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1 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Nesta aula vamos bater um papo sobre Gravitação Universal. Física Geral II – Aula 1 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal No curso de Física Geral I vimos as Leis do Movimento dos Corpos proposta por Newton, hoje vamos estudar uma das quatro forças da natureza, a força gravitacional. Pág. 2 de 90 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 3 de 90 Qual a motivação para o estudo da força gravitacional? A gravidade é a mais fraca das forças fundamentais do Universo. É desprezível nas interações de partículas elementares e não tem qualquer papel nas propriedades das moléculas, dos átomos ou dos núcleos ss L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 4 de 90 atômicos. A atração gravitacional entre corpos de dimensões comuns, por exemplo entre um automóvel e um edifício, é muito pequena para ser percebida. Entre corpos muito grandes, como as estrelas, os planetas, os satélites, porém, a gravidade tem uma importância ss L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 5 de 90 de primeiro plano. A força gravitacional da Terra sobre os corpos que nos rodeiam é a parte fundamental da nossa experiência. É a gravidade que nos mantém sobre o solo e mantém a Terra e os outros planetas nas suas respectivas órbitas do sistema solar. A força sssssssssss L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 6 de 90 gravitacional tem um papel importante na história das estrelas e no comportamento das galáxias. Numa escala muito grande, é a gravidade que controla a evolução do Universo. 2 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 7 de 90 Como evoluiu na história as concepções do Universo? Desde tempos imemoriais o homem sempre esteve fascinado pelo movimento dos corpos celestes e das possíveis consequências destes movimentos na nossa vida aqui na Terra. Por questões de s L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 8 de 90 fundo religioso, durante muito tempo supôs-se que o movimento desses corpos aconteciam de modo que a Terra tinha uma posição privilegiada neste concerto. Os religiosos acreditavam que o homem era o único ser vivo inteligente no Universo e o criador naturalmente o sssssss L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 9 de 90 colocou num local especial, num planeta especial. Era difícil aceitar o tamanho diminuto do homem frente às dimensões do Universo. Por esse motivo, todos aqueles que consideravam alguma ideia diferente deste geocentrismo era considerado herege. A ciência era sssssssssss L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 10 de 90 considerada uma mera comprovação das crenças religiosas. Especifique melhor essas crenças religiosas? Algumas passagens bíblicas dão suporte para o geocentrismo, como por exemplo: Está escrito em Eclesiastes 1, 5: O sol se levanta, o sol se põe; apressa-se a voltar a seu lugar; em seguida, se levanta de novo. Pág. 11 de 90 Antigamente, antes dos telescópios serem usados nas observações astrônomicas, o homem conhecia pouco sobre o universo. Sabia-se da existência de cerca de 6000 estrelas, da Lua, do Sol, e de alguns planetas: Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno, ou seja, apenas os planetas que podiam ser vistos a olho nu. Mesmo assim, muito pouco ou quase nada sabia-se sobre esses planetas, apenas que diferiam das estrelas por se moverem no céu entre elas. A Terra na antiguidade não era contada como planeta. Esse desconhecimento dos astros gerou muita superstição e acabou-se atribuindo uma divindade a cada corpo celeste. Pág. 12 de 90Pág. 12 de 90 Como os planetas se movem em relação às estrelas eles passaram a ser observados com atenção e suas posições no céu determinadas com muita precisão. Ptolomeu, no século II d.c., desenvolveu o Sistema Geocêntrico, onde os planetas (todos) giravam em torno da Terra, com as estrelas estando fixas em uma esfera, ao fundo, que também girava ao redor da Terra. Nesse sistema, inclusive o Sol girava em torno da Terra. Todos acreditavam que a Terra era o centro do Universo. 3 Pág. 13 de 90Pág. 13 de 90 Esse Sistema Geocêntrico, no entanto, não explicava corretamente os movimentos de todos os planetas, o que foi percebido com observações mais cuidadosas de seus movimentos no céu. Percebeu-se que o planeta Marte, por exemplo, dava estranhas “laçadas” no céu, a medida que ia caminhando. Isso não era explicado pela teoria geocêntrica; alguma coisa estava errada. Sistema Geocêntrico ( Ptolomeu, séc. II ) Esfera das estrelas fixas Ter Lua Mer Vên Sol Mar Júp Sat Neste sistema, tudo gira em torno da Terra Pág. 14 de 90 Movimento aparente não “perfeito” Leste Oeste ? “Laçada” A laçada dos planetas sugeria que eles não giravam em torno da Terra Pág. 15 de 90 Pág. 16 de 90Pág. 16 de 90 Para solucionar esse problema, o grego Apolônio propôs um sistema de epiciclos, que ainda era baseado no sistema geocêntrico de Ptolomeu. Nesse sistema, cada planeta girava num círculo chamado epiciclo centrado num ponto E, que girava sobre o círculo deferente por sua vez centrado no centro do deferente (ponto D). A Terra situava-se levemente fora do ponto D, mas isso não feria as convicções filosóficas da época, que obrigavam a Terra a ser o centro do universo, pois era considerado apenas um artifício geométrico para se obter maior concordância com as observações. Sistema de Epiciclos Terra Planeta E Círculo Deferente Epiciclo D Apolônio, séc. III d .C. Pág. 17 de 90 Pág. 18 de 90Pág. 18 de 90 É fácil ver que esse sistema explicava os movimentos de laçada de alguns planetas, pois, visto da Terra, o planeta as vezes está indo numa direção, ora está vindo na direção contrária. Embora sabemos hoje que as órbitas dos planetas são elipses em torno do Sol, o sistema de Apolônio era suficientemente preciso para a época. 4 Pág. 19 de 90Pág. 19 de 90 Assim, o sistema com epiciclos passou a ser adotado na determinação da posição do Sol e de todos os cinco planetas conhecidos na época. Erabastante bom para as finalidades, essencialmente astrológicas, religiosas ou para a determinação de inícios das estações do ano. Observações mais precisas, no entanto, levaram os antigos a notarem uma certa diferença entre a posição prevista pelos epiciclos e a observada. Geocentrismo com epiciclos Lua Mer Mar Vên Júp Sat Céu Ter Pág. 20 de 90 Pág. 21 de 90Pág. 21 de 90 Para melhorar a precisão na determinação da posição dos planetas, os astrônomos começaram a adotar um sistema complexo de epiciclos, ou seja, epiciclos em epiciclos! Os astrônomos simplesmente iam adicionando alguns pontos sobre os quais giravam outros pontos, e outros, até os cálculos de movimento dos planetas baterem com as observações. Um tanto quanto complicado, não é? Mas esse sistema tinha uma precisão surpreendente e foi utilizado por mais de 1400 anos. Sistema Complexo de Epiciclos Terra Planeta E Deferente Epiciclo Com epiciclos, o planeta não gira em torno da Terra em órbitas circulares Pág. 22 de 90 Pág. 23 de 90Pág. 23 de 90 Havia, contudo, um sério problema com o sistema geocêntrico. Se Mercúrio e Vênus girassem em torno da Terra eles poderiam ser vistos em qualquer posição no céu durante a noite, como acontece com os demais planetas. No entanto, uma simples observação constata que Mercúrio e Vênus não se afastam muito do Sol; são vistos sempre acompanhando o pôr do Sol ou o nascer do Sol. Na verdade, não vemos mercúrio e vênus perto do Sol durante o dia devido ao ofuscamento da luz solar. Como então resolver esse problema? Pág. 24 de 90Pág. 24 de 90 Para colocar Vênus e Mercúrio girando em torno do Sol, e a Terra continuar no centro, Heráclides inventou o sistema Híbrido, em que o Sol continuava girando em torno da Terra, mas Vênus e Mercúrio giravam em torno do Sol. Desse jeito, tudo continuava girando ao redor da Terra, como convinha à filosofia da época. 5 Sistema Híbrido ( Heráclides, séc. IV d .C. ) Neste sistema, Mercúrio e Vênus giram em torno do Sol e este gira em torno da Terra Esfera das estrelas fixas Pág. 25 de 90 Antes dessa construção de Heráclides não havia corpos nos centros dos epiciclos: os planetas giravam nos epiciclos mas em torno de nada, o que para nós hoje é inconcebível já que tudo que gira precisa ser atraído para um centro e portanto precisa ter um corpo nesse centro. Veja que no sistema de Heráclides Mercúrio e Vênus giram em epiciclos mas no centro há o Sol. Esse parece ter sido o começo de um novo pensamento, embora podemos questionar se os gregos assim pensavam, ou apenas estavam sugerindo uma construção geométrica capaz de fazer predições a respeito da posição dos planetas, sem compromisso com as causas dos movimentos. Pág. 26 de 90 A régua do tempo mostra alguns dos personagens responsáveis pela revolução da astronomia desde os tempos antigos até a idade média. Ao contrário de astrônomos Egípcios e Babilônios, que tinham a astronomia muito ligada à religião ou à astrologia, os astrônomos Gregos foram mais científicos tentando dar razões para o universo ser como é. Tales de Miletos, 624-547 a.c., era convicto que o universo era racional e os humanos portanto poderiam entendê-lo. Pitágoras, 570-500 a.c., tornou essa ideia de Tales concreta ao notar que muitas coisas podiam ser expressas por relações matemáticas (exemplo, o teorema de Pitágoras). Aristóteles, 384-322 a.c., concluiu que a Terra é redonda baseado na forma da sombra na Lua durante um eclipse lunar. Propôs a Terra imóvel no centro de um universo em rotação. Sua reputação como grande filósofo fez suas ideias em Astronomia perdurarem por quase 2000 anos. Erastóstenes, 200 a.c., trabalhando na biblioteca de Alexandria, fez a primeira medição do raio da Terra. Pág. 27 de 90 Hiparco, 200 a.c., um dos maiores astrônomos da antiguidade, descobriu o movimento de precessão do eixo da Terra e fez o primeiro catálogo estelar. Para ele os astros não se moviam em esferas, mas em círculos ao redor da Terra. Ptolomeu, 140 d.C., é o grande astrônomo e matemático da antiguidade. Deu fundamento matemático às ideias de Aristóteles. Para ele, os corpos giravam em torno da Terra em movimento circular uniforme, mas com epiciclos, deferentes e equante, para prever mais corretamente a posição dos astros e explicar as laçadas. Seu livro, hoje conhecido por Almagesto (do Árabe, Al Magisti, o maior), coloca em base matemática a astronomia antiga. Por mais de 1000 anos os Árabes estudaram e adotaram esse livro como representante da ciência Astronomia. Pág. 28 de 90 Filósofos e Astrônomos Famosos 200400 1000800600400200 1200 1400 1600 Newton Kepler Galileu Tycho Brahe Copérnico 0 Ptolomeu Hiparcos Eratóstenes Aristarco Aristóteles Heráclides Pitágoras Ulugh Beg Pág. 29 de 90 Pág. 30 de 90 O observatório Ulugh Beg do século XV em Samarcanda, é o primeiro observatório do oriente, com um sextante de 30 metros, construído por Ulugh Beg para efetuar mapas astronáuticos exatos. 6 Embora o sistema geocêntrico de Ptolomeu, com dezenas de epiciclos, pudesse prevêr com boa precisão a posição dos astros por digamos um ano, após séculos falhava e eram então necessárias correções. No século XIII um time de astrônomos trabalhando por dez anos construiu a famosa tabela de Alfonsine, a última correção ao sistema Ptolomáico. Pág. 31 de 90 Tabela de Alfonsine a última correção ao sistema Ptolomáico. Pág. 32 de 90 Nicolau Copérnico, 1473-1543, fez uma das maiores revoluções da Astronomia. Defendeu a ideia que os planetas, incluindo a Terra, giravam em torno do Sol. Era o nascimento do sistema heliocêntrico. As ideias de Aristóteles ainda reinavam e com o apoio da igreja que era bem conservadora. Copérnico foi cuidadoso ao expor suas ideias, senão teria sido vítima da Inquisição. Seu trabalho, escrito na obra De Revolutionibus Orbium Coelestium, Sobre a Revolução dos Corpos Celestes, só foi publicado após sua morte. Por essa época a autoridade da Igreja já era questionada de forma que essas novas ideias tiveram adeptos. Pág. 33 de 90 Pág. 34 de 90 A teoria de Copérnico, que o Sol está no centro, se mostrou com o tempo correta, mas seu sistema planetário ainda continha epiciclos e deferentes e não fazia previsões melhores que as da tabela de Alfonsine. Talvez a busca por ideias revolucionárias, ou que simplesmente contrariavam aquelas vigentes na época, fez com que o sistema heliocêntrico ganhasse adeptos. Cerca de 70 anos após a morte de Copérnico ainda se discutia a validade de suas ideias. Um grande defensor do sistema heliocêntrico, e que teve que se explicar perante a Inquisição, foi Galileu Galilei, 1564- 1642. Pág. 35 de 90 Pág. 36 de 90 Em seu livro Sidereus Nuncius, Mensageiro Sideral, de 1610, ele relata suas observações sistemáticas ao telescópio e como elas condizem com o sistema heliocêntrico. Sua grande obra, no entanto, sai em 1629, Dialogo Dei Due Massimi Sistemi, Diálogo Sobre os dois Principais sssssssssssSistemas do Mundo. É escrita na forma de uma conversa entre três personagens debatendo sobre os sistemas de Ptolomeu e de Copérnico. 7 Pág. 37 de 90 Talvez um ponto importante a favor do heliocentrismo, e que deve ter atraído muita atenção pela sua beleza, é que todos os planetas são tratados de forma semelhante: todos giram em torno de um centro comum, o Sol. A explicação das laçadas também fica muito simples nesse sistema. Quantitativamente a favor do modelo de Copérnico foi a discrepância que ele percebeu entre a previsão baseadano sistema ss Pág. 38 de 90 geocêntrico e a posição observada de uma conjunção dos cinco planetas, e também da Lua, ocorrida na constelação de Câncer. Como o modelo heliocêntrico de Copérnico mostrou-se correto com o tempo, acabou sendo aceito, e é utilizado até hoje, apenas com algumas diferenças na forma das órbitas, que hoje sabemos não serem perfeitamente circulares mas sim elípticas. Outros planetas também foram descobertos deste então. Pág. 39 de 90 Modelo de Ptolomeu Modelo de Copérnico Pág. 40 de 90 Pág. 41 de 90 A teoria heliocêntrica conseguiu dar explicações mais naturais e simples para os fenômenos observados, porém, Copérnico não conseguiu prever as posições dos planetas com suficiente precisão e, infelizmente, ele não alcançou uma prova categórica de que a Terra estava em movimento. Estudando as órbitas dos corpos celestes Johannes Kepler nasceu no dia 27 de dezembro de 1571 em Weil (Wurttemberg), na Alemanha, e morreu no dia 15 de novembro de 1630 em Ratisbona. Kepler foi um dos mais importantes cientistas do seu tempo e pode-se dizer que, sem os seus trabalhos, a física desenvolvida posteriormente por Newton talvez não existisse. Pág. 42 de 90 8 Estudando as órbitas dos corpos celestes • Kepler foi um grande matemático, embora, como era típico de sua época ele era místico, interessado nas relações numéricas entre os objetos do Universo. • Descreveu a sua busca da ciência como um desejo de conhecer a mente de Deus. • Kepler foi para Praga trabalhar com Tycho Brahe e pôde, assim, utilizar os seus preciosos dados observacionais. Pág. 43 de 90 As leis de Kepler Kepler pôde fazer cálculos altamente precisos das órbitas planetárias, usando as observações de alta qualidade, sem precedente, de Tycho Brahe. Os resultados observacionais de Tycho Brahe não poderiam ser explicados se Kepler usasse órbitas circulares. Ele preferiu abandonar este conceito de órbita devido a confiança que tinha nos dados observacionais de Brahe, modificando-o até conseguir igualar a precisão obtida por Brahe. Pág. 44 de 90 As leis de Kepler Em 1609, Johanes Kepler publicou seu livro: Astronomia nova - Aitologetos Um vasto volume de quase 400 páginas, onde apresentava uma das maiores revoluções na astronomia. Neste livro, Kepler revelava ao mundo científico duas importantíssimas leis relacionadas com o movimento planetário: a lei das órbitas elípticas e a lei das áreas. Pág. 45 de 90 As leis de Kepler A chamada terceira lei do movimento planetário, a lei que relaciona o período orbital com as distâncias, foi publicada em outro livro de Kepler, editado em 1619 com o título: Harmonices mundi. Pág. 46 de 90 Assim • Johannes Kepler (1571 – 1630) • Propõe as 3 leis do movimento planetário, contudo faltava uma teoria física que justificasse as causas do mesmo. • É curioso notar a existência de uma “quarta” lei de Kepler sobre o movimento planetário. Seria uma aproximação simples à lei das áreas, Kepler afirma que uma linha que passe por qualquer planeta e pelo foco vazio da elipse descrita por ele gira uniformemente, ou o faz com elevada precisão. Verificou-se, mais tarde, que essa proposição não é correta. Pág. 47 de 90 1o Lei de Kepler • Lei das Órbitas “As órbitas descritas pelos planetas em torno do Sol são elipses com o Sol num dos seus focos”. • Excentricidade: e = c/a • Caso particular: e = 0: órbita circular Planeta e Mercúrio 0,206 Vênus 0,007 Terra 0,017 Marte 0,093 Júpiter 0,048 Saturno 0,056 Tabela 1 - Excentricidades de alguns planetas – Fonte: Ref. [5] Pág. 48 de 90 9 Pág. 49 de 90 Planeta e Mercúrio 0,206 Vênus 0,007 Terra 0,017 Marte 0,093 Júpiter 0,048 Saturno 0,056 Tabela 1 - Excentricidades de alguns planetas – Fonte: Ref. [5] “Note que as órbitas descritas pelos planetas em torno do Sol são quase circular”. Pág. 50 de 90 Na verdade as órbitas descritas por um planeta, cometa ou asteróide em redor do Sol pode ser qualquer cônica dependendo da sua energia cinética e potencial gravitacional. Pág. 51 de 90 Lembramos que eq. geral de uma cônica é cos1 e p r onde p é a corda, perpendicular ao eixo, passando pelo foco, e é a excentricidade e é o ângulo entre o foco e o vetor posição. A eq. é um círculo se e = 0, uma elipse se 0 < e < 1 e uma hipérbole se e >1. 2o Lei de Kepler • Lei das Áreas “O vetor que liga um planeta ao Sol descreve áreas iguais em tempos iguais”. •Velocidade é maior no periélio (perto do Sol) do que no afélio (longe do Sol). Pág. 52 de 90 3o Lei de Kepler • Lei dos Períodos “A razão entre os quadrados do período de revolução de dois planetas é igual a razão entre os cubos de suas distâncias ao Sol”. 3 2 1 2 2 1 R R T T Tabela 2 – Verificação da terceira lei de Kepler para alguns planetas (raio da Terra é definido como 1 U.A. – Fonte: Ref. [5] Pág. 53 de 90 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 54 de 90 Explique à afirmativa: as Leis de Kepler são leis fenomenológicas. Tycho Brahe registrou por décadas a posição diária dos cinco planetas visíveis a olho nu. Johannes Kepler analisou longamente esse banco de dados e sintetizou todo o seu conteúdo em três ssss 10 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 55 de 90 regras, as chamadas leis de Kepler (os cientistas chamam as regras do nosso jogo imaginário de leis da Natureza). As leis de Kepler descrevem as regras seguidas pelos planetas em suas órbitas em torno do Sol, sem nenhuma alusão às causas do movimento. Hoje em dia, leis desse tipo, sss L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 56 de 90 extraídas diretamente dos fenômenos sem fundamentação tipo causa-efeito, são denominadas leis fenomenológicas. Assim, leis fenomenológicas são as regras extraídas diretamente da observação dos fenômenos, sem análise de seus fundamentos. Coube a Isaac Newton ssssss L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 57 de 90 descobrir as regras fundamentais do movimento e da interação entre os corpos celestes, a partir das quais não somente as leis de Kepler, mas todos os fenômenos então conhecidos envolvendo movimento de corpos podiam ser matematicamente deduzidos. L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 58 de 90 Em que período Newton obteve a Lei da Gravitação Universal? Issac Newton nasceu em 1642, no dia de Natal. Filho póstumo de um fazendeiro, teve de custear seus estudos trabalhando, e foi graças à ajuda de um tio que conseguiu entrar em Cambridge em 1661. Formado em Cambridge que foi fechada em 1665 devido uma epidemia de peste em Londres (70.000 mortes). Newton, com 23 anos, voltou para a fazenda da família em sssss Pág. 59 de 90 Woolthorpeonde fez inestimáveis contribuições a ciência. A melhor descrição do que fez nesse período foi dada por ele próprio cinquenta anos mais tarde. nas palavras de Newton... “ No princípio de 1665 achei o método para aproximar séries e a regra para reduzir qualquer potência de um binômio a tal série ... (Teorema Binomial) ...No mesmo ano, em maio, achei o método das tangentes de Gregory e Slusius (Fórmula de interpolação de Newton) ...e em novembro o método direto das fluxões... (Cálculo diferencial) ...no ano seguinte, em janeiro, a teoria das cores... (Decomposição da Luz) .. e em maio os princípios do método inverso das fluxões... (Cálculo integral) No mesmo ano comecei a pensar na gravidade como se estendendo até a órbita da lua, e na lei de Kepler sobre os planetas ... deduzi que as forças que mantêm os planetas em suas órbitas devem variar com o inverso do quadrado de suas distâncias, tendo então comparado a força necessária para manter a Lua em sua órbita com a força da gravidade na superfície da Terra e encontrado que concordavam bastante bem. (Lei da Gravitação Universal) Tudo isto foi feito nos dois anos da peste, 1665 e 1666, pois naqueles dias eu estava na flor da idade para invenções e me ocupava mais de matemática e filosofia que em qualquer outra época posterior. Pág. 60 de 90 11 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 61 de 90 Como Newton concluiu que a forças que mantêm os planetas em suas órbitas devem variar com o inverso do quadrado de suas distâncias? Newton usou as Leis de Kepler para obter tal resultado. Ele considerou uma orbita circular o que é uma boa aproximação, vide a tabela 1, o que pela 2ª Lei de Kepler leva à um MCU. Lei da Gravitação r T R rRa ˆ4ˆ 2 22 r T R mamF ˆ4 2 2 Vamos analisar o caso mais simples de órbita circular, que é apropriado para vários planetas. Para uma orbita circular a 2a lei de Kepler nos conduz à um Movimento Circular Uniforme. A aceleração centrípeta para tal movimento é Pela 2a lei de Newton (m : massa do planeta ): A FORÇA É ATRATIVA ! m : massa do planeta R : raio da órbita circular : velocidade angular T : período da órbita M Pág. 62 de 90 Lei da Gravitação r R m CF ˆ4 2 2 cteC T R 2 3 2R mM F Das Leis de Kepler concluímos então que... A FORÇA GRAVITACIONAL do Sol sobre um planeta... varia com o inverso do quadrado da distância entre o sol e o planeta R e é proporcional à massa do planeta m. Pela 3º. Lei de Newton... o planeta exerce força igual e contrária sobre o Sol e esta força deve ser proporcional a massa do Sol M. r T R mamF ˆ4 2 2 Usando a 3a lei de Kepler Pág. 63 de 90 Lei da Gravitação .ˆ onde ˆ 2 r r rr r GMm F 2131 11067,6 sk gmG G: Constante gravitacional FORÇA GRAVITACIONAL Direção: linha ligando as massas Sentido: atrativa (sentido contrário de ȓ ). rˆ F Pág. 64 de 90 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 65 de 90 Alguns autores representa a fórmula para a força gravitacional entre duas partículas com sinal positivo. Explique qual a diferença. Se a origem do sistema de referência for colocado no corpo na qual atua a força gravitacional, sua fórmula passa a ter um sinal positivo para indicar o sentido da força. Lei da Gravitação r r rr r GMm F ˆ onde ˆ 2 2131 11 06 7,6 sk gmG G : Constante gravitacional FORÇA GRAVITACIONAL Direção: linha ligando as massas Sentido: atrativa (mesmo sentido de ȓ ). Pág. 66 de 90 rˆ F 12 A Lua e a maçã Conta-se que em 1666, Newton em sua fazenda, vendo uma maçã cair de uma árvore começou a meditar sobre a causa que atrai todos os corpos em direção ao centro da Terra e concluiu: “...a Lua assim como a maçã está caindo em direção a Terra.” Naquele ano Newton realmente comparou a força necessária para manter a Lua em sua órbita com a gravidade na superfície da Terra. Pág. 67 de 90 A maçã versus A Lua 2 T Tm Tm R Mm GF 2 TL TL TL R Mm GF 2 T T m R GM ga Módulos das forças: Da expressão F = m a obtemos as acelerações: 2 TL T L R GM a A relação entre as acelerações é: 2 TL TL R R g a Pág. 68 de 90 A maçã versus A Lua 2 TL TL R R g a Usando os valores de RT e RTL conhecidos na época, Newton obteve: Em boa concordância com a estimativa da razão entre a aceleração da Lua (calculada pelo período e raio de sua órbita) e a aceleração da gravidade próxima da superfície da Terra (conhecida). 3600 1 g aL Pág. 69 de 90 Pág. 70 de 90 Outros resultados da gravitação são: Cometas: Órbitas elípticas bastante alongadas. O mais célebre é o cometa Halley identificado sss por Halley em 1682 com período de aparição de ~ 75 anos. Sua aparição mais recente foi em 1986. Pág. 71 de 90 Segundo Jan Hendrik Oort (1900-1992), existe uma imensa “nuvem” de núcleos cometários orbitando o Sol, em órbitas aproximadamente circulares, a distâncias que variam de 30.000 UA a mais de 60.000 UA do Sol. Basicamente, cometas são “pedras de gelo sujo”. O gelo dessas pedras é formado principalmente por material volátil (passa diretamente do estado sólido para o estado gasoso). L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Gravitação Universal Pág. 72 de 90 Forma da Terra: Só considerando o efeito da gravidade, a Terra seria esférica. Mas, a força centrífuga devida à rotação leva ao achatamento dos pólos tornando a terra um esferóide oblato. Newton estimou a razão dos diâmetros polar / equatorial em ~229/230. 13 Pág. 73 de 90 •Precessão dos equinócios: O eixo de rotação da Terra mantém um ângulo constante de 23,50 com a normal ao plano de movimento. O período de precessão deste eixo é de 26.000 anos. Precessão Hoje PN PN Daqui a 13 mil anos PN PS Observe o bamboleio do eixo de rotação 23.5 Polar Vega Hiparco, 130 a.c. Pág. 74 de 90 Sol Sol Efeitos da precessão sobre as estações do ano Inverno Austral Inverno Austral Verão Austral Verão Austral Dez Dez Jun Jun Atualidade Daqui a 13.000 anos Pág. 75 de 90 Precessão A inclinação do eixo de rotação da Terra, em relação ao plano da elíptica, varia de 22 a 28 graus num período de 44.000 anos. Atualmente essa inclinação é de 23,5 graus. Pág. 76 de 90 Mas, qual o valor da constante universal G da Força Gravitacional? Apesar da constante gravitacional ser um conceito desconhecido na época de Cavendish, seu experimento permitiu determinar o valor de G com uma diferença menor que 1% do valor aceito atualmente. A Experiência de Cavendish, realizada em 1797–1798 por Henry Cavendish, teve como objetivo determinar o valor da densidade da Terra. Pág. 77 de 90 A constante universal da gravitação 2131 11 06 7,6 sk gmG • BALANÇA DE TORÇÃO Henry Cavendish (1798) r r G Mm F 2 Experimento:1798 Teoria: 1666 Pág. 78 de 90 14 O experimento de Cavendish Par de esferas de massa m nas extremidades de barra suspensa por fibra leve. Par de esferas de massa M colocadas próximas das massas m produzem torque sobre a barra suspensa. Equilíbrio: o torque da força gravitacional é compensado por torque da torsão da fibra. G calculado a partir do ângulo de torção medido pela deflexão de feixe de luz. “Pesagem da Terra” Pág. 79 de 90 Massa da Terra Valores já conhecidos Raio da Terra - medidas de Erastótenes (276 aC – 197 aC): rTerra = 6,364 x10 6 m Aceleração da gravidade: g = 9,8 m s-2 Constante gravitacional medida por Cavendish: G = 6,67 x 10-11m3kg-1s-2 gm r mM G Terra Terra 2 k gM Te r r a 2 41 09 7,5 Pág. 80 de 90 Densidade da Terra T = 5,5 g/cm 3 ~ 5,5 x água >> rochas na superfície da Terra Núcleo da Terra: material com alta densidade. É interessante comentar que Newton fez a célebre estimativa, como a matéria comum da Terra é duas vezes mais densa que a água e nas minas 3, 4 ou 5 vezes mais densa, é provável que T é 5 vezes mais densa que a água. 3 3 4 Terra Terra T r M Pág. 81 de 90 Massa do Sol – Ano terrestre TS TS T TS T TS TS rT r m r v m r mM G 12 22 2 S TS GM r T 2 3 2 Msol = 1,989 x 10 30 kg rS-T = 1,496 x 10 11 m T = 3.16 x107 s = 365,3 dias. Pág. 82 de 90 3o Lei de Kepler GM r T 2 3 2 Lei das Períodos Expressão obtida para o período de uma órbita circular usando a força gravitacional: Reescrevendo… ! 4 2 3 2 cte GMr T Pág. 83 de 90 Plano do movimento Plano do movimento Plano da figura p r O prL sinprLL L r p L p r L L – momento angular Vimos no curso de Física Geral I a definição de Momento Angular Pág. 84 de 90 15 Também vimos a conservação do Momento Angular FrFrpv dt pd rp dt rd dt Ld 0 0 dt Ld O momento angular, relativo a qualquer ponto, de uma partícula livre é constante; Forças centrais, que apontam na direção do vetor posição. 0 r 0 F Fr // Pág. 85 de 90 Assim, podemos ver A famosa Lei das áreas Como a força gravitacional é central, o momento angular da Terra se conserva (Sol estático, centro de atração gravitacional para a Terra) A Força gravitacional entre dois corpos, por exemplo, Sol e Terra é dada por: Sol Terrar rdr rd p o movimento se dá num plano perpendicular ao vetor momento angular. r r GMm rF ˆ)( 2 constante.vetor ou 00 L dt Ld Pág. 86 de 90 Lei das áreas Área do triângulo colorido: 2a Lei de Kepler: “O raio vetor que liga um planeta ao Sol descreve áreas iguais em tempos iguais”. ( dA = metade da área do paralelogramo, dividindo por dt e multiplicando por 1 = m / m a expressão acima, obtemos a taxa de variação) Sol Terrar rdr rd p rdrAd 2 1 constante. 2 22 1 m L dt Ad m L dt rd mr mdt Ad Pág. 87 de 90 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B Movimento Rotacional e Aplicações Pág. 88 de 90 • Hooke, Wren e Halley se perguntaram qual seria a órbita dos planetas sob a força 1 / r 2. Halley perguntou a Newton que respondeu prontamente: “Uma elipse!” • Halley financiou a obra que Newton escreveu em 18 meses: “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica” (1687) considerada a obra científica mais importante já escrita. 1a Lei de Kepler Lei das Órbitas Pág. 89 de 90 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E T /U E S B REFERÊNCIAS Pág. 90 de 90 [1] Sears, F. W.; Zemansky e Young – "Física", vol. 2. Livros Técnicos e Científicos – LTC, 1993. [2] Tipler, P. Física. LTC. 2O.Edição, Vol.1, 2000. [3] Hallyday, D., Resnick, R. Walker, J.; Fundamentos de Física. Vol. 2, LTC, 1993. [4] Chaves, A. S. Física: Mecânica. Reichmann & Affonso Editores, 2001. [5] Nussenzveig, H. M. Curso de Física Básica, Mecânica. Vol.1, Ed. Edgard Blücher LTDA, 1997. [6] Disponível http://portal.ifi.unicamp.br/br/f-228-fisica-geral- ii?start=3 Acessado em 04 de outubro de 2011 às 09h38min.
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