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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Tecnologia dos Materiais Compósitos Aula 5 Prof. Marcos Baroncini Proença CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa inicial Olá! Seja bem-vindo à aula 5 da disciplina Tecnologia dos Materiais! Nesta aula, abordaremos os compósitos, que hoje estão presentes em todo o mercado, com especial participação no setor aeronáutico. Estão presentes desde a indústria da construção civil até a automotiva, de geração de energia, eletroeletrônica, de comunicação, aeroespacial e de biotecnologia médica. Para uma introdução à aula de hoje, assista ao vídeo que está disponível no material on-line! Contextualizando Os materiais compósitos vêm sendo utilizados desde o Egito antigo, onde usavam materiais compósitos de fibras naturais, como o papiro, para fazer barcos, velas e cordas desde o ano 4000 a.C. Atualmente, os mercados de materiais compósitos estão cada vez mais difundidos. Disponível em: <www.embraer.com.br> Acesso em 03/08/2016. Veja o detalhamento desse tema no site: https://compositosmetalicos.wordpress.com/2012/06/22/hello-world/ Para os comentários do professor Marcos Proença sobre o assunto deste tema, assista ao vídeo que está disponível no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Introdução aos Compósitos Compósitos são materiais formados por dois ou mais constituintes, que apresentam propriedades distintas e /ou melhoradas destes constituintes, analisados separadamente. Por sua diversidade de aplicações e propriedades, hoje são os materiais que tem maior crescimento de uso no Mercado. Veja o detalhamento desse tema no anexo 1. O arquivo está disponível no material on-line. Aproveite e assista aos comentários do professor Marcos Proença no vídeo que está disponível para você! Ligação química de formação A ligação que dá origem aos compósitos é a ligação mista. Assim, podem ser formados pela composição de ligação molecular com metálica, ou molecular com iônica e covalente, ou metálica com iônica e covalente. Cada tipo de ligação conferirá ao compósito características próprias. Figura 1 – Ligação iônica, covalente e metálica Fonte: Elaborado pelo autor (2016). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Estruturas cristalinas As estruturas dos cerâmicos são bastante complexas, visto serem formadas por uma composição de ligações iônicas, ligações metálicas, ligações covalentes e moleculares. No entanto, sempre terá a estrutura principal do material-base. Assim, se o material-base for metálico, terá como estrutura fundamental CCC, CFC, HC ou tetragonal. Se o material-base for cerâmico terá CS, CFC, HC. Se o material-base for polimérico, terá como estrutura fundamental linear, ramificada ou em rede. Figura 2 – Estrutura cristalina de compósito Disponível em: <http://sb.cc.stonybrook.edu/News/general/Rocksalt.php> Acesso em 03/08/2016. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Classificação dos compósitos Quanto ao tipo de estrutura Os compósitos podem ser classificados quanto ao tipo estrutural, como: ■ Reforçados por partículas: são aqueles que têm sua estrutura reforçada com fragmentos de materiais cerâmicos e/ou metálicos, sendo estes fragmentos de tamanho grande ou pequeno localizados de forma orientada ou dispersa. ■ Reforçados por fibras: são aqueles que têm sua estrutura reforçada por fibras naturais ou sintéticas, que podem se apresentar de forma contínua ou descontínua. As fibras contínuas podem estar dispostas de forma unidirecional ou bidirecional. As fibras descontínuas podem estar dispostas de forma alinhada ou aleatória. ■ Estruturais: são aqueles compostos por planos unidos na forma de laminados ou painéis. Fig.3. Classificação dos compósitos por tipo de estrutura CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Quanto ao tipo de matriz Os compósitos podem ser clasificados quanto ao tipo de matriz, como: ■ Compósitos de matriz metálica: o material-base da liga é um material metálico, podendo ser compósito metal-metal, metal- cerâmico e metal-polímero. ■ Compósitos de matriz cerâmica: o material-base da liga é um material cerâmico, podendo ser compósito cerâmico-metal, cerâmico-cerâmico e cerâmico-polímero. ■ Compósitos de matriz polimérica: o material-base da liga é um material polimérico, podendo ser compósito polímero-metal, polímero-cerâmico e polímero-polímero. Figura 4 – Classificação dos compósitos por tipo de Matriz Compósitos reforçados com partículas Características: são reforçados por partículas grandes ou pequenas. Nos reforçados por partículas grandes, a fase particulada é mais rígida do que a matriz, absorvendo parte da tensão aplicada nela. Nos reforçados por partículas pequenas, estas dificultam o movimento de defeitos no material, fazendo com que a deformação plástica seja diminuída e a resistência à tração melhorada, assim como a sua dureza aumentada. Matriz Polimérica Matriz Cerâmica Matriz Metálica CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Figura 1 – Concreto. Ciência dos Materiais Veja mais dados desse tema nos anexos 2a, 2b, 2c, 2d e 2e, disponíveis no material on-line! Aplicações: concreto, pneus, estruturas arquitetônicas, solas de sapatos, metais especiais para indústria aeroespacial são exemplos de aplicações deste tipo de compósitos. Assista ao vídeo do professor Marcos Proença que está disponível no material on-line! Compósitos reforçados com fibras Características: em geral são usadas fibras como reforços quando se deseja nos materiais-base uma elevada resistência mecânica, mas com boa tenacidade e rigidez, sem alteração significativa no seu peso. As fibras mais comumente usadas como reforço são fibra de vidro, fibras naturais e fibra de carbono. Veja mais dados desse tema no anexo 3a, disponível no material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Tipos de fibras As fibras podem ser divididas em: ■ Fibras longas (fios): possuem comprimento muito maior que as outras fibras. Tem a particularidade de poderem ser trançadas em malhas, aumentando o reforço estrutural. Exemplos: fibras de carbono, fibras de aço, fibras de madeiras. ■ Fibras curtas: são originárias de materiais policristalinos ou amorfos – são geralmente fibras poliméricas ou cerâmicas. Exemplos: fibras de aramidas; fibras de vidro; fibras de alumina e carbono. ■ Whiskers: são monocristais muito finos, com razão comprimento/diâmetro elevada. São os materiais mais duros existentes. Possuem custo elevado. Exemplos: C Grafite; SiC; Nitreto de Silício. Veja mais dados desse tema no anexo 3b, disponível no material on-line! Configurações: as fibras de reforço de compósitos podem ter três tipos de configuração. Podem ser unidirecionais alinhadas (a), aleatórias (b) e bidirecionais trançadas (c). Figura 1 - Configurações das fibras. Ciência dos Materiais. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Aplicações: concretos especiais, refratários, veículos automotivos, aeronaves, veículos aeroespaciais, eletrodomésticos, supercondutores, malhas de pneus, cabos triaxiais, entre outras aplicações. Para mais explicações, assista ao vídeo do professor MarcosB. Proença, disponível no material on-line! Compósitos estruturais Características: são compostos tanto por materiais homogêneos quanto por composição heterogênea. Podem ser: ■ Compósitos laminares: painéis bidimensionais empilhados e colados com uma direção preferencial de alta resistência. Ex.: madeira, plásticos reforçados com fibras contínuas e alinhadas. ■ Painéis em sanduíche: formado por duas folhas externas, mais resistentes, que são separadas por um material menos denso e menos rígido. São materiais típicos para as faces: ligas de Al, plásticos reforçados com fibras, aço e madeira compensada. Para recheio: espuma, borracha sintética e colmeia de alumínio. Veja mais dados desse tema nos anexos 4a e 4b, disponíveis no material on-line! Aplicações: reforços estruturais de construções civis, de aeronaves, painéis solares, pisos, telhados, paredes de prédios. Em aeronaves: asas, fuselagem e revestimento do leme horizontal. Assista ao vídeo que está disponível no material on-line e tire as dúvidas com o professor Marcos Proença! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Matrizes dos compósitos Características: os compósitos têm como suas matrizes os materiais poliméricos, cerâmicos e metálicos. Se entende por matriz o material-base, no qual será introduzido um outro material para prover propriedades especificadas para sua utilização. Aplicações: como exemplos de matrizes, podemos citar: ■ Matriz cerâmica com fibra de vidro: diâmetro da fibra de 3 a 20 μm (pisos industriais recipientes para armazenamento tubulações); ■ Matriz polimérica com fibra de carbono: (equipamentos esportivos, componentes estruturais de aeronaves, hélice de helicóptero); ■ Matriz polimérica com fibra de aramida: Kevlar e Nomex (cordas, coletes à prova de bala, carcaça de mísseis, em freios, por exemplo). Veja mais dados desse tema nos anexos 5a e 5b, disponíveis no material on-line. Assista também no material on-line, o vídeo que o professor Marcos B. Proença preparou para você! Matriz Polimérica Matriz Cerâmica Matriz Metálica CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Na prática Veja a seguir algumas aplicações práticas do que foi visto na aula de hoje: 1. Analise os compósitos epoxi/carbono, epoxi/vidro, Glare (Glass- Reinforced Fibre Metal Laminate) e Caral (Carbon Reinforced Aluminum Laminates) representados graficamente, em termos de tensão máxima, tensão limite de ruptura e módulo de elasticidade. Podemos observar do gráfico que, embora tenham o limite de elasticidade próximo, o compósito epoxi/carbono tem uma tensão máxima e uma tensão limite de ruptura bastante superiores. Já o Glare e o Caral apresentam superior alongamento na ruptura. O epoxi/carbono é o que apresenta menor alongamento na ruptura. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 2. Considerando o gráfico de tensão x deformação do compósito epoxi reforçado com fibra de vidro, comparadas as propriedades do epoxi sem reforço e da fibra de vidro, determinar a tensão limite elástica de cada um. Sabendo que 𝐸 = 𝛿 ∈ ∴ 𝛿 = 𝐸. ∈ Assim: 𝛿𝑣𝑖𝑑𝑟𝑜 = 72,4𝑥103𝑥0,019 = 1375,6𝑀𝑃𝑎 𝛿𝑐𝑜𝑚𝑝ó𝑠𝑖𝑡𝑜 = 52,8𝑥103𝑥0,019 = 1003,2𝑀𝑃𝑎 𝛿𝑒𝑝ó𝑥𝑖 = 6,9𝑥103𝑥0,020 = 138𝑀𝑃𝑎 3. Tomando como base os resultados apresentados no gráfico, relativos ao aço do tipo ASTM 1024 reforçado, analisar em comparação com o aço sem reforço, a necessidade de tratamento térmico após a confecção do compósito. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Os resultados evidenciam a importância do tratamento térmico para melhorar as propriedades de resistência à tração e dureza. Síntese Após esta aula você adquiriu conhecimentos sobre os compósitos, reforçados por partículas, por fibras, estruturais de painéis e laminados, vendo suas características, propriedades e aplicações para uso profissional. Até a próxima! Para as considerações finais do professor Marcos Proença, assista ao vídeo que está disponível no material on-line! Referências BEER, F. P., JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos Materiais. 3ª edição. Pearson – Makron Books, 1995. HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7ª edição. Pearson, 2010.
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