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PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO E O SISTEMA PRESIDENCIALISTA TRADICIONAL O presidencialismo nada mais é do que um sistema governamental criado nos Estados Unidos da América no século XVIII que toma a república e a tripartição de poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário como base. O Presidente da República, superior do poder Executivo, é escolhido diretamente pelo voto popular, o que lhe confere vastos poderes, fazendo com que ele assuma a função tanto de chefe de Estado, como de chefe de Governo por tempo limitado. Essa estrutura é empregada no Brasil desde a Constituição Federal de 1891, que teve como seu primeiro presidente o Marechal Deodoro da Fonseca, escolhido indiretamente. Tal sistema perpetua até hoje no país, porém vem sofrendo uma certa variação do padrão adotado por outros países do mundo. A essa mudança, para o autor Sérgio Henrique Hudson de Abranches, é atribuído o nome de Presidencialismo de Coalizão. Graças ao multipartidarismo contemplado desde o fim da ditadura militar no país, surge, consequentemente, uma heterogeneidade e uma pluralidade de interesses de cada um. Dessa forma, o Presidente, juntamente com seu partido, cria alianças com os outros para obter apoio e uma boa governabilidade. E é dessa forma que surge a coalizão de sustentação e suporte ao Presidente. “Nisso, mede-se o nível individual de poder de cada Presidente da República, pois a sua capacidade de instalar amigos e financiadores em toda a Administração Pública, amplifica, vertical e horizontalmente, a capacidade de regular interesses privados sobre públicos [...]” (Carlos Henrique dos Santos de Alencastro, artigo, em migalhas.com.br) No presidencialismo tradicional, tomando o sistema dos Estados Unidos como base, existem apenas dois partidos: os Republicanos e os Democratas, assim, com menos partidos no Congresso, o Presidente não precisa fazer tantas alianças para agradar todos ao mesmo tempo. Ele pode elaborar uma espécie de seleção para estabelecer o ministro mais relevante para a posição determinada sem se preocupar com desavenças de outros partidos. No Presidencialismo de Coalizão, há uma diferenciação evidente entre os poderes Executivo e Legislativo, pois eles devem permanecer em harmonia para que haja um bom funcionamento do sistema político. Para poder implementar um projeto governamental, por exemplo, o Executivo precisa da aprovação e articulação do Legislativo, induzindo uma cooperação entre os dois. Com isso, ele influencia muitos critérios do presidente, como a nomeação dos ministros, que costumam pertencer a diversos partidos por conta das alianças multipartidárias. Com a concentração das atividades do congresso nos indivíduos selecionados pelo Presidente, há o fortalecimento do acordo partidário, refletindo nas preferências representadas por cada ministro associado. Assim, as competências legislativas conferidas ao chefe do Executivo influenciam de maneira significativa o processo político, pois controlam o complexo de compromissos e responsabilidades e quando eles serão assumidos e efetivados pelo Estado. Portanto, ao compararmos o sistema presidencialista tradicional e o de coalizão, percebemos que, no Brasil, o segundo supõe um método de compadrio, ou seja, um procedimento que favorece aqueles partidos que demonstram vantagens para o governo e dão motivos para que sejam escolhidos. Dessa forma, se eles não são escolhidos de acordo com suas demandas, eles “ameaçam retirar” o suporte que dão ao Presidente da República. Então, de certa forma, há mais quantidade do que qualidade no governo.
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