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RESUMO SERVIÇOS PÚBLICOS

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RESUMO SERVIÇOS PÚBLICOS
Considera-se SERVIÇO PÚBLICO toda atividade exercida pelo Estado ou por seus delegados, sob regime total ou parcial de Direito Público, com vistas a satisfação das necessidades essenciais secundárias e coletivas. Pode ser atribuída à iniciativa privada, sem prejuízo de eventual prestação direta, mas se estiverem sujeitos a livre iniciativa, prescindindo de delegação ou mesmo autorização, não se consubstanciam em serviço público.
PRINCÍPIOS: GENERALIDADE: O serviço público deve ser prestado de forma indiscriminada, com maior amplitude e inexistência de discriminação; CONTINUIDADE: A prestação do Serviço Público deve ser contínua, sem interrupções; MODICIDADE: Deve respeitar a condição econômica do usuário; ATUALIDADE: Modernidade de técnicas, equipamentos e instalações; MUTABILIDADE DO REGIME: Mudança do regime de execução do serviço para adaptá-lo ao interesse público, que pode sofrer mudanças no decurso do tempo.
CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: DELEGÁVEIS: O Estado pode prestar diretamente ou por terceiros; INDELEGÁVEIS: As atividades não podem ser repassadas pelo Estado, sendo executado por seus próprios agentes; PRÓPRIOS: Onde o Estado assume como seu, possuindo a titularidade do serviço, executando diretamente por seus agentes ou por terceiros, via delegação; IMPRÓPRIOS: A titularidade não pertence exclusivamente ao Estado, embora possam ser regulamentados e fiscalizados por ele. Não são, propriamente, serviços públicos. UTI SINGULI: Os chamados serviços individuais atendem direta e individualmente ao administrado, sendo mensurável a utilização por cada indivíduo, por taxa ou tarifa. UTI UNIVERSI: Não possuem usuários determinados; 
REMUNERAÇÃO: A doutrina estabelece que os serviços públicos podem ser gratuitos ou remunerados. Se o serviço é individual e compulsório, deve ser cobrado através de taxa. Se o serviço é individual e facultativo, deve ser cobrado por tarifa. ATENÇÃO: O SERVIÇO DE ILUNINAÇÃO PÚBLICA SE CHAMA CONTRIBUIÇÃO;
DELEGAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO: Com a DESCENTRALIZAÇÃO, o Estado transfere para terceiro a execução da titularidade da prestação do serviço. Essa transferência se dá por delegação legal (outorga) ou por delegação negocial. Em ambas, ocorre a transferência da titularidade do serviço público. Com a DELEGAÇÃO NEGOCIAL, o Estado transfere, através de concessão ou ato administrativo (concessão, permissão ou autorização). CONCESSÃO E PERMISSÃO SÃO FORMAS NEGOCIAIS DA DELEGAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO, ENQUANTO A AUTORIZAÇÃO É ATO UNILATERAL; 
A CONCESSÃO consiste na delegação negocial de uma prestação de serviço público, transferindo a titularidade da prestação do serviço. APENAS a UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS são considerados poder concedente; A DELEGAÇÃO NÃO PODE SER FEITA A PESSOA FÍSICA, SE FAZ POR MEIO DE CONTRATO ADMINISTRATIVO, PRECEDIDA DE LICITAÇÃO, NA MODALIDADE CONCORRÊNCIA, POR PRAZO DETERMINADO. A escolha do concessionário se dá através de licitação, via de regra, na modalidade concorrência.
CONCESSÕES PODEM SER COMUNS OU ESPECIAIS: COMUM: CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: Concessão de serviço público (simples). É uma forma de delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou ao consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PRECEDIDA DA EXECUÇÃO DE OBRA PÚBLICA: É, também, uma forma de delegação, cuja seleção se dá mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou ao consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco. Contudo, aqui, a prestação do serviço é precedida de obra pública, realizada pela concessionária, cujo investimento será remunerado e amortizado através da exploração do serviço ou da obra, por prazo determinado.
ESPECIAIS: CONCESSÃO PATROCINADA: É uma concessão comum que envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Ademais, o regramento específico estabelece várias nuances para essa espécie de concessão; CONCESSÃO ADMINISTRATIVA: É apontada pela Lei n° 11.079/2004, como "contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens".
PERMISSÃO: A permissão do serviço público é urna forma de delegação de serviço público; também materializada através de contrato e de natureza jurídica contratual. Contudo, embora submeta-se à licitação, a delegação é realizada a título precário, pelo poder concedente, à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. No caso das permissões, admite-se a delegação para pessoas físicas, diferentemente das concessões, em que a delegação se dá, apenas, para pessoas jurídicas.
DOS CONTRATOS DE CONCESSÃO COMUM: São contratos administrativos; REMUNERAÇÃO: São pagas pelos usuários do serviço público e a exploração econômica se dá por conta do RISCO do concessionário; A RESPONSABILIDADE DO CONCESSIONÁRIO é objetiva, sem que a fiscalização do órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade, seja em relação aos danos causados a usuários como em relação aos danos causados a terceiros não usuários por danos resultantes de atividades administrativas prestadas, contendo a presença do nexo de causalidade, sendo esta CONDIÇÃO SUFICIENTE, não exigindo a culpa para responsabilizar objetivamente a pessoa jurídica de direito privado; RESPONSABILIDADE DO CONCEDENTE: O ente público pode ser responsabilizado, caso esgotadas as possibilidades de ressarcimento de danos da concessionária, tratando-se de RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA; Prevê o emprego de mecanismos privados para a resolução de disputas relacionadas ao contrato, devendo ser realizada a ARBITRAGEM no Brasil e em língua portuguesa; VALOR DA TARIFA: Fixada de acordo com a proposta vencedora da licitação, resguardado o direito de revisão dos valores contratuais, para preservar a respectiva equação econômica, mantendo o equilíbrio. Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. SUBCONCESSÃO: Desde que expressamente autorizada pelo poder concedente e prevista no contrato de concessão, é admitida a subconcessão. É importante diferenciar a subconcessão da subcontratação. Esta última pode ser admitida ordinariamente no edital, nos termos admitidos pela Lei Geral de licitações. Já a subconcessão, nos termos da Lei n° 8.987/95, exige que sua outorga seja sempre precedida de concorrência, já que ela gera a subrogação, para o subconcessionário, de todos os direitos e obrigações do subconcedente, dentro dos limites da subconcessão; INTERVENÇÃO: 0 poder concedente poderá intervir na concessão para assegurar a adequada prestação do serviço e o fiel cumprimento das normas pertinentes. A intervenção, far-se-á por decreto do poder concedente, que designará o interventor, o prazo da intervenção, os objetivos e limites da medida. Declarada a intervenção, o poder concedente terá 30 dias para instaurar procedimento administrativo, assegurada a ampla defesa, para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades. Esse procedimento deve ser concluído em até 180 dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção; LICITAÇÃO: A concessão depende de procedimento licitatório prévio, sob a modalidade concorrência. A Lei n° 9.497/97 estabeleceu, também, a adoção do leilão para diversas operações previstas no Programa Nacional de Desestatização. Em igualdade de condições, a Lei n° 8.987/95 prevê que será dada preferência à proposta apresentada por empresa brasileira. EXTINÇÃO: A extinção do contrato de concessão, que exige o respeito ao contraditório e à ampla defesa,pode decorrer de: Advento do termo contratual: Dá-se com o fim do prazo estabelecido na concessão. No advento do termo contratual, a reversão far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido; Encampação: É a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização. Trata-se de uma forma de rescisão unilateral pela Administração; Caducidade: Significa a ruína do contrato de concessão, decorrente da grave inexecução total ou parcial do contrato, por parte do concessionário. A declaração da caducidade da concessão se dá por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, e deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. Trata-se de uma forma de rescisão unilateral pela Administração; Anulação: Decorre da existência de ilegalidade que contamine a concessão e imponha a extinção do contrato; Penalidade: O contrato de concessão comum prevê penalidades que sujeitam, apenas, a concessionária; Reversão: É a incorporação dos bens utilizados para a prestação do serviço público concedido, quando da finalização do contrato de concessão; Transferência da concessão ou do controle societário e Administração temporária: A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária, sem prévia anuência do poder concedente, implicará a caducidade da concessão. A administração temporária, autorizada, não acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em relação à tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou compromissos com terceiros, inclusive com o poder concedente ou empregados.
DOS CONTRATOS DE CONCESSÕES ESPECIAIS (PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA): Os contratos de concessões especiais (tanto a patrocinada quanto a administrativa) também possuem a natureza jurídica de contratos administrativos; Prazo. O prazo de vigência do contrato deve ser compatível com a amortização dos investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo, eventual prorrogação; Remuneração. Nas concessões especiais, além da remuneração paga pelo usuário do serviço, é realizada contraprestação pecuniária ao parceiro privado, pelo parceiro público (na concessão patrocinada). Na concessão administrativa, a própria Administração Pública é a usuária do serviço. A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-privada poderá ser feita por: ordem/ bancária, cessão de créditos não tributários, outorga de direitos em face da Administração Pública, outorga de direitos sobre bens públicos dominicais, além de outros meios admitidos em lei. A contraprestação da Administração Pública será obrigatoriamente precedida da disponibilização do serviço objeto da parceria público-privada. Nada obstante, conforme alteração feita pela Lei n° 12.766/2012, pode a administração pública, nos termos do contrato, efetuar pagamento da contraprestação relativa à parcela fruível do serviço objeto do contrato de parceria público-privada; RISCO: Há repartição objetiva de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea económica extraordinária. Assim como nas concessões comuns, a PPP admite o emprego dos mecanismos privados para resolução de disputas, inclusive a arbitragem; GANHOS: Há o compartilhamento, com o Poder Público, de ganhos económicos efetivos do parceiro privado, decorrentes da redução do risco de crédito dos financiamentos utilizados; LIMITES. É VEDADA A CELEBRAÇÃO DE CONTRATO DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA: Com período de prestação do serviço inferior a 5 (cinco) anos; com objeto único de fornecimento de mão de obra, de fornecimento e instalação de equipamentos ou de execução de obra pública; com valor contratual inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais). AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA ESPECÍFICA: As concessões patrocinadas, em que mais de 70% (setenta por cento) da remuneração do parceiro privado for paga pela Administração Pública, dependerão de autorização legislativa específica. Licitação (especificidades). A contratação de parceria público-privada também será precedida de licitação na modalidade de concorrência. Ente outras coisas, as minutas do edital e do contrato devem ser submetidas à consulta pública e poderão prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento; PENALIDADES: Nas PPP's os contratos devem prever cláusula de aplicação de penalidades, tanto para o parceiro privado como para a Administração Pública, em caso de inadimplemento contratual; REVERSÃO: As PPP's também admitem reversão (incorporação dos bens utilizados para a prestação do serviço público concedido, quando da finalização do contrato de concessão).
INTERVENÇÃO ESTATAL DO ESTADO NA PROPIEDADE
Quando intervém na propriedade, o Estado atinge algumas de suas características principais, como o caráter absoluto, a exclusividade ou a perpetuidade. O ordenamento prevê várias modalidades de intervenção, que afetam o direito de propriedade em aspectos específicos, seja restringindo-o (intervenção restritiva), seja suprimindo-o (intervenção supressiva), como se dá com a desapropriação. A doutrina destaca as seguintes modalidades: Limitação administrativa; Servidão administrativa; Ocupação temporária; Requisição administrativa; Tombamento; Desapropriação.
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA: A limitação administrativa é a modalidade de intervenção que gera restrições gerais e abstratas, atingindo o caráter absoluto do direito de propriedade. Ela se dá pelo exercício do Poder de Polícia, materializando-se através da restrição à prerrogativa de disposição do bem, pelo proprietário, em razão de interesse, público legítimo. Se sujeitam aos limites da reserva legal, recaindo a competência, para impô-las, sobre o ente da federação a quem o constituinte atribuiu prerrogativa para legislar sobre a matéria.
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: Conforme explica José dos Santos Carvalho Filho, servidão administrativa é o direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse público (ex: colocação de postes de energia; passagem de oleoduto ou caminho; placas de sinalização). O autor lembra que, embora possuam o mesmo núcleo, a servidão administrativa se diferencia da servidão de direito privado, tendo em vista o influxo de direito público em relação à primeira. A servidão possui caráter específico, incidindo sobre coisas determinadas, e atinge parcial e concretamente o direito de propriedade. Eia incide sobre o caráter exclusivo da propriedade. Nela se estabelece uma relação jurídica entre a coisa serviente e a coisa dominante. Coisa serviente é a propriedade que possui o encargo real de suportar a servidão administrativa, enquanto a coisa dominante é o serviço público concreto ou o bem afetado a uma utilidade pública. As servidões administrativas, ao contrário da desapropriação, embora configurem ônus, nem sempre são indenizáveis.
Tem-se entendido que a servidão administrativa pode gerar direito à indenização, mas, apenas, quando demonstrada a ocorrência de dano. A servidão administrativa impõe um ânus real ao imóvel, que fica em estado de sujeição à utilidade pública.
Exemplo: Autoridade competente declarou de utilidade pública, por meio de decreto, determinada faixa de terras de imóveis particulares, a fim de viabilizar a instalação de um empreendimento que executará serviços públicos utilizando gasodutos. Após acordo entre os proprietários dos imóveis situados na rota do gasoduto e o Poder Público, com indenização em valor equivalente ao prejuízo que os particulares irão suportar, houve a regular implantação dos gasodutos nas áreas privadas. O caso em teladescreve a forma de intervenção do Estado na propriedade caracterizada como direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
A ocupação temporária é uma modalidade de intervenção do Estado que restringe o caráter exclusivo da propriedade, nos casos de necessidade pública. Uma diferença elementar entre a ocupação temporária e a requisição administrativa decorre do fato de que a segunda pressupõe iminente perigo público, enquanto a ocupação temporária pressupõe apenas o interesse público, dando-se, via de regra, em imóvel.
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
Segundo lição de Raquel Carvalho, requisição administrativa é um ato administrativo unilateral e auto executório que consiste na utilização de bens ou de serviços particulares pela Administração, para atender necessidades coletivas em tempo de guerra ou em caso de perigo público iminente, mediante pagamento de indenização a posteriori (Ex: Requisição de um bem imóvel, para fins de atendimento a uma situação de calamidade). O fundamento dessa modalidade de intervenção estatal é a urgência do uso de determinado bem móvel ou imóvel. Ela se diferencia da desapropriação, porque objetiva o uso do bem, e não a sua propriedade.
Indagação interessante relaciona-se à possibilidade de requisição administrativa sobre bens públicos. É possível a requisição de bens públicos municipais, por parte da União? Sobre o assunto, o STF, no MS 25.295-DF, decidiu pela inadmissibilidade da requisição de bens municipais pela. União em situação de normalidade institucional, sem a decretação de Estado de Defesa ou Estado de Sítio". Foi suscitada a existência de ofensa à autonomia municipal e ao pacto federativo, havendo a ressalva do ministro presidente e do relator quanto à admissibilidade, em tese, da requisição, pela União, de bens e serviços municipais para o atendimento a situações de comprovada calamidade e perigo públicos.
TOMBAMENTO
Raquel Carvalho, com maestria, conceitua o tombamento como "um procedimento administrativo pelo qual o Poder Público reconhece o valor histórico, arqueológico, cultural, turístico, científico ou paisagístico de coisas ou locais que devam ser preservados, com a sua inscrição em livro próprio e submissão a um regime jurídico especial". Tal procedimento possui natureza jurídica de ato vinculado, constitutivo de obrigações para o proprietário, para o poder público e para toda a comunidade.
Objeto
O tombamento é uma modalidade de intervenção que gera restrição estatal à propriedade, com o objetivo de proteção ao património cultural brasileiro. A incumbência de promover e proteger tal património, por meio de instrumentos como o tombamento, encontra-se registrada no § 1° do artigo 216 da CF. ,Vale frisar que o património cultural brasileiro é constituído por bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, como: as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Podem ser objeto de tombamento, bens de qualquer natureza (móveis e imóveis, materiais e imateriais, públicos e privados), desde que tenham valor histórico ou artístico. De acordo com o Decreto Lei n° 25/37, o património histórico e artístico nacional se constitui no conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. Não há restrição legal à realização de tombamento de bens públicos por outros entes públicos. Assim, é possível tombamento de bens públicos estaduais e Municipais, pela União, ou o tombamento de bens federais, por Município ou Estado.
Efeitos
Proibição à destruição, demolição ou mutilação;
Exigência de autorização para reparo, pintura ou restauração;
Imposição de servidão administrativa para imóveis vizinhos;
Vigilância pública sobre o bem (livre inspeção);
Tutela pública para a conservação e reparação (proprietário hipossuficiente).
DESAPROPRIAÇÃO
A desapropriação é uma modalidade de intervenção estatal na propriedade que se dá de forma radical, pois ela afeta o direito de propriedade em sua substância. Com a desapropriação, suprime-se o direito de propriedade do particular. A desapropriação é, portanto, uma forma de intervenção supressiva.
Elementos
Podemos identificar, então, os seguintes elementos, para essa modalidade de intervenção supressiva na propriedade.
a) Elemento formai. A desapropriação é um procedimento, sendo exigível a tramitação estabelecida pela legislação.
b) Elemento material. É um instrumento de supressão da propriedade, que gera uma forma originária de aquisição da propriedade, independente da relação jurídica anterior ou de título outrora existente.
A prática dos atos necessários a desapropriação pode ser exercida: por particulares mediante delegação pelo poder público à Iniciativa privada. Todos os entes políticos podem ser sujeitos ativos de desapropriação por utilidade pública.
IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE 
Em tese, a transferência da propriedade ocorre após o pagamento da indenização. Contudo, nosso ordenamento estipula que, havendo urgência e depositada a quantia da avaliação, 0 juiz ordenará a imissão provisória na posse dos bens, em favor do expropriante. Nesse caso, não se dá a transferência da propriedade, mas é precipitada a posse dos bens, que deixam de estar sob o controle do expropriado. Por conta disso, tem-se entendido que 0 expropriando que sofreu a ¡missão provisória da posse estaria excluído de algumas obrigações comuns à condição de proprietário.
AGENTE PÚBLICO
Agente público é qualquer pessoa responsável, de forma definitiva ou transitória, pelo desempenho de uma função pública.
Pela classificação adotada por Celso Antôriio Bandeira de Mello, os agentes públicos podem ser:
I. agentes políticos;
II. servidores públicos;
III. particulares em colaboração com o Poder Público.
Agentes políticos
Agentes políticos são os agentes públicos responsáveis pela formação da vontade política do Estado. Ex.: Presidente da República, Governadores de Estado, Prefeitos e seus auxiliares imediatos, tais como Ministros e Secretários, Deputados, Senadores e Vereadores.
Servidores públicos
Servidores públicos são os agentes públicos que possuem vínculo com a Administração Pública direta, autárquica ou fundacional e recebem remuneração paga pelo erário. Os servidores públicos estão organizados dentro de uma estrutura hierárquica e desempenham as atribuições dos seus cargos, fixadas por lei.
1- Servidores estatutários
São aqueles submetidos a um regime estatutário (lei que estabelece os direitos e obrigações do servidor com o Estado empregador), estabelecido por lei de competência de cada um dos entes federados. Por se tratar de lei e não de contrato, essa relação de direitos e obrigações poderá ser unilateralmente modificada pelo Estado, em face de sua competência para editar leis, desde que sejam respeitados os direitos adquiridos do servidor. Esses servidores ocupam cargos públicos.
2-Empregados públicos
São aqueles que ocupam emprego público, contratados pelo regime trabalhista e que, por se tratar de ajuste bilateral de vontades, não pode ser modificado unilateralmente por nenhuma delas, cabendo recordar, ainda, que só quem possui competência para legislar sobre matéria trabalhista é a União.
Dessa forma, os empregados públicos federais serão regidos apenas parcialmente pela legislação trabalhista, enquanto os empregados públicos dos estados, municípios e Distrito Federal estarão submetidos integralmente à legislação trabalhista por lhes falecer competênciapara legislar sobre direito do trabalho.
Servidores temporários.
São aqueles previstos na Constituição Federal de 1988, os quais podem ser contratados, sem concurso, por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. Esses servidores (Diógenes Gasparini entende que não podem ser considerados como servidores públicos, mas agentes temporários) exercem função, sem estarem vinculados a cargo ou emprego público. Cada ente federado possui competência para legislar sobre as situações e requisitos necessários à contratação temporária, desde que observem os elementos constitucionais da excepcionalidade e transitoriedade. O STF, na ADI n° 3068/DF, entendeu que, na contratação de servidores temporários, deverá ser demonstrada a necessidade temporária de excepcional interesse público, quer para o desempenho das atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, quer para o desempenho das atividades de caráter regular e permanente, e que ainda que se demonstre a inércia da Administração em realizar tempestivamente concurso público, o interesse público não pode ser punido, em reverencia ao princípio da continuidade da atividade estatal.
Particulares em colaboração com o Poder Público
Hely Lopes chama essa categoria de agentes honoríficos e agentes delegados, definindo-os como as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo empregatício, com ou sem remuneração. Segundo Celso Antônio, "é composta de pessoas que, sem perderem sua qualidade de particulares - portanto, de pessoas alheias à intimidade do aparelho estatal (exceto os recrutas), mas que exercem função pública".

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