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3. Elegibilidade e Inelegibilidade

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DIREITO ELEITORAL
ELEGIBILIDADE E INELEGIBLIDADE
Por Priscilla von Sohsten
 
ATUALIZADO EM 20/01/2017[1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ]
ELEGIBILIDADE E INELEGIBILIDADE
	ELEGIBILIDADE
A elegibilidade é a aptidão para ser eleito, ou seja, é a condição adquirida pelo cidadão para receber votos nas eleições. Aquele que é elegível, portanto, detém capacidade eleitoral passiva.
Portanto, as condições de elegibilidade são requisitos positivos, devem estar presentes para que o cidadão se candidate. Por outro lado, e simultaneamente, as hipóteses de inelegibilidade são requisitos negativos, o que importa afirmar que não podem estar presentes para que o cidadão concorra a cargos eletivos.
As condições de elegibilidade estão previstas na Constituição Federal e na legislação eleitoral como um todo, tal como a Lei das Eleições e o Código Eleitoral. A Lei das Eleições é lei ordinária, já o Código Eleitoral, na parte que trata das condições de elegibilidade, também é norma ordinária. 
Já as hipóteses de inelegibilidade estão previstas na Constituição e em Lei Complementar, apenas. Não se admite a fixação de hipóteses de inelegibilidade em leis ordinárias. Por quê? Porque a Constituição Federal exige que as hipóteses de inelegibilidade sejam editadas por lei complementar. Desse modo, a Lei de Inelegibilidade é uma lei complementar.
Condições de Elegibilidade 
As condições de elegibilidade são classificadas em condições próprias e impróprias.
Condições Próprias: são aquelas estabelecidas na Constituição Federal, tais como a nacionalidade, idade mínima, domicílio eleitoral. 
Condições Impróprias: são exigências da previstas na legislação eleitoral e que, indiretamente, se não observadas, não possibilitaram que o interessado concorra a cargos político-eletivos. 
	
Condições Próprias
a) nacionalidade brasileira: somente o nacional detém capacidade eleitoral passiva, sendo a exceção os portugueses que tiverem residência permanente no Brasil e houver reciprocidade em favor de brasileiros, com a consequente suspensão do gozo dos direitos políticos em Portugal; 
b) direitos políticos: a perda e a suspensão dos direitos políticos nfluem na elegibilidade; 
c) alistamento eleitoral: é conditio sine qua non para a aquisição da cidadania, sendo provada por meio do título eleitoral; 
d) domicílio eleitoral: somente se pode concorrer às eleições na circunscrição eleitoral em que for domiciliado há pelo menos seis meses;
*#AJUDAMARCINHO #NOVIDADELEGISLATIVA: ALTERAÇÕES NA LEI 9.504/97
Qual é o prazo mínimo de domicílio eleitoral necessário?
ANTES: para concorrer às eleições, o candidato deveria possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito.
AGORA: esse prazo mínimo de domicílio eleitoral foi reduzido para 6 meses.
	
LEI 9.504/97 (LEI DAS ELEIÇÕES)
 
	Redação anterior
	Redação ATUAL
	Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito, e estar com a filiação deferida pelo partido no mínimo seis meses antes da data da eleição.
	Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.
e) filiação partidária: decorre da opção por uma “democracia partidária” e consiste no vínculo jurídico estabelecido entre um cidadão e a entidade partidária. Prova-se mediante consulta ao banco de dados da Justiça Eleitoral e, havendo omissão, o TSE permite a demonstração por outros meios desde que não se trate de processo de registro de candidatura, no qual há exigência de prova robusta. 
#DEOLHONOGANCHO: para concorrer às eleições, o candidato deve estar com a filiação deferida pelo partido político no mínimo seis meses antes da data da eleição, exigindo-se o mesmo prazo para filiação partidária (art. 9º da Lei das Eleições).
Tal requisito (filiação partidária por no mínimo seis meses) será exigido para toda e qualquer candidatura?
Sim, em toda e qualquer candidatura! Contudo, o prazo mínimo de filiação poderá ser flexibilizado. A filiação partidária poderá ser inexigível ou, ao menos, o tempo de filiação flexibilizado em relação a determinados agentes públicos:
a) daqueles em relação aos quais não se exige filiação partidária prévia. Nesse caso haverá apenas o registro da candidatura pelo partido, após prévia escolha em convenção partidária; e 
b) daqueles que deverão se filiar ao partido político no prazo da desincompatibilização, vale dizer, seis meses antes do pleito. 
O primeiro grupo trata da elegibilidade do militar. A CF, no art. 14, § 8º dividiu os militares da seguinte forma: 
Militares com menos de 10 anos de carreira
Tais militares, para concorrerem às eleições, devem ser afastar definitivamente do cargo militar ocupado. No entanto, o TSE entende que o afastamento definitivo só deve ocorrer quando o registro de candidatura tiver sido deferido, o que pode ocorrer até 20 dias antes das eleições. Neste caso, o militar participará da convenção do partido, e terá seu registro feito perante a Justiça Eleitoral requerido, mesmo que não seja filiado a partido político. O registro de candidatura sendo deferido levará ao afastamento do militar, quando então será ele filiado ao partido político. 
Militares com mais de 10 anos de carreira: 
Para esses casos, devem os militares ser agregados pela autoridade competente, ou seja, perderá o posto, mas não a patente. Desse modo, o militar concorre como militar. Esta regra acaba por violar a regra do impedimento da candidatura avulsa, vez que o militar acaba se candidatando sem estar filiado. 
Diante de tal situação, o TSE entende que o militar com mais de 10 anos de atividade, ainda que não filiado, deverá participar normalmente das convenções, sendo o registro de sua candidatura requerido normalmente pelo partido político. Após tal requerimento, havendo o deferimento, o militar será agregado, sem deixar de ser militar. Estamos, portanto, diante da única hipótese em que é possível a candidatura a mandato eletivo, sem estar filiado a partido político. 
#NÃOCONFUNDIR: a candidatura avulsa continua sendo impossível. O militar somente pode concorrer, pois, apesar de não estar filiado, sua candidatura se fará por intermédio do partido político. Assim, essa hipótese não é considerada candidatura avulsa. Caso eleito, o militar passará a inatividade e deverá se filiar ao partido político para exercer o mandato. 
A segunda hipótese aplica-se ao magistrado, membro do Ministério Público e ministros do Tribunal de Contas da União dos quais se exige a filiação 6 meses antes das eleições. Em verdade, aqueles que ocupam os cargos acima mencionados não podem dedicar-se à atividade político-partidária, contudo, podem concorrer a cargos eletivos. Em razão disso, caso pretendam candidatar-se, exige a Lei de Inelegibilidades a desincompatibilização no prazo de 6 meses antes do pleito, momento em que deverão filiar-se ao partido político. 
 f) idade mínima: abaixo o rol de idades exigidas:
35 anos: para Presidente e Vice e para Senador;
30 anos: para Governador e Vice-Governador;
21 anos: Prefeito, Vice-Prefeito, Deputado Federal, Deputado Estadual e Juiz de Paz. 
18 anos: Vereador.
#OLHAOGANCHO: Essa situação dos 18 anos exigidospara vereador sempre foi motivo de discussão na doutrina, vez que a Lei das Eleições previa que a idade mínima somente seria exigida na data da posse. Nesse cenário, era possível que menor de 18 anos concorresse às eleições, e acabasse por praticar condutas tipificadas como crimes eleitorais para os quais havia o entendimento de que prevalecia a competência da Vara da Infância e Juventude, por se tratar de atos infracionais. Com a minirreforma eleitoral de 2015, a legislação eleitoral passou a prever que para o cargo de vereador, a idade mínima deverá ser observada no último dia possível para o registro da candidatura. Assim, a regra é de que a idade mínima somente seja verificada na data da posse, ressalvada a hipótese de cargos que exijam a idade mínima de 18 anos, quando estes requisitos deverão ser observados na data do registro da candidatura. 
#DEOLHONAJURIS: segundo o TSE, mesmo o emancipado civilmente precisa demonstrar a idade mínima. Não obstante, é possível que o cargo seja ocupado, excepcionalmente, por quem não detém a idade mínima, como ocorre no caso de impedimento ou vacância do presidente, em que será chamado ao exercício da Presidência o presidente da Câmara, cuja idade poderá ser de 21 anos. 
	
Por fim, quando se adquire a plena elegibilidade? Aos 35 anos! A plena exigibilidade significa a capacidade do cidadão de concorrer a quaisquer cargos eletivos. Se o cidadão estiver alistado, preencher todas as condições de elegibilidade, somente atingirá a plena elegibilidade quando puder candidatar-se aos cargos de Presidente da República e de Senado Federal, conforme disciplina nossa CF (art. 14, §3º, VI, a).
Momento para aferição das condições de elegibilidade
Há importante distinção entre o momento de aferição e o momento de perfeição das condições de elegibilidade. Segundo o art. 11, §10, Lei nº 9.504/97, “as condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade”. 
No entanto, o art. 9º, da mesma lei, diz que o alistamento e o domicílio eleitorais, bem como a filiação partidária, sejam aferidos com base no dia do pleito. No tocante à idade mínima, deve-se considerar a data da posse, exceto no caso visto acima. Então, todas as condições de elegibilidade, que podem ser preenchidas com o simples advento do termo (evento futuro e certo), têm na data da eleição o seu marco, sendo esse o caso do alistamento, do domicílio, da filiação e da idade mínima. Portanto, não é necessário que, no momento do registro de candidatura, o pré-candidato ostente as condições de elegibilidade integralmente, podendo vir a preenchê-las até a data das eleições. 
INELEGIBILIDADE
A inelegibilidade é o conjunto de causas que impedem o exercício da capacidade eleitoral passiva. Daí se afirma que o TSE segue a teoria tradicionalista da Inelegibilidade, segundo o qual a inelegibilidade a e elegibilidade são institutos distintos. 
As hipóteses de inelegibilidade podem decorrer de dois fundamentos principais: 
Decorrente da aplicação de uma sanção.
Mera situação jurídica em que a pessoa se encontra ao efetuar o registro da candidatura, decorrente de: a) status profissional; ou b) outras situações específicas previstas na legislação.
No primeiro caso, ou seja, quando a inelegibilidade tiver fundamento em uma sanção, ela será decorrência de um processo, que decidirá a respeito de uma violação à legislação constituindo o cidadão inelegível. Ou seja, enquanto não houver a referida decisão, não é possível se falar em inelegibilidade. A decisão judicial constituirá o status de inelegível ao cidadão condenado. No segundo caso, quando decorrer a inelegibilidade de uma situação fática, ela será denominada de originária ou inata. Ou seja, ocorrida a situação prevista na legislação, o cidadão será considerado automaticamente inelegível. Nesse caso, eventual discussão judicial em torno dos fatos apenas terá o condão de conferir certeza aos fatos. Desse modo, afirma-se que a decisão tem caráter declaratório do status de inelegível.
*#OUSESABER: Admite-se a RCED (Recurso contra a Expedição do Diploma) em razão de inelegibilidade posterior ao pleito eleitoral? ERRADO! O Recurso contra Expedição de Diploma possui natureza jurídica de ação, ou seja, constitui ação autônoma de impugnação do diploma. Nos termos do art. 262, I, do Código Eleitoral, trata-se de instrumento hábil para apurar inelegibilidade ou incompatibilidade de candidato, além de outras hipóteses. E se esta inelegibilidade ocorrer após o pleito eleitoral, é cabível o manejo o RCED? Em recente julgado afirmou o TSE que NÃO, reafirmando o verbete sumular nº 47 da Corte. 
Súmula nº 47: A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra expedição de diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito. (Recurso Especial Eleitoral nº 369-66/MG)
Classificação das Inelegibilidades
As inelegibilidades serão absolutas quando se aplicarem a todos os cargos, como por exemplo, os analfabetos. Serão relativas quando somente se referem a alguns cargos, como por exemplo, a inelegibilidade para um terceiro mandato consecutivo nos cargos do Executivo. 
Inelegibilidades Constitucionais
A doutrina também divide as inelegibilidades em constitucionais e legais, sendo a principal diferença entre elas o fato de aquelas não precluem, podendo ser arguidas mesmo após o prazo para ajuizamento da AIRC. Em face disso, o TSE já decidiu que “as inelegibilidades supervenientes ao requerimento de registro de candidatura poderão ser objeto de análise pelas instâncias ordinárias no próprio processo de registro de candidatura, desde que garantidos o contraditório e a ampla defesa” (RO 15429/DF, 26/08/2014).
As inelegibilidades constitucionais são as seguintes: 
a) inalistáveis e analfabetos (art. 14, §4º, CF): os inalistáveis são os estrangeiros, os conscritos (durante o período de serviço militar), os menores de 16 anos e aqueles que tiveram seus direitos políticos perdidos ou suspensos. 
#CAIEMPROVA #AJUDAMARCINHO: quanto ao analfabeto, há entendimento consolidado na Justiça Eleitoral de que o “analfabeto funcional” se encontra habilitado a disputar as eleições. Além disso, o simples fato de o candidato já ter exercido cargo eletivo não é circunstância suficiente para, em REspe, reformar-se decisão mediante a qual o candidato foi considerado analfabeto, nos termos da Súmula 15 do TSE.
b) motivos funcionais (art. 14, §6º, CF): caso desejem concorrer a outros cargos, os ocupantes de cargos do Executivo devem renunciar aos seus mandatos em até seis meses antes do pleito. Trata-se de uma hipótese de (auto)desincompatibilização, pois permite o afastamento da própria inelegibilidade funcional. Na hipótese em que o ato do Chefe do Executivo venha a beneficiar terceiro que estava reflexamente inelegível em razão do fato de ele ser Chefe do Executivo, fala-se em heterodesincompatibilização. Ademais, o vice pode ser candidato a outro cargo sem renunciar ao seu mandato, desde que não substitua o Chefe do Executivo nos seis meses anteriores à eleição.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: conforme entendimento do STF, o chefe do executivo reeleito não poderá concorrer a um terceiro mandato, mesmo na condição de vice, haja vista que em caso de renúncia do titular configuraria o vedado terceiro mandato. 	
c) “inelegibilidade reflexa” (art. 14, §7º, CF): trata-se da inelegibilidade que atinge o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, no âmbito do mesmo território de jurisdição do titular, até o segundo grau ou por adoção (filhos, netos, pais, avós, irmãos, cunhados, sogros e o cônjuge), do Presidente, Governador, Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titularde mandato eletivo e candidato à reeleição. 
#SELIGANASÚMULA: segundo a Súmula Vinculante nº 18, a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade. Contudo, em meados de 2014, ao julgar o RE 758461/PB, o Tribunal fez um distinguishing e decidiu que o enunciado não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges, já que o espírito do §7º é o de “impedir a hegemonia política de um mesmo grupo familiar, ao dar efetividade à alternância no poder, preceito básico do regime democrático”, o que, definitivamente, não é o que ocorre no caso de morte, que é evento fortuito. 
#IMPORTANTE #PREFEITOITINERANTE: questionava-se a possibilidade de o prefeito reeleito em determinado município candidatar-se ao cargo de Prefeito em outro município. Esses prefeitos passaram a ser conhecidos como “prefeitos itinerantes” ou “prefeitos profissionais”. Inicialmente, houve jurisprudência no sentido de que seria possível, por não haver violação direta à vedação do terceiro mandato consecutivo na mesma circunscrição eleitoral. No entanto, a partir de 2008, o TSE alterou seu entendimento para considerar que o cargo de prefeito é considerado independentemente da unidade federativa para fins de reeleição. Assim, se um sujeito foi prefeito de um município por dois mandatos seguidos, não poderá concorrer a prefeito em outro município na eleição subsequente ao término do seu mandato. Vale ressaltar que neste precedente, o STF entendeu que para situações que o processo eleitoral é alterado por determinado entendimento jurisprudencial, a aplicabilidade do que foi decidido pelo Poder Judiciário deverá ta,bém observar o princípio da anualidade. 
 
 
d) serviço militar (art. 14, §8º, CF): nesse caso, para ser elegível, o militar alistável deverá afastar-se da atividade caso conte com menos de 10 anos de serviço, ou, se contar com mais de 10 anos, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 
Desincompatibilização 
A desincompatibilização está prevista no art. 14, §6º, da CF, e constitui modalidade de inelegibilidade relativa. 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
 Da literalidade do dispositivo devemos extrair necessariamente que: 
1) A desincompatibilização aplica-se ao membro do Poder Executivo. Detentores de mandatos político-eletivo pelo Poder Legislativo (senadores, deputados federais e estaduais e vereadores) não são afetados pela regra constitucional acima.
2) A desincompatibilização aplica-se tão somente para ocupar outro cargo. Desse modo, em caso de reeleição, não é necessário desincompatibilizar-se. Por outro lado, se o vice pretender concorrer para o cargo de titular deverá se desincompatibilizar. Embora improvável na prática, também será necessária a desincompatibilização se for ocupante do cargo titular e pretender concorrer para vice. 
3) Se o Presidente, Governador ou Prefeito pretenderem candidatar-se a qualquer outro cargo eletivo deverão renunciar ao mandato até seis meses antes do pleito. 
	Por sua vez, a LC 64 traz outras hipóteses de desincompatibilização. Primeiramente deveremos ter em mente que para que a desincompatibilização seja necessária, é obrigatório que haja previsão legal.
 
#OLHAOGANCHO: o presidente de partido político e titular de emissora de rádio e televisão não precisam se desincompatibilizar, pois não existe tal exigência legal. 
	Para aqueles que precisam desincompatibilizar, a regra é que o prazo a ser observado é de 6 meses antes das eleições. No entanto, existem três exceções que alteram este prazo. São elas: 
	CARGO QUE OCUPA
	PRAZO PARA DESINCOMPATIBILIZAR
	CARGO PRETENDIDO
	Aqueles que tenham ocupado cargo ou função de direção, administração ou representação em entidades representativas de classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder público ou com recursos arrecadados e repassados pela Previdência Social.
	4 MESES
	PRESIDENTE
	Servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos ou entidades da administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público. 
	3 MESES
	PRESIDENTE
	Membros do Ministério Público e Defensoria Pública em exercício na Comarca. 
	4 MESES
	PREFEITO
	Autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no Município.
	4 MESES
	PREFEITO
#ATENÇÃO: No caso dos servidores públicos estatutários ou não, o afastamento é temporário, e ocorre sem prejuízo da remuneração ou licença. No entanto, o TSE entende que o afastamento não será temporário se o servidor ocupar apenas cargo em comissão, caso em que será exonerado. Para este caso, existe a exceção da exceção. Ou seja, se o servidor tiver competência direta, indireta ou eventual, relacionada à tributação (auditor fiscal da Receita Federal, analista de Tributos, etc.), aplica-se o prazo de 6 meses para a desincompatibilização. 
Inelegibilidades Infraconstitucionais
As inelegibilidades infraconstitucionais estão previstas na LC nº 64, editada com base no §9º, do art. 14, CF. As principais inovações trazidas pela LC nº 135/2010 (Ficha Limpa) foram a substituição das penas de inelegibilidade de três para oito anos e a possibilidade de imputação das inelegibilidades sem necessitar aguardar o trânsito em julgado, bastando que a condenação seja proferida por órgão colegiado. Quanto ao primeiro ponto, o STF decidiu que é possível a aplicação retroativa da LC nº 135/2010, possibilitando o indeferimento do registro de candidaturas pleiteadas por cidadãos condenados por órgãos colegiados do Judiciário antes da sua publicação. E, quanto ao segundo ponto, nem se alegue que representa violação ao princípio da presunção de inocência, que, além de não ser absoluto, cede em face da necessidade de conferir uma proteção mais eficaz aos preceitos basilares da ética, da moralidade e da preservação do interesse público primário. As hipóteses mais importantes são as que seguem abaixo: 
Art. 1º, inciso I, alínea, b: os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subseqüentes ao término da legislatura;
Tratam de proibições para o Legislativo, na qual inclui o decoro parlamentar. A perda do cargo é imposta pelo próprio Legislativo, e a inelegibilidade é automática. São atingidos por essa hipóteses todos os parlamentares federais, estaduais ou municipais. O prazo da inelegibilidade pode durar por mais de 8 anos, vez que também engloba o tempo remanescente do mandato. 
Art. 1º, inciso I, alínea, c: o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos;     
Trata-se de hipótese semelhante à alínea anterior, todavia atinge os chefes do Executivo que sofrerem impeachment. Observe que aqui não foi mencionado o Presidente e o Vice-Presidente. Pois, em tais casos, o que ocorre é a inabilitação e não a inelegibilidade. 
A inabilitação é mais grave do que a inelegibilidade.
Inelegibilidade: limita a capacidadepara concorrer a cargo eletivo. Ataca a capacidade eleitoral passiva.
Inabilitação: não poderá o inabilitado exercer qualquer função pública. 
Art. 1º, inciso I, alínea, d: os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; 
Trata-se do abuso do poder político e poder econômico. Neste caso, diferentemente dos anteriores, a inelegibilidade não é automática, sendo imposta pela Justiça Eleitoral. A inelegibilidade já exise desde a prolatação por órgão colegiado, sendo prescindível o trânsito em julgado. 
A inelegibilidade atingirá a eleição em que foi verificada a situação de abuso, e naquelas ocorridas nos 8 anos seguintes. 
#DEOLHONAJURIS: o prazo de inelegibilidade desta alínea inicia-se na data da eleição do ano da condenação e expira no dia de igual número de início do oitavo ano subsequente. 
#SELIGANASÚMULA: O prazo de inelegibilidade de três anos, por abuso de poder econômico ou político, é contado a partir da data da eleição em que se verificou. Essa súmula tem de ser relida para observar o prazo de 8 anos. 
Assim, ainda que a inelegibilidade seja julgada em momento posterior à ocorrência da eleição, ainelegibilidade é contada a partir da data da eleição, e não do julgamento da ação respectiva. 
Art. 1º, inciso I, alínea, e: os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:  
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;      
3. contra o meio ambiente e a saúde pública;      
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;      
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;  
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos
8. de redução à condição análoga à de escravo;      
9. contra a vida e a dignidade sexual; e     
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando; 
Aqui são situações que decorrem do art. 15, da CF/88. O prazo da inelegibilidade inicia-se com a condenação, e vai até 8 anos após o cumprimento da pena. Por essa alínea, é possível que o cidadão se torne inelegível antes mesmo da suspensão de seus direitos políticos. Isto porque essa suspensão só ocorre a partir do trânsito em julgado da decisão condenatória. Já a inelegibilidade inicia-se com a condenação prolatada por órgão colegiado. 
#NÃOCONFUNDIR: Inelegebilidade com suspensão de direitos políticos. Esta impede a capacidade eleitoral passiva e ativa. Já a inelegbilidade tem influência apenas sobre a capacidade eleitoral passiva, conservando a capacidade eleitoral ativa. 
#CAIEMPROVA: a inelegibilidade prevista na alínea e não se aplica aos crimes culposos, crimes de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada. 
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; 
A pena em questão só pode ser aplicada por Tribunal ou juízo militar. Aqui não se trata de inelegibilidade automática, devendo ser declarada expressamente. 
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;
O agente público é gestor de coisa alheia, por isso deve sempre prestar contas. Quem analisa as contas prestadas pelo Chefe do Esxecutivo é o Poder Legislativo. Tratando-se de outros agentes públicos, as contas serão analisadas pelo Tribunal de Contas. 
Importante perceber que a norma exige que a rejeição tenha por fundamento um vício insanavél que se traduza em ato doloso de improbidade administrativa, não sendo suficiente apenas que se trate de irregularidade insanável. 
É possível que essa inelegibilidade deixe de ser aplicada nas hipóteses em que a decisão do órgão houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O TSE entende a inelegibilidade prevista nesta alínea pode ser examinada a partir de decisão irrecorrível dos tribunais de contas do prefeito que age como ordenador de despesas. 
*JULGAMENTO DE CONTAS DOS PREFEITOS: Competência para julgamento das contas dos Prefeitos e sua repercussão na inelegibilidade Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas de Prefeito, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores. STF. Plenário. RE 848826/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834). Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. STF. Plenário. RE 729744/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834).
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;      
Esta alínea também trata do abuso do poder economico, assim como a alínea “b”. A diferença é que nesta alínea os atingidos são detentores de função pública e a condenação aqui pode ser feita por qualquer órgão do Poder Judiário. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:  A incidência desta alínea independe do órgão prolator da condenação –se Justiça Comum apenas, ou Eleitoral. 
         
 i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade;
	Aqui a inelegibilidade dura enquanto não houver exoneração da responsabilidade quanto à liquidação. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: este dispositivo não é inconstitucional ao condicionar a duração da inelegibilidade à exoneração de responsabilidade, sem fixação de prazo. 
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição;       
Esta inelegibilidade só será aplicada caso tenha ocorrido, por conta da condenação, a cassação do diploma. Os oito anos tem comotermo incial a eleição em que praticado o desvio de conduta. 
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura;    
Aqui basta que tenha sido apresentada representação capaz de trazer abertura de processo por cassação, que já há presunção de que a renúncia tem por objeto escapar da cassação.   A inelegibilidade durará por 8 anos, além do tempo remanescente do mandato em que se deu.  
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: essa inelegibilidade não será aplicada se a renúncia ocorrer para se evitar a desincompatibilização. 
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena;     
  
A improbidade administrativa pode causar a suspensão dos direitos políticos. Quando o sujeito terminar de cumprir a pena de suspensão de direitos políticos, se iniciará a contagem do prazo de inelegibilidade. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: a análise do enriquecimento ilícito pode ser realizada pela Justiça Eleitoral, a partir do exame da fundamentação do decisum, ainda que não tenha constado expressamente do dispositivo. Compete à Justiça Eleitoral verificar se está comprovado ato doloso de improbidade que signifique ao mesmo tempo enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público. 
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;  
	Aqui a condenação é administrativa. Se essa condição houver sido anulada ou suspensa pelo Poder Judiciário, a inelegibilidade não se aplica. 
n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude
	Aplica-se nos casos de inelegibilidade reflexa ou por parentesco. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: a incidência desse dispositivo pressupõe ação judicial que condene a parte por fraude. 
o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário;        
A demissão pode se dar por decisão administrativa ou judicial. Se decorrer de decisão administrativa, não haverá inelegibilidade se houver sido anulada ou suspena por decisão judicial.
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento previsto no art. 22;      
Aqui são os casos cometidos durante a arrecadação de verbas durante a campanha eleitoral. 
#SELIGANASÚMULA: de acordo com a súmula 21 do TSE, o prazo para ajuizamento da representação contra doação de campanha acima do limite legal é de 180 dias, contados da data da diplomação.
q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos;
A sanção de aposentadoria compulsória é a mais grave dentre as administrativas aplicáveis a magistrados ou membros do MP. Essa inelegibilidade também será aplicada caso seja requerida aposentadoria voluntária para se escapar da sanção referida. 
	Vamos fazer uma tabela para facilitar a memorização: 
	PESSOA ATINGIDA PELA INELEBILIDADE
	PRAZO DE INELEGIBILIDADE
	Parlamentares que hajam perdido os mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do artigo 55 da CF. 
	Período remanescente do mandato + 8 anos
	Governador, Vice, Prefeito e Vice que perderem cargo por contrariar a Constituição Estadual e Lei Orgânica. 
	Período remanescente do mandato + 8 anos
	Abuso de poder econômico, abuso de poder político, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, reconhecidos pela Justiça Eleitoral, pelo menos por órgão colegiado
	Eleição na qual concorrem +8 anos
	Condenados por crimes definidos em lei com trânsito em julgado ou decisão de órgão colegiado:
São os crimes: 1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; 6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra a vida e a dignidade sexual; e 10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando
ATENÇÃO: esta inelegibilidade não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada
	Desde a condenação até prazo de 8 anos após o cumprimento da pena.
	Declarados indignos do oficalato
	8 anos contados da decisão.
	Não tiveram as contas aprovadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, por decisão irrecorrível do órgão competente
	8 anos contados da decisão.
	Condenação transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado em caso de abuso de poder político ou econômico
	Eleição na qual concorrem +8 anos
	Os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade
	Enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade.
	Decisão colegiada por conduta que implique a cassação de diploma. 
	8 anos a conta da eleição.
	 Aqueles que renunciarem ao cargo, ou desfazerem vínculo conjugal para evitar inelegibilidade, em caso de procedimento que pudesse levar a inelegibilidade
	Período remanescente do mandato + 8 anos
	Os que forem condenados a suspensão de direitos políticos por ato de improbidade administrativa. 
	Desde a condenação até prazo de 8 anos após o cumprimento da pena.
	Os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional competente, em decorrênciade infração ético-profissional
	8 anos, salvo a decisão estiver suspensa.
	Os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário. 
	8 anos contados da decisão.
	Responsáveis por doações ilegais. 
	8 anos contados da decisão.
	Magistrados e membros do MP aposentados compulsoriamente.
	8 anos
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula-TSE nº 2
Assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o termo final do prazo fixado em lei, considera-se satisfeita a correspondente condição de elegibilidade, ainda que não tenha fluído, até a mesma data, o tríduo legal de impugnação.
Súmula-TSE nº 5
Serventuário de cartório, celetista, não se inclui na exigência do art. 1º, II, l, da LC nº 64/90.
Súmula-TSE nº 6
São inelegíveis para o cargo de Chefe do Executivo o cônjuge e os parentes, indicados no § 7º do art. 14 da Constituição Federal, do titular do mandato, salvo se este, reelegível, tenha falecido, renunciado ou se afastado definitivamente do cargo até seis meses antes do pleito.
Súmula-TSE nº 12
São inelegíveis, no município desmembrado, e ainda não instalado, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do prefeito do município-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo.
Súmula-TSE nº 19
O prazo de inelegibilidade decorrente da condenação por abuso do poder econômico ou político tem início no dia da eleição em que este se verificou e finda no dia de igual número no oitavo ano seguinte (art. 22, XIV, da LC nº 64/90).
Súmula-TSE nº 41
Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por outros Órgãos do Judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de inelegibilidade.
Súmula-TSE nº 43
As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o candidato, nos termos da parte final do art. 11, § 10, da Lei n° 9.504/97, também devem ser admitidas para as condições de elegibilidade.
Súmula-TSE nº 47
A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra expedição de diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.
Súmula-TSE nº 49
O prazo de cinco dias, previsto no art. 3º da LC nº 64/90, para o Ministério Público impugnar o registro inicia-se com a publicação do edital, caso em que é excepcionada a regra que determina a sua intimação pessoal.
Súmula-TSE nº 54
A desincompatibilização de servidor público que possui cargo em comissão é de três meses antes do pleito e pressupõe a exoneração do cargo comissionado, e não apenas seu afastamento de fato.
Súmula-TSE nº 61
O prazo concernente à hipótese de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90 projeta-se por oito anos após o cumprimento da pena, seja ela privativa de liberdade, restritiva de direito ou multa.
Súmula-TSE nº 69
Os prazos de inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do inciso I do art. 1º da LC nº 64/90 têm termo inicial no dia do primeiro turno da eleição e termo final no dia de igual número no oitavo ano seguinte.
Súmula-TSE nº 70
O encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui fato superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/97.
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Constituição Federal
	Artigo 14
	Lei Complementar 64/90
	Leitura Integral 
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
- GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2015
- Anotações pessoais de aulas

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