nos saltar em cima.COLASANTI, Marina. Fino sangue. Rio de Janeiro: 
Record, 2005, p. 49. 
 
entretanto, um grande ponto a favor, o domínio dos códigos, por meio dos quais os 
sentidos compostos satisfizeram a inteligência e a emoção. 
Ler um texto é uma prática seletiva de informações que necessita do reconhecimento do 
código linguístico, e não pode ser uma escolha aleatória extraída de contextos sociais 
sobre os quais não se tem domínio. 
A modernidade, por vezes, transformou a leitura em uma atividade caracterizada pela 
“perda de tempo”, porque necessita do domínio desse código – a língua escrita – que, 
ultimamente, anda concebida com indiferença, pela maioria da população. As imagens e 
os sons parecem mais eficientes que o alfabeto. 
O homem atingiu um nível elevado de inteligência que tem lhe permitido abdicar de 
seus afazeres cognitivos em favor das máquinas que os simulam e ultrapassam. 
Aparentemente desnecessárias ou inoperantes, as leituras humanas tornam-se 
mecanizadas. A interpretação do texto, em especial o literário, por exemplo, como um 
instrumento misterioso a ser desvendado, tem sido posta de lado. 
Essa visão, entretanto, deve ser repensada em razão da própria contemporaneidade, pois 
não deve haver rupturas de relacionamentos com a escrita, ao contrário, o momento é de 
aproximações, exatamente para que os 
textos sejam mais bem entendidos e os 
sentidos se façam, estabelecendo outras 
combinações para completar novos 
sentidos. 
Seguramente um novo leitor se forma, 
moldado à luz de seu tempo. Essa 
mudança, porém, não se desfaz da 
necessidade do uso da palavra. 
Observe o poema: 
 
 
 
1111 
 
Marina Colasanti foi muito feliz neste poema, pois expressa, metaforicamente, a ideia 
de que as palavras devem ser dominadas para, posteriormente, ser usadas por inteiro: 
“recolhidas as asas/ pousará sobre a língua/ e será nossa”. Para tanto, é preciso conhecer 
os passos, percorrer a decifração do código, perceber os sentidos postos e os 
pressupostos. Sem dúvida, as palavras estão prontas, o leitor é quem precisa saltar sobre 
elas... com sabedoria. 
1.1.3 A escrita como instrumento de leitura 
A escrita, para ser decifrada, necessita de estruturas mentais específicas, por parte do 
homem, que possibilitam a compreensão de si e do mundo que o cerca. Homem e 
escrita se completam, visto que esta não só preserva as informações como proporciona 
modelos de realização da linguagem, o que permite ao homem reconhecer o mundo e a 
mente humana sob nova visão. 
É possível estabelecer relações entre a escrita e a leitura, visto que todos os sinais dos 
livros e do mundo podem ser lidos, buscando-se as intenções dos textos para com os 
leitores, baseados nas pistas dadas pelas marcas gráficas, além de outras. Por essa via, 
os leitores interagem com textos das mais diferentes naturezas. 
O contato com a palavra escrita é fundamental para a formação linguística, porque 
desenvolve a capacidade de observação dos usos e a sensibilidade do leitor para os 
diversos arranjos de sentidos permitidos. À medida que se lê textos bem elaborados, 
maiores são as possibilidades de segui-los como modelos. 
Assim, leitura e escrita se completam. 
1.1.4 A leitura de mundo: alfabetização e letramento 
Linguisticamente, ler e escrever são formas de aprender a codificar e decodificar o 
código alfabético. Dizendo de forma mais clara: alfabetização é a apropriação do código 
escrito; pois, para aprender a ler e escrever, o aluno precisa relacionar sons com letras, 
para codificar ou para decodificar. Esta é a especificidade da alfabetização. 
Concretamente, na sala de aula, alfabetizar significa, didaticamente, a professora ensinar 
 
 
 
1122 
 
o aluno a ler e a escrever, para que ele se aproprie do código alfabético, 
compreendendo-o. 
Ninguém aprende a ler e escrever se não aprender relações entre fonemas e grafemas, 
para codificar e decodificar. Envolve, também, aprender a segurar num lápis, aprender 
que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a direita; enfim, envolve uma série 
de aspectos técnicos. Tal processo é a parte específica do processo de aprender a ler e a 
escrever (SOARES, 1998). 
Quando atinge o nível alfabético realmente, o aluno deu um grande salto, descobriu o 
“segredo” do código alfabético: percebe a relação qualitativa fonema x grafema; 
compreende que cada letra tem valor sonoro menor que a sílaba e que não se escreve 
somente uma letra para toda sílaba oral; faz a análise da correspondência grafema x 
fonema das palavras que vai escrever; percebe os vários elementos que compõem o 
sistema da escrita, distinguindo as unidades linguísticas: letra, sílaba e frase. 
Para a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura), uma pessoa é funcionalmente alfabetizada, quando ela adquire conhecimentos 
e habilidades em leitura e escrita que a capacitam a engajar-se efetivamente em todas as 
atividades em que a alfabetização é, normalmente, suposta em sua cultura ou grupo. 
A professora e pesquisadora da linguagem Magda Soares e outros pesquisadores do 
Brasil defendem que a alfabetização é a inserção indissociável de dois grandes eixos: o 
sistema alfabético e a cultura letrada. O primeiro envolve a consciência fonética, 
fonológica e a consciência estrutural da palavra; o segundo, o mundo da cultura escrita, 
as práticas de leitura, escrita, oralidade e não exclui a necessidade pedagógica das 
noções convencionais da alfabetização, da codificação/decodificação, do 
reconhecimento do sistema notacional. 
A leitura, concebida como princípio formador dos sujeitos, é um instrumento primordial 
de que a escola dispõe para formar sujeitos letrados e não apenas alfabetizados, isto é, 
cidadãos que consigam ir além de meros decodificadores. 
 
 
 
1133 
 
A concepção de letramento é bastante ampla, pressupondo conhecimentos, habilidades, 
competências, valores, usos e funções sociais, como parte do processo de leitura. 
Desenvolver a leitura em sua amplitude significa possibilitar aos alunos subsídios para 
que eles próprios identifiquem e desenvolvam suas habilidades cognitivas e 
metacognitivas. Aprimorarão, assim, sua capacidade de interpretar idéias ou fenômenos, 
estabelecendo relações entre ambos e construindo significados que combinem seus 
conhecimentos prévios às recentes informações textuais. Isso permitirá aos alunos 
concretizar o esquema de ação-reflexão-ação sobre o significado do que foi lido, o que 
lhes permitirá formular conclusões e fazer julgamentos. 
Num certo sentido, pode-se considerar que esse processo ocorre (ou deveria ocorrer) em 
todas as disciplinas e em todos os níveis, particularmente no ensino universitário, 
estendendo-se, posteriormente, à atuação dos profissionais com formação superior. 
À medida que o analfabetismo vai sendo superado, que um número 
cada vez maior de pessoas aprende a ler e a escrever, e à medida que, 
concomitantemente, a sociedade vai se tornando cada vez mais 
centrada na escrita (cada vez mais grafocêntrica), um novo fenômeno 
se evidencia: não basta apenas aprender a ler e a escrever. As pessoas 
se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não necessariamente 
incorporam a prática da leitura e da escrita, não necessariamente 
adquirem competência para usar a leitura e a escrita, para envolver-se 
com as práticas sociais de escrita [...] Esse novo fenômeno só ganha 
visibilidade depois que é minimamente resolvido o problema do 
analfabetismo e que o desenvolvimento social, cultural, econômico e 
político traz novas, intensas e variadas práticas de leitura e de escrita, 
fazendo emergirem novas necessidades além de novas alternativasde 
lazer (SOARES, 1998, p.45-46). 
Para desenvolver a competência de leitura, há necessidade de ampliar o universo de 
letramento dos indivíduos, o que pressupõe expressar graus diversos de intimidade com 
a escrita e a leitura. À medida que o indivíduo aprende a lidar com mais e diferentes 
materiais de leitura e de escrita, torna-se mais capaz de ler e entender, isto é, torna-se 
mais letrado. 
Ocorre o mesmo com a escrita. Quanto mais material escrito alguém é capaz de 
produzir, mais amplia seu grau de letramento. Não adianta produzir apenas em 
quantidade. É preciso ampliar o leque de possibilidades, ou seja, ler muitas coisas 
diferentes e saber o que fazer com elas, explorando sua diversidade. 
 
 
 
1144 
 
Escrever um texto tendo como base outro texto é demonstrar o valor do primeiro, pela 
qualidade do segundo que, por sua vez, será atestada num terceiro texto produzido, e 
assim por diante. O processo se repete, multiplica-se, amplia-se e se comprova. 
Compreendida a aquisição linguística na relação de produção leitura/ escrita, o produto 
escrito ganha outra posição no discurso pedagógico, porque o desafio que hoje se coloca 
à construção da sociedade democrática ultrapassa a dimensão técnica do ensinar as 
letras, as sílabas e as palavras. Quando grande parte da população fica à margem do 
mundo letrado, as pessoas são impedidas de se constituirem sujeitos. 
Para contrapor essa fronteira social, marcada pelo desconhecimento do universo que 
compõe a linguagem verbal, seja pela leitura seja pela escrita, nada mais consistente que 
desenvolver no aluno, no cidadão, a autonomia para o uso da palavra. 
 
1.2 O texto e seus vários significados: diversidades em 
construção 
 
 
O verdadeiro significado das coisas é 
encontrado ao se dizer as mesmas coisas com 
outras palavras. 
Charles Chaplin 
A linguagem como forma de ação entre os homens expressa não só a função de 
comunicar como também a de persuadir, convencer, o que apenas os estudos da língua 
já não são mais suficientes para amparar os fenômenos ocorridos na escrita. É preciso 
abordá-los em contextos mais abrangentes, sejam os da Linguística Textual, da Análise 
do Discurso ou mesmo da Análise da Conversação, para que seja possível explicar 
certas ocorrências entre enunciados e sequências de enunciados. 
O texto passa a ser abordado como objeto cultural, composto por mecanismos sintático-
semânticos, como uma unidade linguística com propriedades específicas, considerado 
como uma unidade significativa. Articula-se a outros termos abrangentes, como: 
enunciação, significação, sentido, contexto, intertexto entre outros, ligados aos recursos 
da organização textual responsáveis pela construção do sentido. 
 
 
 
1155 
 
FOTOGRAFIA 
 
Nessa fotografia 
perdem-se os chapéus dos antepassados 
Os rostos apagam palavras mudas. 
O paletó de meu pai era azul marinho. 
Atrás 
uma igreja de Coimbra se desfaz no tempo. 
Os olhos são calmos como dos mortos 
e não vêem os rios 
que escorrem por baixo das pontes. 
Nessa fotografia a alma está ausente 
nas pessoas caladas como são caladas 
todas as pessoas nas fotografias. 
O tempo morreu nessa tarde que não existe mais 
como se estivesse ali naquele instante para sempre 
como se não fosse o que é 
nesse olhar de todos para o esquecimento. 
 
FARIA, Álvaro Alves de. Sete anos de pastor. Coimbra: Palimage, 2005, p. 35 
FOTOGRAFIA I 
 Fotografia antiga paisagem 
onde patos e pessoas se misturam, 
o mundo diferente de papel, 
imóvel e indagador, 
os homens permanecem sempre iguais, 
os filhos nunca nascem 
e as casas ficam intactas. 
O rosto permanecerá sempre assim: 
a família se conservará unida 
para sempre. 
 
FARIA, Álvaro Alves de. Mulheres do shopping 
(1988). In Trajetória poética - obra reunida. 
São Paulo: Escrituras, 2003, p. 423. 
Entenda-se aqui o texto como um conjunto de enunciados linguísticos escritos ou 
falados, ainda que seja complexa a sua conceituação, pois a abrangência dos termos 
liga-se à sua significação. 
Um texto se configura em uma rede de relações, sentidos, coerência, coesão, o que 
compõe a sua textualidade (tessitura). Independentemente de sua extensão, a 
constituição de um todo significativo constitui-se em um texto, e, por meio dele, o 
discurso se manifesta. 
Decorrem daí os vários 
significados, em 
constante construção. 
Para exemplificar: 
Nos dois poemas de 
Álvaro, o tempo está 
marcado nitidamente 
pelas fotografias que 
expressam palavras 
mudas nos rostos 
apagados pelo silêncio. 
Até as almas estão ausentes nos olhares 
esquecidos nas fotografias. É um universo 
“imóvel e indagador”, em que tudo permanece 
intacto. É tudo sempre igual e a vida nunca 
brota, a não ser pela memória de cada imagem. 
Os poemas revelam a metáfora do 
reconhecimento de um tempo que não existe 
mais; a imagem do instante é perene. O silêncio 
das pessoas conserva suas histórias num tempo 
que não passará jamais. Isso pode ser 
comprovado pelo uso dos tempos verbais, do 
 
 
 
1166 
 
modo indicativo, num jogo entre o presente, expresso pelo olhar do poeta para a 
fotografia, e o pretérito perfeito, sobretudo nas ações mortas no tempo. Há ainda o 
pretérito imperfeito em “estivesse” e “fosse”, suposições do que poderia ter sido, mas 
não foi. Isso, no olhar de todos, traz presente o tempo para o esquecimento, pois 
permanecerá e se conservará para sempre, o que confirma o papel das fotografias. 
Em especial, no poema FOTOGRAFIA I, a predominância é do tempo verbal presente, 
expressando certa imobilidade, propriedade das fotografias; porém, o futuro do presente 
confirma a ligação, união de todos “para sempre.”. A idéia do sempre, cru, estático e 
monótono, compõe as imagens mudas das fotografias em cujas paisagens a vida escorre 
intacta por baixo das pontes da memória. 
É um poema que revela melancolia, mas ao mesmo tempo reconforto, pois somente na 
fotografia antiga a família permanece unida. Os advérbios “sempre” e “nunca” 
confirmam essa oposição, de um lado o positivo e do outro o negativo; já os adjetivos 
“antigo, diferente, imóvel, indagador, iguais, intactas, unidas” expressam a ideia da 
estaticidade, característica primeira da fotografia. 
Esse recorte estilístico sobre os poemas evidencia a importância dos sentidos configurados neles 
pelo uso da linguagem, em especial a poética. Os elementos entrelaçados compõem a 
textualidade do texto. 
Vale explicar, também, no contexto de produção, que o autor dos poemas, Álvaro Alves de 
Faria, é filho de portugueses, poeta paulista da “Geração 60” da poesia brasileira, jornalista e 
crítico de literatura. Seus textos testemunham que nele vida e escrita sempre se fundiram. 
O primeiro poema, além de ser uma publicação portuguesa deste início de século, foi escrito em 
Portugal; o segundo é de publicação brasileira, do final do século XX. São tempos diferentes, 
rememorados pelas fotografias presentes na memória e no olhar do poeta. Isso reitera a 
coerência dos textos. 
1.2.1 A intertextualidade 
 
 Gosto de sentir a minha língua roçar 
 A língua de Luís de Camões 
 Gosto de ser e de estar 
 E quero me dedicar 
 
 
 
1177 
 
 A criar confusões de prosódia 
 E uma profusão de paródias 
 Que encurtem dores 
 E furtem cores como camaleões 
 Gosto do Pessoa na pessoa 
 Da rosa no Rosa 
 E sei que a poesia está para a prosa 
 Assim como o amor está para a amizade 
 E quem há de negar que esta lhe é superior 
 E deixa os portugais morrerem à míngua 
 “Minha pátria é minha língua” 
 Fala Mangueira! 
 Fala! 
 [...] 
 
VELOSO,Caetano. Língua. In Velô, 1984. 
No ensino da Língua Portuguesa, atualmente, os professores encontram constantes 
desafios para compreender o texto como um produto histórico-cultural, relacioná-lo a 
outros textos e admitir a multiplicidade de leituras por ele suscitadas. Isso evidencia a 
necessidade de construir e desconstruir os textos, ressaltando os efeitos provocados 
pelas alterações, verificar as relações estabelecidas pelos conteúdos veiculados neles, 
entender o uso da língua, adequando-a convenientemente a diferentes contextos, e saber 
analisá-la com base em conceitos sobre sua estrutura e seu funcionamento. 
Pela interação entre os vários gêneros de textos e os intertextos presentes neles, os 
professores podem investigar as experiências de leitura dos alunos e trilhar as pistas 
deixadas pelos autores nos textos, considerando o explícito e o implícito, inferindo suas 
intenções. Nessa perspectiva, cabe ao professor desenvolver no aluno a capacidade de 
identificar o intertexto, investir na ideia de que todo texto é resultado de outros textos. 
Isso significa dizer que o uso da palavra é dialógico. Em Bakhtin (2003) a terminologia 
aparece sob o nome de dialogismo, processo como se estabelecem as relações. O 
dialogismo ocorre sempre entre discursos. 
Todo discurso dialoga com outros discursos, toda palavra é cercada de outras palavras, 
precedida por outras palavras, nas quais se inspira. A relação dialógica é uma relação 
(de sentido) que se estabelece entre enunciados na comunicação verbal. Todo enunciado 
possui uma dimensão dupla, revelando duas posições: a própria e a do outro. É uma 
relação de sentido, constituída no próprio texto, o que se denomina interdiscursividade. 
 
 
 
1188 
 
 
Figura 1.2 – Bom Bril Mon Bijou 
Fonte:<http://www.filologia.org.br/viiicnlf/
anais /caderno09-02.htmlBombril>. 
 Acesso em: 13 jun. 2009. 
A intertextualidade, por outro lado, é uma relação discursiva materializada em textos. 
Constitui-se no fenômeno da produção de sentido entre textos expressos por diferentes 
linguagens. 
O termo intertextualidade fica reservado apenas para os casos em que 
a relação discursiva é materializada em textos. Isso significa que a 
intertextualidade pressupõe sempre uma interdiscursividade, mas que 
o contrário não é verdadeiro. Por exemplo, quando a relação dialógica 
não se manifesta no texto, temos interdiscursividade, mas não 
intertextualidade. No entanto, é preciso verificar que nem todas as 
relações dialógicas mostradas no texto devem ser consideradas 
intertextuais. [...] as relações dentro do texto ocorrem quando as duas 
vozes se acham no interior de um mesmo texto: no caso do exemplo 
de Vidas secas, temos uma relação dialógica dentro do texto, pois as 
vozes do narrador e de Fabiano se encontram no interior de um texto, 
não são constituídas num outro texto fora do texto em análise. [...] No 
entanto, podem-se ter também relações entre textos, quando um texto 
se relaciona dialogicamente com outro texto já constituído (FIORIN, 
2006, p.181-182). 
Isso é o que se pode constatar no fragmento de Caetano Veloso, na epígrafe inicial. Nos 
versos “Gosto do Pessoa na pessoa / Da rosa no Rosa/ E sei que a poesia está para a 
prosa/ Assim como o amor está para a amizade”, o autor faz referência ao poeta 
Fernando Pessoa e à sua expressividade, a mesma que gosta de ver nas pessoas, e ao 
romancista João Guimarães Rosa, cuja expressão de linguagem é tão bela quanto a rosa. 
Reconhece, ainda, o processo de construção 
poética da linguagem em ambos, tanto que 
poesia e prosa dialogam tal qual o amor e a 
amizade. Por isso, a pátria é a sua língua. 
Outro exemplo encontra-se na publicidade - um 
dos anúncios da marca Bom Bril, em que o ator 
se veste e se posiciona como se fosse a Mona 
Lisa, de Leonardo Da Vinci, pintor 
renascentista do século XVI. O enunciado-
slogan é “Mon Bijou deixa sua roupa uma 
perfeita obra-prima”. Tal enunciado sugere ao 
leitor que o produto anunciado deixa a roupa 
 
 
 
1199 
 
bem macia e perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima (referência ao quadro de 
Da Vinci). 
Na publicidade, pode-se dizer que a intertextualidade assume a função não só de 
persuadir o leitor como também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma 
relação com a arte (plástica e literatura). Utilizando-se deste recurso, grande parte do 
efeito de uma propaganda ou do título de uma reportagem, no jornalismo, é proveniente 
da referência feita a textos pré-existentes. Esses textos ora são retomados de forma 
direta, ora de forma indireta, levando o destinatário a reconhecer no enunciado o texto 
citado. 
A intertextualidade ilustra a importância do conhecimento de mundo e como esse fator 
interfere na compreensão do texto. Muitas vezes as leituras não são entendidas 
exatamente porque o leitor não detém informações necessárias para estabelecer as 
relações pertinentes. Ao relacionar um texto com outro, compreenderá que a 
intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a construção de um texto. 
Vista como estratégia, a intertextualidade pode também ser identificada, de acordo com 
o propósito do texto, como: epígrafe (escrita introdutória a outra, como elemento temático 
contextualizador); citação (transcrição do texto alheio, marcada por aspas); paráfrase 
(reprodução do texto do outro com a palavra do autor); paródia (apropriação da forma e 
rompimento com o conteúdo, sutil ou abertamente; perverte o texto anterior, visando à ironia, 
ou à crítica); pastiche (composição literária ou artística grosseiramente copiada de outro texto); 
tradução (está no campo da intertextualidade porque implica recriação de um texto). 
A cultura, do país e do mundo, está em constante movimento, por isso entender os 
diálogos entre os textos significa a possibilidade de se inserir neste universo, e, 
consequentemente, ampliar os horizontes das próprias leituras para, posteriormente, ter 
possibilidade de produzir textos utilizando-se também desse recurso. E, assim...os 
conhecimentos proliferam. 
1.2.2 A literalidade do texto e o texto literário 
Muitas pessoas leem variados textos todos os dias, mas, dificilmente, se questionam 
por que alguns textos são considerados literários e outros não. Elas não entram nomérito 
 
 
 
2200 
 
Texto 1: O LIXO 
 
É todo resíduo sólido proveniente de atividades 
humanas ou mesmo de processos naturais 
(poeira, folhas e ramos mortos, cadáveres de 
animais). O lixo urbano é um dos maiores 
problemas ambientais da atualidade, pois os 
moldes de consumo adotados pela maioria das 
sociedades modernas provocam o aumento 
contínuo e exagerado na quantidade de lixo 
produzido. 
 
 
 
(Disponível em: 
<http://www.ca.ufsc.br/qmc/aulas1anos/lixo/lixo.htm>. 
Acesso em: 12 jun 2009) 
Texto 2: O Bicho 
 
Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio 
Catando comida entre os detritos. 
 
Quando achava alguma coisa, 
Não examinava nem cheirava: 
Engolia com voracidade. 
 
O bicho não era um cão, 
Não era um gato, 
Não era um rato. 
 
O bicho, meu Deus, era um homem. 
Rio, 27 de dezembro de 1947. 
(BANDEIRA, Manuel. Belo belo. In Estrela da Vida 
Inteira. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, 
p.201-202). 
 
Figura 1.3 – Moema - Quadro de Vitor Meirelles, sobre a indígena 
Moema. Exposição no Museu de Arte de São Paulo. (Domínio 
Público). 
Fonte: <domíniopublico.gov.br>. 
Acesso em: 13 jun. 2009. 
 
do pensar sobre a elaboração da linguagem de que dispõem à sua frente, apenas 
realizam leituras, sob a 
perspectiva da 
compreensão temática 
abordada nesses 
textos. Isso, na 
maioria das vezes, 
interfereem 
interpretação mais 
fidedigna. 
Nesse sentido, 
algumas considerações 
de caráter reflexivo se fazem presentes nos textos a seguir, observando-se as diferenças 
na linguagem utilizada e nos aspectos composicionais (estruturais): 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após a leitura, é possível constatar, em primeiro lugar, a diferença na forma de 
expressão. O primeiro é prosa – constitui um parágrafo; o segundo, poema – compõe-se 
de versos, em estrofes. Além disso, a linguagem utilizada é objetiva e impessoal no 
 
 
 
2211 
 
texto 1 e subjetiva, pessoal e carregada de emoções e de valores do eu lírico, que se 
sente indignado diante do que vê, no texto 2. 
Isso permite denominar o primeiro como texto literal, de caráter utilitário, cujo objetivo 
é informar, esclarecer o tema em questão; e o segundo como texto literário, cujo 
objetivo é emocionar, sensibilizar o leitor para que reflita sobre a situação degradante 
em que se encontra o homem. Há, no texto 2, preocupação com a organização, com a 
harmonia das palavras, e uma clara intenção estética; por isso é considerado texto 
literário. 
Ambos os textos se referem ao mesmo fato da realidade, porém os sentidos são muito 
diferentes. Para o primeiro, a preocupação é inteira para a realidade atual; já o segundo 
se volta para uma realidade retratada no plano da expressão, pois apresenta a realidade 
de forma singular, plurissignificativa, insubstituível. 
Os textos científicos, informativos, instrucionais caracterizam-se pelo aspecto literal, 
empregando a linguagem denotativamente. Por essa razão devem ser claros, precisos, 
impessoais, não generalizados e escritos em terceira pessoa. 
Textos dessa natureza se propõem a explicar, interpretar ou elucidar fenômenos ou 
ocorrências da vida; a relatar experiências, 
apresentar resultados de pesquisas, divulgar 
princípios dela resultantes, que, eventualmente, 
poderão ser aplicados a outras situações. Um 
apoio imprescindível para a sustentação desse 
texto é a descrição “técnica”, diferente da literária, 
caracterizada pela objetividade, apoiada em dados 
concretos e marcada por vocabulário 
especializado. 
É fundamental a ordenação coerente dos conteúdos, a sequência lógica na apresentação 
de exemplos, a indicação de fontes consultadas ou de outros elementos que comprovem 
cientificamente a veracidade dos dados apresentados. Quanto ao léxico, a escolha deve 
Segundo o dicionário Aulete Digital (2008), 
literalidade é a qualidade ou caráter do 
que é literal, do que é usado em sentido 
literal (exato), não figurado. Isso 
referencia o sentido real, denotativo, da 
linguagem. Este é o sentido utilizado nos 
textos técnicos e científicos. 
Literário é o que se refere às letras; de 
características linguísticas, semânticas e 
estilísticas inerentes às obras de literatura; 
pertencente aos escritores e adquirido por 
meio da leitura. É o sentido figurado. 
 
 
 
2222 
 
ter caráter técnico, especializado, em função da área do conhecimento focada, apoiada 
em estrutura sintática cuidadosa, que atenda à necessária clareza do texto. 
Os textos literários, por sua vez, em seus gêneros narrativo, lírico e dramático, 
empregam a linguagem conotativamente, por isso são plurissignificativos. A conotação, 
no entanto, não é característica exclusiva da literatura. Nos diálogos cotidianos, em 
anúncios publicitários, nas letras de música, na linguagem dos quadrinhos, ela, 
normalmente, está presente, sugerindo sentidos dúbios, causando estranhamentos que 
despertam a sensibilidade do leitor para os efeitos causados pela expressividade do 
enunciado verbal. 
A riqueza do texto literário é sempre um trilho novo a percorrer e a desvendar os seus 
mistérios. A cada leitura há um universo de revelações e uma conquista nova, pelo 
prazer do saber, pela magia das palavras, dos muitos significados instigados por elas, 
através dos tempos. Assim, intensificar a leitura literária é permitir aos leitores descobrir 
e repensar as próprias convicções, a partir dessa organização linguístico-cultural tão 
singular. 
A experiência da leitura decorre das propriedades da literatura 
enquanto forma de expressão, que, utilizando-se da linguagem verbal, 
incorpora a particularidade dessa de construir um mundo coerente e 
compreensível, logo, racional; esse universo, contudo, alimenta-se da 
fantasia do autor, que elabora suas imagens interiores para se 
comunicar com o leitor. Assim, o texto concilia a racionalidade da 
linguagem, de que é testemunha sua estrutura gramatical, com a 
invenção nascida na intimidade do indivíduo; e pode lidar com a 
ficção mais exacerbada, sem perder o contato com a realidade, pois 
precisa condicionar a imaginação à ordem sintática da língua. Por isso, 
a literatura não deixa de ser realista, documentando seu tempo de 
modo lúcido e crítico; mas revela-se sempre original não esgotando as 
possibilidades de criar, pois o imaginário empurra o artista à geração 
de formas e expressões inusitadas (ZILBERMAN, 1994, p.88). 
Se, por um lado, a elaboração de um texto, de caráter literal ou literário, está atrelada ao 
domínio da linguagem (denotativa ou conotativa), aos objetivos de quem escreve, para 
quem se escreve, como e por que se escreve; por outro lado, cabe aos leitores a clareza 
de que a leitura é uma atividade de linguagem, e como tal possui caráter dialógico, 
fundamentado na dimensão social, histórica e pragmática. Por isso, a necessidade de se 
ler com atenção a diversidade de textos, literários e não-literários, e entendê-los de fato. 
 
 
 
2233 
 
 
Figura 1.4 – Fotografia de arquivo 
pessoal de Silvia Helena Nogueira / 
2009 
 
 
 
 A leitura, compreendida não só como leitura da palavra, mas como leitura de mundo 
(FREIRE, 1986) deve ser atividade constitutiva de sujeitos capazes de entender o 
mundo e nele atuar como cidadãos. Essa leitura, como prática de cidadania, exige um 
leitor de aguçada criticidade, que saiba mobilizar seus conhecimentos linguísticos, 
textuais e de mundo; e, também, construir a significação global do texto, reconhecendo 
e utilizando as pistas nele colocadas, seja em seu aspecto literal ou literário. 
Por fim, para refletir: 
 
 
 
um pôr do sol 
ou 
um sol a se pôr? 
uma fotografia 
ou 
uma poesia? 
 
(shn/09) 
 
 
 
1.3 Gêneros textuais: a diversidade de textos 
Ao fazer uso da língua materna, o ser humano se comunica, tem acesso aos mais 
variados conhecimentos, expressa e defende pontos de vista, registra sua visão de 
mundo. O desenvolvimento da língua escrita possibilitou aos homens melhor 
compreensão da sociedade em que vivem. Tornou-se um elemento essencial, um bem 
indispensável. 
A escrita permitiu a ampliação do processo comunicativo, o que deu a esses homens 
subsídios para enfrentar os próprios problemas. Em contextos variados, eles a utilizam 
cotidianamente, seja nas ruas, nos locais de trabalho, nos ambientes escolares, nos 
diálogos familiares, no lazer, nas compras, nas atividades intelectuais. 
 
 
 
2244 
 
Em cada um desses contextos, a escrita é utilizada de forma específica, com objetivos 
próprios. Essa variedade de usos da escrita definirá diferenças nas formas de como se 
escrever determinado texto. 
Exatamente em razão dessa diversidade de usos de texto com funções próprias, muitos 
estudiosos da linguagem buscaram uma classificação para os diferentes gêneros do 
discurso escrito, levando em consideração a dimensão sócio-histórica desses gêneros. 
Essa abordagem prioriza a interação, sem utilizar o texto de forma indiferenciada. Estes 
deverão ser estudados e produzidos, levando-se em contaos contextos de sua produção, 
em diferentes situações de interlocução. 
1.3.1 A compreensão dos gêneros de texto e seu uso social 
Para Bakhtin (2004), o discurso é o ponto de 
articulação dos processos ideológicos e dos 
fenômenos lingüísticos; manifesta-se em forma de 
enunciados, orais ou escritos, expressos por 
indivíduos em diferentes atividades humanas. O produto dessa interação é a enunciação. 
 Dessa forma, é por meio dos enunciados concretos que a vida entra na língua, isto é, 
em função da natureza dos enunciados é que se materializam os gêneros do discurso. 
Gênero é forma de discurso, de enunciação. 
Há que se considerar, na visão bakhtiniana, os gêneros primários e os gêneros 
secundários. Os chamados gêneros primários (aqueles espontâneos, que se formam nas 
condições imediatas da comunicação discursiva) são frequentes no uso cotidiano, 
aproximam-se da modalidade oral da linguagem. Já os secundários (ou estáveis, mais 
reclamação, relatórios, pesquisas científicas, romances, por exemplo), normalmente, são 
adequados às situações de ensino formal da modalidade escrita, relacionados ao âmbito 
dos sistemas ideológicos constituídos. 
Os gêneros constituem-se em práticas sociais mediadas pela linguagem, compartilhadas 
e reconhecidas em uma dada cultura. A concepção da linguagem articulada à vida social 
Para Dolz & Schneuwly (2004), retomando 
Bakhtin (2003) gêneros são instrumentos 
mediadores estáveis que se caracterizam 
por um conteúdo temático, um estilo e 
uma construção composicional. 
 
 
 
2255 
 
e ao sistema da língua carrega em si pressupostos acerca de seu ensino, pois ensinar 
uma língua é ensinar a agir nesta língua. 
O trabalho com gêneros discursivos, como instrumentos para uma ação, possibilita 
atividades operacionais com a linguagem em diferentes situações. Cada gênero tem uma 
forma, um estilo, um conjunto de características que o indivíduo, como usuário da 
língua, serve-se desses recursos para suas próprias composições, em função das 
condições de produção em que se encontrar. 
Marcuschi (2003, p.3) registra alguns conceitos esclarecedores sobre abordagens que 
envolvem o estudo dos gêneros: 
Domínio discursivo (esfera de atuação humana) 
Entende-se aqui como domínio discursivo uma esfera de atividade 
humana, como lembrou Bakhtin (1979). Não é um princípio de 
classificação de textos e indica instâncias discursivas, tais como: 
discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso, discurso 
militar, discurso acadêmico etc. Não abrange um gênero em 
particular, mas dá origem a vários deles, constituindo práticas 
discursivas dentro das quais podemos identificar um conjunto de 
gêneros textuais que às vezes lhe são próprios ou específicos como 
práticas ou rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras 
de relações de poder etc. Neste caso, Domínio Discursivo distingue-se 
da noção de formação discursiva, tal como proposta por Foucault. 
Gênero (textual, de texto, discursivo, do discurso) 
Trata-se de textos orais ou escritos materializados em situações 
comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que 
encontramos em nossa vida diária com padrões sócio-comunicativos 
característicos definidos por sua composição, objetivos enunciativos 
e estilo concretamente realizados por forças históricas, sociais, 
institucionais e tecnológicas. Os gêneros constituem uma listagem 
aberta, são entidades empíricas em situações comunicativas e se 
expressam em designações tais como: sermão, carta comercial, carta 
pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, 
notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, 
lista de compras, cardápio de restaurante, resenha, edital de 
concurso, piada, conversação espontânea, conferência, e-mail, bate-
papo por computador, aulas virtuais e assim por diante. Como tal, os 
gêneros são formas textuais escritas ou orais bastante estáveis, 
histórica e socialmente situadas. 
Tipo (textual, de texto, de discurso) 
Esta noção designa muito mais modalidades discursivas ou então 
seqüências textuais do que um texto em sua materialidade. O tipo 
textual define-se pela natureza lingüística de sua composição 
 
 
 
2266 
 
{modalidade, aspectos sintáticos, lexicais, tempos verbais, relações 
lógicas, estilo, organização do conteúdo etc.}. Em geral, os tipos 
textuais abrangem um número limitado de categorias conhecidas 
como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. 
Quando predomina uma característica tipológica num dado texto 
concreto dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo ou 
expositivo ou descritivo ou injuntivo. Os tipos textuais constituem 
modos discursivos organizados no formato de seqüências estruturais 
sistemáticas que entram na composição de um gênero textual. Tipo e 
gênero não formam uma dicotomia, mas se complementam na 
produção textual. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Portuguesa, para o Ensino 
Fundamental (1997) e o Ensino Médio (1999), que assumem a concepção 
comunicativo-discursiva de linguagem, abordam a questão dos gêneros como princípio 
para a formação de cidadãos, sujeitos que possam exercer a sua competência discursiva. 
Isto implica a construção de uma prática de ensino da língua, que não se restrinja a focar 
níveis lexicais, oracionais ou mesmo estritamente textuais. 
Essa opção utiliza o texto como unidade básica de ensino, levando em consideração o 
seu contexto de produção e sua organização como resultado do processo de operações 
comunicativas, linguísticas e sociocognitivas. Essa atividade verbal, praticada pelos 
usuários da linguagem, é uma atividade consciente. O sujeito que produz ou lê o texto 
tem papel ativo na escolha ou análise dos elementos linguísticos, pragmáticos e/ou 
socioculturais. 
A escolha do gênero depende do que se quer dizer, para quem, com quais intenções. 
Para o leitor, o conhecimento das condições de produção é fundamental para 
compreender as escolhas realizadas pelo autor do texto, levando-se em consideração o 
dialogismo da linguagem e a alteridade do discurso. 
O processo de ensino-aprendizagem dos gêneros requer o desenvolvimento de 
estratégias didáticas. Vivenciar na escola o estudo dos gêneros discursivos é vivenciar 
atividades sociais das quais a linguagem é parte essencial; pois, muitas vezes, os alunos 
não terão acesso a essas atividades, a não ser pela escola. Ensinar linguagem na 
perspectiva de gênero, com diversidade de textos, é compreender o funcionamento dela 
 
 
 
2277 
 
na sociedade e na relação com os indivíduos e sua cultura, suas representações. O 
mundo letrado deve se tornar algo real, palpável. 
Os alunos precisam apropriar-se das características de cada gênero, para produzir outros 
textos do mesmo gênero, com composição, características de linguagem e estilo 
semelhantes ao daquele que foi o ponto de partida. Paralelamente, eles vão construindo 
os próprios conhecimentos de linguagem. 
Essas ações os tornam sujeitos de suas produções, orais e ou escritas, inseridas em 
contextos situacionais, a serviço de certos fins sociais. 
1.3.2 As dimensões e os agrupamentos de gêneros: o tratamento 
didático 
Schneuwly e Dolz (2004) consideram que todo gênero textual se define por três dimensões 
essenciais: 
a) os conteúdos que são (que se tornam) dizíveis por meio dele; 
b) a estrutura (comunicativa) particular dos textos pertencentes ao gênero; 
c) as configurações específicas das unidades de linguagem, que são sobretudo 
traços da posição enunciativa do enunciador, e os conjuntos particulares de 
sequências textuais e de tipos discursivos que formamsua estrutura. 
Nesse sentido, a produção de um gênero, em situação de interação determinada, requer 
do enunciador a adaptação às características do contexto e do referente (capacidade de 
ação), a mobilização de modelos discursivos (capacidades discursivas) e o domínio das 
operações psicolinguísticas e das unidades linguísticas (capacidade linguístico-
discursiva). 
O desenvolvimento dessas capacidades constitui-se (sempre parcialmente) de modelos 
de prática de linguagem disponíveis no ambiente social. Os membros da sociedade que 
os dominam têm a possibilidade de adotar estratégias explícitas para que os aprendizes 
possam se apropriar deles. 
Os gêneros constituem um ponto de referência concreto para os alunos, na ótica do 
ensino, pois correspondem à ferramenta que possibilita o exercício da função social da 
 
 
 
2288 
 
Quanto às capacidades de linguagem dominantes, os autores 
apontam cinco básicas: 
Narrar: imitação da ação pela criação da intriga no domínio do 
verossímil; 
Relatar: representação pelo discurso de experiências vividas, 
situadas no tempo; 
Argumentar: sustentação, refutação e negociação de tomadas de 
posição; 
Expor: apresentação textual de diferentes formas dos saberes; 
Descrever ações: regulação mútua de comportamentos. 
língua. Cada gênero, portanto, precisa de estudo específico, com adaptações para seu 
ensino, pois apresenta características próprias, tanto de linguagem como de organização. 
É importante, como estratégia de ensino, fornecer aos alunos os instrumentos 
necessários para sua progressão. Para isso, as intervenções dos professores podem 
ocorrer por meio de sequências didáticas. Nos dizeres de Dolz e Schneuwly (2004, p.97), 
“um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um 
gênero textual oral ou escrito”. 
A finalidade de se utilizar uma sequência didática é graduar modularmente o processo 
de aprendizagem, levando o aluno a identificar e empregar as características de 
determinado gênero e a dominar sua composição, em função da esfera social em que ele 
circula. Isso lhe permitirá escrever ou falar de forma mais adequada em dada situação 
de comunicação. Há que se considerar, ainda, que essas sequências devem ser realizadas 
no âmbito de um projeto de classe, respeitando-se: 
 
 
[...] os princípios teóricos subjacentes ao procedimento; o caráter 
modular dos procedimentos e suas possibilidades de diferenciação; as 
diferenças entre os trabalhos com oralidade e com escrita; a 
articulação entre o trabalho na seqüência e outros domínios de ensino 
de língua (SCHNEUWLY, DOLZ, 2004, p.108). 
 
 
 
Com base nessas capacidades, os 
gêneros são agrupados, levando-se 
em conta especialmente os aspectos 
tipológicos, o que permite definir 
objetivos de estudo, relacionando 
três níveis fundamentais de 
operações de linguagem em 
funcionamento: 
 
 representação do contexto social ou contextualização (capacidade de ação); 
 estruturação discursiva do texto (capacidade discursiva); 
 
 
 
2299 
 
 escolha de unidades linguísticas ou textualização (capacidades linguístico-
discursivas) 
 
O trabalho com os gêneros textuais, enfim, é instrumentação efetiva para um ensino 
coerente da linguagem. A progressão dos conteúdos ensinados e apreendidos permitirá a 
prática real, mais próxima possível de verdadeiras situações de comunicação, que 
tenham sentido para os alunos, a fim de que melhor possam dominá-las. 
 
1.4 Para saber mais 
 
Filme 
Assista ao filme Escritores da Liberdade (Freedom Writers), como enriquecimento 
cultural, pois é uma fabulosa história de vida, que mostra como as palavras podem 
emancipar as pessoas e de que forma a educação, a cultura e o conhecimento são as 
bases para um mundo melhor. 
Ficha Técnica: 
País/Ano de produção: EUA/Alemanha, 2007 
Duração/Gênero: 123 min., Drama 
Direção de Richard LaGravenese 
Roteiro de Richard LaGravenese, Erin Gruwell, Freedom Writers 
Elenco: Hillary Swank, Patrick Dempsey, Scott Glenn, Imelda Staunton, April Lee Hernandez, 
Kristin Herrera, Jacklyn Ngan, Sergio Montalvo, Jason Finn, Deance Wyatt. 
 
1.5 Síntese da unidade 
Esta unidade abordou as diferentes perspectivas sobre o ler e o interpretar, apresentando 
concepções sobre a leitura de mundo e da palavra. Os capítulos procuraram esclarecer a 
constituição do texto, sob diferenciados discursos e contextos, bem como os processos 
de alfabetização e de letramento. Contemplou, por fim, breve estudo sobre os gêneros 
textuais, suas diversidade e dimensões, seus agrupamentos e o tratamento didático a eles 
destinado, além dos recursos expressivos na construção textual. 
 
 
 
3300 
 
1.6 Atividades 
 
Com base nos conteúdos trabalhados, reflita e responda: 
1) Que concepções de ensino da Língua Portuguesa justificam as práticas de trabalho 
dos professores, no que se refere a como e para que se desenvolve leitura e se produz 
textos na escola? 
 
2) Em que essas práticas de ensino da Língua Portuguesa contribuem para a formação 
de cidadãos críticos e linguisticamente competentes? 
 
3) MARTINS, M. H. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1986. 
Esta é uma obra importante, em uma linguagem simples e didática. A autora desperta 
para a compreensão básica sobre o processo da leitura e apresenta três formas de ser 
realizada por todos os leitores, mesmo sem que eles percebam. Vale ler! 
 
 
 
 
 
3311 
 
Unidade 2 
Unidade 2 . Leitura e domínio da escrita 
 
De alguma maneira, porém, podemos ir mais 
longe e dizer que a leitura da palavra não é 
apenas precedida pela leitura do mundo mas por 
uma certa forma de “escrevê-lo” ou de 
“reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo 
através de nossa prática consciente. 
 (FREIRE, 1986, p. 22) 
 
Esta unidade apresenta a você, caro leitor, a oportunidade de conhecer, refletir e 
apreender informações sobre a leitura e a escrita, em seus aspectos constitutivos. O 
objetivo é levantar reflexões sobre a prática da leitura e da escrita, sem, no entanto, 
aprofundar conhecimentos sobre os aspectos formativos da última. Faz-se necessário, 
assim, esclarecer que esses aspectos perfazem uma perspectiva mais gramatical da 
língua, que não é a intenção posta, visto que a fundamentação teórica apoia-se na 
abordagem linguístico-discursiva do ensino da língua. 
Dessa forma, sequencia considerações sobre a importância da leitura para o domínio da 
escrita, sobre as diferenças entre a língua falada e a escrita, os aspectos de coesão e os 
de coerência na construção do texto escrito. Por fim, trata de um tema de relevância no 
contexto atual: a reforma ortográfica. 
 
2.1 A importância da leitura para o domínio da escrita 
Ler e escrever significam questionar e ser questionado pelo mundo e por si próprio. É a 
busca de respostas que irão gerar novas perguntas. Quanto maior o grau de 
informatividade do texto, maior a necessidade de reconhecer suas marcas linguísticas. A 
linguagem vai atribuindo matrizes à simbologia do discurso, cujos valores e modelos 
serão corporificados no constante enigma dos textos. 
 
 
 
3322 
 
Ler muito e sempre que possível, com objetivo determinado, sabendo por que se está lendo. 
Ler unidades de pensamento, relacionando as ideias, e não palavras por palavras. 
Avaliar o que se está lendo, perguntando pelo sentido, identificando a idéia central e seus 
fundamentos. 
Aprimorar o vocabulário, esclarecendo termos e/ou palavras desconhecidas, por meio do dicionário. 
Esse é um recurso significativo para a exploração de palavras-chave, no contexto

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