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Execução Título Extrajudicial e o Cumprimento de Sentença

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INTRODUÇÃO
As alterações do Código de Processo Civil promoveram uma nova forma de execução dos títulos judiciais, conhecida como cumprimento de sentença. Em nosso ordenamento jurídico, as execuções civis, podem ser feitas de duas formas, sendo uma delas, nos casos de sentença condenatória não cumprida, funcionariam como uma fase subsequente ao processo de conhecimento ou nos casos em que esteja fundada em título executivo extrajudicial, em forma de processo autônomo.
O presente trabalho visa comentar sobre a execução fundada em título judicial, chamada de cumprimento de sentença e a execução de títulos extrajudiciais.
As principais diferenças de ambas as espécies de execução dizem respeito a necessidade de serem feitas no mesmo processo, bem como as defesas do devedor admitidas em ambos os procedimentos e a competência para processar.
1. O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
O CPC menciona o cumprimento de sentença na Parte Especial em seu Livro I como uma fase que segue o processo de conhecimento e o processo de execução é mencionado em seu Livro II. Ambos possuem os mesmos princípios e boa parte das regras que os regem.
As execuções civis, possuem várias formas, dentre as principais estão a mediata, a imediata e a específica. A mediata necessita a instauração de um processo, no qual o executado deve ser citado; A imediata surge sem novo processo, sendo uma sequência a fase de conhecimento anterior as execuções por título judicial, por exemplo, com exceção as fundadas em sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira.
Nos casos em que a sentença for arbitral, penal condenatória ou estrangeira, o cumprimento de sentença sempre será subsequente a um processo civil de conhecimento de cunho condenatório, pois processo de cunho constitutivo ou declaratório, não dão causa à execução civil.
O processo de conhecimento, de cunho condenatório e o processo subsequente de execução eram considerados dois processos distintos, com funções diferentes, antes da Lei 11.232/2005, exigindo dessa forma a citação do devedor para cada processo. Com o advento da lei, os dois processos passaram a pertencer a um único processo constituindo duas fases distintas, sendo necessário uma única citação do devedor.
Em relação ao cumprimento de sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira, desde que baseada em título judicial, continuará formando um novo processo, pois não há processo judicial que o anteceda, as regras a serem aplicadas são as do cumprimento de sentença, pois o título é judicial será um novo processo, no qual o executado será citado sendo aplicadas não as regras do cumprimento de sentença.
A execução específica procura cumprir com a exigência do autor conforme a instrução no título executivo, fazendo com que se alcance o melhor resultado possível para satisfação de uma obrigação firmada, seja ela de fazer ou não fazer, de entregar ou não entregar, conversão em perdas e danos, diante do inadimplemento do devedor. A execução deverá possibilitar meios para exigir seu cumprimento.
O cumprimento de sentença que condenam o devedor e obtenção de tutela específica, relativo a obrigações de fazer ou não fazer encontram-se dispostas no art. 497, CPC, relativo à entrega, encontram-se dispostas no art. 498, CPC e da conversão em perdas e danos no encontram-se dispostas no art. 499 CPC.
Toda execução funda-se em títulos executivos, os títulos executivos judiciais, que possibilitam o cumprimento de sentença em um mesmo processo encontra-se fundamentados no art. 515, CPC.
Existem dois tipos de cumprimento de sentença, o cumprimento provisório e o cumprimento definitivo de sentença.
1.1. Hipóteses de cumprimento provisório
	Diz respeito ao cumprimento de sentença derivado de uma decisão judicial não transitada em julgado e em casos de efetivação de tutela provisória, somente nessas hipóteses, fora isso, o cumprimento de sentença será definitivo, mesmo havendo agravo de instrumento pendente contra a decisão que julgou a impugnação.
A execução fundada em títulos extrajudiciais será sempre definitiva, de acordo com a Súmula 317 do STJ, mesmo nos casos em que há apelação pendente contra a sentença de extinção sem resolução de mérito ou de improcedência dos embargos. Há risco de reversão do resultado, nos casos em que há recurso pendente. Em ambas as hipóteses de cumprimento, havendo a reversão e causar prejuízos ao devedor, o credor irá responder de forma objetiva, ressarcindo os danos.
1.2. Cumprimento definitivo X Cumprimento provisório
	O cumprimento provisório, disposto no art. 520, CPC será feito do mesmo modo que o definitivo, inclusive em relação a multa e honorários advocatícios. As diferenças referem-se à pendência de recursos, possibilitando a reversão do julgado. No cumprimento provisório, o credor assume a responsabilidade pela reversão; Havendo reversão no cumprimento provisório, pela reforma ou anulação da sentença, as partes retornam ao status quo ante; Ambas as formas de cumprimento realizam-se nos autos a que foram constituídos; No cumprimento provisório o credor deverá prestar caução em casos específicos, arbitrados pelo juiz e prestada nos próprios autos. O Juiz dispensa caução e atende as necessidades do credor nos casos de crédito de natureza alimentar, independente de sua origem; O juiz poderá dispensar a caução nos casos de comprovada situação de necessidade do credor; O juiz poderá suspender o agravo com fundamento no art. 1.042, II e III, CPC nos casos em que é permitido fazê-lo; O Juiz poderá dispensar a caução nos casos de sentença provisoriamente cumprida, estando de acordo com sumulas do STF ou STJ ou conforme acórdão proferido em julgamentos repetitivos.
	Mesmo nesses casos poderá ser mantida a exigência da caução, se mediante avaliação, sua dispensa resultar em risco grave ou dano de difícil ou incerta reparação.
2. A EXECUÇÃO DE TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS 
Os Títulos Executivos Extrajudiciais encontram-se relacionados em leis especiais, bem como enumerados no artigo 784 do Código de Processo Civil de 2015, conforme segue:
Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados.
§ 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicadocomo o lugar de cumprimento da obrigação.
Os Títulos Executivos Extrajudiciais são documentos constituídos por garantias líquidas e certas, permitindo sua execução sem a fase processual cognitiva prévia. Esse tipo de execução gera um novo processo e o executado pode defender-se através dos embargos, proporcionando uma maior amplitude de alegações nas defesas o que difere de uma execução judicial, onde já existe um processo de conhecimento prévio, no qual o devedor já pôde se manifestar ou se defender.
2.1. Letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque e debêntures
São os títulos de crédito, que possuem eficácia executiva, dividem-se em títulos causais, os quais sua emissão está vinculada a um negócio jurídico anterior, como a duplicata e a letra de câmbio e os não causais, possuindo autonomia independente de qualquer relação anterior, como o cheque e a nota promissória.
A validade da duplicata como título executivo está condicionada ao aceite do devedor, não podendo este recusá-la, na falta do aceite, é necessário estar acompanhada do instrumento de protesto e o comprovante de que os serviços foram prestados ou as mercadorias foram entregues. Se o devedor retiver a duplicata, a execução poderá ser feita sem sua juntada, apresentando a certidão de protesto e o comprovante de que os serviços foram prestados ou as mercadorias foram entregues.
2.2. Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor
São documentos públicos lavrados por funcionários públicos ou tabelião no exercício de suas funções dotados de fé pública. A escritura possui a declaração de vontade do devedor, na qual contém seu expresso comprometimento em cumprir determinada prestação, sendo desnecessária a assinatura de testemunhas, até mesmo do próprio devedor, bastando tão somente a fé pública certificando a manifestação de vontade. Dessa forma é passível sua execução.
 2.3. Documento particular assinado pelo devedor e duas testemunhas
São documentos que possuem força executiva, pois através destes o devedor reconhece uma determinada obrigação seja ela de pagar, fazer, não fazer entregar algo, desde que assinada por ele juntamente com duas testemunhas. Não é necessário um padrão de documento a ser seguido, apenas
que as testemunhas estejam aptas a testemunhar em juízo, caso necessário. Há uma discussão em relação a força executiva do documento, caso as testemunhas não estiverem presentes no momento da assinatura pelo devedor, firmando-o posteriormente. O STJ, decidiu em relação a lei “não exige que a assinatura das testemunhas seja contemporânea à do devedor” (REsp 8.849/DF, Rel. Min. Nilson Naves). Também não há nulidade se as testemunhas não estiverem previamente identificadas no título, basta que sejam identificáveis, caso necessário.
2.4. Instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal
A transação poderá formar título executivo judicial se for levada a juízo para homologação. Será título executivo extrajudicial quando for referendada pelo Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou pelo conciliador ou mediador credenciado por tribunal. A lei exige a aprovação do acordo por parte dos entes que o firmam ou dos advogados das partes, assegurando dessa forma que o acordo foi voluntário e que as partes tinham conhecimento do seu conteúdo. O título ainda possuirá eficácia executiva mesmo que os firmadores não sejam advogados das partes, servindo de testemunhas. Caso o advogado seja constituído por ambos os transatores, a sua assinatura, mesmo sendo única, por si só garantirá força executiva ao instrumento de transação.
2.5. Contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução
São os direitos reais de garantia, são documentos assessórios a uma obrigação principal, dessa forma o bem dado em garantia fica vinculado ao pagamento do débito, caso haja execução, o credor possuir o direito de preferência sobre o bem. O que se executa não é o direito real, mas a dívida garantida por ele, sendo título executivo o documento no qual contenha a obrigação de pagar dívida. Se a garantia real estiver incluída no mesmo documento em que se registrou a dívida, ou de documento distinto poderá haver execução.
As cauções funcionam como garantias visando assegurar o pagamento ao credor, podendo ser, real ou fidejussória. A caução real garante que o bem afetado diante de uma excussão, sirva prioritariamente para pagar o credor beneficiário. A caução fidejussória deriva da fiança, que poderá ser legal, judicial ou convencional.
A fiança é um contrato acessório que possui a natureza de contrato principal, sendo assim se for dada como garantia fundamentada em título executivo extrajudicial, terá a mesma natureza. Se o contrato garantido não possuir força executiva, a fiança da mesma forma não possuirá.
2.6. Contratos de seguros de vida em caso de morte
São contratos nos quais o segurador compromete-se a pagar determinada indenização, em caso de morte do segurado, ao beneficiário por ele instituído. A petição da execução deverá estar acompanhada da apólice de seguro e com o comprovante do falecimento do segurado. Não possuem caráter de títulos executivos os contratos de seguro de acidentes pessoais.
2.7. O crédito decorrente de foro e laudêmio
Mesmo que o instituto da enfiteuse esteja em desuso e proibida pelo art. 2.038 do CC de 2002, as que foram constituídas anteriormente persistem. Foro caracteriza-se pela renda anual que o enfiteuta deve pagar ao proprietário do imóvel, e laudêmio caracteriza-se pelo valor devido pelo alienante ao senhorio direto, ocorria sempre que se realizava a transferência do domínio útil, por venda ou dação em pagamento.
2.8. O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos assessórios, tais como taxas e despesas de condomínio
O contrato de locação é feito de forma livre, podendo ser celebrado na forma verbal, porém somente o contrato de locação celebrado na forma escrita possui força de título executivo extrajudicial. Bastando as assinaturas do locador e do locatário, não é necessária a assinatura de duas testemunhas. A duração
e a natureza da locação são irrelevantes, sendo necessário apenas que o bem objeto da locação seja imóvel. O CPC permite que, tendo o contrato por título, possam ser executados também os encargos acessórios, como taxas e despesas de condomínio. As despesas acessórias tais como o fornecimento de água e esgoto, energia elétrica, o IPTU e as despesas condominiais, podem ser exigidas do locatário na forma de execução. Em relação ao condomínio, o
proprietário é quem responde por todas as despesas condominiais, devendo este paga-lo e posteriormente reaver as despesas executando o locatário. 
2.9. A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
Constitui título executivo extrajudicial “a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondentes aos créditos inscritos na forma da lei”, de acordo com o Art. 784, IX, CPC. A execução fundada nestes títulos é a execução fiscal, sendo esta regida pela Lei n. 6.830/80.
2.10. O crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas
O CPC de 1973, não permitia a cobrança de despesas condominiais pela via executiva, exigindo processo de conhecimento, de procedimento sumário, portanto trata-se de uma novidade do CPC de 2015 que passou a considerar título executivo o crédito resultante das despesas condominiais, tanto ordinárias quanto extraordinárias. Dessa forma,para que a execução seja viabilizada, é indispensável comprovar documentalmente, a previsão da despesa na convenção ou que tenha sido aprovada em assembleia geral. A petição inicial da execução deverá estar acompanhada de tais documentos. Caso não haja a existência dos mesmos, a cobrança das despesas condominiais deverá ser feita por processo de conhecimento.
2.11. A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei
Não havia a previsão dessa hipótese no CPC de 1973. Com o advento do CPC de 2015, os Tabelionatos Oficiais de Registros Públicos poderão emitir certidão, que goza de presunção de fé pública, para cobrança dos emolumentos ou despesas relativas aos atos praticados. Tais certidões têm força de título executivo extrajudicial e permitem o ajuizamento do processo de execução.
2.12. Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva
O art. 784, XII, do CPC faz referência à possibilidade de leis especiais criarem outros títulos executivos extrajudiciais, como as cédulas hipotecárias, de crédito industrial e rural e de crédito comercial.
2.13. O contrato de honorários advocatícios
Os honorários advocatícios estão entre os títulos executivos extrajudiciais previstos por outras leis, recebendo destaque no art. 24 da Lei n. 8.906/94. Não se confundem com os honorários da sucumbência, que são fixados na sentença e que serão objeto de execução judicial nos mesmos autos.
Os honorários advocatícios são aqueles convencionados em contrato entre o advogado e seu cliente indicando o montante. Não é preciso que venha firmado por duas testemunhas, nem que obedeça à formalidade especial, mas é indispensável que indique o quantum debeatur, para que seja atribuída a força executiva. Caso o quantum debeatur não esteja estabelecido no contrato, ou dependa de outros cálculos mais complexos, será necessário que o advogado ajuíze, em face do cliente, uma ação de arbitramento ou cobrança, de procedimento comum.
3. OPÇÃO PELO PROCESSO DE CONHECIMENTO DA PARTE MUNIDA DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL
O art. 785 traz importante regra processual, que afasta dúvida que havia durante a vigência do CPC de 1973. Havia uma discussão sobre a possibilidade de o credor, mesmo possuindo o título extrajudicial, optar pelo ajuizamento do processo de conhecimento para obter título judicial. Parte da doutrina, acreditava que caracterizava a falta de interesse de agir, pois o credor já possuía título. No entanto, o STJ já vinha autorizando essa opção ao credor, especialmente porque no cumprimento de sentença os limites da defesa do devedor, na impugnação, são muito menores do que nos embargos, opostos na execução por título extrajudicial. Esse entendimento acabou prevalecendo, o credor ainda que possua o título extrajudicial, se preferir, pode valer-se do processo de conhecimento para obter o título judicial, não se podendo mais alegar a inexistência de interesse de agir nesses casos. O interesse do credor consistirá na obtenção de um título que lhe dará acesso ao cumprimento de sentença, e não mais à execução por título extrajudicial.
4. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL
4.1. Formação Litisconsorcial
No cumprimento de sentença é possível a formação de litisconsorcio, pluralidade de exequentes e executados, litisconsórcio ativo ou passivo, podendo ser facultativo ou necessário, dependendo do objeto litígio ser divisível ou indivisível.
Na execução de título extrajudicial, também será possível a formação de litisconsórcio, dependendo do que conste do título. Também pode ser facultativo ou necessário, dependendo da natureza jurídica da relação de direito material.
4.2. Intervenção de Terceiros
	Somente na execução de título extrajudicial não são admitidos o chamamento ao processo e a denunciação a lide, podendo ser citados, na adjudicação, credores concorrentes, cônjuge, descendentes e ascendentes, de acordo com o art. 876,§ 5 CPC; Na arrematação e leilão, o terceiro que tenha arrematado o bem; Concurso de preferências entre credores, em caso de alienação judicial, tendo por fim assegurar o direito de preferência, ou seja, prioridade de pagamento.
4.3. Requisitos necessários para a execução
São dois os requisitos necessários, o inadimplemento do devedor e o título executivo.
Há inadimplemento quando a obrigação deixar de ser cumprida pelo devedor no tempo, local e forma convencionados. Tanto a mora, como o inadimplemento absoluto podem gerar a execução. O vencimento do título é um requisito fundamental para sua execução. Somente após a sua citação ou notificação o devedor se constitui em mora. Obrigações por atos ilícitos, o devedor fica constituído em mora a partir da data do fato, conforme súmula 54 STJ. Ex. Acidente de trânsito.
A obrigação deve ser cumprida no local convencionado entre as partes contratantes. Na falta de convenção será o domicílio do devedor, conforme art. 327 Código Civil. Quando a obrigação deverá ser satisfeita no domicílio do credor, a obrigação é portable, portável.
A prova do pagamento compete ao devedor, apresentando o recibo de quitação ou o próprio título devolvido após o adimplemento da obrigação. No caso de execução, o executado comprova o pagamento da dívida, opondo embargos à execução, possuindo natureza de ação. Os embargos são opostos através de demanda autônoma, porém mantém vínculo com a execução.
O juízo competente para processar e julgar os embargos é o juízo da execução, trata-se de regra de competência funcional, portanto, absoluta.
Só pode ser objeto de execução a obrigação líquida. O título extrajudicial requer liquidez, certeza e exigibilidade do mesmo. Obrigatoriamente, título extrajudicial deve ser líquido. Não existe liquidação de título extrajudicial!!!!
A sentença pode ser ilíquida, entretanto, para que ela possa ser executada, deverá passar por fase de liquidação para se aferir o Quantum debeatur, somente após isso ela poderá ser executada. A execução da sentença é também chamada de cumprimento de sentença.
CONCLUSÃO
	Diante do tema abordado no presente trabalho, conclui-se que a fase de cumprimento de sentença possui diferenças significativas em relação a execução de título extrajudicial. O Código de Processo Civil contribuiu com a maior parte delas e outras derivam da própria lógica em relação aos tipos de procedimento.
Posto isto, diante de uma das duas situações apresentadas no decorrer do trabalho, com as informações apresentadas, torna-se fácil distinguir a fase de cumprimento de sentença e a execução de título extrajudicial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz, MITIDIEIRO, Daniel. Novo Código de Processo Civil Comentado. 3ª Edição revista atualizada e ampliada. São Paulo. Editora Revista dos Tribunais, 2017.
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios; coordenador LENZA, Pedro. Direito Processual Civil Esquematizado. 6.ed. São Paulo. Saraiva, 2016. 
RODRIGUES, Leopoldo Germano. Cumprimento de Sentença X Execução de Título Extrajudicial: Principais Diferenças. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,cumprimento-de-sentenca-x-execucao-de-titulo-extrajudicial-principais-diferencas,49056.html> Acesso em 26 mai 2018 às 22:15h.

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