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Resumo - Controle de Microrganismos

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Controle de Microrganismos 
Nesse resumo, falaremos um pouco sobre como 
podemos fazer o controle de microrganismos 
(exceto parasitas, que são abordados em outra 
disciplina) antes de acontecer a infecção. 
Portanto, falaremos de medidas preventivas com 
o ambiente e controle da transmissão. Não da 
interrupção de uma infecção já instalada, como 
faz antibióticos e fungicidas, por exemplo. 
➝ Considerações Gerais 
O bem estar da humanidade depende, em grande 
parte, da capacidade do homem controlar a 
população dos microrganismos. Isso inclui: 
prevenir transmissão de doenças, evitar a 
decomposição de alimentos, evitar a contaminação 
da água e do ambiente. 
Para fazer o controle de microrganismos no 
ambiente, por agentes antimicrobianos, 
precisamos saber o padrão de morte em uma 
população microbiana (quantidade necessária, 
quão efetivo é, etc), condições que influenciam a 
atividade microbiana que deseja-se controlar 
(calor mata?, preciso armazenar onde esse agente 
antimicrobiano?, etc) e o mecanismo de 
destruição das células microbianas (onde o 
agente agirá?, há resistência?, etc). 
Padrão de Morte 
Para considerar que houve a morte de um 
microorganismo é necessário que haja a perda da 
capacidade reprodutiva, ou seja, se a bactéria não 
se multiplica mais, ela está morta. 
Esse padrão é utilizado para avaliar a eficiência 
de um agente microbicida. Para essa avaliação, é 
feito um cultivo de amostra de material tratado 
para determinar o número de sobreviventes após 
a ação do agente que se quer avaliar e, 
principalmente, se houver sobreviventes, se são 
ou não esporos (forma de resistência). 
A concentração mínima do agente microbiano que 
mata a população microbiana é a chamada 
concentração mínima inibitória (MIC). 
Cond ições que Inf l uenc iam At i v idade 
Microbiana 
- Tamanho da população ➝ quanto maior a 
população, mais tempo leva para morrer; 
- Concentração do agente microbicida ➝ quando 1
menor concentração, mais tempo para matar; 
- Tempo de exposição ao agente ➝ quanto maior 
tempo, mais células são mortas; 
- Temperatura ➝ quanto maior a temperatura, 
menor o tempo para matar; 
- Particularidades do microrganismo. 
Mecanismos de Destruição de Célu las 
Microbianas 
- Predeterminar melhores condições para o 
agente ➝ alguns agentes não podem ser 
misturados; 
- Avaliar susceptibilidade das espécies para esse 
agente; 
- Possíveis mecanismos associados aos principais 
aspectos estruturais. 
➝ Termos e Definições 
●Esterilização: significa a destruição total da 
população microbiana, não sendo jamais 
empregado quando não houver total destruição 
dessa população. 
●Desinfetante: esse termo deve ser utilizado 
para os agentes capazes de matar as forma 
vegetativas dos microrganismos, não impedindo a 
sobrevivência de determinadas estruturas de 
resistência, como endósporos, por exemplo. Usado 
em superfícies inanimadas. 
●Antisséptico: termo utilizado para indicar um 
produto capaz de causar morte microbiana, 
utilizado em superfícies vivas. É desinfecção 
química da pele, mucosas e tecidos vivos. 
Antissepsia é um caso particular da desinfecção. 
Ele não pode irritar, influenciar no processo de 
cicatrização, machar a pele, entre outros. 
●Germicida: é um sinômino de desinfetante. 
Agente químico que mata germes apenas 
patogênicos. 
●Saneador: matam 99,9% dos microrganismos 
contaminantes de uma área. São regulados pelas 
normas de saúde pública. 
●Morte Bacteriana: perda da capacidade de 
reprodução. 
●Bactericida: mata bactérias. 
●Bacteriostático: agente que causa interrupção 
do crescimento bacteriano. 
 Não é indicado utilizar muito concentrado, pois se o microrganismos possuir um mecanismo de resistência, podemos selecionar os que são resistentes a ele. 1
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
➝ Agentes Antimicrobianos 
Agentes Físicos 
- Temperatura 
- Dessecação 
- Filtração 
- Radiação 
Agentes Químicos 
- Diversas substâncias químicas 
➝ Agentes Físicos 
1) Calor Úmido 
São vapor d’água, água fervente e água aquecida a 
temperatura abaixo do ponto de ebulição (100ºC). 
O calor úmido leva menos tempo do que o calor 
seco para causar a morte de microrganismos. Sua 
ação é a desnaturação de proteínas. 
●Células vegetativas de bactérias ➝ 5 - 10min 
em 60 - 70 ºC 
●Células vegetativas de fungos ➝ 5 - 10min em 
50 - 60ºC 
●Esporos de fungos ➝ 5 - 10min em 70 -80ºC 
Vapor D’água - Autoclave 
A autoclave é um dispositivo de aquecimento 
selado que usa vapor sob pressão para matar os 
microrganismos. Para causar a esterilização é 
utilizado 121ºC por 15 - 20min. 
Água Fervente - Fervura 
Água em ponto de ebulição (100ºC). Mata 
bactérias, fungos e muitos vírus em 15min. 
Endósporos podem resistir a 100ºC por mais de 
1h. 
Temperatura Abaixo do Ponto de Ebulição 
Em um aquecimento lento pode causar oxidação 
dos constituintes orgânicos celulares, matando 
células vegetativas de patógenos. 
Imagem: Gráfico Autoclave - Temperatura x Tempo 
Fonte: Microbiologia de Brock 14ª ed. 
2) Calor Seco 
É a forma mais simples de esterilização. 
Necessita de mais tempo que o calor úmido 
(180ºC por 1 hora) e é utilizado para materiais 
que não podem ser esterilizados em calor úmido. 
São utilizados as formas de flambagem, 
incineração e fornos. 
Incineração 
É utilizado em práticas de rotina para queimar 
órgãos, tecidos e materiais com suspeita de 
contaminação. Faz a oxidação de todos os 
componentes até virarem cinzas. 
Em laboratórios é feito a esterilização de agulhas 
de semeadura microbiológicos no bico de Bunsen. 
3) Pasteurização 
É utilizada para reduzir a população de 
microrganismos em leite e alguns alimento 
sensíveis a altas temperaturas. 
Mata células vegetativas, mas não esteriliza. 
Causa a destru ição de microrgan ismos 
patogênicos no leite e a destruição ou redução de 
microrganismos deteriorastes em vinagre e sucos. 
Pode ser aplicado a alimentos ácidos (pH < 4,5), 
alimento conservados sob refrigeração ou 
congelamento e al imentos submetidos à 
concentração ou desidratação. 
Consiste em aquecer o produto a uma dada 
temperatura, num dado tempo, e a seguir resfriar 
bruscamente. 
Temos dois métodos: HTST (atual) e UHT (mais 
antigos). 
UHT - Ultra high temperature 
Aquece o leite a 72ºC durante 15 segundos e 
depois o resfria rapidamente. 
HTST - High temperature short time 
Aquece o leite a 63ºC durante 30 min e depois o 
resfria. 
4) Baixas Temperaturas 
Alguns microrganismos, quando abaixo de 0ºC, 
p e r m a n e c e m e m u m e s t a d o l a t e n t e 
(bacteriostático). Isso faz com que haja a 
interrupção do seu metabolismo. 
5) Filtração 
É remoção mecânica de microrganismos do 
produto (líquido ou gasoso). 
São utilizados filtros com membranas porosas 
suficientemente pequenas para reterem 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
microrganismos, como bactérias, fungos e poucos 
vírus. 
As bactérias possuem um tamanho entre 0,5 - 
1,0µm e as leveduras entre 1,0 - 5,0µm. 
6) Dessecação 
É a interrupção das atividades metabólicos dos 
microrganismos por conta da falta de água. Eles 
não consegue crescer e multiplicar, embora, 
permanecem viáveis por muitos anos. 
A técnica mais comum é a liofilização que consiste 
na sublimação da água (temperaturas extremas de 
c o n g e l a m e n t o ) d e n t r o d a s c é l u l a s e 
microrganismos e o armazenamento em ampolas. 
7) Radiação 
Possui seus efeitos dependentes do comprimento 
de onda, intensidade, duração e distância da 
fonte. 
Deve-se ter cuidado na utilização de radiação 
porque ela pode possuir um efeito cumulativo e 
duradouro. 
Há pelo menos dois tipos de radiações 
empregadas no controle de microrganismos: 
ionizantes e não ionizantes. 
Radição Ionizantes - Raios X e Gama 
Causam a ionização da água, formando radicais 
superóxidos que reagem com componentes 
celulares orgânicos e destroem o DNA. 
Possuem um custo elevado e inúmeros produtos 
hospitalares, principalmente cirúrgicos,são 
esterilizados por esse método, pois eles são 
capazes de penetrar pacotes de produtos 
(seringas, agulhas, etc) e esterilizar o interior. 
Radiação Não Ionizantes - Luz UV 
Causa formações de dímeros que alteram a 
replicação do DNA e excitam os elétrons que 
causa dano ao DNA. 
As lâmpadas germicidas são usadas para o 
controle dos micro-organismos do ar e 
frequentemente são encontradas em centros 
cirúrgicos, enfermarias, berçários, etc. 
As desvantagens do uso de UV são: baixo poder 
de penetração, ou seja, esta radiação só é eficaz 
se os microrganismos estiverem nas superfícies 
dos materiais a serem esterilizados, e os efeitos 
prejudiciais sobre a pele e os olhos, causando 
queimaduras graves. 
Imagem: Fluxo Laminar - Luz UV evitando a contaminação 
da cabine enquanto está em repouso (sem uso). 
Fonte: Microbiologia de Brock 14ª ed. 
➝ Agentes Químicos 
Os agentes químicos serão apresentados em 
grupos que tenham em comum ou as funções 
químicas (álcoois, aldeídos), elementos químicos 
(halogênios, metais pesados etc.) ou mecanismos 
de ação (agentes oxidantes, agentes de superfície 
etc). 
As aplicações desses agentes químicos são para 
redução do número de microrganismos na 
superfície de um material inanimado, prevenção 
de infecções em lesões de pele (houve o 
rompimento de barreira, ele não precisa 
penetrar) e eliminação de microrganismos 
patógenos em água potável e piscinas. 
Há vantagens na utilização dos mesmos em 
situações específicas, porém é necessário saber o 
modo de atuação de cada um nos microrganismos 
(atua em parede, ribossomo, …?). 
Definições Sobre Agentes Químicos 
●Atividade Antimicrobiana ➝ capacidade de inibir 
ou, preferencialmente, matar os microrganismos. 
●Solubilidade ➝ solúvel em solvente em 
quantidades necessárias ao seu uso efetivo. 
●Estabilidade ➝ a ação antimicrobiana deve 
permanecer durante o armazenamento do 
produto. 
●Ausência de toxicidade ➝ não deve prejudicar o 
homem e animais. 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
1) Grupo de Desinfetantes e Antissépticos 
Fenol (Ácido Carbólico) 
É um desinfetante fraco com utilização de 
concentração de 0,2 a 1% dependendo da espécie 
bacteriana. 
Perdem a eficiência por redução da concentração 
atuante. 
Matam rapidamente formas vegetativas, é tóxico 
e tem odor desagradável quando puro, geralmente 
acrescenta-se essências. 
O mecanismo de ação é a alteração da 
permeabilidade da membrana e desnaturação de 
proteínas. 
Além disso, é um agente bacteriostático e 
bactericida. 
Álcoois 
É um agente bactericida, matando as formas 
vegetativas de bactérias, e, também, matam 
vírus, principalmente envelopados. 
Utilizado na concentração entre 70 - 90%. 
Causam a desnaturação de proteínas e lise de 
estruturas lipídicas. 
Não é utilizado puro, pois na ausência de água as 
proteínas não são desnaturadas tão rapidamente. 
Halogênios 
São agentes microbicidas que causam a inativação 
do aminoácido tirosina e fenilalalina, destruição 
dos componentes vitais da célula microbiana e 
combinação irreversível com as proteínas. 
São fortes agentes oxidantes e os mais 
conhecidos são: iodo, cloro e bromo. Possuem 
grande importância por serem baratos e muito 
utilizados, porém são bastante voláteis sendo 
necessário utilizar uma maior concentração ou 
mais vezes. 
Detergentes 
São agentes bactericidas, matando a forma 
vegetativas, vírus, fungos e alguns esporos 
bacterianos. 
Sabões aniônicos ➝ ação limitada quando 
comparada aos catiônicos. 
Sabões catiônicos ➝ são derivados da amônia e 
propiciam assepsia e desinfecção. 
Causam a desnaturação de proteínas celulares, 
interferência com processos metabólicos e lesão 
na membrana citoplasmática. 
2) Grupo dos Esterilizantes 
Óxido de Etileno - Gás 
Causa a inativação de enzimas e proteínas que 
possuem átomos de hidrogênio em sua composição. 
É utilizado para esterilização de instrumentos 
cirúrgicos. 
Não possui efeito cumulativo. 
β-Propilactona 
É um bactericida, fungicida, esporicida e viricida. 
Possui propriedades carcinogênicas e baixo poder 
de penetração. 
A sua manipulação deve ser muito cuidadosa e 
feita corretamente para não causar danos a quem 
manuseia. 
Glutaraldeído 
É um bactericida, fungicida, esporicida e viricida. 
Utilizado para esterilização de instrumentos 
urológicos e respiratórios. 
Formaldeído 
É extremamente tóxico e causa a inativação de 
constituintes celulares: proteínas e ácidos 
nucleicos. 
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
 Fonte: Microbiologia de Brock 14ª ed. 
Fonte: Microbiologia de Brock 14ª ed.
Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG
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