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EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA As sociedades atuais são frutos de influências europeias e do seu auge, que gerou o colonialismo e o imperialismo. A Idade Média concentra os fundamentos da moral ocidental, marcados pela tradição judaico-cristã da Igreja. 1. Principais Características da Transição da Educação entre a Antiguidade e a Idade Média A Idade Média, na Europa Ocidental, é um período marcado pelo surgimento dos padres cristãos. Esse grupo foi o principal responsável por manter uma Educação formal (escolas) na Europa entre os séculos V e XV. A educação foi creditada à Igreja, e o modelo educacional da Igreja era uma cópia do modelo do Império Romano. Pode-se dividir, de forma generalista, a Idade Média, no que diz respeito à Educação, em duas linhas principais: 1. Patrística - Pretende expor racionalmente a doutrina religiosa, com destaque para Agostinho de Hipona. 2. Escolástica - Predominante nos espaços escolares durante o Renascimento Carolíngio e readaptada a partir do racionalismo cristão e de Tomás de Aquino. O nome mais importante para a Educação formulada para a Igreja e para além dela é o bispo africano Agostinho de Hipona (354-430). Ele estruturou seu pensamento como os demais membros da Patrística, isto é, combinando elementos da fé a princípios filosóficos de nomes importantes da cultura clássica, como Platão (428 a.C.-347 a.C.) e Plotino (204 d.C.-270 d.C.). Com suas obras, a influência de Agostinho de Hipona foi notória na Idade Média, conforme abaixo: A Doutrina Cristã - para Agostinho, o lugar de aprendizagem era a Bíblia. Os professores nada ensinavam, apenas despertavam o interesse dos alunos para o conhecimento. A educação para ele era um processo onde o “homem exterior” cedia espaço ao “homem interior”. De Magistro - Um dos elementos centrais da obra é a forma como a Educação pode ser atingida e para que ela serve. Jesus era visto como o único mestre modelo, e o professor era apenas um guia para os alunos. Em suma, para Agostinho o conhecimento era advindo de Deus. Os alunos eram pessoas da elite. E a escola servia para formar os novos quadros de clérigos. 2. Figuras Relevantes da Idade Média Constantino - Primeiro imperador romano a professar a religião cristã. Papa Gregório - Criador do canto gregoriano. Agostinho de Hipona - Representante da corrente Patrística que influenciou fortemente a Educação medieval. Tomás de Aquino - Representante da corrente Escolástica, com influências na Filosofia e Teologia. Paulo de Tarso - Disseminou a religião entre os gentios. Jerônimo de Estridão - Traduziu a Bíblia para a primeira versão em latim, chamada de Vulgata. Cirilo de Alexandrina - Alcançou multidões com suas pregações, expandido a doutrina cristã. 3. A Importância das Artes Liberais para a Formação dos Sujeitos na Idade Média As Sete Artes Liberais No período em questão, notamos a prevalência do modelo chamado de Sete Artes Liberais, que foi criado por Marciano Capela. Marciano Capela incorporou em sua obra apenas sete artes: Gramática, Retórica, Dialética, Geometria, Aritmética, Astronomia e Harmonia, excluindo a Medicina e a Arquitetura. Essa divisão é marcada por três artes da alma (Trivium), inspiradas por Deus, e quatro artes humanas (Quadrivium). Trivium – É atribuída à Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo. A capacidade de bem falar, bem escrever e bem argumentar. 1. Dialética - argumentar. 2. Retórica - falar. 3. Gramática - escrever Quadrivium - direta com a mão humana, trabalhos artesanais e com a interpretação do mundo. 1. Aritmética - Representa a interpretação do mundo, a base matemática de explicação das coisas. 2. Geometria - Era usada nos exercícios de medida 3. Música - tocadas nos ambientes corretos e com o objetivo de aproximar o homem de Deus. 4. Astronomia - era responsável pelas colheitas, marcação de datas e calendários e ainda efeitos O homem comum aprendia o quadrivium, mas o trivium era para aqueles que gostariam de assumir uma outra condição, de líderes, de próximos à Igreja. As Sete Artes Liberais, que representavam as disciplinas acadêmicas, eram desempenhadas por homens livres, devidamente direcionados pelos membros da Igreja. Lembrando que o Trivium corresponde às artes do espírito e o Quadrivium, às artes do corpo. O “currículo” escolar medieval era dividido em duas fases. Na primeira parte, estudava-se o Trivium (Gramática, Retórica e Dialética). Na segunda fase, aprendia-se as disciplinas que compõem o Quadrivium (Aritmética, Geometria, Astronomia e Música). O objetivo desse currículo era preparar o homem para o mundo, sendo uma herança das artes mecânicas. É importante informar que a cultura intelectual estava monopolizada pela Igreja. Isso fazia da Educação um campo feito de sacerdotes para sacerdotes, com os conteúdos orientados às necessidades do culto. Na Alta Idade Média, a erudição e o domínio das Sete Artes Liberais eram considerados fatores de diferenciação e importância dentro e fora da Igreja. 4. Aspectos da Reforma Carolíngia e da Educação islâmica na Europa Ocidental Escolástica - Termo que significa produção intelectual ligada à escola. Império Carolíngio x Islamismo Os árabes foram aqueles que colaboraram para inserir a cultura clássica no Ocidente. Esse fato foi possível em virtude do entendimento que tiveram da ciência grega, que não se caracterizou como imitação, o ensino árabe também recebeu forte influência das escolas gregas e romanas. O povo árabe teve grande relevância para a cultura ocidental e, na questão educacional, contribuiu muito para o avanço da ciência e filosofia do período medieval. O ensino do árabe e sua difusão era parte fundamental deste processo, ainda que as populações islâmicas não fossem necessariamente de origem árabe. O domínio da língua árabe como base do fundamento da educação constituiu-se porque os árabes acreditavam que a sua grafia era divina, inspirada por Alá para difundir a religião e, por isso, precisava ser preservada. O Império Carolíngio, com Carlos Magno, cercou-se de letrados e de sábios, os chamados “intelectuais do Palácio”. Esse movimento ficou conhecido por Renascimento Carolíngio por ter promovido uma série de avanços na questão cultural e educacional que impactaram a Europa medieval. No plano educacional, o Renascimento Carolíngio foi muito além do que uma simples revisão dos textos sagrados. Eles desenvolveram uma nova maneira de escrever, com letras menores e uma escrita mais elegante, bem como desenvolveram um novo sistema de pontuação. 5. Determinar a importância da Escolástica para as escolas urbanas e universidades na Baixa Idade Média Neoplatonismo x Neoaristotelismo Neoplatonismo - temos uma tradição histórica, monástica, os chamados pais da Igreja. Herdeiro da Patrística, partindo especialmente de Agostinho – Deus deve ser sentido, ele não precisa de uma explicação racional. Como Deus é tudo, inclusive todo o conhecimento, a busca por Ele é um exercício constante de alcançar a verdade em algum lugar. Neoaristotelismo - os movimentos urbanos e as novas tendências educacionais recebidas pelo mundo árabe. Herdeiro da Escolástica, em especial de Tomás de Aquino – Deus deve ser explicado. Deus não está em um lugar que deva ser alcançado, mas deve ser buscado dentro de cada um. Se minha capacidade de pensar e entender o mundo é centelha divina e a razão é divina, é divino fomentar o conhecimento e o racionalismo. Deus deve ser conhecido. As Universidades A primeira universidade foi a de Bolonha. As universidades são campos abertos para novas ideias. Não à toa, são espaços vitais da Escolástica e do pensamento aristotélico. As novas universidades não nasceram do nada. São filhas das escolas que se formaram desde Carlos Magno. Dois grandesnomes se destacam na corrente Escolástica. São: 1. ARISTÓTELES De certo modo, foi o principal teórico das universidades do século XIII e, especialmente, da Universidade de Paris. 2. TOMÁS DE AQUINO Foi um dos grandes introdutores do pensamento aristotélico nas universidades. Fundamento da Escolástica A escolástica deriva do desenvolvimento da Dialética, uma das artes que compõem o Trivium. O fundador da Escolástica é Anselmo de Cantuária, para quem a Dialética era o procedimento principal que sustentava a reflexão ideológica. O objetivo da Dialética era a inteligência da fé, cuja fórmula ficou famosa – fé em busca de entendimento. Escolástica ampliou-se quando Tomás de Aquino introduziu ao método elementos da Filosofia de Aristóteles. A cultura europeia no período conhecido como Baixa Idade Média pode ser caracterizada pela difusão do dogma escolástico baseado na negação da união entre a fé e a razão para a busca da verdade.
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