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Fechamento Operativo do Sistema - Direito da Sociedade

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Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito
Introdução ao Estudo do Direito I – DFD0111
Texto obrigatório: LUHMANN, Niklas. Direito da Sociedade . Capítulo: II.
ENSAIO
O presente ensaio tratará do segundo capítulo do livro “Direito da Sociedade” do autor Niklas Luhmann, o fechamento operativo do sistema do direito será o tema central da análise. Vale destacar que o contexto da obra remonta a teoria da sociedade e não simplesmente a uma sociologia delimitada. 
O primeiro ponto tratado diz respeito às autodescrições do sistema do direito, onde a problemática do “positivismo legal” gira em torno da insuficiência teórica do conceito de positividade, que apesar de abarcar teorias de reflexão do sistema do direito não oferece conexão necessária para o uso científico. 
Ao tratar do conceito de positividade Luhmann afirma que o direito positivo possui um valor de decisão (força de imposição que gera uma decisão voluntária). Porém tudo isso nos leva a um beco sem saída, pois no direito nenhuma decisão pode ser arbitrária. 
Adiante o autor trata da diferença entre direito e moral, e afirma que a diferenciação realizada não fornece nenhuma conclusão completa e por isso é irrelevante para a teoria do direito. 
Para solucionar o problema conceitual é necessário, segundo a sua visão, um método de estudo que leve em consideração as operações do sistema do direito e não a sua estrutura (estudo das regras). 
A partir da distinção entre sistema e ambiente é que os enunciados da teoria dos sistemas devem ser criados. Segundo a forma de “sistema aberto” o próprio sistema é capaz de utilizar seu output como input, ou seja, realiza autopoiese. 
Esse processo só acontece porque tem base em um fechamento operativo que recebe uma informação do ambiente e extrai a devida ordem, sendo diferente de um fechamento causal que tende ao isolamento. Sendo assim ao se referir ao fechamento operativo, entende-se que o sistema não atua sozinho, pelo contrário ele realiza constantes trocas com o ambiente. 
Ademais o sistema jurídico é considerado por Luhmann como um sistema social particular, que tem como função básica a comunicação. Enquanto subsistema social suas operações estão incluídas na sociedade, porém direito e sociedade são objetos diferenciados. 
Esse sistema jurídico, como já exposto fechado e autopoiético, deve observar o passado para qualificar de forma mais eficaz as operações presentes. E para garantir que as pressões sociais não interfiram no sistema, seguindo o pensamento de Aristóteles, é necessário a separação da legislação. 
Luhmann afirma, a seguir, que uma operação só pode ser considerada uma operação do sistema, quando possui a  existência de no mínimo uma comunicação que é orientada pelo código “lícito/ilícito” (pois neste código está presente o caráter pétreo do direito que é visto no cotidiano da sociedade). Ainda na visão do autor, o código não é uma norma, mas sim um processo de reconhecimento e atribuição da autopoiese, logo só acontece na observação do observador (plano de observação de segunda ordem). 
Por fim ele afirma que a unidade do sistema é reproduzida pela escrita, que torna a memória mais concreta (já que em comunidades em que só há a comunicação oral prevalece a dependência dos sistemas psíquicos) e a sua modificação é realizada através de mecanismos de correção. Tais mecanismos estruturais do fechamento operativo tem como prioridade a satisfação das expectativas normativas, o que não quer dizer que a sociedade viva em um estado de harmonia.

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