Buscar

artigo filosofia do direito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DECISÃO CRIMINAL, UM DIREITO OU SIMPLES QUESTÃO DE SORTE?
Nome completo do acadêmico autor do artigo (sigla da instituição de ensino)[1: Graduando (a) do primeiro ano do curso de Letras Português/Inglês na Universidade XX do estado de XX. E-mail:e-mail do acadêmico]
RESUMO: A presente pesquisa parte da ideia de que, no Brasil, não se segue uma teoria sólida da decisão penal, a qual muitas vezes, ao menos aparentemente, está vinculada a mera questão de sorte. Portanto, a partir da teoria do Direito como integridade apresentada por Dworkin, parte-se da ideia de que o Direito não é fruto do convencionalismo, muito menos do pragmatismo. O Direito é uma prática social interpretativa, ou seja, é resultado da melhor argumentação moral política possível. Ainda, fundamentado no processo interpretativo de Dworkin, o qual propõe um método de interpretação da norma jurídica de maneira que possa resultar em uma decisão judicial que ofereça uma adequação justa e legítima das leis, conjuntamente com os valores comunitários. O método utilizado para a realização da pesquisa foi o indutivo, por meio de revisão bibliográfica das obras do referido autor, bem como a leitura de trabalhos elaborados por críticos da teoria de Dworkin.
Palavras-Chave: Discricionariedade. Moralidade Política. Interpretação. Integridade.
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista que a legislação brasileira vive em incessante modificação, consequência de uma sociedade ativa, em constante evolução. Junto a ela modificam-se paulatinamente o direito e sua aplicação, refletindo nos tribunais de todo país os progressos sociais. 
Considerando que o sistema jurídico brasileiro possui a lei como fonte principal, e mesmo assim, não está protegido das influências da globalização judicial, bem como da relação com os modelos de justiça dos demais países. Contudo, não se pode esquecer que a sociedade brasileira vive em um estado Democrático de Direito. E por isso, não se deveria admitir que ainda nos dias de hoje, em que a igualdade é direito fundamental e norteia todo ordenamento jurídico, sejam proferidas decisões arbitrárias, contraditórias, casos idênticos que possuem respostas distintas. 
A crítica apresentada nesta pesquisa é sustentada pela hermenêutica, como via privilegiada para a construção de constrangimentos democráticos ao poder do juiz criminal. Para esse fim, fundamentou-se na teoria da integridade de Ronald Dworkin e sua compreensão sobre moralidade política.
Afinal, não há coerência um Estado Democrático que admite decisões conflitantes e contrárias aos princípios de igualdade e segurança jurídica, valores fundamentais do Estado de Direito. Num país em que diariamente se realiza o combate às desigualdades sociais a busca pelo acesso à justiça, é indispensável à previsibilidade, estabilidade e harmonia do Poder Judiciário. 
A pesquisa estrutura-se, portanto, da seguinte forma: no primeiro capítulo, foi abordado sobre a discricionariedade do juiz conforme a concepção de Kant, Hart e Dworkin. Considerando que o foco principal está na concepção de Dworkin, que compreende a inclusão de princípios no ordenamento jurídico como a solução encontrada para dar fim ao problema da discricionariedade judicial.
No segundo Capítulo, aprofundando-se mais nas obras de Ronald Dworkin, analisou-se a teoria da integridade concebida pelo autor e sua compreensão sobre a moralidade política. O qual compreende ser inaceitável o uso da discricionariedade e do decisionismo em um Estado Democrático de Direito, devendo o Juiz fazer uso da moral e dos princípios quando se deparar com os hard cases ou lacunas jurídicas.
Por fim, no terceiro capítulo, discutiu-se sobre a justiça atual brasileira estar vinculada a decisões contraditórias em casos análogos, o que levaria o uso do direito como uma questão de sorte. Para isto apresentou-se um caso fictício em que duas pessoas estariam sendo julgadas pelo mesmo fato, porém tiveram decisões totalmente diferentes. A partir desta crítica, verificou-se a necessidade dos operadores do Direito em usarem de princípios constitucionais como norte para suas decisões e inclusive do bom senso e da moralidade em suas fundamentações.
2 A DISCRICIONARIEDADE DO JUIZ NA VISÃO DE KANT, DWORKIM e HART
Com o passar dos tempos e o desenvolvimento da ciência jurídica, chegou-se à conclusão de que, efetivamente, o papel do juiz é muito mais difícil e complexo do que se supunha até então, e de que o juiz, moral e politicamente, é bem mais responsável por suas decisões do que haviam sugerido as doutrinas tradicionais.
Primeiramente, antes de adentrar na crítica realizada sobre a discricionariedade do Juiz, é necessário compreender o uso dos princípios, da ética e da moral no ordenamento jurídico. Visto que é a partir desta concepção que surge as divergências entre grandes Filósofos em relação ao uso da discricionariedade e a interpretação da norma jurídica.
Neste passo, observa-se a distinção entre direito e moral nos ensinamentos de Kant, a partir da diferença entre legalidade e moralidade:
A conformidade de uma ação com uma lei do dever é sua legalidade (legalistas); a conformidade da máxima de uma ação com uma lei é a moralidade (moralistas) da ação. Uma máxima é um princípio subjetivo de ação, um princípio que o próprio sujeito converte em sua regra (como ele deseja agir); um princípio de dever, por outro lado, é um princípio que a razão a ele prescreve absolutamente e, assim, objetivamente (como ele deve agir). (KANT, 2010, p. 48)
Ainda, acrescenta o autor sobre essa distinção quando há referência aos deveres de direito e deveres de virtude. 
Todos os deveres são ou deveres de direito (officia iuris), quais sejam, deveres para os quais a legislação externa é possível, ou deveres de virtude (officia virtutis s. ethica), para os quais a legislação externa não é possível. Deveres de virtude não são suscetíveis de estarem submetidos à legislação externa simplesmente porque eles têm a ver com um fim o qual (ou cuja posse) é também um dever. Nenhuma legislação externa é capaz de fazer alguém estabelecer um fim para si mesmo (já que isto constitui um ato interno da mente), a despeito de lhe ser possível prescrever ações externas que conduzem a um fim sem que o sujeito o torne seu fim.
Mas por que a doutrina dos costumes (moral) geralmente (em especial por Cícero) chamada de doutrina dos deveres, é não também doutrina dos direitos, ainda que os direitos sejam correlatados aos deveres? A razão é que conhecemos nossa própria liberdade (da qual provêm todas as leis morais e assim todos os direitos, bem como os deveres), somente através do imperativo moral, que é uma proposição que ordena o dever (...) (KANT, 2010, p. 59)
Portanto, o direito está ligado à liberdade exterior, é a liberdade que o homem pode ter pelo fato de ser igual a outros homens, traz à ideia de igualdade entre os homens, assim são reconhecidos como iguais e livres por terem o poder de fazer livremente e igualmente as mesmas coisas. Já a moral está ligada à liberdade interior, pois esta relacionada ao controle consciente que o homem possui sobre seus instintos e sentimentos, agindo de maneira justa mesmo que contrariamente ao que acontece com a maioria. 
Kant (2010, p. 154) ao tratar da liberdade exterior e a liberdade interior faz a ressalva de que no direito há a possibilidade de coerção e constrangimento por outros, no intuito de cumprimento do dever. Em contrapartida, ao que se refere a moral, há uma exclusão da possibilidade de constrangimento, pois esta é baseada apenas no livre autoconstrangimento. 
Observa-se que Kant faz distinção entre os conceitos de direito e moral, os quais devem ser tratados com suas particularidades. Esta distinção é de grande importância devido a sua influência prática quando ocorrem situações que necessitam de intepretação da norma jurídica.
Por seu turno, Feldhaus ao distinguir o direito e a moral de Kant ressalta que:
Portanto a doutrina do direito, que por sua natureza deve determinar deveres estritamente (precisamente),não tem mais necessidade de orientações gerais (um método) quanto ao modo de proceder no julgamento do que a matemática pura; em vez disso, ela certifica seu método pelo que realiza. Mas à ética, por causa da latitude que permite em seus deveres imperfeitos, inevitavelmente conduz a questões sobre o julgamento de decidir de que modo uma máxima deve ser aplicada em casos particulares, e na realidade de tal maneira que julgamento fornece outra máxima (subordinada) – e se pode sempre reivindicar outro princípio para aplicar essa máxima aos casos que podem surgir. – Desse modo, a ética cai em uma casuística, o que não tem lugar na doutrina do direito. (KANT, apud FELDHAUS, 2007, p. 48)
Noutro norte, de acordo com o pensamento positivista de Kelsen, a moral estaria ligada ao ser, enquanto o Direito ligado ao dever ser. Moral e direito estariam em campos opostos, muito embora pudessem se correlacionar.
O que é comum a todos os sistemas morais é a sua forma, o dever-ser, o caráter de norma. É moralmente bom o que corresponde a uma norma social que estatui determinada condita humana; é moralmente mau o que contraria tal norma. O valor moral relativo é constituído por uma norma social que estabelece um determinado comportamento humano como devido (devendo-ser). Norma e valor são conceitos correlativos. (KELSEN, 1998. p. 74)
Hart teve forte pensamento positivista defendendo que quando ocorrer a ausência de norma diante do caso concreto, o juiz deve fazer uso da discricionariedade em suas decisões. Para este filósofo haveria sempre casos que não comportasse normatividade jurídica, principalmente os chamados hard cases:
O conflito direto mais agudo entre a teoria jurídica deste livro e a teoria de Dworkin é suscitado pela minha afirmação de que, em qualquer sistema jurídico, haverá sempre certos casos juridicamente não regulados em que, relativamente a determinado ponto, nenhuma decisão em qualquer dos sentidos é ditada pelo direito e, nessa conformidade, o direito apresenta-se como parcialmente indeterminado ou incompleto. Se, em tais casos, o juiz tiver de proferir uma decisão, em vez de, como Bentham chegou a advogar em tempos, se declarar privado de jurisdição, ou remeter os pontos não regulados pelo direito existente para a decisão do órgão legislativo, então deve exercer o seu poder discricionário e criar direito para o caso, em vez de aplicar meramente o direito estabelecido pré-existente. Assim, em tais casos juridicamente não previstos ou não regulados, o juiz cria direito novo e aplica o direito estabelecido que não só confere, mas também restringe, os seus poderes de criação do direito. (HART, apud CELLA, p. 06)
Dworkin (2002, p. 51-52), por sua vez, em desacordo com Hart, apresenta três sentidos para o uso do poder discricionário: 
a) Algumas vezes empregamos ‘poder discricionário’ em um sentido fraco, apenas para dizer que, por alguma razão, os padrões que uma autoridade pública deve aplicar não podem ser aplicados mecanicamente, mas exigem uso da capacidade de julgar.
b) Às vezes usamos a expressão em um segundo sentido fraco, apenas para dizer que algum funcionário público tem a autoridade para tom ar uma decisão em ultima instância e que esta não pode ser revista e cancelada por nenhum outro funcionário. 
c) Às vezes usamos ‘poder discricionário’ (...) para dizer que, em certos assuntos, ele não está limitado pelos padrões da autoridade em questão.
A discussão entre Hart e Dworkin possui entendimento contraditório em suas próprias bases. Hart defende a Teoria Descritiva, enquanto, Dworkin reconhece seus fundamentos na Teoria Descritiva-Justificativa.
Diante desta discussão, Hart critica o entendimento de Dworkin, quando este afirma que a discricionariedade teria a função de criar direitos imoderadamente, sem qualquer controle limitador. Hart fundamenta sua crítica ao afirmar que o poder discricionário do juiz estaria vinculado apenas aos casos de omissão da lei, estando impedido de fazer reformas ou mesmo criar novas normas através da discricionariedade: 
É importante que os poderes de criação que eu atribuo aos juízes, para resolverem os casos parcialmente deixados por regular pelo direito, sejam diferentes dos de um órgão legislativo: não só os poderes do juiz são objeto de muitos constrangimentos que estreitam a sua escolha, de que um órgão legislativo pode estar consideravelmente liberto, mas, uma vez que os poderes do juiz são exercidos apenas para ele se libertar de casos concretos que urge resolver, ele não pode usá-los para introduzir reformas de larga escala ou novos códigos. Por isso, os seus poderes são intersticiais, e também estão sujeitos a muitos constrangimentos substantivos. Apesar disso, haverá pontos em que o direito existente não consegue ditar qualquer decisão que seja correta e, para decidir os casos em que tal ocorra, o juiz deve exercer os seus poderes de criação do direito. Mas não deve fazer isso de forma arbitrária: isto é, ele deve sempre ter certas razões gerais para justificar a sua decisão e deve agir como um legislador consciencioso agiria, decidindo de acordo com as suas próprias crenças e valores. Mas se ele satisfizer estas condições, tem o direito de observar padrões e razões para a decisão, que não são ditadas pelo direito e podem diferir dos seguidos por outros juízes confrontados com casos difíceis semelhantes. (HART, apud CELLA, p. 09)
Como pode-se observar, Hart não desconsidera a aplicação dos princípios, inclusive os tem como fonte de fundamentação do poder de discricionariedade do juiz, ao contrariando a alegação de Dworkin sobre o uso ilimitado da discricionariedade. 
Contudo, Dworkin não admite o uso da discricionariedade em qualquer circunstância, visto que na sua compreensão o direito e a moral não se desvinculam, considerando os princípios como fonte normativa. Desta maneira, o referido autor salienta que “não podemos tratar a lei como separada, mas sim como um departamento da moralidade”. (DWORKIN, apud DELAMAR, 2010, p. 26)
Dworkin (apud IKAWA, 2004, p. 100) preocupado em evitar que o juiz atue como legislador na criação de novas leis, através do uso do poder discricionário, defende a teoria de que a lei não deve ser apenas identificada, mas também justificada moralmente. 
No entanto, para Dworkin, a aplicação das normas exige que estas sejam cumpridas em suas totalidades, adequando sempre uma conduta com a norma jurídica. Porém, os princípios podem ser cumpridos em diversos graus, caracterizados como meio de aprimoramento, fortalecimento da norma jurídica. Corroborando com o exposto, Atienza (apud CELLA, p. 04 e 05) disserta:
A diferença entre regras e princípios não é simplesmente uma diferença de grau, mas sim de tipo qualitativo ou conceitual. As regras são normas que exigem um cumprimento pleno e, nessa medida, podem somente ser cumpridas ou descumpridas. Se uma regra é válida, então é obrigatório fazer precisamente o que ordena, nem mais nem menos. As regras contêm por isso determinações no campo do possível, fática e juridicamente. A forma característica de aplicação das regras é, por isso, a subsunção. Os princípios, no entanto, são normas que ordenam que se realize algo na maior medida possível, em relação às possibilidades jurídicas e fáticas. Os princípios são, por conseguinte, mandatos de otimização que se caracterizam porque podem ser cumpridos em diversos graus. 
Portanto, Dworkin defende que não se pode deixar de dar a devida atenção a moral, devendo estar ser sempre observada conjuntamente com a norma jurídica, seja como parte dela ou como complemento. Considerando um erro o positivismo não fazer esta observação, distinguindo as regras e os princípios.
O fato de Dworkin compreender que os princípios complementam as normas, não faz com que o referido autor defenda que o direito não é incompleto, pois além do direito explícito (a norma positivada), haveria princípios implícitos que complementam estas normas, as justificando através da moral. E justamente por entender que o direito nunca se apresentacomo incompleto, é que Dworkin defende a total impossibilidade do juiz agir de maneira discricionária em seus julgamentos. 
Ressalta ainda, o referido Jusfilósofo a irracionalidade da ideia defendida por Hart, do uso do poder discricionário para suprir lacunas do direito, dada a arbitrariedade a que se expõe o sistema jurídico. Desta maneira o autor correlaciona ao dizer que “tal como um espaço vazio no centro de uma rosca, o poder discricionário não existe a não ser como um espaço vazio, circundado por uma faixa de restrições”. (DWORKIN, 2002, 50-51)
Dworkin, em sua obra, complementa ao falar sobre a existência de dois tipos de poder discricionário para Hart, sendo um em sentido fraco e outro em sentido forte, os quais se empregam:
O primeiro tipo se desmembra em dois subtipos: a) primeiro subtipo (sentido fraco) apenas para dizer que, por alguma razão, os padrões que uma autoridade pública deve aplicar, não podem ser aplicados mecanicamente, mas exigem o uso da capacidade de julgar. b) segundo subtipo (sentido fraco) apenas para dizer que algum funcionário público tem a autoridade para tomar uma decisão em última instância e que esta não pode ser revista e cancelada por nenhum outro funcionário. 
Entretanto, no que tange ao segundo tipo (sentido forte), seria este empregado para dizer que, em certos assuntos, por não haver uma ordem dirigindo a decisão a ser tomada, não haveria limitações advindas de qualquer padrão proveniente de uma autoridade, o que daria à autoridade grande margem de escolha. (DWORKIN, 2002, 50-51)
Desta forma, Dworkin considera que Hart quando defende o uso de um poder discricionário estaria utilizado em seu sentido forte, tento em vista que seria um privilégio dos juízes emitirem juízos de valores para resolver o caso concreto.
Contribuindo com o entendimento de Dworkin, Carlos Colontonio (2011, p. 67) preleciona que:
É esta a questão que Dworkin acredita que seja o ‘calcanhar de Aquiles’ da doutrina do poder discricionário. Acreditar que os casos jurídicos controversos são resolvidos com um poder discricionário em sentido forte, ilimitado em face dos parâmetros de direito, é afirmar que uma decisão tomada por uma autoridade, em uma situação de dúvida, é uma decisão que pode ser criticada pelos opositores, mas que nunca pode ser considerada errada, juridicamente falando. 
Portanto, Dworkin considera a observância dos princípios conjuntamente com a norma jurídica uma forte alternativa para extinguir o problema do uso da discricionariedade pelos juízes.
3 A MORALIDADE POLÍTICA E A INTEGRIDADE EM RONALD DWORKIN: UMA FÓRMULA CONTRA O DECISIONISMO
Primeiramente faz-se necessário analisar a Teoria do Direito como integridade defendida por Dworkin, isto devido ao fato do conceito de moralidade ser parte indispensável da sua teoria.
Dworkin considera a interpretação de grande importância, visto que os juízes ao analisarem um fato para proferirem suas sentenças, costumam basear suas decisões mais em questões sociais e ideológicas do que diretamente na legislação. No que se refere ao Direito como integridade observa-se que o ordenamento jurídico é único e formado pelas novas concepções que surgem com a evolução da realidade social. 
Portanto, como já mencionado no tópico anterior, para Ronald Dworkin (2007, p. 125) existe uma discrepância sobre o uso da discricionariedade como solução para o julgamento de hard cases devido ao seu caráter autoritário, e por isto salienta que o julgador deve buscar conjuntamente com as normas se agasalhar nos princípios.
Ronald Dworkin (2007, p. 125) acredita que quando o juiz usa da discricionariedade, de certa forma, está criando o direito e não apenas aplicando. Ato este que o autor compreende ser incoerente e necessário ser suprimido Pois, diante do uso desmedido da discricionariedade, o juiz estaria aplicando direito novo, criado a partir das concepções arbitrárias do juiz, em fato já existente, o que se compreende ser o mesmo que retroagir a norma jurídica.
A conhecida história de que a decisão judicial deve ser subordinada à legislação é sustentada por duas objeções à originalidade judicial. De acordo com a primeira, uma comunidade deve ser governada por homens e mulheres eleitos pela maioria e responsáveis perante ela. Tendo em vista que, em sua maior parte, os juízes, não são eleitos, e como na prática eles não são responsáveis perante o eleitorado, como ocorre com os legisladores, o pressuposto acima parece comprometer essa proposição quando os juízes criam as leis. A segunda objeção argumenta que, se um juiz criar uma nova lei e aplicá-la retroativamente ao caso que tem diante de si, a parte perdedora será punida, não por ter violado algum dever que tivesse, mas sim por ter violado um novo dever, criado pelo juiz após o fato. (DWORKIN, 2007, p. 132).
Dworkin, no entanto a grande polêmica não se encontra apenas sobre se os juízes devem seguir determinada lei ou aplica-las em conformidade com os princípios e conceitos morais. A questão está em saber atingir o significado da lei, visto que ocorre muitas vezes divergência entre os juízes em relação aos fundamentos do direito; sobre qual o significado ou alcance de uma lei em determinado caso concreto deve ter. (DWORKIN, 2007, p. 25) 
O texto da lei lembra Dworkin, não se confunde com o direito por ele criado, produto da interpretação. Aqui reside explicação basilar para entender-se por que o direito não é simples questão de fato. Discutir sobre o que é o direito implica, necessariamente, discutir sobre o produto do texto, que é a interpretação. O direito, assim, é, sempre, uma prática interpretativa, jamais semântica. Até porque, por mais claro que seja o texto, ainda que não traga vaguezas ou ambiguidades, haverá questões mais complexas no momento de decidir qual a solução jurídica adequada para o caso. (DWORKIN, 2007, p. 13)
Segundo Dworkin (2003, p. 203), para se compreender melhor a interpretação construtiva do Direito, será necessário aceitar a integridade como uma virtude política, uma vez que para que haja de fato uma real integridade no direito é necessário que atinja tanto o legislativo, fazendo com que os legisladores produzam leis coerentes com os princípios, e o judiciário, da mesma maneira necessita que os julgamentos sejam de forma coerente com os princípios.
Nesse passo, Dworkin (2007, p. 203-205) corrobora ao dizer que:
[...] não é possível pensar que o aperfeiçoamento desta virtude se dê de maneira simples. Para sua realização, a integridade política supõe uma personificação profunda da comunidade. Pressupõe que esta se engaje na fomentação dos princípios de equidade, justiça e devido processo legal, e que honre essas virtudes. A ideia de integridade política personifica a comunidade como um agente moral, atuante, pressupondo que a comunidade pode adotar, expressar e ser fiel ou infiel a princípios próprios, diferentes daqueles de quaisquer de seus dirigentes ou cidadãos enquanto indivíduos. 
Diante disto, compreende-se que o princípio da integridade não admite que uma mesma comunidade aplique direitos diferentes, devendo assim, serem aplicados em conformidade e de maneira coerente com os princípios de justiça, equidade e devido processo legal.
Para Dworkin (2002, p. 135), o Princípio da Integridade objetiva um comportamento melhor dos juízes e de outros operadores do direito, objetivando que suas decisões sejam coerentes, abrangentes, adequadas, justificáveis, criativas e íntegras. Afirma, ainda, que compreende-se como coerência a aplicação de decisões semelhantes, que toda decisão siga de forma fiel ou ao menos o mais próximo possível as decisões anteriores. Entretanto, a coerência no domínio da integridade diz respeito com a articulação de princípios e não de regras ou de exemplos passados.
Portanto, o Direito é um conceito interpretativo, e por isso, qualquer teoria sobre o Direito deve assentar sobre alguma concepção de interpretação. O Direito é uma prática argumentativa, que se deve voltar para a solução de problemas da prática humana.(DWORKIN, 2005, p. 45-46).
Salienta-se que a integridade para Ronald Dworkin (2002, p. 140) “é usada para descrever e avaliar a ação institucional dos juízes num determinado jogo principiológico”. A integração prática dos princípios depende da iniciativa criteriosa e filosófica de um juiz humano, que através de seu conhecimento especializado do direito pretende representar uma determinada comunidade, ou cultura judiciária de princípios. 
Assim, a integridade é um reflexo dos preceitos constitucionais que utiliza o método da interpretação construtiva, valorizando constitucionalmente a liberdade, igualdade, fraternidade, legitimidade, responsabilidade e a dignidade dos cidadãos no âmbito do direito e da política. (DWORKIN, 2002, p. 140).
Neste passo, Dworkin compara dois modelos opostos, o convencionalismo e pragmatismo, ponderando todas as falhas existentes em cada um. Além disto, o jusfilósofo, ainda, apresenta sua tese sobre a integridade defendendo a necessidade de superar as falhas dos padrões criticados.
Desta forma, para o convencionalismo o Direito trata-se de uma simples questão de fato passado, de interpretar o que pretenderam as decisões antepassadas. Seria “nada mais que aquilo que as instituições jurídicas, como as legislaturas, as câmaras municipais e os tribunais, decidiram no passado”. Segundo os convencionalistas, a prática jurídica, bem compreendida, é uma questão de respeito e de aplicação das convenções, considerando apenas as suas conclusões como direito. (DWORKIN, 2007, p. 10)
O pragmatismo, em contrapartida, apresenta uma postura utilitarista e cética, visando tomar decisões que lhes pareçam melhores para o futuro da comunidade, ignorando qualquer forma de correlação com as decisões passadas. Os pragmáticos negam que as decisões políticas do passado possam servir de justificativa para a legitimidade do poder coercitivo do Estado. “O pragmatismo estimula os juízes a decidir e a agir segundo seus próprios pontos de vista e refuta a coerência com o passado, pela coerência”. O Direito, assim, não existe, ou, como diz Dworkin, referindo-se aos pragmáticos, “é apenas uma questão daquilo que os juízes tomaram no café da manhã”. (DWORKIN, 2007, p. 187)
Como se vê, o convencionalismo cai na armadilha de acreditar na possibilidade de se revelar a intenção originária do legislador. É um apego ao passado, para manter uma determinada prática. Aqui se corre o risco de cair na discricionariedade, tendo em vista ser inviável ter uma precisão do real significado.
Quando Dworkin critica a discricionariedade, é justamente contra estas decisões fundamentadas na moral de cunho pessoal, também conhecida por decisionismo, que o autor se posiciona. O juiz deve decidir, de forma fundamentada, com base em princípios de moralidade política e na norma jurídica.
Por seu turno, Dworkin (2002, p. 22) chama de princípio aquele modelo que deve ser observado, não por ter em vista uma finalidade econômica, política, ou social, que se possa considerar favorável, mas porque seja uma exigência de justiça, ou equidade, ou alguma outra dimensão de moralidade.
Apesar da relação necessária que Dworkin faz entre a moral e o direito, isto não significa dizer que o referido autor defenda arbitrariedades. Muito pelo contrário, pois a ideia de moral defendida por Dworkin diretamente ligada aos princípios que carregam força normativa, tratando-se assim de uma moralidade política, a qual inclusive serve de restrição a qualquer tipo de arbitrariedade no meio jurídico.
Neste contexto, importante destacar que Dworkin ao apresentar a sua teoria, compreende o Direito como a combinação de quatro virtudes políticas: equidade, justiça, devido processo legal adjetivo e integridade. (DWORKIN, 2007, p. 258)
Dworkin ressalta que a integridade carrega um conceito muito mais amplo, ou seja, é uma exigência específica de moralidade política e funciona como uma espécie fiel da balança que transita entre as demais virtudes, com o fim de ajustá-las e garantir a coerência entre elas. (DWORKIN, 2007, p. 260)
A integridade também há de estar presente na legislação e nas decisões judiciais. Tanto legisladores, quanto juízes devem seguir a integridade, para que seus atos e decisões sejam os melhores possíveis para uma comunidade fraterna.
Portanto, conforme preleciona Dworkin (2007, p. 264), a integridade “exige que as normas públicas da comunidade sejam criadas e vistas, na medida do possível, de modo a expressar um sistema único e coerente de justiça e equidade na correta proporção”. Ou seja, uma decisão que respeite a integridade deve estar distanciada de decisões que carreguem entendimentos passados, em busca de uma fiel observância dos princípios atualmente aplicáveis nas comunidades em que estão inseridos. A coerência pode, não raro, ver-se prejudicada, em nome de um princípio de moralidade política. 
Nota-se que o tema moralidade politica acolhe toda a tese do direito como integridade. Os conceitos de interpretação construtiva e de comunidade de princípios não renuncia a noção de moralidade política, pelo contrário é pressuposto desta.
Os princípios morais ou de moralidade política possuem essência de justiça e equidade, pelos quais quando observados, tornam a decisão jurídica adequada. Assim, esses princípios desempenham um papel muito importante na concepção de direito como integridade. (SIMIONI, 2014. p. 336)
Os juízes, então, poderão interpretar uma regra como expressão de um objetivo político ou como uma questão de moral, de justiça. Dessa forma, eles terão de decidir se usarão o direito como um instrumento que se adéqua aos objetivos do governo, ou se o utilizarão para demonstrar sua integridade, justificando as decisões jurídicas com argumentos de moralidade política. (SIMIONI, 2014. p. 336)
Nota-se que a decisão jurídica possui um caráter político, mas sabendo disso, os juízes deverão justificá-las com argumentos de princípios, com argumentos que trazem a tona os direitos individuais da comunidade, mesmo que estes se choquem com os objetivos políticos do Estado.
Nessa esteira, para Dworkin (2005, p. 25, apud Caroline Feliz Sarraf Ferri, 2013, p. 01) 
é perfeitamente natural que o magistrado decida de acordo com a sua própria moralidade política, desde que a questão seja compatível com mais de um conjunto de princípios, assim caberá ao magistrado, mediante o livre convencimento motivado, a escolha por um dos sistemas aptos e, por óbvio, ele o fará de acordo com a sua própria carga política. Por outro lado, se apenas um conjunto de princípios é compatível com uma lei, então um juiz que siga a concepção centrada nos direitos deve aplicar esses princípios.
Dworkin sustenta que é impossível ao juiz decidir de forma distanciada de um sentido político. Toda decisão judicial é política, entendendo-se política, aqui, como moralidade política, no sentido acima já apresentado, ou seja, fundado em princípios, em ideias de justiça, do que é melhor para uma determinada comunidade, levando em conta toda a sua história, sua tradição, e não na moralidade individual.
4 AS DECISÕES CRIMINAIS SOBRE CASOS ANÁLOGOS: A INTEGRIDADE DE DWORKIN COMO UMA FÓRMULA CONTRA O DECISIONISMO
As teorias que buscam no Direito um sentido puro, como pode-se observar, não se perpetuam, tendo em vista que o Direito é uma prática interpretativa. E é neste contexto que Dworkin defende a impossibilidade de aplicação da discricionariedade nas decisões judiciais, e com isto, busca o controle para o poder de decisão do juiz.
Portanto, a partir das concepções de Dworkin compreende-se que o Direito não comporta decisões contraditórias, vagas, pautadas na moralidade privada, pois isto transformaria o ordenamento jurídico em mera questão de sorte. Inserido em um estado Democrático, o cidadão tem o direito de ter uma resposta constitucionalmente adequada. E, com isto, é inadmissível dentro de um contexto constitucional que o cidadão dependa de decisões arbitrárias do poder estatal.
É sempre bom destacar que propostas como a de Dworkin são indispensáveisem países como o Brasil, em que o projeto de uma democracia constitucional ainda não se solidificou e a real proteção dos direitos fundamentais é, por enquanto, um desejo. A resposta certa é, acima de tudo, uma questão de democracia. (PINHO, 2013 p. 131)
Ana Cláudia Bastos de Pinho (2013, p. 131) afirma que “não são raras situações em que se assiste ao Poder Judiciário chegar a resultados impensáveis, contrastantes, nitidamente inadequados, por falta de uma fundamentação coerente, de uma análise criteriosa das razões de decidir”.
Ainda, conforme preleciona a supramencionada autora:
A propósito, é lugar comum a simples alusão a acórdãos ou súmulas e, não raro, apenas a ementas, para “justificar” decisões, como se isso desobrigasse o juiz da necessidade de fundamentar. O problema das súmulas vinculantes é extremamente delicado e bem como o mau uso dos precedentes no Brasil, que, diga-se, não possui qualquer tradição nessa prática e, por isso mesmo, precisaria que a doutrina se esforçasse para disponibilizar uma séria teoria de precedentes, como ocorre em países de Commom Law, especificamente os Estados Unidos. (PINHO, 2013, p. 131)
De acordo com Didier Jr. (2009, p. 381), precedente judicial é definido por como “a decisão judicial tomada à luz de um caso concreto, cujo núcleo essencial pode servir como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos.” Em outras palavras, “precedente é um caso anteriormente apreciado e julgado por um juiz ou tribunal” e, justamente por ser um caso, a regra dele extraída não pode ser dele desvinculada, afinal, o texto deve ser compreendido dentro da situação fática concreta da qual é fruto.
Corroborando com o entendimento sobre os precedentes, destaca-se os ensinamentos de Ovídio Baptista da Silva (1999, p. 494 apud GALIO, 2014, p. 08), o qual compreende que o sentido estrito dos precedentes 
não é formado por decisões reiteradas sobre determinado assunto, ao contrário, o precedente é uma decisão que rompe uma circunstância anterior, que não surge para concretizar um posicionamento, e sim para alterá-lo, de acordo com o doutrinador: “O precedente é sempre fruto de uma quebra da jurisprudência da corte; ele surge não para consolidar, mas para modificar a jurisprudência até então seguida pelo tribunal”.
Morgana (2014, p. 12) faz a ressalva de que apesar as semelhança que se busca, existe uma grande diferença entre a aplicação dos precedentes no Brasil e o common law, o qual resulta em uma aplicação atípica do direito, que não está adequada ao moldes de nenhum dos sistemas estudados. Por exemplo, a jurisprudência, ainda que muito influente e responsável pela formação e consolidação de posicionamentos, não é uma manifestação da teoria dos precedentes vinculantes, como há muito alertou o jurista Carlos Maximiliano (1980, p. 187 apud GALIO, 2014, p. 12) em sua obra Hermenêutica e Aplicação do Direito: “A jurisprudência é a causa mais geral da formação de costumes jurídicos nos tempos modernos. Contribui, como precedentes legislativos, para o Direito Consuetudinário; porém não se confunde com eles, nem com o uso”.
Conforme preleciona Ana Cláudia Bastos de Pinho (2011, p. 125-127) 
Existe, aqui, uma clara possibilidade de manipulação de sentidos. O julgado passa a ocupar o lugar da lei que, assim, funciona como pauta geral, esquecendo-se que o julgado diz respeito a um caso concreto; em assim o sendo, existem situações, detalhes, argumentos que necessitam ser enfrentados e confrontados com o caso ao qual se pretende seja aplicado o precedente.
A jurisprudência no ordenamento jurídico brasileiro, como reflexo do sistema de civil law adotado, decorre da interpretação legal, portanto, provém da aplicação da norma à realidade, considerando-se apenas seu caráter interpretativo. Neste sentido, a jurisprudência passa a possui no ordenamento jurídico brasileiro um caráter complementar ao direito vigente, diferentemente do que ocorre nos países que possuem a tradição do common law, nos quais as decisões formam precedentes vinculantes, recebendo um caráter prioritário como fonte de direito, e consequentemente, a norma jurídica passa apenas a complementá-la. Mas apenas uma decisão não constitui jurisprudência, é necessário que esta decisão se repita sem grandes variações, consolidando o entendimento uniforme e constante. (GALIO, 2014, p. 12)
Há também que se observar a garantia da motivação das decisões judiciais, pois, esta possui natureza de direito fundamental do jurisdicionado. A própria Constituição Federal, em seu art. 93, IX, estabelece que toda decisão judicial deve ser motivada e, fugindo um pouco à sua linha, normalmente principiológica e descritiva, prescreve norma sancionadora, cominando pena de nulidade para as decisões judiciais desmotivadas . Ainda, porém, que não houvesse expressa disposição constitucional nesse sentido, o princípio da motivação não deixaria de ser um direito fundamental do jurisdicionado, eis que é consectário da garantia do devido processo legal e manifestação do Estado de Direito. (MOREIRA, 1988, p. 88-90).
O princípio da motivação das decisões judiciais é um princípio basilar de nosso ordenamento jurídico, uma vez que para que se exerça um controle da eficácia do contraditório e do direito de defesa, bem como de que existe prova suficiente para sepultar a presunção de inocência, é fundamental que as decisões judiciais estejam suficientemente motivadas, pois somente a devida fundamentação permite avaliar a racionalidade da decisão que predominou sobre o poder, premissa fundante de um processo penal democrático. (LOPES JR., 2006, p. 263).
A interpretação operada pelo juiz é sempre uma atividade motivadora, e a motivação implica um ofício interpretativo. Motivar e interpretar se correlacionam, portanto, como vias intelectivas de mão dupla, pois a motivação é pertinente à interpretação. Não são atividades mentais distintas, mas reflexos da faculdade de julgar com bom senso do juiz, defronte às situações fáticas e jurídicas apresentadas à sua decisão.
Ana Cláudia Bastos de Pinho (2011, p. 135-136) apresenta um situação hipotética que bem exemplifica o uso do direito como uma questão de sorte:
Imagine-se, por hipótese, a seguinte situação: tramita em uma Vara de Juizado Especial Criminal um termo circunstanciado de ocorrência, sugerindo a prática do tipo penal descrito no artigo 28 da Lei n.º 11.343/06 (guarda de droga para consumo próprio). Há dois investigados: A e B.
Na primeira audiência, compareceu apenas o investigado A, tendo B justificado sua ausência, por problemas de saúde. O promotor de Justiça C, com atuação naquela Vara, propôs ao suposto autor do fato A uma transação penal, consistente em prestação de serviços à comunidade, pelo período de três meses. O investigado A, orientado por seu advogado, aceitou a proposta e teve, assim, extinta a punibilidade.
Quanto ao investigado B, o promotor de Justiça C solicitou nova audiência para, da mesma forma, propor a medida restritiva de direitos, referente à transação penal. Ocorre que, no dia designado para a segunda audiência, presente o investigado B e seu advogado, como o promotor de Justiça C, que atuara na primeira audiência, havia entrado em gozo de férias regulamentares, outro membro do Ministério Público, o promotor de Justiça D, substituía-o. O promotor de Justiça D, porém, deu uma resposta ao caso completamente diversa da de seu antecessor. Invocando princípios e argumentando a partir de toda a discussão que se trava na doutrina sobre a (in)constitucionalidade da proibição penal do uso de drogas, sustentou, fundamentadamente, uma promoção de arquivamento.
Em suas razões, construiu seus argumentos com base na Constituição da República e defendeu o princípio de que o direito penal somente poderá intervir quando a conduta causar dano ou risco concreto de dano a bem jurídico alheio. Demonstrou, justificadamente, que tal exigência deriva do caráter democrático do Estado brasileiro e do direito maior à liberdade, consagrado na Constituição, além de mencionar orientaçõesdoutrinárias e jurisprudenciais no sentido de sua tese.
O colega que o havia antecedido, e que aplicou a transação penal ao investigado A, nem sequer fundamentou sua decisão. Simplesmente propôs a medida restritiva, porque a lei assim o determinava, ignorando tudo o que já se tem discutido a respeito do tema, na doutrina e na jurisprudência pátrias, inclusive forçando alteração legislativa. Basta lembrar que, antes de 2006, vigorava a Lei n.º 6.368/76, que até prisão previa para o uso de drogas. A Lei n.º 11.343/06, embora não descriminalizando o fato, promoveu o desprisionização, isto é, o fato segue sendo típico, mas prisão não cabe mais. Não se pode negar, aqui, certo avanço rumo ao reconhecimento da desnecessidade de intervenção penal, em casos de uso de droga.
Observa-se que mesmo estando diante de fatos idênticos e utilizando dos mesmos procedimentos processuais, as respostas dadas pelo sistema judicial são totalmente distintas. Sendo que uma das decisões apresenta clara restrição de direitos, fundamentada apenas na legislação, desconsiderando totalmente a situação fática e social. Em contrapartida, a segunda decisão recebe uma fundamentação muito mais ampla, constitucionalmente adequada, observando os princípios intrínsecos presentes no meio social em que se insere. 
Diante do caso hipotético narrado, Ana Cláudia Bastos de Pinho (2011, p. 135-136) traz a seguinte reflexão: 
Pode o direito ser reduzido a mera questão de sorte? O investigado B deu sorte, pois, no dia de sua audiência, o promotor de Justiça D tratou o direito seriamente, com integridade. O investigado A, infelizmente, não teve a mesma sorte. Foi traído por uma decisão de cunho positivista e não conforme com a Constituição.
Se direito não é mera sorte, então existem respostas melhores que outras; existem respostas mais bem fundadas; existem respostas constitucionalmente adequadas; existem, enfim, respostas corretas.
Dworkin mostra, entretanto, a partir de incomparável tenacidade argumentativa, que a resposta correta é, não apenas possível, como, na verdade, necessária. Princípios não abrem sentido, pelo contrário, fecham. O ideal de justiça, de vida boa, de equidade, de integridade, enfim, sempre vem à tona quando o exercício da atitude interpretativa é bem fundado, e, mesmo nos chamados casos difíceis, a resposta certa acontece. (PINHO, 2011, p. 138)
É o próprio Dworkin quem traz a ressalva: “Minha tese sobre as respostas corretas nos casos difíceis é, como afirmei, uma afirmação jurídica muito fraca e trivial. É uma afirmação feita no âmbito da prática jurídica, e não em algum nível filosófico supostamente inefável, externo”. (DWORKIN, 2010b, p. 60)
Por outro lado, e a advertência agora vem de Streck (2008, p. 107), “a pretensão de se buscar a resposta correta não possui condições de garanti-la”. Assim, Dworkin não está preocupado com quem vai dizer a resposta (certa ou errada), mas em demonstrar sua necessidade numa democracia. Ela existe, a despeito da descrença de quem tem o poder de decidir.
A resposta certa, portanto, existe e deve ser buscada, embora não haja nenhuma pretensão de verdade filosófica por detrás dessa proposta de Dworkin, que, fiel à sua característica de filósofo do mundo prático, segue preocupado com o modo como os juízes decidem e resolvem as controvérsias.
Logo de início, Dworkin argumenta o seguinte: 
a aparente modéstia dos céticos em dizer que não existe uma resposta melhor do que outra, mas somente respostas diferentes, não tem fundamento convincente, pois, quando os juízes decidem dessa ou daquela maneira (inclusive os céticos), é porque consideraram seus argumentos melhores do que os outros, e não apenas diferentes. (DWORKIN, 2007, p. 14 e p. 94)
A resposta certa é fruto de um exercício, de uma prática interpretativa, que leva em conta argumentos morais no direito, compreendendo a moralidade, aqui, como moralidade política, conforme explicitado em momento anterior neste trabalho.
Lembrando, a atividade jurídica deve ser coerente, fiel a princípios como equidade, justiça, legalidade e integridade. É sobre o princípio da integridade que repousa a filosofia de Ronald Dworkin, que utiliza um modelo ideal de sociedade democrática, que considera a comunidade como um agente moral, a qual denomina comunidade de princípios. (DWORKIN, 2007, p. 254)
Doutra banda, a resposta certa não é fruto de subjetivismos, isto é, da opinião pessoal do intérprete sobre o tema em debate. Ela é construída, argumentativamente, com base em princípios morais. 
Dworkin realiza sua tarefa, na verdade, ao longo de toda a sustentação de sua teoria do direito como integridade. Os testes da integridade, já analisados nesta investigação, demonstram que a resposta correta deriva do respeito aos princípios de moralidade política.
O intérprete há de ser constrangido à resposta certa. A atribuição de sentido ao texto a ser interpretado é controlada. Dworkin não cede à arbitrariedade. Se existem princípios conflitantes na interpretação de um caso, a escolha entre um e outro não pode ser arbitrária, há de ser fruto de uma profunda análise de moralidade política, da melhor prática para aquela comunidade, sem esquecer a tradição jurídica. (DWORKIN, 2007, p. 301)
A crítica é refinada, pois reconhece que os juízes devem fazer escolhas entre as interpretações que satisfaçam o teste da adequação, porém não acredita ser possível existir uma resposta melhor que outra quando duas interpretações passam pelo teste de adequação.
Qual seria, então, o papel da integridade, quando mais de uma reposta passa pelo teste da adequação? Dworkin argumenta que a integridade não é apenas adequação, mas também instiga no juiz o senso de justiça e equidade. Decidir com base na integridade é escolher a interpretação que pareça a melhor do ponto de vista da moral política como um todo. Conclui Dworkin: “a integridade só faz sentido entre pessoas que querem também justiça e equidade”. (DWORKIN, 2007, p. 314)
Portanto, ainda que duas interpretações passem no teste da adequação, a integridade falará mais alto, no momento em que o juiz visualizar qual, entre as duas possibilidades, é melhor do que a outra, no sentido de atender melhor à comunidade de princípios, à moralidade política. Não se trata, assim, como sugere a crítica, de uma decisão arbitrária. A decisão pode, sim, ser refutada porque, para além de adequada, precisa demonstrar respeito à integridade.
Conforme leciona Dworkin (2007, p. 315), “não é justo que a resposta de um juiz (ou de uma maioria de juízes) seja aceita como definitiva quando não se tem como provar, contra aqueles que discordam, que sua opinião é melhor que a deles”. O autor afirma, que uma decisão tomada com base na integridade jamais deve ser vista como arrogante, porque é sempre fundada em princípios de moralidade política de uma comunidade fraterna.
Cada juiz que assim o faz “reforça a natureza de princípios de nossa associação, ao se esforçar, a despeito da divergência, por chegar à sua própria opinião, em vez de voltar-se para a tarefa geralmente mais simples de elaborar um direito novo”. (DWORKIN, 2007, p. 315) 
Dworkin argumenta que a aparente tolerância daqueles que rejeitam a tese da resposta certa é traída pela fatalidade das escolhas arbitrárias. Afinal, se mais de uma resposta é correta, num determinado caso concreto, não havendo qualquer critério argumentativo para determinar qual delas é a melhor, mas se, por evidente, o juiz somente poderá utilizar uma delas, o que fará, então? Escolha arbitrária. Eis o risco. Sob o cândido e simpático manto da tolerância, as múltiplas respostas são, arrogantes, por arbitrárias e voluntaristas. (PINHO, 2011, p. 144)
No entanto, cabe salientar que diferenciar os casos difíceis dos casos fáceis não é uma tarefe tão fácil. Tendo em vista que a compreensão do Direito como integridade, conforme preleciona Dworkin, é necessário em ambos os casos.
Ana Cláudia Bastos de Pinho (2011, p. 145) traz as seguintes considerações:
Ademais, dizer que o convencionalismo se encarregariados casos fáceis seria, isso sim, uma aposta na discricionariedade. Como o positivismo decide “casos fáceis”? Com base na regra de subsunção. Mas, se as palavras não prendem o sentido, como fazer quando aparecer alguma obscuridade, alguma zona de penumbra? O juiz é quem faz a escolha, sem nenhuma integridade, sem precisar construir argumentativamente nenhuma razão de moralidade política. Simplesmente, escolhe.
Conclui-se, portanto, que por mais que o legislador procure criar uma norma precisa, sempre haverá espaço para a discricionariedade. Neste passo, Ana Cláudia Bastos de Pinho (2011, p. 145) ressalta que “no atual estado da arte da hermenêutica, parece conformista demais a postura de atribuir a uma fatalidade insuprimível do sistema a existência desses espaços abertos a serem fechados, discricionariamente, pelo julgador”.
Definitivamente, quando se trata de um Estado Democrático de Direito não se pode tolerar qualquer vestígio de discricionariedade. Por mais difíceis que sejam as decisões, não se pode esquecer que em qualquer caso deve prevalecer os critérios democráticos. Por fim, salienta-se que a integridade, teoria proposta por Dworkin, leva os critérios interpretativos a sério, exigindo que as decisões judicias sejam todas pautadas nos princípios inerentes a sociedade em que está inserido, bem como de acordo com a moralidade política, pois só assim se evitará decisões que sejam discricionárias ou arbitrárias.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora estejamos inseridos em um Estado Democrático de Direito, em que o ordenamento jurídico é representado pela Constituição da República Federativa do Brasil, ainda não se consolidou no Brasil uma séria teoria da decisão penal, comprometida com a democracia e com a realização dos direitos fundamentais. 
A forma como os juízes decidem os casos penais transita entre o mais fiel convencionalismo e o discurso do pragmatismo, com sua ilusória promessa de destacar os princípios e a realização da justiça. A necessidade de articular uma precisa teoria da decisão, no ambiente penal, é urgente, principalmente porque a forma como se constitui o processo penal brasileiro, a partir do princípio inquisitivo, mantendo na figura do juiz a gestão da prova, fomenta o perigoso ativismo judicial, que sérios riscos traz à democracia.
Contudo, a teoria interpretativa, apresentada por Dworkin como controle das decisões, inclusive no âmbito penal, primeiramente, surge como um método que visa a redução da discricionariedade no judiciário. Surge também, como meio de interpretação social, favorecendo na aplicação dos princípios, com o fim de que se desenvolvam fundamentações suficientes para a melhor aplicação moral do ordenamento jurídico, respeitando-se a integridade e a coerência.
A ideia da resposta correta, segundo Dworkin, propõe que os juízes e os demais operadores do Direito busquem uma melhor interpretação possível tanto da norma, como do meio social, proporcionando respostas Estatais mais padronizadas, mais coerentes. Pois, não se pode aceitar que num Estado Democrático de Direito, ainda se tenha espaço para a discricionariedade.
Como pode-se perceber, dentro de uma democracia, não se pode aceitar que o Direito seja reduzido a mera questão de sorte ou de poder. Por isso, é necessário que se modifique o atual cenário. A resposta certa, assim, não é nenhuma pretensão filosófica abstrata, mas uma necessidade de resolver, em concreto, questões sobre os direitos que as pessoas têm. Salienta-se, porém, que a resposta certa não é permanente, ela se altera conforme o contexto social se modifica, e com isto, ela é a resposta certa para determinado caso concreto, determinada situação em que se encontra em discussão.
Por fim, conclui-se que a verdade não está no resultado que se busca, mas sim, nos meios que se usam para alcançar este resultado. Está na força da argumentação moral, no esforço constante de bem fundamentar a decisão, enfrentando-se todas as questões submetidas à apreciação, para fornecer ao cidadão uma resposta correta. Correta, não porque existam provas de que assim o seja, mas porque tratou o direito a sério, como deve ser tratado dentro de uma democracia.
REFERÊNCIAS
ALLAIN, João Paulo; ANDRADE, Louise Dantas de. Direito, hermenêutica e decisão. Recife: APPODI, 2014.
CELLA, José Renato Gaziero. Legalidad y Discricionariedad: La discusión HART y DWORKIN. Disponível em: <http://www.cella.com.br/conteudo/conteudo_27.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
COLONTONIO, Carlos Ogawa. A questão da racionalidade jurídica em Hart e Dworkin. 2011. 135p. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
DELAMAR, José Volpato Dutra. Positivismo jurídico inclusivo e positivismo jurídico exclusivo. In: II encontro de egressos e estudantes de filosofia da UEL, 2010, Londrina. Anais do II encontro de egressos e estudantes de filosofia da UEL. Londrina: UEL, 2010. 
DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
______. Uma questão de principio. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2005.
______. O império do Direito. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2007.
______. A justiça de toga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
FELDHAUS, Charles. Direito e Moral: três estudos a respeito da filosofia prática de Kant. Florianópolis: Apolodoro Editora, 2007.
FERRI, C. F. S. Teoria da integridade: uma abordagem da sistematização de Ronald Dworki. In: Âmbito Jurídico , v. 1, p. 1-12, 2013.
GALIO, M. H.. Vinculação aos precedentes: crítica e reflexão acerca da segurança jurídica e eficácia do judiciário. In: Celso Hiroshi Iocohama; Adriana Goulart de Sena Orsini. (Org.). PROCESSO E JURISDIÇÃO I: XXIII ENCONTRO NACIONAL DO CONPEDI. 1 ed., Florianópolis: CONPEDI, 2014,
IKAWA, Daniela R. Hart, Dworkin e Discricionariedade. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n61/a06n61.pdf >. Acesso em: 15 dez. 2017.
KANT, Immanuel. A metafísica dos costumes / Immanuel Kant; [tradução: Edson Bini]. 1. ed., São Paulo: Folha de S. Paulo, 2010.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 6. ed., São Paulo: Martins Fontes, 1998.
LOPES JR. Introdução Crítica ao Processo Penal. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2006.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. A motivação das decisões judiciais como garantia inerente ao Estado de Direito. In: Temas de Direito Processual. 2ª série. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1988.
PINHO, A. C. B. Para além do garantismo: uma proposta hermenêutica de controle da decisão penal. 1. ed., Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013.
SIMIONI, Rafael Lazzarotto. Curso de hermenêutica jurídica contemporânea: do positivismo clássico ao pós-positivismo jurídico. Curitiba: Juruá, 2014.
STRECK, Lenio Luiz. Desconstruindo os modelos de juiz: a hermenêutica jurídica e a superação do esquema sujeito-objeto. In: STRECK, Lenio Luiz; MORAIS, José Luís Bolzan de. Constituição, sistemas sociais e hermenêutica: programa de pós graduação em Direito da UNISINOS. Porto Alegre: Livraria do Advogado; São Leopoldo: UNISINOS, 2008.
TEIXEIRA, João Paulo Allain; ANDRADE, Louise Dantas de. Direito, hermenêutica e decisão. Recife: APPODI, 2014.

Outros materiais