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O Pensamento Agostiniano 1 A FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA IDADE MÉDIA 2 Idade Média: o período delimitado entre os Séculos V e XV, situado entre a Antigüidade Clássica e o Renascimento. Início: em 476. Fim: a tomada da cidade de Constantinopla (hoje Istambul, na Turquia) pelos turcos, em 1453. A expressão Idade Média surgiu no período do Renascimento. FORMAÇÃO DAS UNIVERSIDADES 3 • Foi na Idade Média que se constituiu o sistema escolar. Nos primórdios da Idade Média surgiram, nos conventos, as primeiras escolas. No Século XII as escolas das catedrais se juntaram às escolas dos mosteiros. Por volta de 1200 começaram a ser fundadas as primeiras grandes universidades européias. O termo faculdades, para diferenciar as diferentes áreas do saber, teve suas origens nos tempos medievais. A ECONOMIA MEDIEVAL 4 FEUDALISMO O princípio fundamental do feudalismo consistia na posse de terras por parte dos latifundiários, nas quais os camponeses tinham de trabalhar para garantir sua sobrevivência (cf. GAARDER, 2001, p. 190). A FILOSOFIA PATRÍSTICA 5 • período marcado pelos primeiros seis séculos da Era Cristã, quando os primeiros grandes pensadores da Igreja Cristã se empenharam ao máximo para unir a Filosofia Grega com o Cristianismo. • O termo Patrística: significa o período dos chamados “pais” da Igreja no sentido de os grandes pensadores e organizadores do Cristianismo. OBJETIVO MAIOR DA PATRÍSTICA 6 Unir a Filosofia Grega com a Fé Cristã. Unir a Filosofia com a Teologia. Unir Ciência e Fé. Unir Razão e Fé. Unir as verdades e doutrinas do Cristianismo com as verdades naturais da Filosofia Grega. VERDADES NATURAIS E VERDADES REVELADAS 7 Em Filosofia chamamos de verdades naturais as verdades obtidas tão somente pela pesquisa e pelo esforço da razão. Na Patrística surgem as chamadas verdades reveladas, isto é, aquelas verdades que são consideradas reveladas pelo campo do sagrado, reveladas por Deus através da nova fé, o Cristianismo. FÉ e RAZÃO 8 Coube à Patrística, enquanto movimento intelectual, filosófico e teológico, a tarefa de unir as grandes verdades do Cristianismo com as principais linhas de pensamento da Filosofia Grega, unindo, assim, filosofia e teologia, filosofia e fé cristã, ou poderíamos também afirmar de uma outra forma: unindo fé e razão. Santo Agostinho 9 Santo Agostinho, cujo nome completo é Aurélio Agostinho, era natural do Norte da África e viveu no período de 354 a 430. Foi o maior pensador do período da Patrística. A vida de Santo Agostinho resume a transição entre o final da Antigüidade Clássica e os primórdios da Idade Média Santo Agostinho 10 • É considerado o filósofo mais importante desde os tempos de Platão e Aristóteles, dada sua criatividade e originalidade. Ele marca o fim do período antigo clássico, antecedendo a chegada da Idade Média. • Seu pensamento marca a transição da antiguidade para a medievalidade; sinaliza a importância que o cristianismo teria na formação do pensamento ocidental. SINTESE AGOSTINIANA 11 Santo Agostinho estabeleceu uma estreita relação entre o pensamento de Platão e a fé cristã, o que acabou se constituindo na primeira grande síntese entre o pensamento cristão e a filosofia grega, o que ficou conhecido como platonismo cristão (cf. MARCONDES, 2004, p. 110). Principais contribuições do pensamento agostiniano 12 Sua formulação das relações entre teologia e filosofia, entre fé e razão; Sua teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da interioridade; Sua teoria da História elaborada na obra Cidade de Deus. Interioridade e Subjetividade 13 Pode-se afirmar que Santo Agostinho foi o primeiro pensador a desenvolver, com base em concepções neoplatônicas e estóicas, uma noção de interioridade que prenunciaria o conceito de subjetividade da Era Moderna. In interiore homine habitat veritas” (No homem interior habita a verdade). (cf. MARCONDES, 2004, p. 112). A Cidade de Deus 14 Na obra Cidade de Deus Agostinho expõe sua concepção de história, interpretando a história da humanidade a partir do relato bíblico da Criação, no livro de Gêneses, como um processo sucessivo de alianças e rupturas entre o homem e seu Criador, até chegar ao juízo final e à redenção, quando se dará a volta do homem a Deus. A Cidade de Deus 15 Portanto, Santo Agostinho vê a história do ponto de vista teleológico, ou seja, tendo um sentido, uma direção, marcada por um evento inicial e tendo um ponto final, uma finalidade, que consiste no retorno à situação da qual se originou, isto é, em Deus. Assim, os fatos históricos são vistos como tendo uma finalidade, um sentido que pode ser compreendido à luz da revelação de Deus. O PENSAMENTO ARISTOTÉLICO NA IDADE MÉDIA 16 • Durante o período da Idade Média (Séculos V – XV), os filósofos árabes mantiveram viva a tradição do pensamento de Aristóteles. • A partir de 1200: estudiosos árabes foram para o Norte da Itália, a convite dos príncipes locais, o que resultou na tradução de muitos de seus escritos, do grego, e do árabe, para o latim, tornando-os mais conhecidos e despertando novamente o interesse pelas questões relativas às ciências naturais. Relação entre Fé e Razão 17 Reavivou-se também a discussão sobre a relação entre a fé cristã e a filosofia grega, tema que fora predominante no período da Patrística, no início da Idade Média. Os estudos e as questões relativas às ciências naturais passavam, necessariamente, pela filosofia de Aristóteles (cf. GAARDER, p. 198). Tomás de Aquino 18 São Tomás de Aquino, que viveu no Século XIII (1224-1274), é considerado o mais importante filósofo da Alta Idade Média. Nascido na cidade de Aquino – região localizada entre Roma e Nápoles – S. Tomás chegou a trabalhar como professor na Universidade de Paris. Síntese Tomista 19 Pode-se afirmar que Tomás de Aquino cristianizou o pensamento de Aristóteles, assim como Santo Agostinho havia feito com o pensamento filosófico platônico, no fim da Antiguidade Clássica e início da Idade Média (Século IV – V da Era Cristã), conforme destaca GAARDER, p. 198. Ciências Naturais 20 A obra aristotélica, com sua preocupação científica e empírica, com destaque para o saber voltado para a realidade natural, revelou-se muito mais adequada aos novos contextos políticos, econômicos e sociais do Século XIII, período em que começa a ruir o sistema feudal (cf. MARCONDES, p. 124). As Universidades e as Ordens Religiosas 21 Dois aspectos muito importantes dessa época devem ser destacados, a saber, o surgimento das universidades e a criação das ordens religiosas dos franciscanos e dominicanos. Além de frade dominicano, São Tomás de Aquino teve uma carreira diretamente envolvida com as universidades da época, sobretudo a de Paris, na França. Síntese Tomista 22 São Tomás de Aquino: foi um grande admirador do pensamento de Aristóteles e sua obra se destacou por demonstrar a compatibilidade existente entre o aristotelismo e a fé cristã, superando as sínteses platônica e agostiniana que prevaleciam até então. Síntese Tomista 23 O pensamento tomista exerceu grande influência em sua época e ainda exerce até nos tempos contemporâneos, representado pelo neotomismo: por exemplo, opensamento do filósofo contemporâneo Jacques Maritain (1882 – 1973). Conclusão 24 Tomás de Aquino, ao demonstrar que o pensamento de Aristóteles era perfeitamente compatível com o Cristianismo, abriu caminhos para uma nova alternativa para o desenvolvimento da fé cristã (cf. MARCONDES, p. 126).2424
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