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Caderno: 5º Semestre Criada em: 28/05/2018 18:40 Atualizada em: 28/05/2018 21:31 Autor: Nathalia Dickel Etiquetas: Psicologia e Comunidade Resumo PO2 - Psicologia e Comunidade ANÁLISE DE NECESSIDADES DE UM GRUPO OU COMUNIDADE: A AVALIAÇÃO COMO PROCESSO Jorge Castellá Sarriera ANÁLISE DE NECESSIDADES É: uma atividade inicial dentro de um processo de investigação-ação participante (IAP), que ajuda a especificar os problemas da comunidade e verifica as condições sentidas por seus membros. Para a ANÁLISE DE NECESSIDADES: Investigadores Externos Investigadores Internos (Membros da Comunidade) É imprescindível a familiarização com a comunidade, através de aproximação e diálogo, conhecer a comunidade, seu espaço físico, seus costumes e seu cotidiano. Todo o processo de ação comunitária busca transformar as necessidades percebidas (cognitivamente) em necessidades sentidas (cognitiva e afetivamente ou conscientizadas). Exemplo: A comunidade pode perceber mas não sentir uma necessidade, possivelmente por estar embotada pelos meios de comunicação social. NECESSIDADES SENTIDAS: diretamente pelas pessoas da comunidade (são mais subjetivas e incluem sentimentos, preocupações e percepções). NECESSIDADES INFERIDAS: proveniente dos profissionais ou instituições vinculadas à comunidade (são mais objetivas, como as necessidades normativas ou comparativas. Ex: estudos epidemiológicos). Além das necessidades também existem os PROBLEMAS: uma situação que ameaça certos valores básicos e culturais, causados por desajustes individuais às normas adotadas ou a falhas existentes na própria estrutura social. NECESSIDADES -> Relacionadas à falta. PROBLEMAS -> Relacionados aos conflitos e dificuldades. Junto ao levantamento das necessidades e problemas, é necessário identificar os recursos com os quais conta uma comunidade: 1. Conhecer as instituições, sociais, religiosas, de saúde e educativas que estão em sua região, e com as quais no futuro poderão estabelecer redes de apoio. 2. Avaliação destas instituições pelos próprios responsáveis, pelos membros da equipe investigadora e pelos próprios usuários. 3. Expectativas que se têm sobre esses serviços e seu potencial contribuinte para a comunidade. QUAIS ASPECTOS CONSIDERAR EM UMA ANÁLISE DE NECESSIDADES? 1. As necessidades: sentidas, percebidas e inferidas. 2. Os problemas mais relevantes e as formas de resolução dos mesmos que a comunidade propõe. 3. O levantamento dos recursos que esta comunidade possui (institucionais, pessoais, redes) ou pode ter acesso. TÉCNICAS PARA LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES: ENTREVISTAS (Individuais, grupais, comunitárias, entrevistas com questionários) A técnica deve ser escolhida de acordo com o objetivo. MANUAL DE TERAPIA FAMILIAR Luiz Carlos Osorio; Maria E. Pascual do Valle; TERAPIA COMUNITÁRIA (TC): é um espaço em que membros de diferentes famílias se encontram para partilhar vivências e descobrir soluções para as questões do cotidiano, tendo como alvo o sofrimento, e não a patologia. É uma possibilidade de cuidar das famílias no contexto comunitário sem perder de vista a identidade de cada família e suas raízes culturais. A terapia comunitária integra os saberes advindos de duas fontes: saber científico e o saber popular. O grupo sob esta metodologia oferece um contexto de possibilidades de expressão de conflitos, medos e dúvidas, em um ambiente livre de julgamentos, no qual são respeitadas as diferenças individuais e as experiências de vida de cada um, favorecendo a prevenção de adoecimentos, somatizações e sintomas psíquicos. COMO SE FAZ? A TC é desenvolvida em qualquer espaço em que as pessoas possam se reunir para dialogar de forma respeitosa, sentindo-se à vontade para falar e escutar. Deve ser realizada preferencialmente com as pessoas bem acomodadas, dispostas em círculo, e conduzida por dois terapeutas comunitários, sendo um terapeuta e o outro co-terapeuta. Modelo estruturado: Acolhimento, escolha do tema, contextualização, problematização, rituais de agregação, conotação positiva e avaliação. Possui regras mínimas para que seja estabelecido um ambiente de cuidado mútuo e de partilha, como: fazer silêncio, falar na primeira pessoa (eu), não fazer discursos/sermões/julgamentos, usar recursos culturais (músicas, poesias, ditados populares...). TERAPEUTA COMUNITÁRIO (Novo ator social) Para ser um terapeuta comunitário deve ser alguém que se sinta interpelado pelo sofrimento do outro e sensível às buscas de soluções co-partilhadas. Não é necessário curso superior. O que é mais importante é a predisposição ao cuidar. O terapeuta deve: suscitar uma dinâmica que possibilite partilha de experiências e criar uma rede de apoio aos que sofrem. TERAPIA COMUNITÁRIA -> O paciente é a COMUNIDADE TERAPIA FAMILIAR -> O paciente é a FAMÍLIA ou GRUPOS DE FAMÍLIAS. ABORDAGEM SISTÊMICA: Tem por objetivo a busca de múltiplas perspectivas, de circularidade e redes. A TC na área da saúde tem sido utilizada como instrumento de trabalho em grupo pelos profissionais de diferentes áreas, seja na atenção básica, na saúde mental, seja na rede hospitalar. Amplia a ação do profissional de saúde, habilitando-o para o trabalho em grupos de médio e grande porte; Democratiza as ações da equipe, fazendo com que todos se sintam co-responsáveis pela saúde; potencializa a capacidade dos usuários do sistema de saúde a encontrar suas próprias soluções; inclui os aspectos psicossociais e culturais na gênese das doenças e promoção da saúde; inclui a dimensão da auto-estima e cidadania como recurso fundamental na saúde e na qualidade de vida; amplia a resiliência pessoal para a família e para os grupos comunitários. A TERAPIA COMUNITÁRIA E A TERAPIA FAMILIAR CONTRIBUEM MUTUAMENTE COM A SAÚDE SOCIAL, INCENTIVANDO A CIRCULARIDADE DAS IDEIAS, DAS RELAÇÕES, E O CONSEQUENTE AMPLIAR DA VISÃO E DAS ALTERNATIVAS DE RESOLUÇÃO. TERAPIA COMUNITÁRIA: prática relatada pelos profissionais da rede SUS de Santa Catarina, Brasil (ARTIGO) OBJETIVO DA TC: Promover a saúde através: da construção de vínculos solidários, valorização das experiências de vida dos participantes, do resgate da identidade, da restauração da autoestima e ampliação da percepção dos problemas e possibilidades de resolução a partir de competências locais. A TC TEM COMO ALICERCE CINCO EIXOS TEÓRICOS: Pensamento Sistêmico Teoria da Comunicação Antropologia Cultural Pedagogia de Paulo Freire Conceito de Resiliência. A TC praticada no âmbito do SUS traz inovações às práticas grupais: importa mais a experiência de vida das pessoas do que o saber técnico, todos detêm conhecimento, sem hierarquizações das relações interpessoais, sendo desejável que as pessoas compartilhem sentimentos. Participaram do estudo 27 profissionais da área da saúde do SUS. RESULTADOS: PRÁTICAS DE TC: A TC é predominantemente aplicada no contexto da Atenção Básica e nos CAPS. Os profissionais de saúde utilizam a TC também nas comunidades, desvinculando esses grupos da estrutura física dos serviços de saúde. Foi também relatada a realização de grupos de TC com profissionais de saúde, como um espaço destinado ao cuidado dos cuidadores. ESTRATÉGIAS DE IMPLANTAÇÃO: Realização de grupos com profissionais dos serviços; Auxílio dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS's); Elaboração de um projeto para a gestão local; Capacitação de ACS's para atuarem como coterapeutas; Divulgação através de panfletos e cartazes. DIFICULDADES: Resistência dos usuários a trabalhos grupais; Sobrecarga de trabalho; Dificuldades decorrentes do formato metodológico da TC; Fatores classificados como decorrentes da estrutura e do processo de trabalho; Falta de apoio da gestão local; falta de apoio dos demais profissionais do serviço; Problemas pessoais; ELEMENTOS FACILITADORES: Receptividade dos usuários e demais profissionaisdo serviço; Vinculação prévia dos usuários ao serviço; Presença de um profissional que auxilie a condução do grupo; Apoio da gestão local; BENEFÍCIOS: Efeito terapêutico dos grupos; Fomento das práticas grupais; A atenção às demandas de saúde mental; Fomento às redes sociais; Empoderamento dos integrantes;
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