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Resumo aulas conceituais lingua portuguesa (1)

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Unidade 1 
LÍNGUA PORTUGUESA, LEITURA,PRODUÇÃO DE TEXTOS E LITERATURAINFANTIL
A língua materna como objetivo de estudo :
A cultura de um povo/nação é construída ao longo de sua história e suas experiências, isso envolve uma grande quantidade de eventos, fatos, habilidades desenvolvidas e evolução. A língua materna está dentro dessa evolução pela qual o ser humano passou e ainda passa, pois é a partir da utilização da linguagem elaborada que o desenvolvimento humano ocorre de forma exponencial.”
OS FUNDAMENTOS LINGUÍSTICOS DA COMUNICAÇÃO: “A arbitrariedade está em não haver relação entre a palavra, que seria o signo, e a imagem que seria o significado. Para que houvesse relação, o objeto deveria ser designado por uma palavra que remeteria à sua função; a cadeira se chamaria “sentador”[...]” 
A partir do pensamento de Saussure, entendemos que a Língua e Linguagem não são a mesma coisa, mas que a Língua é algo construído (“conjunto de convenções necessárias”) para que faça parte de um domínio maio (Saussure chama isso acima de faculdade, no sentido de capacidade, aptidão natural), que é a linguagem. 
 a LINGUAGEM é 
 a faculdade comunicativa: possibilidade de comunicar-se, enquanto a LÍNGUA é a “ferramenta” que permite exercer tal faculdade. A LINGUAGEM é algo natural ao ser humano, é uma capacidade com a qual nascemos, todavia, a Língua é adquirida, convencionada (arbitrária) e precisamos assimilá-la.
• Língua: “ é um conjunto de grafias combinadas entre si que representam a linguagem verba utilizada por um grupo de indivíduos constituintes de uma comunidade. Diante da heterogeneidade da linguagem é a língua que será capaz de fornecer um ponto de apoio satisfatório para seu usuário, ou seja, a língua é um conjunto de convenção necessária que permite o uso e organização da linguagem.”
• Linguagem: é o uso de procedimentos variáveis que possibilitam a comunicação humana, faculdade inerente ao homem de comunicar-se utilizando a fala. A fala abrange a comunicação linguística em toda a sua totalidade, é individual, intencional, espontânea e depende das estruturas psicofísicas do indivíduo para se realizar.” “Na comunicação oral não são observadas a rigor as formalidades das normas culta da língua, o falante não necessita ir à escola para aprender a utilizar a língua falada, ele aprende no meio em que vive sob a influência de seus familiares e amigos, por meio de veículos de comunicação, etc. Em situação de uso da língua falada, emissor e receptor estão presentes, a recepção da mensagem é imediata e o receptor pode intervir no discurso do emissor.”
Linguagem é a essência da ação humana e perpassa toda a história evolutiva do ser em graus mais ou menos desenvolvidos. A comunicação efetiva-se por meio da linguagem e esta é o campo de estudo da linguística que, como ciência, baseia-se em estudos teóricos e empíricos para fundamentar a tese de que toda e qualquer manifestação linguística é passível de descrição e explicação dentro de um quadro cientifico especifico.
VARIANTES 
“Variação geográfica ou diatópica: características de falas regionais, expressões próprias de determinados lugares, diferenciação entre o urbano e o rural.
Variação social ou diastrática: características relacionadas à posição que o falante ocupa em suas relações que demonstram escolaridade, classe social e/ou gênero. 
 Variação estilística ou diafásica: características relacionadas à circunstância comunicativa: espaço da comunicação, assunto abordado, tipo de texto.”
ORALIDADE VERSUS ESCRITA “A escrita e a oralidade são práticas sociais muito comuns na história da humanidade, cada uma com sua particularidade, mas ambas com funções de grande importância para a nossa sociedade.”
• Escrita “A escrita tornou-se mais do que uma tecnologia,um conhecimento, tornou-se um bem cultural que foi e ainda é construído, e que é indispensável para a vida em qualquer ambiente rural ou urbano,pois permeia as mais diversas relações: trabalho(documentos, relatórios), namoro (bilhetes, cartas,dedicatórias), profissional (contrato), pessoa(leitura, bilhete), etc.” 
Fala A fala é naturalmente aprendida no dia a dia de qualquer criança de forma natural; passa por um processo formativo, mas não tão incisivo quanto aescrita. A fala também é um instrumento comunicativo de prestígio na sociedade moderna, pois atinge um objetivo poderoso na comunicaçãoe massa por meio das mídias tradicionaistelevisão, rádio) e das novas mídias (internet,aplicativos de smartphone).
Modelo de Jakobson 
• Remetente: Você; 
• Mensagem: conteúdo da mensagem enviada(texto); 
• Referente: a festa; 
• Código: língua portuguesa; 
• Canal de comunicação: aplicativo de 
mensagens; 
• Destinatário: o seu amigo.
Função emotiva: expressa as emoções e sentimentos de quem fala, na primeira pessoa do 
discurso. Comum em textos opinativos, frases com interjeições e poesias subjetivas; 
• Função conativa: centrada no destinatário, por isso tem um aspecto de persuasão, convencimento. Comum em textos publicitários; 
• Função referencial: tem o seu objetivo em descrever/apresentar o objeto ou situação tratada na mensagem, há predominância do discurso em terceira pessoa impessoal. Comum em textos científicos e descritivos
Função poética: tem como objetivo a construção do texto da mensagem, pois utiliza a linguagem de forma a combinar imagens, sons e ritmos que produzam uma mensagem mais elaborada. Comum em textos literários e publicitários; 
Função fática: tem como objetivo estabelecer comunicação, prolongando-a, focando-se no canal. Comum em cumprimentos e despedidas; 
Função metalinguística: tem como objetivo o próprio código, verificar o êxito da própria comunicação. comum quando a comunicação volta-se para explicar um termo ou expressão usada na própria comunicação.
 A GRAMÁTICA 
“A origem da gramática tradicional data do século II a. C. e foi descrita pela primeira vez por Dionísio da Trácia, com o objetivo de oferecer os padrões linguísticos para as obras de escritores consagrados, limitando-se à língua literária grega.”
A Gramática normativa estabelece as regras e normas a serem seguidas pelos falantes da língua e considera erro o que foge a essas regras. É dividida em três partes: a fonética, que estuda os sons da fala; a morfologia, que estuda as classes gramaticais, e a sintaxe, que estuda a função que as palavras desempenham dentro da oração, como a concordância, a regência e a disposição da palavra na frase. Para que se possa compreender o uso dos pronomes relativos, a colocação pronominal e as várias relações de concordância, por exemplo, dentro da frase e esta dentro do período, é importante realizarmos uma análise sintática, que é a parte da gramática normativa que se preocupa com a organização das palavras na sentença. 
A Gramática descritiva se ocupa com a descrição da forma e do funcionamento da língua, refere-se à formação do discurso concreto utilizado pelos falantes dentro das regras gramaticais estabelecidas. Sua função é investigar, descrever e registrar as variedades da língua, em um dado momento de sua existência, estudando os seus mecanismos e construindo hipóteses que expliquem seu funcionamento. Não leva em conta o conceito decerto ou errado, mas o que funciona como meio de comunicação, e considera que existe apenas o adequado e o inadequado ao contexto.
A Gramática internalizada ocorre por meio da internalização do conjunto de regras normativas de uso da língua pelos seus usuários. De acordo com Luft (2008), essa internalização ocorre na medida em que seconvive com falantes da mesma língua, e é denominada pelo autor de saber linguístico. Para Travaglia, “não há erro linguístico nessa concepção de gramática, mas sim o uso inapropriado de interação de situações comunicativas por não atender às normas sociais de uso da língua
CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM 
 1.Linguagem como expressão do pensamento: está ligada diretamente à noção da gramática tradicional e entende que o ato de escrita não sofre nenhuma influência das circunstâncias sociais e históricas em que o autor está inserido. Entendendo que a norma culta é a forma de “traduzir” o que o ser humano está pensando, assim o conhecimento pleno da gramática tradicional permite uma expressão e comunicação eficiente.
2. Linguagem como instrumento de comunicação: entende que a língua é um conjunto de códigos que, combinados da forma correta, permitem uma comunicação objetiva e eficiente. Assim, se o emissor e o receptor dominarem o mesmo código, a comunicação ocorrerá satisfatoriamente. Essa concepção vincula-se a uma visão gramatical tradicional por apresentar a língua como uma ferramenta isolada do seu contexto social e real de uso. Esse modelo entendia que a repetição de modelos prontos de comunicação seriam suficientes para estabelecer a aprendizagem da língua e seus elementos comunicativos. 
3. Linguagem como forma de interação: entende que a língua se materializa no processo comunicativo de forma dinâmica e ininterrupta, considerando o contexto histórico, político e social como parte essencial do discurso e com interferência direta na comunicação. Essa concepção não aceitou que a língua é a expressão do que o ser humano pensa ou ainda que ela é um conjunto fechado de regras comunicativas, mas apoiou-se no conceito de que a língua constitui-se nas condições do ato comunicativo, que é sempre diferente e dinâmico, mesmo que seja repetido diversas vezes. Segundo Bakhtin (2010, p. 271), “a compreensão de uma fala de um enunciado é sempre acompanhada de uma atitude responsiva ativa.” 
Unidade 2
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA LEITURA 
“Ser leitor no Brasil do século XVII era privilégio da elite e dos religiosos, qualidade que marcava a separação de classes sociais. O termo “analfabeto” surge no Brasil no final do século XIX quando se estabelece a proibição do voto do sujeito analfabeto por ocasião da reforma eleitoral de 1882; o analfabeto passa a ser um indivíduo visível aos olhos da sociedade, que usa essa característica para selecionar e excluir.”
“As práticas letradas são indissociáveis da alfabetização, ambas fazem parte do processo de desenvolvimento do conhecimento e se desenvolvem em variados espaços sociais, mantendo relação direta com o mundo do trabalho. No contexto dessa relação letramento- mundo do trabalho, o INAF – Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional – realiza pesquisas com a finalidade de verificar as condições de alfabetismo da população de jovens e adultos brasileiros.”
Analfabeto: quem não consegue envolvem a lê palavras e frases, ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços, etc.).
Rudimentar: localiza uma ou mais informações explícitas, expressas de forma literal, em textos muito simples (calendários, tabelas simples, cartazes informativos) compostos de sentenças ou palavras que exploram situações familiares do cotidiano doméstico Compara, lê e escreve números familiares (horários preços, cédulas/moedas, telefone), identificando maior/menor valor. Resolve problemas simples d cotidiano envolvendo operações matemática elementares (com ou sem uso da calculadora) o estabelecendo relações entre grandezas e unidades de medida. Reconhece sinais de pontuação (vírgula exclamação, interrogação, etc.) pelo nome ou função.
Elementar: seleciona uma ou mais unidades de informação, observando certas condições, em textos diversos de extensão média, realizando pequenas inferências. Resolve problemas envolvendo operações básicas com números da ordem do milhar, que exigem certo grau de planejamento e controle (total de uma compra, troco, valor de prestações sem juros). Compara ou relaciona informações numéricas ou textuais expressas em gráficos ou tabelas simples, envolvendo situações de contexto cotidiano doméstico ou social. Reconhece o significado de representação gráfica de direção e/ou sentido de uma grandeza (valores negativos, valores anteriores ou abaixo daquele tomado como referência).
Intermediário: localiza informação expressa de forma literal em textos diversos (jornalístico e/ou científico), realizando pequenas inferências. Resolve problemas envolvendo operações matemáticas mais complexas (cálculo de porcentagens e proporções) da ordem dos milhões, que exigem critérios de seleção de informações, elaboração e controle em situações diversas (valor total de compras, cálculos de juros simples, medidas de área e escalas); interpreta e elabora sínteses de textos diversos (narrativos, jornalísticos, científicos), relacionando regras com casos particulares a partir do reconhecimento de evidências e argumentos e confrontando a moral da história com sua própria opinião ou senso comum. Reconhece o efeito de sentido ou estético de escolhas lexicais ou sintáticas, de figuras de linguagem ou sinais de pontuação.
Proficiente: elabora textos de maior complexidade(mensagem, descrição, exposição ou argumentação) com base em elementos de um contexto dado e opina sobre o posicionamento ou estilo do autor do texto. Interpreta tabelas e gráficos envolvendo mais de duas variáveis compreendendo elementos que caracterizam certos modos de representação de informação quantitativa (escolha do intervalo, escala, sistema de medidas ou padrões de comparação) reconhecendo efeitos de sentido (ênfases, distorções, tendências, projeções). Resolve situações-problema relativos a tarefas de contextos diversos, que envolvem diversas etapas de planejamento controle e elaboração, que exigem retomada de resultados parciais e o uso de inferências.
“Portanto, a formação em curso de Ensino Superior promove a evolução da capacidade leitora, ampliando o campo das relações sociais, das oportunidades de trabalho, da construção de relações de sentidos entre o lido e o praticado, refletido, compreendido e aplicado em ações diárias. Essa evolução não ocorre a olhos nus, nem é perceptível sem que ocorra uma autoavaliação, ou seja, só percebemos que evoluímos quando nos auto avaliamos. Essa autoavaliação é importante para percebermos que evoluímos constantemente quando não desistimos de estudar, ler e compartilhar ideias.”
“Para o letramento acadêmico é necessário a independência na pesquisa, na construção de ideias, de produção de trabalhos, autoconfiança e responsabilidade. É a partir dos contatos com leituras diversificadas que se constroem identidades, posicionamentos ideológicos, significados culturais e estruturas de poder que vão refletir na atuação profissional, no mundo do trabalho e nas realizações pessoais. Letramento acadêmico é desenvolver conhecimentos relevantes para a área acadêmica, incluindo linguagem adequada, que vão possibilitar a transformação social.”
AS ETAPAS DOS PROCEDIMENTOS DE LEITURA 
Cabral (1986) descreve quatro etapas as quais podem promover uma leitura com proficiência,
Decodificação: é a fase inicial da leitura, é a decifração do código linguístico, é a junção da letras, de seus respectivos sons e a atribuição de significados.Compreensão: é a segunda fase da leitura, na qual ocorre a assimilação das informações contidas no texto, sendo necessário ao leitor ter conhecimento sobre o assunto abordado para que possa atribuir sentido ao texto lido. É a análise dos dados textuais.
Interpretação: é a capacidade de análise crítica frente ao texto e só ocorre depois da compreensão. Sem compreensão não ocorre a interpretação. Nessa etapa, recupera-se todas as informações e conhecimentos prévios sobre o assunto, estabelece-se a intertextualidade entre os textos, questiona-se, julga-se e tira-se conclusões a respeito do texto lido.
Retenção: é a última fase da leitura, na qual o/a leitor/a é capaz de armazenar na memória as informações mais importantes expostas no texto. Cabem então analogias, comparações, reconhecimento do sentido de linguagens figuradas e das ideias subjacentes.
• Níveis de leitura: 
Leitura passiva: caracterizada pela mera recepção de informação desacompanhada da reflexão. É a leitura mecânica, objetivando apenas a prova, a apresentação de um trabalho ocasionando uma memorização superficial. É quando sentimos sono ao ler ou quando fechamos o livro por achá-lo desinteressante, quando na verdade o desinteresse pode ser fruto da nossa passividade. 
Leitura ativa: é determinada pelo grau de atividade por parte do/a leitor/a, sua presença dialógica num esforço constante em compreender a mensagem, é um/a leitor/a atento que volta a ler parágrafos que não ficaram claros, buscando o entrelaçamento das ideias do/a autor/a. A capacidade de compreensão leitora depende do grau de atividade cognitiva do/a leitor/a. Ao primeiro obstáculo, se abandonada a leitura, a possibilidade de se atingir um grau maior de compreensão é abandonada também. Ao passo que, diante de uma dificuldade em se compreender o texto, recorre-se a releituras, busca de informações complementares, como o contexto do/a autor/a, a época em que o texto foi escrito; a possibilidade de se atingir um grau maior de compreensão leitora aumenta. 
AS COMPETÊNCIAS CRÍTICAS DE LEITURA 
 “A leitura crítica não aceita a posição passiva, codificadora e superficial de um texto, ela exige a posição ativa de um leitor cujas ideias se sobrepõem às do/a autor/a. Ler criticamente implica estabelecer conexões entre o discurso escrito e as práticas sociais.”
 “Ser crítico é ter a capacidade de ponderar tudo o que se lê diante de tudo que se conhece. Dessa forma, não devemos nos deixar influenciar por um renomado/a autor/a e aceitar como lei o que escreve apenas por ser um/a autor/a reconhecido nacional e internacionalmente, da mesma forma que não devemos rejeitar tudo partindo da concepção errônea de que ser crítico é rejeita tudo e ficarmos apenas com a nossa verdade Todas as verdades são transitórias, tudo tem que ser ponderado e relativizado.” 
Os Hipertextos e os Hiperleitores 
 “As formas de apresentação textual ganharam novas estruturas e com elas surgem os hipertextos, que se referem ao procedimento de escrita e leitura em que se podem inclui links que, quando clicamos sobre eles, abre-se uma nova janela e o texto citado pelo/a autor/a surge na tela[...]” 
Leitura de imagem 
“A imagem tem uma linguagem mundial, pode ser interpretada em todos os países, porém a interpretação pode variar conforme variam o conhecimento das pessoas que leem a imagem. Pelo seu poder comunicativo, a imagem é amplamente explorada pelos meios de comunicação, os quais também podem manipular o foco desejado e publicar apenas o que lhes convém. Portanto, a imagem pode ter várias funções conforme o interesse de quem a utiliza.” 
Unidade 3
LEITURA E FORMAÇÃO DO LEITOR 
“A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. [...]” (BRASIL, 1998, p. 69-70). 
“Um bom leitor forma, ao longo de sua vida, um repertório de leitura que auxilia e o promove a ser um bom produtor de texto, bom comunicador e com habilidade suficiente para exercer e apresentar seu ponto de vista e posicionar-se de acordo com suas crenças.”
 A INFLUÊNCIA DA LEITURA NA PRODUÇÃO DE TEXTO 
 “A escola é um espaço fundamental para o fomento e um trabalho sistematizado para o desenvolvimento da análise linguística, leitura e escrita, por isso o professor deve estimular desde sempre o entendimento da linguagem e suas possibilidades de uso e manipulação para que assim o aluno seja formado integralmente e consiga autonomia para manifestar-se, pois escrever um texto não é somente juntar frases ou palavras soltas.” 
“O produto da atividade discursiva oral ou escrita que forma um todo significativo, qualquer que seja sua extensão, é o texto, uma seqüência verbal constituída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir da coesão e da coerência. Em outras palavras, um texto só é um texto quando pode ser compreendido como unidade significativa global. Caso contrário, não passa de um amontoado aleatório de enunciados” 
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA BOA PRODUÇÃO DE TEXTO 
 Segundo Sercundes (2011), há três processos em que a escrita insere-se no contexto escolar como concepções de produção de texto:
 Escrita como um dom: entende-se que o aluno já domina todo o processo de escrita e não há um trabalho prévio e sistêmico sobre a escrita que será feita; o professor lança um tema, um assunto e o aluno produz. Essa concepção é falha na formação do aluno em não apresentar uma orientação de leitura, análise linguística, estrutura e gênero textual e é muito pouco usada nos dias de hoje.
Escrita como consequência: nessa concepção, a escrita é uma consequência deum saber ou senso comum, pouco aprofundado, como escrever após assistir um filme, ou uma viagem, a rotina dos alunos. Aqui também o trabalho com a leitura, análise linguística, estrutura e os gêneros textuais são preteridos, pois há um pretexto (filme, música, história, etc.) que norteia a produção textual.
Escrita como trabalho: entende-se nessa concepção que a produção de texto é uma extensão do conhecimento e trabalho feitos em sala de aula junto ao professor, assim, a escrita é uma construção e não meramente uma produção ocasional. O filme, a pesquisa ou a música pode ser uma das etapas de formação para uma produção de texto que envolve a leitura, análise linguística, estrutura, gênero textual e a possibilidade de reescrita e aquisição do conhecimento.
“Os PCNs (1998) apontam para alguns aspectos fundamentais que o aluno deve atentar-se ao produzir um texto. 
• finalidade; • especificidade do gênero; • lugares preferenciais de circulação; 
• interlocutor eleito; 
Utilização de procedimentos diferenciados para a elaboração do texto: 
• estabelecimento de tema; • levantamento de idéias e dados; 
• planejamento; • rascunho; • revisão (com intervenção do professor); • versão final.”
“Conforme Koch e Travaglia (2008), o conhecimento de mundo do leitor, o conhecimento compartilhado que se refere ao conhecimento em comum entre autor e receptor, a inferência que é o uso do conhecimento de mundo para a compreensão textual, e os fatores de contextualização, que são a âncora do texto, são elementos fundamentais na construção da coerência textual, e que devem ser analisados pelo autor para que sua intencionalidade seja atingida.” 
“[...] a coerência não está no texto, não nos é possível apontá-la, destacá-la, sublinhá-la ou
coisa que o valha, mas somos nós, leitores, em umefetivo processo de interação com o autor e
o texto, baseados nas pistas que nos são dadas e nos conhecimentos que possuímos que construímos a coerência.”
Os autores Koch & Elias (2008) e Costa Va(2006) apontam algumas estruturas fundamentais que devem observadas para a manutenção da coerência textual, o que pode ser estruturado da seguinte forma:
Repetição: deve haver um equilíbrio entre a repetição ou retomada de aspectos importantes e progressão, remetendo a algo novo, uma informação nova. A repetição ou retomada do termo, citado por Koch e Elias (2010), é um recurso adotado na progressão textual, porém deve ser visto com cautela, pois repetição não significa repetir o tempo todo o termo referenciado, mas sim retomar o essencial do que foi referido para progredir nas discussões.
Progressão: No desenvolvimento do texto, pode-se perceber a progressão do tema que pode ser feita de forma constante em enunciados sucessivos; progressão linear é quando o assunto que se expõe no enunciado anterior é o tema do enunciado seguinte; progressão com divisão do tema é quando este é subdividido em partes e cada uma é trabalhada em enunciados subsequentes. A progressão textual pode ainda ser realizada sob tópicos, por exemplo, quando citamos a violência escolar como tema e decide-se falar sobre todas as suas vertentes; cada tópico refere-se a uma vertente ou, se o assunto tratado é a alfabetização, podemos discorrer sobre a alfabetização de crianças, de adultos, os métodos de alfabetização, os instrumentos utilizados para alfabetizar, etc. 
Não contradição: refere-se tanto ao âmbito interno como ao âmbito externo do texto. No âmbito interno, o texto não pode trazer afirmações e negações sobre um mesmo ponto de vista. Não confundir a não contradição com oposições de ideias debatidas em um mesmo texto; debates baseados em oposições de ideias são sempre interessantes para qualquer texto. Podemos citar como exemplo de não contradição afirmar que corrupção é crime e no mesmo texto alegar que a propina paga a um policial rodoviário para fugir de uma multa é uma forma de resolver um problema; oposição de ideias seria debater em um mesmo texto os prós e os contras dentro de um mesmo tema. No âmbito externo, a não contradição refere-se ao contexto situacional, como, por exemplo, escrever um texto com linguagem científica quando destinado a crianças pequenas, escrever um texto com linguagem infantil quando destinado ao jovem adolescente, publicar um texto anedótico em uma revista científica, colocar rótulos em língua estrangeira em produtos vendidos no Brasil. Essas são ações que indicam contradição, e a não contradição seria a adequação do tema ao público e ao veículo de comunicação. 
Encadeamento: há duas formas citadas desse procedimento por Koch & Elias (2010): o encadeamento por justaposição, quando os enunciados são justapostos apenas com conexão semântica, sem a utilização de conjunções (em alguns desses casos podemos utilizar letras do alfabeto ou enumerar os tópicos para determinar as sequências em que serão apresentados nos textos); e o encadeamento por conexão ocorre quando são utilizados os conectivos, como os que já vimos anteriormente (mas, todavia, entretanto, porém, segundo, conforme etc.).
 Articulação: refere-se à teia formada pelo texto, o encadeamento das ideias, à ordem linear dessas ideias, é o processo de construção dos subtemas unidos ao tema principal. 
“A coesão manifestada no nível micro textual refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos estão ligadas entre si dentro de uma sequência. A coerência, por sua vez, manifestada em grande parte macro textualmente, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao texto de superfície se unem numa configuração de maneira reciprocamente acessível e relevante;
CARACTERÍSTICAS DE TEXTOS NARRATIVOS 
 “A narrativa sempre esteve no dia a dia de cada um de nós, desde a necessidade de contar um fato banal que acontece conosco para um amigo ou um parente até nas histórias 
ficcionais.” 
Para Gancho (2004), a narração consiste em representar coerentemente uma sequência de acontecimentos reais ou supostamente sucedidos envoltos nos seguintes elementos: 
Personagem: pessoa ou pessoas que atuam na narrativa, pode(m) ser principal(is) ou protagonista(s)que pode(m) ser representado(s) pelo herói ou anti herói e personagens secundários, típicos ou caricaturais que representam os demais participantes da história formando a âncora dos protagonistas. As características principais dos personagens devem ser descritas, pois são fatores importantes na interpretação do texto. 
Espaço: é o espaço físico onde se desenvolve a ação das personagens; sendo uma narrativa longa, com várias páginas, a descrição do espaço poderia ser feita de forma detalhada. Sendo uma narrativa curta, deve-se descrever o espaço com informações suficientes para que o leitor saiba onde os fatos estão ocorrendo. 
Ambiente: são as características sociais, econômicas, psicológicas e morais em que vivem os personagens. Com poucas palavras, pode-se revelar se se trata de alguém com alto ou baixo poder aquisitivo, se o perfil da personagem é de alguém calmo, agressivo, se é um 
imoral ou um personagem moralista.
Tempo: sequência linear dos acontecimentos da narração, época em que se passa a história ou duração dos fatos. Os fatos devem ser narrados na sequência em que aconteceram, caso haja referências passadas, o leitor deve ser avisado de que o que se descreve faz parte da memória do narrador. 
Enredo: são as ações que acontecem em torno dos personagens, pode ser chamado de
trama ou história. 
CARACTERÍSTICAS DE TEXTOS DESCRITIVOS 
 “Descrever não é fazer um texto “sem vida”, que nos conta somente os elementos primordiais de uma cena, pois ao descrever podemos ir muito além da descrição básica, dado que descrever é ter também a sensibilidade de perceber as características próprias dos seres animados e inanimados por meio das indicações dos aspectos mais característicos que os distinguem.” 
“Segundo Álvarez (1998), o ato de descrever é a forma de expressão utilizada para expor qualidades, defeitos, sensações e sentimentos no universo real e ficcional que podem ser confrontados com qualquer realidade e contexto sócio-histórico. A descrição passa por 
três fases: a observação, a reflexão e a expressão.”
A PRODUÇÃO TEXTUAL NA INTERNET 
 Segundo Pinho (2003, p. 181), “a história é antiga e se repete por ocasião do nascimento de cada nova mídia. O rádio, o cinema e a televisão, cada um no seu tempo, surgiram com conteúdos que reproduziam as mídias que os precederam”.
“A internet e suas ferramentas possibilitam o hipertexto e os hiperleitores. Segundo Koch (2007, p. 25), “o termo hipertexto designa uma escritura não-sequencial e não-linear, que se ramifica de modo a permitir ao leitor virtual o acesso praticamente ilimitado a outros textos, na medida em que procede a escolhas locais e sucessivas em tempo real”.” 
Unidade 4
AS ESPECIFICIDADES E A ESTRUTURA DOTEXTO DISSERTATIVO 
 “Dissertar implica organizar pensamentos, defender pontos de vista, descobrir soluções e argumentar em favor de uma ideia tendo como base a fundamentação lógica e coerente.”
“Os textos dissertativos acadêmicos possuem particularidades inerentes ao meio acadêmico, como imparcialidade, visão objetiva, exposição de dados, amparo em autores referentes da área,em análises científicas e exemplos concretos de pesquisas já realizadas.”
Delimitação do tema ou assunto no texto dissertativo 
“Para cada tema há inúmeras possibilidades de abordagem e em cada abordagem cabem ainda diferentes análises em áreas distintas de estudos; um único tema pode ser analisado sob a ótica das ciências sociais, históricas e psicológicas, dentre outras áreas.”
Elementos da Introdução 
“Na introdução do texto dissertativo acadêmico deverá constar o tema, uma explicação sucinta do assunto a ser tratado; os objetivos do trabalho (qual é a finalidade do texto, o que você está propondo em termos de análise e reflexão); as justificativas (por que escolheu esse tema, qual a importância dele para a sociedade); o problema, que é a questão que norteia o trabalho, e as possíveis hipóteses levantadas para a sua solução.”
Elementos do Desenvolvimento 
 “Os argumentos são a essência do texto dissertativo, é por meio deles que o/a autor/a vai tentar convencer o/a leitor/a de suas ideias. Para tanto, Pignatari (2010) sugere a utilização de argumentos que já são conhecidos e aceitos pelo/a leitor/a.”
Elementos da Consideração Final 
“Nessa parte, deve-se apresentar uma síntese do que foi exposto no desenvolvimento do texto, confirmar as hipóteses levantadas e responder à pergunta feita na introdução. Os argumentos finais devem ser coerentes com o texto desenvolvido e com os dados científicos, confirmando a ideia exposta na introdução, sugerindo soluções para o problema e sugestões para novas pesquisas.”
Exemplo 
Textos multimodais 
Um texto ou enunciado é um dito (ou cantado escrito, ou mesmo pensado) concreto e único irrepetível”, que gera significação e se vale da íngua/linguagem para sua materialização constituindo o discurso. Um texto é “irrepetível” pois ainda que seja “o mesmo”, ou muito semelhante a um outro texto, estará enunciado em um novo contexto, o que modifica suas elações de sentido.
Na era do impresso, reservou-se a palavra texto principalmente para referir os textos escritos, impressos ou não; na vida contemporânea, em que os escritos e falas se misturam com imagens estáticas (fotos, ilustrações, gráficos, infográficos) e em movimento (vídeos) e com sons (sonoplastias, músicas), a palavra texto se estendeu a esses enunciados híbridos de “novo” tipo, de tal modo que hoje falamos também em textos orais e em textos multimodais, como as notícias televisivas e os vídeos de fãs no YouTube.
As mudanças relativas aos meios de comunicação e à circulação da informação, o surgimento e ampliação contínuos de acesso às tecnologias digitais da comunicação e da informação provocaram a intensificação vertiginosa e a diversificação da circulação da informação nos meios de comunicação analógicos e digitais, que, por isso mesmo, distanciam-se hoje dos meios impressos, muito mais morosos e seletivos, implicando, segundo alguns autores, como Chartier e Beaudouin, mudanças significativas nas maneiras de ler, de produzir e de fazer circular textos nas sociedades.
Esses “novos escritos”, obviamente, dão lugar a novos gêneros discursivos, quase diariamente: chats, páginas, tweets, posts, ezines, funclips etc. E isso se dá porque hoje dispomos de novas tecnologias e ferramentas de “leitura-escrita”, que, convocando novos letramentos, configuram os enunciados/textos em sua multissemiose (multiplicidade de semioses ou linguagens), ou multimodalidade. São modos de significar e configurações que se valem das possibilidades hipertextuais, multimidiáticas e hipermidiáticas do texto eletrônico e que trazem novas feições para o ato de leitura: já não basta mais a leitura do texto verbal escrito – é preciso colocá-lo em relação com um conjunto de signos de outras modalidades de linguagem (imagem estática, imagem em movimento, som, fala) que o cercam, ou intercalam ou impregnam. Esses textos multissemióticos extrapolaram os limites dos ambientes digitais e invadiram, hoje, também os impressos (jornais, revistas, livros didáticos).
A LINGUAGEM DISSERTATIVA 
“A linguagem de um texto acadêmico deve ser científica e impessoal, portanto, objetiva, e não se deve usar gírias, jargões ou palavras indefinidas como: talvez, acho, alguma, coisa. Preste atenção aos verbos: sendo uma linguagem impessoal, o verbo deve acompanhar o pronome;[...]”
“A linguagem que deve ser usada nos textos acadêmicos é científica, pois o que se quer enfatizar são as ideias e não o/a autor/a. Por isso, não se deve usar vocabulários que denotem a emoção ou afetividade de quem escreve. O que deve ficar em primeiro plano é sempre o assunto, o tema tratado e não a emoção ou opinião pessoal do/a autor/a. O que se propõe são reflexões em torno de uma questão social e não ideias ou convicções subjetivas.”
TÓPICOS DE REVISÃO TEXTUAL 
 
“Não existe escritor/a perfeito/a, o que existe são técnicas de correção. Alguns usam os
trabalhos de profissionais revisores/as de textos, outros fazem suas próprias revisões. O que não se admite é um texto ser finalizado ou publicado sem a devida correção.” 
Conforme esclarece Pignatari (2010): 
1 – Adequação ao tema – avalia-se se o tema está adequado ao assunto proposto na prova, o aprofundamento do assunto, o enfoque dado, a originalidade do tema e a capacidade de reflexão. 
2 – Adequação ao tipo de composição solicitada – avalia-se se foi atendida a solicitação do enunciado da prova, se solicitado um texto narrativo, dissertativo ou descritivo deve-se apresentar um texto que corresponda às características do texto solicitado; avalia-se a estrutura do texto, se a composição introdução, desenvolvimento e considerações finais está bem-definida. 
3 – Adequação ao nível de linguagem –verifica-se se há erros ortográficos e gramaticais, se foi usado bom vocabulário ,norma culta e domínio da habilidade sintática e estilística. 
4 – Coesão – nesse quesito é observado o uso dos conectivos, a transição entre um parágrafo e outro, entre um argumento e outro, o uso dos pronomes nas retomadas, o uso de sinônimose se há repetições excessivas de termos.
5 – Coerência interna e externa – nesse item é avaliada a harmonia do texto, a progressão, a continuidade e informatividade; a interação e situacionalidade textual, se há conexão entre os argumentos apresentados e a realidade. Avalia-se os argumentos, se há contradições e incoerências.
“Naturalmente, esse quadro apresenta um visão técnica sobre os itens que devem ser observados durante a correção de um texto, porém, com a experiência diária cada corretor cria o seu “caminho de correção”; isso não quer dizer que será melhor ou pior, mas sim que a apropriação dos conceitos e técnicas é executada e desenvolvida por cada indivíduo em sua carreira docente.”
Unidade 5
A CRIANÇA TEM DIREITO À LITERATURA 
Candido (2011, p. 176), afirma: ..] a literatura aparece claramente comomanifestação universal de todos os homens em todoss tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos nós sonhamos todas as noites, ninguém capaz de passar as vinte e quatro horas sem algum momento de entrega ao universo fabuloso. 
A criança e o adolescente têm direito à educação visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho [...]. “É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idadeprópria; V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um [...]
“Como a própria constituição brasileira de 1988 afirma que a educação para todos é um dever do Estado e posteriormente o ECA reafirma esse compromisso, entendemos que a escola deve promover aos alunos o seu direito à literatura, direito à ficção, à cultura, à arte e ao lúdico para que eles possam ter sua formação ampla e com todos os seus direitos assegurados.”
FUNÇÕES DA LITERATURA 
 “Segundo Candido (1972), a literatura tem uma força humanizadora por apresentar problemas sociais, pessoais, ter uma atuação social e psíquica, indagar a realidade e seus costumes, aproximar de outros mundos e realidades, isto é, ela promove no leitor um encontro consigo mesmo e com o outro, atuando diretamente na essência humana: seus sentimentos, vivências, sonhos, desejos, frustrações e vitórias.”
Função psicológica: é baseada na necessidade universal de ficção e fantasia, “e isto ocorre no primitivo e no civilizado, na criança e no adulto, no instruído e no analfabeto”, afirma Candido Essa necessidade é clara nas sociedades primitivas e seus desenhos rupestres, nos mitos e lendas das sociedades não letradas, nas piadas simples e nos mais complexos romances, assim a literatura cumpre essa função, pois “é uma das modalidades que funcionam como resposta a essa necessidade universal.
Função formativa: é entendida no processo histórico de que os países civilizados basearam sua instrução nas letras, mas a literatura deve formar os alunos, crianças, jovens, adultos e velhos do ponto de vista moralizador e pedagogizante? A resposta é simples: não, pois ela “pode formar; mas não segundo a pedagogia oficial [...]”, definida normalmente “[...] conforme os interesses dos grupos dominantes”, diz Candido (1972, p. 4). Por isso, muitas vezes a literatura é “expurgada” da sala de aula, pois é difícil acomodá-la ideologicamente, a sua riqueza pode levar à perversão e subversão e muitos educadores preferem obras infantis moralizantes, segundo as convenções da época, do que uma obra com valor literário e artístico elevado. Assim, o autor entende que “a literatura atua (formativamente), como a vida, ensina na medida em que atua com toda a sua gama”, ensina para o bem e para o mal e ele continua reforçando a ideia de que “é artificial querer que ela funcione como manuais de virtude e boa conduta”, afirma Candido 
Função social: é fundamentada na ideia de que a literatura nos proporciona conhecer o mundo e a nós mesmos. Candido (1972, p. 86) diz que “a obra significa um tipo de elaboração das sugestões da personalidade e do mundo que possui autonomia de significado”, isso não ajuda a entender que a “autonomia” da obra não a desliga do mundo real, de inspirações reais, nem tão pouco a torna um simples relato da realidade corrente, pois a ficção atua livremente sobre ela, por isso “o leitor se sente participante de uma humanidade que é a sua, e deste modo, pronto para incorporar à sua experiência humana mais profunda”, afirma Candido .
“Essa humanização se torna ainda mais relevante à medida que imaginamos a formação das crianças que estão experimentando suas primeiras sensações temores, dúvidas e afirmações, ou seja, estão humanizando-se, por isso a literatura de boa qualidade deve estar presente em toda formação escolar, principalmente nos anos iniciais.”
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA LITERATURA INFANTIL 
“a literatura infantil e a literatura para o público adulto apresentam a mesma essência, as diferenças estão na natureza do leitor/receptor, ou seja, a criança”, afirma Coelho .
Algumas das características mais comuns na literatura infantil: 
• o conteúdo deve ser acessível; 
• ausência de temas adultos; 
• narrativas relativamente curtas; 
• presença de estímulos visuais; 
• linguagem adequada à faixa etária; 
• apresentando um fato ou uma história de maneira clara; 
• possuem mais diálogos e diferentes acontecimentos; 
• poucas descrições; 
• as crianças são os principais personagens da história; 
• características melódicas (ritmo, rimas); 
• brincadeiras fônicas e vocabulares; 
• jogo lúdico, sensorial e sinestésico; 
• junção entre as linguagens (letras, desenhos e outros estímulos). 
“O leitor criança se sente estimulado a continuar uma obra quando encontra nela o caráter imaginoso dado pelos mitos, aparições da antiguidade, monstros ou realidades dos tempos modernos expostos em qualquer das formas expressivas: lenda, conto, fábula, quadrinhos, etc.”
BREVE HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL 
 “A Literatura Infantil foi constituída como gênero durante o século XVII, época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam o início da ascensão da família burguesa.”
“A França do século XVII foi então o berço dessa literatura voltada às crianças, um exemplo disso é Charles Perrault, que escreveu muitas das histórias que você leu na sua infância e, possivelmente leu e/ou lerá para seus filhos e alunos. Vamos conferir? Quem nunca leu: A Bela Adormecida no Bosque, Chapeuzinho Vermelho, O Barba Azul, O Gato de Botas, As Fadas, Cinderela (também conhecida como Borralheira ou Gata Borralheira ou Sapatinho de vidro), Henrique do Topete e O Pequeno Polegar? Todas essas histórias estão inseridas no livro “Os contos da Mamãe Gansa”.” 
 “Jacob e Wilhelm Grimm, popularmente conhecidos como os Irmãos Grimm, desenvolveram pesquisas e estudos linguísticos coletados através da memória popular, pela tradição oral, narrativas, lendas e sagas germânicas. Como estudiosos da língua alemã, desenvolveram dois objetivos pela coleta das histórias orais: o levantamento de elementos linguísticos para a fundamentação dos estudos filológicos da língua alemã e a fixação dos textos iterários folclóricos germânicos. Especificamente em 1812, os irmãos Grimm fundiram o universo popular ao infantil e dedicaram às crianças por sua temática mágica a publicação de "Histórias das Crianças e do Lar", com 51 narrativas.” 
O século XIX é conhecido como o século do desenvolvimento da literatura infantil; o campo é fértil para a produção literária, isso porque a criança passou a receber atenção especial para seu crescimento físico, psicológico e cognitivo, surgindo, então, novos conceitos de vida, educação e cultura, abrindo novos caminhos na área pedagógica e literária 
A literatura infantil no Brasil 
“O universo das letras inicia realmente quando o Brasil era um colônia, mas por força do destino, e a ameaça de Napoleão de invadir Portugal de D. João VI, a família real vem à Colônia (1808) e eleva o Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, estabelecendo- se no Rio de Janeiro, que passou a sediar uma corte europeia e a ter condições de igualdade com as cidades da metrópole.” 
“Nos vinte primeiros anos do século XX, a literatura infantil esteve associada intimamente aos interesses educacionais e do Estado, isto é, com fins didático .Isso realmente muda com a obra “As Reinações de Narizinho”, 1931, de Monteiro Lobato, livro que serve de mola propulsora para a futura série “Sítio do Picapau Amarelo”, conhecida e reconhecida nacional e internacionalmente. Muitos autores produziram boas obras para as crianças nos anos de 1930 a 1960, como: Érico Veríssimo, Luís Jardim, Lúcio Cardoso, Graciliano Ramos, Guilherme de Almeida, Henriqueta Lisboa e Cecília Meireles.” 
Monteiro Lobato: a transformação da literatura infantil no Brasil 
“Zilberman (2003) explica que essa formade escrever na literatura infantil pode ter sido usada como uma válvula de escape no período ditatorial por onde os produtores culturais, escritores, ilustradores e artistas em geral tiveram condições de manifestar ideias libertárias sem chamar tanto a atenção por se tratar de literatura com pouca notoriedade social.” 
LITERATURA INFANTIL: FORMAÇÃO LINGUÍSTICA E CULTURAL 
 A inserção da literatura de qualidade na escola não é apenas para preencher uma aspecto lúdico tão importante para as crianças e adultos, mas sim porque a sua formação linguística e cultural também ocorre por meio dos livros, por isso não devemos limitar a literatura a apenas um momento de descontração, passatempo ou divertimento, evidente que a literatura é fruição, mas também vincula-se a um código de linguagem e a uma expressão cultural.
São três os aspectos que promovem interação entre o lúdico e o pedagógico, conforme descreve Coelho (2000): 
Aspecto psicofísico - a literatura infantil estimula as funções motoras e intelectuais das crianças, contribui com a formação da personalidade, do desenvolvimento do imaginário e do espírito crítico infantil. 
Aspecto de natureza social - a criança adquire melhores condições de formar sua identidade social, aperfeiçoar seu processo de sociabilidade e estabelecer categorias de valor ligadas à ética. 
Aspecto linguístico - contribui para o desenvolvimento do vocabulário, para a aquisição de estruturas linguísticas, para a distinção de registros discursivos e desenvolvimento da escrita e da narratividade.

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