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Finanças Públicas antes dos 80

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Economia do Setor Publico I
As Finanças Públicas antes de Antes de 1980
2016-2
Década de 80, a década perdida
Queda abrupta das taxas de crescimento do PIB;
Aceleração inflacionária;
Elevado déficit público;
A “prosperidade” e crescimento continuado dos anos 70, “sem problemas” com as contas públicas não seria uma questão de métrica? (não se tinham adequados mecanismos de controle de gastos públicos -> política fiscal e controle monetário).
O PAEG (1964/1967)
Reformas estruturais e institucionais que modernizaram o sistema financeiro, além de programa de estabilização econômica;
As reformas criaram as condições para o crescimento econômico subsequente (mecanismos de financiamento e novos agentes financeiros, correção monetárias, etc.);
Desde o inicio dos anos 50, a escolha desenvolvimentista implicara aceleração inflacionária e acúmulo de déficits públicos, convivendo com proibição de juros superiores a 12% a/a.
O PAEG consistiu em:
Política de redução do deficit fiscal;
 Política tributária estinada a fortalecer a arrecadação e a combater a inflação, corrigindo distorções na incidência de impostos e buscando não afetar investimentos, ao mesmo tempo que buscava atenuar desiguldades regionais;
Política de fortalecimento do sistema bancário e do crédito, estimulando investimento, de modo ajustado ao combate à inflação;
Investimentos públicos voltados para infraestrutura;
Política cambial e de comércio exterior buscando fortalecer exportações;
Consolidação da dívida externa e restauração do crédito do país no exterior; e
Política salarial associada à prioridade ao combate à inflação 
Condições vigentes nos anos 60
Financiamento das despesas públicas até início dos 60 calcada em emissão (fragilidade do sistema tributário e da máquina arredatória) -> déficits crescentes -> inflação + lei da usura -> impossibilidade de colocação de títulos de dívida pública no mercado;
Política monetária limitava-se à fixação de limites de redescontos e tetos para operações do Banco do Brasil.
Inovações introduzidas pelo PAEG 
O mecanismo de correção monetária (embutido nas ORTN) viabilizou a geração e operação da dívida pública, como financiamento do setor público e gestão de política monetária (controle de liquidez);
Foi criado o Bacen, em substituição à Sumoc, com a competência de execução da política monetária, e o CMN, colegiado com poderes para formulação da política monetária;
“temporariamente” o Banco do Brasil continuou operando como autoridade monetária – enquanto o Bacen não tivesse estrutura para tal – depositários das reservas voluntárias dos bancos privados e caixa de compensação dos bancos; através da “conta-movimento” com o Bacen, diariamente cobria eventuais déficits em suas contas. Com isso, na pratica, emitia moeda.
A conta-movimento do BB
Originalmente (1965), tinha o objetivo de registrar pagamentos e recebimentos realizados pelo BB pelos serviços realizados com o recém-criado Bacen. Por ela, diariamente, o BB nivelava suas aplicações e recursos (cobrindo deficits – comuns – ou neutralizando – raros – superavits) ;
Ao longo dos anos, transformou-se em rica fonte de financiamento de operações de natureza tipicamente fiscal e foi extinta apenas em 1986.
As contas públicas durante o regime militar
A Constituição promulgada em 1967 previa que lei complementar regulamentaria operações de resgate e colocação de títulos do Tesouro. Até 1971, o governo legislou por decretos-lei, pouco a pouco todas as decisões de despesas (política fiscal) foram sendo transferidas para o CMN (deixando de passar pelo Legislativo;
A LC n°12 de 1971 chancelou esse processo, retirando do Congresso o poder de legislar sobre matéria financeira (transferindo-o para o Executivo);
O Orçamento Geral da União aprovado a partir de então pelo Legislativo passou a ser uma peça decorativa, pois todas as operações de crédito, receitas e despesas associadas, eram da competência do CMN (gastos extraorçamentarios -> subsidios, créditos, coberturas de déficits de caixa etc).
Contas públicas nos anos 70
O aumento da participação do Estado na economia traduziu-se em aumento de dispêndios, financiados por múltiplos orçamentos, sem os controles republicanos dos pesos e contrapesos das divisões de poderes (Legislativo-Executivo-Judiciario);
4 orçamentos: OGU; orçamento das empresas estatais; orçamento monetário e conta da dívida pública, sendo os gastos fiscais executados por meio dos três primeiros;
O orçamento monetário referia-se aos dispêndios e recursos de responsabilidade das autoridades monetárias (BB e Bacen) e visava limitar a expansão da base monetária, em visat das funções adicionais exercidas pelas autoridades. Consistia meramente em uma previsão de recursos e gastos, a partir de uma expansão “desejada” de meios de pagamento (jamais alcançada). Registravam-se ai programas de crédito subsidiado a setores considerados prioritários, contas cambiais e fundos e programas administrados pelo Bacen.
Governança das contas públicas nos anos 70
Não havia órgão ou autoridade que se pudesse identificar como responsável pela execução do Orçamento da União (BB, Bacen, Seplan, Tesouro);
Bacen, BB e Tesouro compartilhavam um único caixa (!!), sendo o BB também um banco comercial…;
Os conceitos de transparência e prestação de contas ou responsabilização (accountability) estavam ausentes ainda da agenda pública.

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