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AGENTES FÍSICOS DE CONTROLE MICROBIANO Professor: Fernando Gouveia Cavalcante Universidade Federal do Ceará Departamento de Biologia Disciplina de Microbiologia Básica Controle do crescimento microbiano • Iniciou à 100 anos. • Trabalho de Pasteur. • Procedimentos médicos. • “Cirurgia asséptica”. • Contaminação por microrganismos em cirurgias. Princípios e Conceitos • Esterilização. • Esterilização comercial. • Desinfecção. • Anti-sepsia. • Degerminação. • Sanitização. • Sufixos: -cida e –stático. • Sepse. • Assepsia. Esterilização • È o processo que provoca a destruição de todas as formas de vida microbianas incluindo as formas mais resistentes que são os endosporos. • O aquecimento (calor) é o método mais frequentemente utilizado. • UTILIZAÇÃO EM ALIMENTOS? Esterilização comercial • Utilizada em alimentos industrializados. • A esterilização absoluta causaria degradação dos nutrientes nos alimentos comprometendo sua qualidade. • Tratamento de calor que seja suficiente para eliminar endosporos de Clostridium botulinum em enlatados. Desinfecção • Tipo de controle que provoca destruição de microrganismos nocivos (patógenos) apenas na sua forma vegetativa. • Não elimina endosporos. • Pode ser realizado com substâncias químicas, radiação UV, fervura ou vapor. Anti-sepsia • Destruição de patógenos vegetativos em tecido vivo. • Utiliza-se nesse caso utilizam-se quase sempre produtos químicos antimicrobianos denominados anti- sépticos. • Desinfetantes são geralmente muito agressivos para tecidos vivos. Degerminação • Remoção dos micróbios de uma área limitada, como o local em torno de uma injeção na pele. • Remoção mecânica com álcool. Sanitização • Tratamento destinado a reduzir contagens microbianas nos utensílios alimentares até níveis seguros de saúde pública. • Lavagens em altas temperaturas e imersão em desinfetante químico. • Métodos físicos e químicos. • A terminologia –cida é utilizada para tratamentos que causam morte direta dos micróbios. Ex: bactericida, fungicidas, germicida. • A terminologia –stase ou stático é utilizada para tratamentos que inibem o crescimento e multiplicação dos microrganismos. • Sepse indica contaminação bacteriana. • Assepsia: ausência de contaminação significativa. Mecanismo de ação dos agentes de controle microbiano • 1 - Alteração da permeabilidade da membrana plasmática. • Geralmente causada por agentes químicos. • 2 – Danos às proteínas e ácidos nucléicos. • O calor quebra as pontes de hidrogênio que estabilizam as proteínas causando sua inativação. • A radiação causa danos aos ácidos nucléicos DNA e RNA. Métodos físicos do controle microbiano • Calor. • Filtração. • Ressecamento. • Radiação. • Pressão osmótica. • Baixas temperaturas. Controle microbiano pelo calor • A resistência ao calor varia entre diferentes micróbios. • Essas diferenças são expressas através de três conceitos: • Ponto de morte térmica (PMT): é a menor temperatura que os microrganismos em uma suspensão líquida serão mortos em 10 min. • Tempo de morte térmica (TMT): período mínimo de tempo em que todas as bactérias em uma cultura líquida serão mortas em uma dada temperatura. • Tempo de redução decimal (valor D): tempo em minutos em que 90% da população microbiana em uma dada temperatura serão mortas. Calor úmido • Um tipo de tratamento por calor úmido é a fervura que mata as formas vegetativas dos patógenos bacterianos, vírus e os fungos. • O vapor não pressurizado é equivalente a fervura. • Formas de resistência (endosporos) são resistentes a fervura. • A esterilização confiável com calor úmido requer temperaturas acima fervura (100°C). • AUTOCLAVE! • A autoclave é utilizada para esterilizar meios de cultura, equipamentos de uso hospitalar e diversos itens que suportem temperaturas elevadas. • Deve-se ter cuidado ao manusear o material a ser esterilizado de modo a assegurar a eficiência da esterilização. • Volumes elevados de líquidos devem ser deixados por maior tempo em contato com o vapor em alta temperatura. • Verificar a eficácia da esterilização utilizando indicadores comerciais. • Também utilizada para tratar resíduos biológicos. Pasteurização • Louis Pasteur nos primórdios da microbiologia usou o aquecimento leve para evitar o aparecimento de microrganismos que causavam deterioração da cerveja e vinho. • Atualmente aplicado no beneficiamento do leite e vários produtos alimentícios tais como laticínios, sucos, sorvete, cerveja, água de coco, etc. • Teste da fosfatase. • O tempo e a temperatura do processo de pasteurização varia de acordo com o tipo de alimento. T R A T A M E N T O S E Q U I V A L E N T E S Pasteurização • Elimina os micróbios patogênicos. • Reduz a contagem de bactérias totais aumentando o tempo de prateleira. • Evita a deterioração do alimento devido a ação de microrganismos. Calor seco • Esterilização que mata por oxidação. • A chama direta é um dos mais utilizados. • A incineração tem o mesmo princípio e é utilizada para esterilizar e eliminar papel, copos, sacos e bandagens contaminadas. Calor seco • Outra forma de esterilização por calor seco é o tratamento com ar quente em altas temperaturas. • São utilizados fornos com temperatura de 170°C por aproximadamente 2 horas. • Conhecidos como Estufa Pasteur. Filtração • É feita para esterilizar materiais sensíveis ao calor como meio de cultivo, vitaminas, enzimas, vacinas e soluções antibióticas. • Podem filtrar substâncias gasosas ou suspensões líquidas. • Algumas salas de cirurgia são equipadas com filtros de partículas de ar de alta eficiência (HEPA) que reduzem a contaminação por micróbios do ar. • Os filtros HEPA removem microrganismos com até 0,3 µm de diâmetro. • Os filtros de membrana são utilizado para esterilização de líquidos e podem reter micróbios de 0,22µm a 0,45µm de diâmetro. Baixas temperaturas • Efeito dependente do microrganismo e da intensidade da aplicação. • Em temperaturas baixas (0 a -7°C) as taxas metabólicas da maioria dos microrganismos é muito reduzida. • São incapazes de sintetizar toxinas ou se reproduzir. • Efeito bacteriostático. • Psicótrofos. • Congelamento lento. Ressecamento • Na ausência de água os microrganismos não podem crescer ou se reproduzir embora permaneçam viáveis. • Liofilização. • A resistência das células vegetativas ao ressecamento varia de acordo com a espécie e o ambiente do organismo. • Importante para o ambiente hospitalar. Pressão osmótica • Utilizado para conservação de alimentos. • Altas concentrações dessas substâncias criam um ambiente hipertônico que ocasiona saída de água da célula microbiana. • Plasmólise. • Utilizadas soluções com altas concentrações de sal ou açúcar. • Fungos e bolores são resistentes à baixa umidade e pressão osmótica. Radiação • Tem vários efeitos sobre as células. • Depende do comprimento de onda, intensidade e duração. • Divide-se em radiação ionizante e radiação não-ionizante. Radiação ionizante • Raios gama, raios X ou feixede elétrons de alta energia. • Os raios gama são emitidos por isótopos instáveis de césio e cobalto. Maior poder de penetração e requer maior tempo de exposição. • Os raios X e feixe de elétrons são produzidos por máquinas. • O feixe de elétrons tem baixa penetração entretanto requer apenas alguns segundos de exposição. • Ionização da água que reage com o DNA! • Utilizada na conservação de alimentos. • A radiação com feixe de elétrons com alta energia é utilizada para esterilizar produtos farmacêuticos, material descartável, luvas, etc... • No Brasil o Ministério da Agricultura permite a irradiação de produtos agropecuários para fins fitossanitários. • A radiação é medida na forma de Gy (gray) que é uma medida da radiação absorvida. • O ser humano suporta menos de 10 Gy e os endosporos de Clostridium botulinum resistem a mais de 39000Gy! Radiação não-ionizante • Possui comprimento de onda maior que o da radiação ionizante. • A luz UV danifica o DNA das células expostas e inibem a replicação correta da célula. • Os comprimentos mais efetivos estão na faixa de 260nm pois são os mais absorvidos pelo DNA celular. • A luz UV é utilizada para controlar micróbios do ar, salas de cirurgia, enfermarias. • Tem baixa penetração e pode causar sérias lesões nos olhos. • Algumas bactérias são resistentes à ação da luz solar pois produzem pigmentos que absorvem a luz solar. • As microondas não possuem efeito direto sobre as bactérias.
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