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Partindo de uma abordagem geral sobre o que é teoria, o autor discorre sobre a etimologia da palavra nos dicionários e conforme outras obras, que a tratam com muita confusão e sentido restrito. Deste modo, esclarece os impasses, relacionando teoria com abstração, prática e com o próprio homem. 
Contextualiza sobre o Pensamento Clássico (para o qual teorizar significa quase que somente abstrair e para compreender teoria é preciso considerar a lógica e a metafísica), a Ciência Moderna, onde seu método pode ser compreendido em quatro etapas (observação, hipótese, experimentação e lei), e suas diferenças, fazendo, também, uma distinção entre indução (visão do particular para o geral) e dedução (do geral para o particular), análise (decomposição de um todo em suas partes) e síntese (reconstituição do todo decomposto). 
Na essência, segundo Pereira (1994), para entender o que é teoria em um plano mais amplo, é preciso compreender várias questões afins (experiência, natureza, objeto, visão total da realidade, presença do homem...) que nem a Ciência Clássica e nem a Ciência Moderna são totalmente capazes de abordar, pois a primeira exagerou o lado da teoria da realidade como abstração, esquecendo a síntese (que liga pensamento e realidade), e a segunda se prendeu demais à experimentação do objeto concreto. 
O autor discorre, ainda, sobre a teoria nas ciências empírico-formais (física, química, biologia), ciências formais (matemática) e nas ciências humanas e enfatiza que para falar em teoria é necessário focalizar aquele significado cultural básico da ação, e esta relação implica dependência da teoria com referência à prática; dependência de fundamentação. 
Destarte, prática e teoria não podem ser separadas, pois se incorreria no vício idealista (priorizando a teoria e dissociando-a da prática) ou no do praticismo (acentuando ou separando a prática em detrimento da teoria), o que levaria a um vício ainda maior: o do senso comum, que tende a menosprezar a teoria e a simplificar a realidade, ou seja, ele, assim como os aspectos ideológicos, interfere no ato teórico. 
PEREIRA, O. O que é teoria. 10. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção primeiros passos).
Fichamento da obra “O Que é Teoria” de Pereira, Otaviano; Editora Brasiliense – 4ª Edição
I - ABORDAGEM GERAL
 
ETIMOLOGIA: A PALAVRA NOS DICIONÁRIOS
 
O autor inicia a obra falando do significado etimológico, ou seja, o encontrado nos dicionários e enciclopédias da teoria, que, em geral, sempre está presente o sentido de “contemplação abstrata”.  
No entanto, só a etimologia não é suficiente para a total compreensão de o que é teoria além da pura abstração. 
Otaviano Pereira faz uma crítica ao método implantado na reforma da educação no ano de 1971, dizendo que hoje em dia as aulas leves e não cansativas, que na verdade são, segundo ele, sem pesquisa e articulação teórica, são consideradas boas, o que é um equívoco. Tais métodos criam confusões em nossas cabeças e, com o livro, ele tenta desfazê-las, explicando o que é teoria realmente.
 Teoria é um ato de abstração, mas não somente isso. Muitos contrapõem teoria e prática, quando na verdade, a contraposição verdadeira da prática é a abstração. A questão central da teoria é a ação do homem como um todo, inserido no mundo e na relação com as pessoas ao seu redor.
 Para entender o que é teoria é preciso que tenhamos lucidez para não tratarmos como sinônimos termos que apena são parecidos (como teoria e abstração); entender que a elaboração da teoria não é só uma questão lógica, mas também antropológica; e que o homem está sempre em busca do sentido da vida. É por causa de tudo isso que teorizamos e não só porque somos seres racionais.
 
 O PROBLEMA DA TEORIA NO PENSAMENTO CLÁSSICO
 
Os conceitos da teoria no esquema de pensamento da filosofia clássica se baseiam em dois campos: o da lógica e o da metafísica. O fundamento de toda filosofia é a lógica, sem ela, todas as outras disciplinas da filosofia não podem ser estudadas.
 Mas o livro não se trata da lógica e sim da teoria, tentando estabelecer uma estreita relação entre as duas. A visão da teoria no campo da filosofia nos vem como uma “crítica do conhecimento”, que se sustenta na ciência da lógica. A finalidade desta é organizar os pensamentos de modo hierárquico e sem deixar que escape sequer um detalhe de suas definições.
 Por às vezes ser extremamente lógica, a filosofia clássica expressa um “vício de definições acabadas”, que quase fecha as possibilidades de uma reflexão mais dinâmica e concreta sobre o assunto tratado.
 Na concepção clássica, teorizar é quase somente abstrair, apenas uma arte de trabalhar com a mente, sem estar junto com a realidade de fato. Dessa abstração nascem ideias, que, por muitas vezes, passam a exercer uma supremacia sobre o real. Essa disciplina é chamada metafísica, ou, o tratado do ser.
 Há uma inter-relação entre o conhecimento e outras questões lógicas e metafísicas. No entanto, é quando se trata da relação do homem com o mundo é que o problema do conhecimento se torna ainda mais complexo. Como a filosofia clássica dá tanta importância à razão e ao discurso formal, o homem acaba se tornando apenas um “depositário do conhecimento”.
 
A filosofia clássica sempre chega a impasses quando contrapõe problemas formalmente contraditórios, porque ela nos fornece os fundamentos das definições formais, mas não pode ceder a dinâmica do discurso. A lógica clássica nos ajuda a organizar os pensamentos, mas não é útil quando queremos dinamizar o discurso. O confronto entre realidade e pensamento não é satisfatório nas definições formais. 
Para sairmos dos domínios da filosofia clássica é preciso que vejamos a relação homem-mundo como uma realidade mais ampla e mais dinâmica a partir do discurso da lógico-dialética, que pode ser entendida como uma incorporação da lógica formal. O objetivo é incorporar as leis do pensamento à dinâmica da realidade. 
O pensamento é sempre formal, o discurso é dialético. De uma forma ou de outra, direta ou indiretamente, o pensar reside em toda forma de discurso, ou seja, eles necessariamente se completam. A lógica clássica e o discurso humano completo são complementares.
 
O PROBLEMA DA TEORIA NA CIÊNCIA MODERNA
 
A teoria na elaboração científica apresenta algumas novidades, tais como: a vinculação com o objeto pesquisado, com a experiência e a relação direta causa-efeito. 
A mudança no método de abordagem do objeto na Ciência Moderna acontece porque agora se trabalha com fatos, dados e fenômenos. Sem a experimentação, não se entende a Ciência Moderna e sua teoria. Lembrando que essa vinculação não anula o seu lado de abstração mental. 
É na lógica clássica que os elementos básicos do método científico moderno aparecem. Por exemplo, a relação entre dedução-indução (raciocínio lógico-formal) e análise-síntese (vinculados ao fenômeno observado) é o começo da compreensão da Ciência Moderna. 
Para entendermos bem a teoria nesse âmbito, é preciso saber que existem três modalidades de ciência: (a) ciências formais; (b) ciências empírico formais; e (c) ciências hermenêuticas ou interpretativas. 
Para entender a Ciência Moderna, é preciso primeiramente compreender o que é indução: este é um modo de raciocínio que parte da visão do particular para o geral. A indução científica verifica o caso concreto, já que está sempre ligada à relação causa-efeito. Ao contrário da indução formal, a indução científica não se baseia no número de casos de experiências, mas sim o caráter de necessidade e generalidade nas verdades induzidas e em alguns casos repetidos. 
A dedução faz o caminho inverso da indução, ou seja, parte do geral para o particular. 
A análise, assim como a dedução, é a decomposição de um todo em suas partes. Já a síntese é a junção do todo decomposto pela análise. Existem duas espécies de análise e síntese: a racional e a experimental. 
A racional, elaborada mentalmente, aplica-se a verdades não concretas no sentido clássico de abstrato. 
A experimental é a efetuaçãode um duplo movimento de pensamento, mas que, ao contrário da indução-dedução, parte do que a Ciência Moderna tem como concreto. 
A relação entre análise e indução e síntese e dedução é que a indução é uma espécie de análise, já que decompõe o objeto, indo de sua parte a seu todo. E, com isso, a dedução é uma forma de síntese, pois parte do todo e vai para suas partes. Em ambos os casos são duas formas de resolução de um mesmo problema. 
Quem vai dar enfoque específico a essas relações são a lógica formal e a lógica material. O problema é que nem sempre a conformidade do raciocínio condiz com a do objeto em sua verdade. 
Na Ciência Experimental não se pode trabalhar da mesma forma que se trabalha em pensamento. Por isso, é preciso que se saiba os princípios básicos para o acontecimento da experiência. São eles:
 
A análise deve preceder a síntese;
 
1-     A análise deve penetrar até os menores detalhes e a síntese deve juntá-los sem nada omitir;
2-     Ambas devem proceder gradualmente e sem omitir intermediários, ou seja, nada de suposições ou lacunas no raciocínio.
 
No entanto, somente a relação com a lógica clássica não é suficiente para um estudo mais profundo da Ciência Moderna. A sua abordagem teoria é feita em etapas:
 
1-     Observação;
2-     Hipótese;
3-     Experimentação;
4-     Lei.
 
Uma ou várias leis permitem a elaboração de uma teoria. Isso, é claro, sem se tratar dos aspectos mais profundos do ato de teorizar. Teoria aqui é, portanto, somente resultante da experimentação.
 A Ciência Moderna apresenta diferentes características em sua formação metodológica em relação à ciência antiga, é claro. Essas se tornam chaves para o entendimento daquela. Essas características são: a matematização, a funcionalidade, o caráter seletivo (o que define o método como indutivo), o caráter aproximativo (invenção e interpretação), o caráter progressivo (pois a ciência é um processo cumulativo) e a exatidão.
 Sabidas as características, é bom ressaltar as diferenças que distanciam a Ciência Moderna de sua origem, a Filosofia Grega ou Clássica. Na verdade, não existiu de fato uma ciência grega. O mais próximo que eles chegaram foram algumas disciplinas ligadas à filosofia. A diferença mais marcante é que a Ciência Grega era qualitativa, enquanto a Moderna é quantitativa. Na primeira, também, as coisas e substâncias apresentavam um cunho metafísico de conhecimento. Além disso, a Ciência Grega voltava-se para a busca da causa e era mais antropocêntrica. Já a Moderna apenas constrói uma lei geral a partir de uma linguagem matematizada e é excêntrica.
 Teoria, para a Ciência Moderna, resulta e depende exclusivamente de seu método. É vinculada às leis da natureza e aos resultados práticos de experiências. Além disso, é irreversível em relação às teorias anteriores (verdades do passado), que passam a serem chamadas de pré-ciência.
 A concepção de teoria para a Ciência varia muito no tempo e também de acordo com os autores.
 Na Matemática, que é uma ciência abstrata, já que na trabalha com objetos reais, a teoria é apenas um trabalho com as conjeturas, postulados e hipóteses feitos pelos seus estudiosos.
 Já nas ciências Humanas, a formulação da teoria tem de ser mais aberta, pois o objeto de investigação desta é o próprio sujeito. Por isso, é complicado falar delas, já que não podem ser consideradas ciência propriamente dita e não têm resultados fixos. Ou seja, mais do que nas outras, nas ciências humanas fica cada vez mais claro que a teoria não é apenas uma questão lógica, mas principalmente antropológica. Vale dizer, nelas se reflete muito bem a complexidade do ato teórico.
 
II - SEGREDOS DA UNIDADE TEORIA/PRÁTICA
 
JUSTIFICATIVA DESTA ABORDAGEM
 
            Para abordar a teoria num plano mais amplo, não se pode optar nem pela abordagem clássica e nem pela da Ciência Moderna.
 A clássica não serve porque ela esqueceu-se do elemento fundamental do pensamento, ou seja, a síntese. Esse tipo de abordagem não atribui o caráter concreto ao elemento estudado, fazendo com que a teoria pareça apenas uma abstração de ideais.
Já a científico-experimental é o contrário da clássica. Prendeu-se muito ao objeto concreto e às experiências feitas com ele. Além disso, a Ciência praticamente esqueceu-se do homem, criando um ser mitológico que ela mesma não e capaz de domar, a não ser que ela peça ajuda para a filosofia. É por isso que esta última é chamada hoje para fazer críticas à ciência: para tentar redescobrir o homem que a tecnologia robotizou.
 Talvez as Ciências Humanas pudessem nos ajudar mais. No entanto, ela ainda é considerada pelo autor muito imatura na sua intenção de estabelecer o discurso sobre o homem.
 TEORIA E PRÁTICA NA “PRÁXIS”
             A abordagem da teoria se prende a uma base antropológica: a teoria, a ação ou prática e a práxis. Para que se torne possível a melhor compreensão, é necessário ressaltar que esses três elementos são conceitos diferentes de um mesmo processo. É também necessário saber que a teoria e a abstração são coisas diferentes. A segunda é uma parte da primeira, mas não ela completa. 
            O homem é sempre o centro de todos os aspectos que envolvem o estudo da teoria. Ele, sua presença e sua ação no mundo. A ação do homem faz dele o próprio sujeito, pois transforma a natureza (já que toda a ação feita pelo homem não é advinda da prática pura, ou seja, feita sem a elaboração de uma teoria), transformando assim também a si mesmo. 
            Para falar em teoria é preciso buscar o significado cultural (antropológico) básico da questão, sem esquecer que esta relação implica uma dependência de fundamentação da teoria com relação à prática. Isso porque a prática é o fundamento da teoria. 
            Se a teoria não tem esse fundamento, ela é apenas uma abstração porque não ascendeu ao nível da ação, com isso, não avançou ao nível da práxis (esta última entendida como o coroamento da relação teoria/prática e só atingível aos humanos). 
            A prática, ao mesmo tempo em que é o pressuposto básico da teoria, ela não pode ser entendida separadamente da teoria, pois isso seria uma animalização das ações humanas. Do mesmo jeito, é impossível falar de teoria sem falar do aspecto teórico da prática, que corresponde mais ou menos à abstração. 
            Ao mesmo tempo em que não se pode separar uma da outra, elas mantêm uma autonomia. A teoria antecipa a prática, pois o homem é capaz de projetar uma prática antes de ela acontecer. 
            Com essas informações fica possível definir o que é práxis: é a prática objetivada pela teoria; a prática aprofundada por esta reflexão sobre a capacidade do ato teórico em antecipar idealmente a prática. O próprio sentido de unidade no interior da práxis já assimila a teoria na ação. 
            É óbvio que a prática é mais perceptível do que a teoria, já que é o dado concreto entre as duas. Contudo, não podemos cair no senso-comum de menosprezo à teoria. 
            Temos também que lembrar-nos dos aspectos ideológicos que interferem no ato teórico de cada um, já que o homem não teoriza a partir do nada. 
            O ato teórico estabelece-se a partir do que o homem é como um todo, entrelaçado em suas relações com o mundo.
Nos dicionários e enciclopédias além da ideia de Aristóteles, teoria nada mais é do que puro ato de abstração. Isso não nos permite abrir espaço para a compreensão da teoria no âmbito da pura abstração. De acordo com Otaviano, teoria não é ato de abstração, estão interligadas, mas são independentes. Assim conclui-se: não é a teoria que se contrapões a prática, é sim a abstração. 
A questão central da teoria não se trata do ato intelectivo em si só, mas da ação do homem como um todo, evoluindo no mundo e na relação com o outro. Assim, o problema da elaboração da teoria é mais que uma questão lógica, é antropológica. 
 
TEORIA NO PENSAMENTO CLASSICO 
 
Todos os pensamentos convergem par a duas ciências ou disciplinas da Filosofia clássica: a) a lógicae a b) metafísica. Proposto por Aristóteles. Assim ele diz que de fato o fundamento de todas as filosofias, está na adequada compreensão da lógica formal e material. 
O ato de conhecer é visto na filosofia clássica como teoria do conhecimento ou gnosiologia. 
E tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. 
A visão da teoria ou do ato de teorizar entra-nos pela porta de uma crítica do conhecimento e que se fundamenta na plataforma básica da ciência da lógica. A finalidade precípua da lógica é originizar a filosofia e o filosofar a ponto de não deixar noção, conceito ou juízo algum fora de uma hierarquia ou constelação de definições bem delimitadas e esclarecidas. A lógica clássica é perfeita. Assim podemos captar a ideia de que o ato de teorizar, na filosofia clássica, tão só é meramente um ato de abstrair, reforçando uma supremacia sobre o que é real. 
Aristóteles dá a ideia de “ciência primeira” a metafísica, mas não se dá fora da ordem lógica, assim tornando-se uma hierarquia formal perfeita. Mas em que sentido o pensamento clássico não consegue escapar de certo círculo vicioso ao defrontar questões lógicas com questões gnosiológicas, metafísicas e teológicas? Quando contrapõe problemas formalmente contraditórios como: pensamento e realidade, teoria e ação, pensamento puro e pensamento do objeto... Questões que a lógica da não contradição (forma/material) não consegue resolver satisfatoriamente. Tudo devido aos fundamentos de definições formais sem nos poder ceder por si a dinâmica do discurso. Assim, a lógica nos ajuda no sentido de organização do pensamento, mas deixa a desejar no sentido de dinamização do discurso. “Ele não é aberto para inovações e adaptações”. 
 
TEORIA NA CIÊNCIA MODERNA 
 Utiliza a filosofia clássica e sua lógica, como conjunto de pressupostos. Mas tem como novidade a vinculação do objeto pesquisado, e, portanto, com a experiência, ou experimentação, na relação direta de causa-efeito. Fora do horizonte da experimentação não se entende a ciência moderna e sua elaboração teórica. 
Assim nós temos o problema de como se apresentam as relações de indução-dedução e análise-síntese, onde os dois primeiros são modos de raciocínio lógico-formal, os dois últimos são basicamente o mesmo processo já vinculado o fenômeno observado: vale dizer que sem indução-dedução não se pensa, sem análise-síntese não se faz experiência. 
Existem três modalidades de ciências: ciências formais; ciências empírico-formais; ciências hermenêuticas. 
O primeiro passo para a compreensão da ciência moderna surge da compreensão da indução. Sendo um modo de raciocínio que parte de uma visão particular para uma geral, de uma visão mecânica para uma visão orgânica. Dois tipos de indução: experimental e formal.
 
Assim, o segredo da lei da teoria científico-experimental é uma ligação formal: em um primeiro plano, e certa autonomia experimental no segundo. 
Já a dedução segue o caminho inverso da indução, partindo de premissas que se completam, ou seja, de uma visão geral à particular, de orgânica a uma visão mecânica. Assim ela parte de onde a indução formal ou experimental já alcançou como resultado final. 
A dedução pode ser categórica ou hipotética. 
Da mesma forma que a dedução, a análise é a decomposição de um todo em suas partes. A síntese, a reconstrução do todo decomposto. 
Assim partimos da ideia de que como a indução-dedução, a análise-síntese tenham duas espécies: racional e experimental. 
A análise -síntese racional é uma elaboração mental que aplica -se a verdade não concreta no sentido clássico de abstração ou racional. E na análise-síntese experimental efetuam um duplo movimento de raciocínio, mas não a partir do abstrato, a partir do que a ciência moderna tem de experimental como concreto. 
A ciência moderna vincula a teoria ao objeto pesquisado usando da experimentação para o entendimento da relação direta de causa-efeito. Nesse sentindo, por trabalhar com dados, fatos e fenômenos não há espaço na ciência moderna para o que não cabe na experimentação. Assim, a experiência cientifica atrelada ao método, está ligada a lógica do raciocínio e a relação análise/síntese. Essa última, no seu caráter experimental, efetua um duplo movimento de raciocínio a partir do que a ciência moderna tem de concreto. Mas, segundo Otaviano Pereira (1990), para que a experimentação possa adquirir um caráter de cientificidade alguns princípios básicos devem acontecer: 
Absolutamente, a análise deve preceder à síntese.
É preciso que a análise vá penetrando nos elementos simples e irredutíveis e que a síntese parta dos elementos separados pela análise sem nada omitir. 
Ambas devem proceder gradualmente e sem omitir intermediários. Não omitindo nada que ainda estaria obscuro na análise. Nada de suposições ou de lacunas no raciocínio em face da observação experimental. 
Numa visão simplista, como pústula Otaviano nas ciências empírico-formais as etapas são: observação, hipótese, experimentação e a elaboração da lei. 
Na observação um determinado fenômeno ao ser analisado superficialmente e sem muito rigor, suscita um problema que requer uma abordagem mais aprofundada. É então elaborada uma hipótese que nada mais é que uma resposta provisória ao problema levantado durante a observação, mas requer, para sua confirmação ou não, uma análise experimental do cientista. Na análise experimental ou experimentação consiste em colocar a hipótese à prova a partir de testes. Ao final desses testes a hipótese pode ser confirmada ou tida como falha. Assim chega-se à conclusão da explicação do fenômeno observado, ou seja, na expressão verbal da hipótese: a lei. 
Convém lembrar que uma ou várias leis permitem, na ciência, a elaboração de determinada teoria. Evidentemente estamos falando de um sentido estreito que a teoria recebe na ciência moderna sem tratar dos aspectos mais profundos do ato de teorizar. Teoria aqui, portanto, é tão somente resultante da experimentação. 
A partir do momento em que uma teoria é aperfeiçoada por uma nova, a teoria anterior passa do nível de ciência ao nível de pré-ciência. Assim nas ciências empírico-formais, a caminhada é sempre progressiva. 
Partindo-se do pressuposto que “o homem não teoriza na razão, fora da relação de transformação tanto de natureza, do mundo como, consequentemente, de si mesmo” e também do acúmulo de conhecimento proporcionado pela humanidade ao longo dos séculos, pode-se afirmar que o trabalho do cientista está cada vez mais atrelado a outros cientistas. Nesse sentido, é preciso analisa alguns fatos suscitados pela modernidade como a criação de comunidades científicas e o trabalho elaborado em uma rede de cooperação. 
 	O surgimento da ciência moderna veio acompanhado concomitantemente da criação da comunidade científica, ou seja, conjunto de pessoas envolvidas com o conhecimento científico, relacionados a uma ou mais temáticas de estudo. Essa comunidade dita regras, normas, além de analisar, julgar e reconhecer ou não a elaboração de teorias no âmbito de ciência. Portanto um cientista ao elaborar uma teoria sobre determinado fenômeno, inevitavelmente, submeterá seus métodos, resultados a análise de outros cientistas. 
A primeira dessas características é a matematização. A ciência moderna interessa-se pelo que é mensurável. A mensuração é o primeiro passo para uma linguagem simbólica muito precisa. A segunda característica é a funcionalidade. Enquanto outras formas de pensamento, cultura ou saber giram em torno de coisas, ou mesmo causas, na ciência moderna os fatos ou fenômenos, suas consequências e causas são vistos a partir da função e do processo todo. A terceira característica é o que podemos chamar de caráter seletivo. É o que define este método como indutivo. Para se fazer uma hipótese explicativa o cientista tem de selecionar os elementos com que vai tratar. A quarta característica é o que chamamos de caráter aproximativo da teoria cientifica. Tem muito quever com a teoria enquanto esta é, na ciência, um ato de invenção e de interpretação do fato. A quinta característica é o que podemos chamar de caráter progressivo. A construção da ciência é um processo cumulativo no qual as teorias cientificas vão sendo superadas e aperfeiçoadas. A sexta característica é a exatidão. A ciência é exata precisamente na sua formulação unívoca (homogênea).
Diferenças da “pré”- ciência grega e da moderna:
A ciência grega era qualitativa, enquanto a ciência moderna é quantitativa. Ela tem de ser a ciência das medidas, enquanto numa linguagem aristotélica falaríamos em quente/frio; seco/úmido, na concepção galiléica, perguntaríamos sobre o grau de temperaturas. 
Na ciência grega as coisas ou substancias e sua natureza, representam um cunho metafísico de conhecimento de causas, na ciência moderna é a relação entre as coisas que integram (rever o que falamos sobre funcionalidade)
A ciência grega volta-se para a busca da causa, mas sem se desligar do cunho metafísico. A ciência moderna, por outro lado, na resolução das questões de causa-efeito do fenômeno particular. 
A quarta diferença é que a ciência é que a ciência grega era mais antropocêntrica, já a ciência moderna excêntrica, não gira em torno de nada exterior a si mesma. 
Nas ciências formais, a matemática é a principal representante de tipo de ciência, por excelência é a ciência das conclusões. Conclusões oriundas de operação mentais, isto é, abstratas e simbólicas. Não se faz matemática a não ser para aplicação ou interpretação de um problema que a natura reclama. O fato de torna-la distante de uma definição de ciência completa é o fato de não trabalhar com o objeto ou fenômeno diretamente. 
De acordo com Otaviano, assim como na matemática, como ciência formal não reúne todos os requisitos para se constituir uma ciência completa, as ciências hermenêuticas muito menos o conseguem. 
 Nas ciências interpretativas, a certa imprevisibilidade de seus resultados práticos, isso problematiza o seu ato teórico, por haver uma natureza única e também nos modelos diferenciados de seus estatutos. Seu objeto de investigação é ao mesmo tempo sujeito. 
A primeira característica do problema das ciências humanas é o seguinte: elas não podem enquadrar-se de forma pura e simples nos moldes estatuários das ciências empírico formais. 
O segundo problema, é o da elaboração teórica e da proclamação dos seus resultados de pesquisa. A questão é que, as ciências humanas devem promover um encontro entre matematização dos resultados com a interpretação do homem. 
 
(Práxis é a ação com sentido humano) – pratica pura: ação animal; Pratica humana

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