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PEÇA+3+PENAL

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Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito da Vara Criminal de Conceição do Agreste/CE
Processo nº
Recorrente: Ministério Público do Estado do Ceará/CE
Recorrido: José Percival da Silva
José Percival da Silva, já devidamente qualificado nos autos da denúncia, através de seu procurador ao final subscrito, vem respeitosamente e tempestivamente, perante esse juízo, com fulcro no Art.588, do Código de Processo, oferecer CONTRARRAZÕES AO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, pugnando pela manutenção da decisão que rejeitou parcialmente a denúncia ofertada pelo digníssimo integrante do parquet. 
Ante ao exposto, requer seja recebida a presente manifestação, e ao final, seja os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará para a apreciação do mesmo.
Nesses termos, pede deferimento.
OAB.
Local, data.
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Processo nº
Recorrente: Ministério Público
Recorrido: José Percival da Silva
Colenda Câmara,
Eméritos Julgadores
Contrarrazões ao Recurso em Sentido Estrito
PRELIMANARMENTE
1.2 DA INTEMPESTIVIDADE
Não deve ser recebido o presente recurso, eis que, está totalmente intempestivo como será exposto abaixo.
O ilustre representante do Ministério Público foi devidamente intimado em 24/05/2018 da decisão que rejeitou parcialmente a denúncia em relação ao recorrente. Ocorre, que o prazo fatal para o devido protocolo do presente recurso deu-se em 29/05/2018, porém, APENAS NA DATA DE 30/05/2018 FOI PROTOLOCADO NA RESPECTIVA VARA.
Os prazos processuais penais, diferente dos prazos processuais cíveis, não levam em conta somente dias úteis, e, sim, dias corridos, inclusive feriados como preceitua o artigo 798, § 1º abaixo transcrito:
 Art. 798.  Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
        § 1o  Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
Também o ilustre órgão recorrente em matéria processual penal, não detém o privilégio de ter seus prazos com a contagem em dobro, conforme larga jurisprudência pátria:
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO APÓS O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PREVISTO NO ART. 258 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. PRAZO EM DOBRO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO EM MATÉRIA PENAL. INEXISTÊNCIA. PRAZO SIMPLES CONTADO DA ENTREGA DO ARQUIVO ELETRÔNICO. PRECEDENTES. I – O entendimento pacífico desta 6 NPJ Direito Penal - Sua petição - Seção 3 Corte Superior é no sentido de que o Ministério Público, em matéria penal, não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. II – No caso dos autos, a intimação ocorreu com a entrega do arquivo digital contendo cópia do processo eletrônico em 17⁄08⁄2012 e o Agravo Interno foi protocolado somente em 27⁄08⁄2012, extrapolando o quinquênio legal, previsto no art. 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. III – Agravo Regimental não conhecido. (STJ – AgRg nos Embargos de Divergência em Resp. n.º 1.187.916-SP – Relatora Ministra Regina Helena Costa – dj. 27/11/2013, grifo nosso)
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO APÓS O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PREVISTO NO ART. 258 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. PRAZO EM DOBRO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO EM MATÉRIA PENAL. INEXISTÊNCIA. PRAZO SIMPLES CONTADO DA ENTREGA DO ARQUIVO ELETRÔNICO. PRECEDENTES. I – O entendimento pacífico desta 6 NPJ Direito Penal - Sua petição - Seção 3 Corte Superior é no sentido de que o Ministério Público, em matéria penal, não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. II – No caso dos autos, a intimação ocorreu com a entrega do arquivo digital contendo cópia do processo eletrônico em 17⁄08⁄2012 e o Agravo Interno foi protocolado somente em 27⁄08⁄2012, extrapolando o quinquênio legal, previsto no art. 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. III – Agravo Regimental não conhecido. (STJ – AgRg nos Embargos de Divergência em Resp. n.º 1.187.916-SP – Relatora Ministra Regina Helena Costa – dj. 27/11/2013, grifo nosso)
Pelo exposto acima, deve-se rejeitar o presente recurso, eis que, está eivado de vício pela falta do pressuposto processual da tempestividade.
DOS FATOS
O Ministério Público, através do seu Promotor denunciou o Sr. José Percival da Silva e outros pelas práticas dos crimes previstos nos artigos 288 e 317, na forma do artigo 69 todos do Código Penal. Narrou na denúncia que ” a mando de José Percival da Silva, João Santos, Maria do Rosário e Fernando Caetano associaram-se, em unidade de desígnios, com o fim específico de cometer crimes. E, dentro deste propósito, no dia 3 de fevereiro de 2018, na sede da Câmara dos Vereadores desta Comarca, durante uma reunião da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara, exigiram do Sr. Paulo Matos, empresário sócio de uma empresa interessada em participar das contratações a serem realizadas pela Câmara de Vereadores, o pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar de um procedimento licitatório que estava agendado para o dia seguinte. Desse modo, como a mera solicitação de vantagem indevida já configura o crime de corrupção passiva, a discussão sobre a (i) legalidade da prisão em flagrante realizada é irrelevante para a configuração do delito”.
Oferecida a presente denúncia, o juízo ad quo acertadamente entendeu por rejeitar o pedido no tocante à imputação de associação criminosa, art. 288 do CP, nos termos do artigo 395, III do CPP, por ausência de justa causa para a ação penal., pois ausentes os indícios de materialidade em relação ao delito de associação criminosa, uma vez que a acusação narra apenas um único fato e, portanto, um crime único, o que afasta por completo a tipicidade do artigo 288 do CP, por não existir o caráter de estabilidade e durabilidade indispensável para a caracterização da referida associação.
DO DIREITO
3.1) DA MANUNTENÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA
Como mencionado acima, a presente denúncia foi rejeitada de forma parcial ante a expressa falta de justa causa em que o Ministério Público imputou ao recorrido.
Nos termos do artigo 288 do Código Penal, para que se configure o respectivo crime deve-se ter o número mínimo de 3 agentes e com o fim específico de comer crimes (plural), como se vê abaixo:
ART. 288 Código Penal:
Associarem- se três ou mais pessoas, para o específico de cometer crimes:
Como já relatado nos fatos, houve apenas a imputação injusta ao recorrido de ter cometido o crime de corrupção passiva, artigo 317 do Código Penal, onde futuramente será provada a sua inocência. Pois bem, para a configuração do respectivo crime não basta a mera reunião de indivíduos para que, de fato, se configure o delito mencionado, são necessários outros requisitos, quais sejam: estabilidade do grupo, permanência e a finalidade comum de praticar diversos crimes.
Quanto a isso, vale os dizeres de Rogério Grecco:
“A reunião desse mesmo número de pessoas para a prática de um único crime, ou mesmo dois deles, não importa o reconhecimento do delito em estudo.” (GRECCO, Rogério. Código Penal Comentado. Ed. Impetus, 8ª edição, Rio de Janeiro, 2014, p.915)
Resta evidente o equívoco do ilustre Ministério Público em denunciar o recorrido pela prática de tal fato, pois evidente a falta de justa causa mencionado pelo juízo ad quo, onde se espera que esse Egrégio Tribunal mantenha, por questão de justiça, a referida decisão de primeiro grau.
DOS PEDIDOS
Diante dos fatos expostos acima, requer:
Em sede preliminar que o recurso não seja recebido por estar intempestivo;
No mérito que não se conheça do recurso interposto pelo parquet;
A decisão do juízo ad quo mantida na íntegra;
Diante do exposto, pede deferimento.
Local, data.
OAB.

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