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IMUNIDADES PARLAMENTARE

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INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL CECÍLIA MARIA DE MELO BARCELOS
FACULDADE ASA DE BRUMADINHO
DIREITO – 2º PERÍODO
FREDERICK DA SILVA
IMUNIDADES PARLAMENTARES
	
BRUMADINHO
2013
IMUNIDADES PARLAMENTARES
Imunidades Parlamentares
Imunidades não se confundem com privilégios. São prerrogativas. O certo é dizer foro por prerrogativa de função, e não “foro privilegiado”, pois imunidade é uma prerrogativa do cargo. O Brasil não admite privilégio, apenas prerrogativa. Qualquer lei que acabe remontando ao privilégio é inconstitucional. Então, dito isto, imunidade parlamentar e a prerrogativa conferida ao Poder Legislativo para a garantia do livre exercício das funções parlamentares. 
A imunidade é da função exercida, não da pessoa. A imunidade se assenta, especialmente, na própria vontade do povo, que elege de forma periódica seus representantes, mas se justifica tão somente quando os parlamentares se acham no exercício de suas funções, livre de quaisquer pressões. Imunidade não significa inviolabilidade. A imunidade pressupõe a prática de ato ilícito; não a exclui, mas impede o processo respectivo. A inviolabilidade exclui o próprio crime. 
Existem duas modalidades de imunidade parlamentar: A imunidade material, também chamada de penal ou absoluta e a imunidade processual ou formal.
Imunidade parlamentar material
E aquela que garante ao parlamentar inviolabilidade nas esferas civil e penal, disciplinar ou política em quaisquer manifestações no exercício ou desempenho de suas funções. 
Essa inviolabilidade abrange qualquer forma de manifestação, escrita ou falada, exigindo-se apenas que ocorra no exercício da função, dentro ou fora da Casa respectiva.
Mais do que a liberdade de expressão do parlamentar, objetiva-se tutelar o livre exercício da atividade legislativa, bem como a independência e harmonia entre os Poderes.
A partir da Emenda Constitucional nº 35/2001, ampliou-se a imunidade para que, além de penal, se tornasse também civil, o que significa que o parlamentar não pode mais ser processado por perdas e danos materiais e morais em virtude de opiniões, palavras e votos no exercício de suas funções.
É necessário, contudo, que exista nexo funcional entre a manifestação considerada ofensiva e o exercício do mandato, pois a garantia somente se impõe quando imprescindível para o livre desempenho da função legislativa. 
O suplente não tem direito à imunidade, pois não está no exercício de suas funções.
Quanto à natureza jurídica, não há nas doutrinas um consenso acerca dessa imunidade. Existem posicionamentos, por exemplo, vislumbrando a imunidade, que ora tratamos como causa funcional de isenção de penas, enquanto outros a entende como causa excludente de direito. A imunidade material exclui a própria tipicidade, na medida em que a Constituição não pode dizer ao parlamentar que exerça livremente seu mandato, expressando suas opiniões e votos, e, ao mesmo tempo, considerar tais manifestações fatos definidos como crime.
A tipicidade pressupõe lesão ao bem jurídico, e, por conseguinte, só alcança comportamentos desviados, anormais, inadequados, contrastantes com o padrão social e jurídico vigente.
O risco criado pela manifestação funcional do parlamentar é permitido e não pode ser enquadrado em nenhum modelo descritivo incriminador.
A sociedade, entendeu tal garantia como necessária para a preservação do Estado Democrático de Direito.
Imunidade parlamentar processual ou formal
A Imunidade relativa ao foro (art. 53, § 1º, da CF): 
“1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.”
Findo o mandado, o processo volta. Acabou a prerrogativa. Querer continuar com o foro é privilégio e isso o Supremo não admite. O Supremo acabou com a Súmula 394.
A Imunidade relativa à prisão (art. 53, § 2º, da CF):
“§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.”
Deputados e senadores são insuscetíveis de prisão provisória, mas cabe prisão definitiva. Essa é a posição do Supremo.
Exceção – é possível flagrante em caso de crime inafiançável. Nesta hipótese, os autos têm que ser remetidos ao Congresso para que a Casa respectiva delibere e a decisão é política (conveniência e oportunidade) e não jurídica.
A jurisprudência entende que também não podem ser submetidos à prisão civil.
A Imunidade em relação ao processo (art. 53, §§ 3º, 4º e 5º):
“§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. 
§ 5º “A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.”
Essa imunidade depois da EC 35/01 só alcança infração praticada após a diplomação. O STF não depende mais de autorização para processar. Porem, a Casa Legislativa respectiva pode sustar o processo, não correndo, então, a prescrição.
Essa imunidade é parlamentar. Não impede a investigação. O Congresso não poderá sustá-la. É a posição do Supremo: “a prerrogativa extraordinária da imunidade formal não se estende e nem alcança atos investigatórios contra membros do Congresso Nacional.
A Imunidade relativa à prova
“§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.”
Essa imunidade só alcança o parlamentar enquanto testemunha não como investigado.
“Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.” 
Esse art. 221 também não se aplica ao investigado. É a posição do STF. Ele só marca hora, se testemunha.
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva
As imunidades permanecem durante o estado de sítio, segundo o § 8º, do art. 56:
“§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.” 
Deputados e senadores que se licenciam para exercer cargo no executivo perdem a imunidade parlamentar. A Súmula 04 do STF que previa essa garantia foi cancelada: “Não perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro de Estado. (Cancelada pelo Inq 104 RTJ-99/477 – 26/08/1981)”
No âmbito estadual:
Pelo princípio da isonomia as imunidades concedidas aos deputados federais se aplicam por inteiro aos deputados estaduais.
“Art. 27, § 1º – Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.”
Quanto aos vereadores, estes gozam apenas de imunidade absoluta, restrita ao território em que exerce a vereança. Não possuem,portanto, imunidade relativa.
Constituição estadual pode conceder foro especial ao vereador. Há 2 Estados que fazem isso: Rio de Janeiro e Piauí.
Quem julga deputado federal por homicídio é o STF e não o Júri. Como os dois têm status constitucional, entende-se que o STF excepciona o júri neste caso.
Quem julga deputado estadual por homicídio é o TJ e não o Júri. Isso porque o foro especial para deputado estadual tem previsão na Constituição Federal, a qual se excepcionou a si mesma.
Quem julga o vereador por homicídio é o Júri. Isso porque o julgamento pelo júri tem previsão na Constituição Federal. A Constituição Estadual não pode excepcionar. Logo, por homicídio o vereador vai a júri, mesmo que tenha foro especial previsto na Constituição Estadual (como ocorre no Rio de Janeiro e Piauí). Nesse sentido Súmula 721 do STF: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecida exclusivamente pela Constituição estadual.”
Conclusão
Como o parlamento, é o órgão representativo da vontade geral da nação, responsável pela definição das normas jurídicas impessoais e gerais, além de fiscalizador dos atos do poder executivo, necessita possuir a independência apta para não se tornar um mero instrumento da vontade do governante.  A imunidade parlamentar se faz necessário para garantir ao povo que o parlamentar por ele escolhido possa com segurança e tranqüilidade cumprir o seu dever, sem correr o risco de ser punido por suas atividades.

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