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AULA 06 DAS PENAS (PARTE II)

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Aula 06
Direito Penal p/ PC-AP (Delegado) - Com videoaulas 
Professor: Renan Araujo
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DIREITO PENAL P/ PC-AP (2017) Ð Teoria e 
quest›es 
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AULA 06: DAS PENAS (PARTE II): APLICA‚ÌO DA PENA. 
SUSPENSÌO CONDICIONAL DA PENA. LIVRAMENTO 
CONDICIONAL. EFEITOS DA CONDENA‚ÌO. MEDIDAS DE 
SEGURAN‚A. EXTIN‚ÌO DA PUNIBILIDADE. A‚ÌO PENAL. 
SUMçRIO 
1 DAS PENAS ........................................................................................................... 3 
1.1 Aplica‹o das penas ....................................................................................... 3 
1.1.1 Etapas da fixa‹o da pena privativa de liberdade ................................................ 3 
1.1.1.1 Fixa‹o da pena-base .............................................................................. 3 
1.1.1.2 Segunda fase: an‡lise das agravantes e atenuantes ..................................... 6 
(a) Reincidncia ........................................................................................................ 8 
(b) Disposi›es gerais acerca da segunda fase de aplica‹o da pena ............................... 10 
1.1.1.3 Terceira fase: aplica‹o das causas de aumento e diminui‹o da pena .......... 10 
1.1.1.4 Disposi›es finais .................................................................................. 12 
2 SUSPENSÌO CONDICIONAL DA PENA .................................................................. 13 
2.1 Conceito ....................................................................................................... 13 
2.2 Requisitos objetivos ..................................................................................... 13 
2.3 Requisitos subjetivos ................................................................................... 14 
2.4 EspŽcies de sursis e condi›es ..................................................................... 14 
2.5 Revoga‹o do sursis, prorroga‹o do prazo e cumprimento das obriga›es 15 
3 LIVRAMENTO CONDICIONAL .............................................................................. 17 
3.1 Conceito ....................................................................................................... 17 
3.2 Requisitos .................................................................................................... 18 
3.2.1 Requisitos objetivos ..................................................................................... 18 
(a) Quantidade da pena ............................................................................................ 18 
(b) Parcela da pena j‡ cumprida ................................................................................ 18 
(c) Repara‹o do dano ............................................................................................. 19 
3.2.2 Requisitos subjetivos .................................................................................... 19 
(d) Bom comportamento durante a execu‹o da pena, aptid‹o para prover a subsistncia e 
bom desempenho no trabalho que lhe fora atribu’do ......................................................... 19 
3.3 Regras gerais relativas ao Livramento Condicional, revoga‹o e extin‹o do 
benef’cio ................................................................................................................... 20 
4 MEDIDAS DE SEGURAN‚A ................................................................................... 22 
5 EFEITOS DA CONDENA‚ÌO ................................................................................. 25 
5.1 Natureza e espŽcies ..................................................................................... 25 
5.2 Efeitos genŽricos .......................................................................................... 27 
5.2.1 Obriga‹o de reparar o dano ......................................................................... 27 
5.2.2 Confisco ..................................................................................................... 28 
5.3 Efeitos espec’ficos ........................................................................................ 28 
5.3.1 Perda do cargo, fun‹o pœblica ou mandato eletivo ........................................... 28 
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 5.3.2 Incapacidade para exerc’cio do p‡trio poder, tutela ou curatela .......................... 29 
5.3.3 Inabilita‹o para dirigir ve’culo ...................................................................... 30 
5.4 Reabilita‹o ................................................................................................. 31 
5.4.1 Sigilo das condena›es ................................................................................. 31 
5.4.2 Efeitos secund‡rios extrapenais da condena‹o ................................................ 32 
5.4.3 Pressupostos e requisitos para a Reabilita‹o ................................................... 32 
6 PUNIBILIDADE E SUA EXTIN‚ÌO ........................................................................ 33 
6.1 Introdu‹o ................................................................................................... 33 
6.2 Causas de extin‹o da punibilidade diversas da prescri‹o .......................... 34 
6.3 Prescri‹o .................................................................................................... 37 
6.3.1 Prescri‹o da pretens‹o punitiva .................................................................... 37 
6.3.2 Prescri‹o da pretens‹o execut—ria ................................................................. 43 
6.3.3 Disposi›es importantes sobre a prescri‹o ..................................................... 45 
7 DA A‚ÌO PENAL NO CîDIGO PENAL ................................................................... 45 
8 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 47 
9 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 65 
9.1 Sœmulas do STF ............................................................................................ 65 
9.2 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 68 
10 JURISPRUDæNCIA CORRELATA ........................................................................ 70 
11 RESUMO .......................................................................................................... 73 
12 EXERCêCIOS PARA PRATICAR .......................................................................... 85 
13 EXERCêCIOS COMENTADOS ............................................................................. 99 
14 GABARITO ..................................................................................................... 127 
Ol‡, meus amigos concurseiros! 
Na aula de hoje, dando seguimento ao nosso estudo, vamos estudar a 
aplica‹o das penas, bem como analisar diversos institutos relacionados ˆ 
pena: livramento condicional, suspens‹o condicional da pena, efeitos da 
condena‹o e medidas de segurana (espŽcie de san‹o penal), alŽm da 
extin‹o da punibilidade e da a‹o penal. 
Bons estudos! 
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1! DAS PENAS 
1.1!Aplica‹o das penas 
A aplica‹o da pena Ž o ato mediante o qual o Juiz, ap—s o processo 
criminal, proferindo sentena penal condenat—ria, efetivamente aplica a san‹o 
penal ao infrator. 
A doutrina o classifica como um ato discricion‡riodo juridicamente 
vinculado, ou seja, o Juiz possui certo grau de discricionariedade na fixa‹o da 
pena, mas deve respeitar os limites estabelecidos pela Lei. 
O sistema de aplica‹o da pena estabelecido pelo CP Ž o trif‡sico, 
no que tange ˆ pena privativa de liberdade, pois ela Ž fixada ap—s a 
supera‹o de trs etapas: 
Art. 68 - A pena-base ser‡ fixada atendendo-se ao critŽrio do art. 59 deste C—digo; 
em seguida ser‹o consideradas as circunst‰ncias atenuantes e agravantes; por œltimo, 
as causas de diminui‹o e de aumento. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
1.1.1!Etapas da fixa‹o da pena privativa de liberdade 
Como vimos, na fixa‹o da pena privativa de liberdade se adota um sistema 
trif‡sico. Da seguinte forma: 
SISTEMA TRIFçSICO DE APLICA‚ÌO DA PENA PRIVATIVA DE 
LIBERDADE 
¥! Fixa‹o da pena-base 
¥! Aplica‹o de agravantes e atenuantes 
¥! Aplica‹o de causas de aumento e diminui‹o da pena 
1.1.1.1! Fixa‹o da pena-base 
Assim disp›e o art. 59 do CP: 
Art. 59 - O juiz, atendendo ˆ culpabilidade, aos antecedentes, ˆ conduta social, ˆ 
personalidade do agente, aos motivos, ˆs circunst‰ncias e consequncias do crime, 
bem como ao comportamento da v’tima, estabelecer‡, conforme seja necess‡rio e 
suficiente para reprova‹o e preven‹o do crime: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, 
de 11.7.1984) 
Essas circunst‰ncias mencionadas no art. 59 s‹o chamadas de 
circunst‰ncias judiciais, e s‹o levadas em considera‹o pelo Juiz para a fixa‹o 
da pena-base. Quando favor‡veis ao agente, trazem a pena-base para pr—ximo 
do m’nimo previsto. Quanto mais desfavor‡veis, elevam a pena-base para mais 
pr—ximo do m‡ximo previsto. 
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 CUIDADO! Nesta etapa, ainda que as circunst‰ncias judiciais sejam 
extremamente favor‡veis ao condenado, n‹o pode o Juiz fixar a pena-base 
abaixo do m’nimo legal. 
AlŽm disso, as circunst‰ncias judiciais possuem um car‡ter subsidi‡rio, ou 
seja, s— podem ser levadas em considera‹o se n‹o tiverem sido consideradas 
na previs‹o do tipo penal e n‹o constituam circunst‰ncias legais (agravantes 
ou atenuantes) ou causas de aumento e diminui‹o da pena. 
EXEMPLO: Imagine que JosŽ Ž condenado por agredir um senhor de 85 anos. 
O Juiz n‹o pode agravar a pena-base em raz‹o das circunst‰ncias do crime 
(superioridade de foras em rela‹o ˆ v’tima, que Ž pessoa vulner‡vel), pois 
essa circunst‰ncia Ž prevista no art. 61, II, h do CP como uma circunst‰ncia 
legal (agravante). Vejamos: 
Art. 61 - S‹o circunst‰ncias que sempre agravam a pena, quando n‹o constituem 
ou qualificam o crime:(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
I - a reincidncia; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
II - ter o agente cometido o crime: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
h) contra criana, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher gr‡vida;
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 10.741, de 2003) 
Assim, se o Juiz aumentasse a pena-base por aquele motivo, e depois aplicasse 
a circunst‰ncia legal agravante, haveria o que se chama de Bis in idem, que Ž 
a considera‹o de uma mesma circunst‰ncia duas vezes em preju’zo do rŽu, o 
que n‹o Ž permitido (Ou dupla puni‹o pelo mesmo fato). 
⇒! E se o crime for qualificado, e o agente tiver praticado o crime
mediante a pr‡tica de diversas qualificadoras? Nesse caso, o 
entendimento majorit‡rio Ž o de que o Juiz deve levar apenas uma 
qualificadora em considera‹o para qualificar o crime, utilizando as 
demais como circunst‰ncias agravantes (se previstas) ou 
circunst‰ncias judiciais (que agravam a pena-base). 
EXEMPLO: Imaginem que Ronaldo cometeu homic’dio por motivo torpe, 
mediante emboscada e com a finalidade de assegurar a oculta‹o de outro 
crime. Estas trs situa›es (motivo torpe, emboscada e finalidade de assegurar 
a oculta‹o de outro crime) s‹o qualificadoras do homic’dio. Vejamos: 
¤ 2¡ Se o homic’dio Ž cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
(...); 
IV - ˆ trai‹o, de emboscada, ou mediante dissimula‹o ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execu‹o, a oculta‹o, a impunidade ou vantagem de outro 
crime: 
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 Pena - reclus‹o, de doze a trinta anos. 
Nesse caso, o Juiz considerar‡ apenas um dos fatores para qualificar o crime, 
utilizando os demais como agravantes ou circunst‰ncias judiciais que 
aumentam a pena-base. 
Como todas as trs situa›es s‹o circunst‰ncias agravantes genŽricas, o Juiz 
dever‡ utilizar as outras duas como agravantes. Nos termos do art. 61, II do 
CP: 
Art. 61 - S‹o circunst‰ncias que sempre agravam a pena, quando n‹o constituem 
ou qualificam o crime:(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
II - ter o agente cometido o crime: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
a) por motivo fœtil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execu‹o, a oculta‹o, a impunidade ou vantagem
de outro crime; 
c) ˆ trai‹o, de emboscada, ou mediante dissimula‹o, ou outro recurso que
dificultou ou tornou imposs’vel a defesa do ofendido; 
Portanto, a utiliza‹o de algum fato como circunst‰ncia judicial se d‡ de 
maneira subsidi‡ria, ou seja, somente se este fato ainda n‹o tenha sido levado 
em conta na pr—pria defini‹o do crime ou n‹o se trate de circunst‰ncia agravante 
ou causa de aumento de pena. 
Na fixa‹o da pena-base, o Juiz deve partir do m’nimo legal, e s— 
poder‡ sair desse patamar se estiverem presentes circunst‰ncias 
desfavor‡veis, devendo fundamentar a sua decis‹o. 
Algumas quest›es costumam ser bem polmicas. Vamos a elas: 
¥! Maus antecedentes Ð O STJ e o STF entendem que a mera existncia 
de InquŽritos Policiais e a›es penais em curso, sem tr‰nsito em julgado1, 
n‹o podem ser considerados como maus antecedentes para aumento da 
pena-base, pois isso seria viola‹o ao princ’pio da presun‹o de inocncia 
(sœmula 444 do STJ) 
¥! Condena‹o anterior Ð N‹o pode ser considerada como mau 
antecedente, pois j‡ Ž considerada como reincidncia (agravante). 
1 No julgamento do HC 126.292 o STF decidiu que o cumprimento da pena pode se iniciar com a mera 
condena‹o em segunda inst‰ncia por um —rg‹o colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou 
o princ’pio da presun‹o de inocncia, admitindo que a ÒculpaÓ (para fins de cumprimento da pena) j‡ estaria
formada nesse momento (embora a CF/88 seja expressa em sentido contr‡rio). Isso significa que, 
possivelmente, teremos (num futuro breve) altera‹o nesta sœmula do STJ e na jurisprudncia consolidada 
do STF, de forma que a›es penais em curso passem a poder ser consideradas como maus antecedentes, 
desde que haja, pelo menos, condena‹o em segunda inst‰ncia por —rg‹o colegiado (mesmo sem tr‰nsito 
em julgado). HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016. 
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 ¥! Consequncias do crime - Para que possam caracterizar circunst‰ncia 
judicial apta a aumentar pena base, devem ser consequncias que n‹o 
sejam as naturais do delito Ð EXEMPLO: O Juiz n‹o pode aumentar a 
pena base de um homic’dio consumado ao argumento de que a 
consequncia do crime foi grave, j‡ que a v’tima morreu. Ora, em todo 
homic’dio consumado Ž LîGICO que a v’tima morreu! 
¥! Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou fixa‹o 
de regime de cumprimentode pena mais gravoso Ð N‹o pode o 
julgador aumentar a pena base apenas por entender que o delito Ž, 
abstratamente, grave (pois isso j‡ foi levado em conta pelo legislador ao 
fixar os patamares m’nimo e m‡ximo). AlŽm disso, tal circunst‰ncia 
tambŽm n‹o pode ser utilizada para a fixa‹o de regime prisional mais 
gravoso que o naturalmente previsto para aquela quantidade de pena 
aplicada. Sœmula 718 do STF: 
Sœmula 718 do STF 
A OPINIÌO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÌO 
CONSTITUI MOTIVA‚ÌO IDïNEA PARA A IMPOSI‚ÌO DE REGIME MAIS SEVERO DO 
QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA. 
1.1.1.2! Segunda fase: an‡lise das agravantes e atenuantes 
S‹o circunst‰ncias legais, que agravam ou atenuam a pena fixada 
inicialmente (pena-base). S‹o consideradas ÒgenŽricasÓ por estarem previstas na 
parte geral do CP. Existem, entretanto, atenuantes espec’ficas, previstas para 
determinados tipos penais, como, por exemplo, a prevista no art. 398 do CTB Ð 
C—digo de Tr‰nsito Brasileiro. 
As agravantes genŽricas est‹o previstas nos arts. 61 a 62 do CP, e SÌO 
UM ROL TAXATIVO (somente aquelas). 
Nos termos do CP, as agravantes genŽricas s‹o: 
Art. 61 - S‹o circunst‰ncias que sempre agravam a pena, quando n‹o constituem ou 
qualificam o crime:(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
I - a reincidncia; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
II - ter o agente cometido o crime: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
a) por motivo fœtil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execu‹o, a oculta‹o, a impunidade ou vantagem de
outro crime; 
c) ˆ trai‹o, de emboscada, ou mediante dissimula‹o, ou outro recurso que dificultou
ou tornou imposs’vel a defesa do ofendido; 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
ou de que podia resultar perigo comum; 
e) contra ascendente, descendente, irm‹o ou c™njuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de rela›es domŽsticas, de coabita‹o
ou de hospitalidade, ou com violncia contra a mulher na forma da lei espec’fica; 
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.340, de 2006) 
g) com abuso de poder ou viola‹o de dever inerente a cargo, of’cio, ministŽrio ou
profiss‹o; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 9.318, de 1996) 
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h) contra criana, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher gr‡vida; (Reda‹o
dada pela Lei n¼ 10.741, de 2003) 
i) quando o ofendido estava sob a imediata prote‹o da autoridade;
j) em ocasi‹o de incndio, naufr‡gio, inunda‹o ou qualquer calamidade pœblica, ou
de desgraa particular do ofendido; 
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas 
Art. 62 - A pena ser‡ ainda agravada em rela‹o ao agente que: (Reda‹o dada pela 
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
I - promove, ou organiza a coopera‹o no crime ou dirige a atividade dos demais 
agentes; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
II - coage ou induz outrem ˆ execu‹o material do crime; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
7.209, de 11.7.1984) 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguŽm sujeito ˆ sua autoridade ou n‹o-
pun’vel em virtude de condi‹o ou qualidade pessoal; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
7.209, de 11.7.1984) 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de 
recompensa.(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
 J‡ as atenuantes genŽricas (favor‡veis ao rŽu) est‹o previstas no art. 
65 do CP, e s‹o um ROL MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO (conforme preconiza 
o art. 66 do CP), ou seja, podem ser utilizadas outras circunst‰ncias n‹o previstas
naquela lista. 
Nos termos do CP: 
Art. 65 - S‹o circunst‰ncias que sempre atenuam a pena: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
7.209, de 11.7.1984) 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) 
anos, na data da sentena; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
II - o desconhecimento da lei; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
III - ter o agente:(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espont‰nea vontade e com eficincia, logo ap—s o crime, evitar-
lhe ou minorar-lhe as consequncias, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; 
c) cometido o crime sob coa‹o a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de
autoridade superior, ou sob a influncia de violenta emo‹o, provocada por ato injusto 
da v’tima; 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influncia de multid‹o em tumulto, se n‹o o provocou.
Art. 66 - A pena poder‡ ser ainda atenuada em raz‹o de circunst‰ncia relevante, 
anterior ou posterior ao crime, embora n‹o prevista expressamente em lei. (Reda‹o 
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
A Doutrina entende, ainda, que as agravantes s— se aplicam aos crimes 
dolosos (majorit‡ria), exceto a agravante da reincidncia.2 
2 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516 
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 As circunst‰ncias legais (agravantes e atenuantes genŽricas) s‹o de 
aplica‹o obrigat—ria pelo Juiz. Em qualquer caso, a aplica‹o de uma 
agravante nunca pode levar a pena a ficar acima do m‡ximo previsto 
para o crime. Assim, se o Juiz, ao fixar a pena base, a fixa no m‡ximo legal, de 
nada servir‡ a agravante genŽrica. 
Da mesma forma, sendo fixada a pena-base no m’nimo legal, a aplica‹o 
da atenuante n‹o ter‡ qualquer utilidade, pois a pena j‡ estar‡ no m’nimo legal 
(sœmula 231 do STJ). 
A Lei Penal, entretanto, n‹o estabelece uma quantidade de diminui‹o ou 
aumento que deva ser aplicada. Esse critŽrio Ž do Juiz. 
Com rela‹o ˆs agravantes, destacamos a reincidncia, por ser 
extremamente complexa. Vamos estud‡-la detalhadamente. 
(a)! Reincidncia 
A reincidncia Ž a pr‡tica de um crime ap—s ter o agente sido 
condenado por sentena irrecorr’vel em outro crime, no Brasil ou no 
exterior (art. 63 do CP). No entanto, Ž poss’vel a reincidncia no caso de pr‡tica 
de contraven‹o ap—s ter sido o agente condenado por sentena irrecorr’vel pela 
pr‡tica de crime ou contraven‹o. No entanto, a pr‡tica de crime ap—s a 
condena‹o criminal irrecorr’vel por contraven‹o NÌO GERA 
REINCIDæNCIA. Assim: 
INFRA‚ÌO 
ANTERIOR 
INFRA‚ÌO 
POSTERIOR 
RESULTADO 
CRIME CRIME REINCIDENTE 
CRIME CONTRAVEN‚ÌO REINCIDENTE 
CONTRAVEN‚ÌO CONTRAVEN‚ÌO REINCIDENTE 
CONTRAVEN‚ÌO CRIME PRIMçRIO 
Resumindo, a pr‡tica de contraven‹o penal ap—s a condena‹o irrecorr’vel 
por qualquer infra‹o penal (contraven‹o ou crime), gera reincidncia. J‡ a 
pr‡tica de crime s— gera a condi‹o de reincidente se a condena‹o anterior se 
deu por outro crime, n‹o gerando este efeito no caso de condena‹o 
anterior por contraven‹o. 
Assim, temos a absurda hip—tese de alguŽm praticar duas contraven›es e 
ser reincidente. J‡ no caso de pr‡tica de um crime posteriormente a uma 
condena‹o por contraven‹o, SERç PRIMçRIO! Trata-se de brecha 
legislativa!3 
3 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 523 
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 Nos termos do art. 63 do CP: 
Art. 63 - Verifica-se a reincidncia quando o agente comete novo crime, depois de 
transitar em julgado a sentena que, no Pa’s ou no estrangeiro, o tenha condenadopor crime anterior. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Para que seja provada a reincidncia, Ž necess‡rio que haja certid‹o do 
cart—rio judicial acerca da condena‹o anterior (STJ). 
A reincidncia pode ser: 
a) real Ð quando o agente comete novo crime ap—s cumprir a pena
anterior. 
b) ficta ou presumida Ð quando o agente pratica novo crime ap—s a
condena‹o anterior, pouco importando se tenha ou n‹o cumprido a pena. 
O CP ADOTOU A TEORIA PRESUMIDA. 
A reincidncia pode, ainda, ser: 
a) genŽrica Ð os crimes praticados s‹o diversos.
b) espec’fica Ð os crimes praticados s‹o previstos no mesmo tipo penal.
Em regra, n‹o se distingue uma da outra (genŽrica da espec’fica), mas h‡ 
situa›es em que a Lei estabelece consequncias diferentes para o 
reincidente genŽrico e para o espec’fico (essa œltima Ž sempre considerada 
mais grave). 
A reincidncia s— ocorrer‡ se o crime novo for praticado no per’odo de atŽ 
cinco anos a partir da data EM QUE A PENA ANTERIOR SE EXTINGUIU 
(e n‹o a data da sentena), computando-se o per’odo de prova da suspens‹o 
condicional da pena ou do livramento condicional, se n‹o tiver havido 
revoga‹o. ESSE PERêODO SE CHAMA PERêODO DEPURADOR. 
CUIDADO! No crime anterior, se houve a extin‹o da punibilidade antes de ser 
proferida sentena condenat—ria irrecorr’vel, NUNCA HAVERç REINCIDæNCIA, 
pois n‹o chegou a haver condena‹o irrecorr’vel. 
Assim, temos o reincidente (aquele que se enquadra nas situa›es 
explicadas) e o prim‡rio (aquele que n‹o se enquadra nestas situa›es). Todavia, 
a Jurisprudncia criou a figura do TECNICAMENTE PRIMçRIO4, que Ž aquele 
camarada que possui condena‹o definitiva, mas n‹o Ž reincidente, por n‹o ter 
praticado crime ap—s a condena‹o definitiva no outro, mas antes desta, ou por 
ter praticado esta nova infra‹o ap—s o PERêODO DEPURADOR. 
4 Boa parte da Doutrina entende que essa figura n‹o existe. A pessoa seria, apenas, PRIMçRIO. GOMES, 
Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 524 
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 Cuidado! Os crimes militares e os crimes pol’ticos n‹o geram reincidncia 
no campo penal comum.5 
(b)! Disposi›es gerais acerca da segunda fase de aplica‹o da pena 
Havendo coexistncia entre uma agravante e uma atenuante, n‹o h‡, a 
princ’pio, compensa‹o de uma por outra, devendo prevalecer aquela que for 
considerada preponderante. Mas qual ser‡ a preponderante? Ser‡ 
preponderante: 
¥! Menoridade do agente (ser menor de 21 anos ˆ Žpoca do fato) Ð 
PREPONDERA SOBRE TODAS!6 
¥! Aquelas relativas aos motivos determinantes do crime, da 
personalidade do agente e da reincidncia. 
¥! Outras circunst‰ncias 
Nos termos do art. 67 do CP: 
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite 
indicado pelas circunst‰ncias preponderantes, entendendo-se como tais as que 
resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da 
reincidncia. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Mas e se a atenuante e a agravante se referirem a fatores que se 
encontram no mesmo patamar? Nesse caso, a’ sim haver‡ a compensa‹o de 
uma pela outra, n‹o se aplicando nenhuma delas (equivalncia das 
circunst‰ncias).7 
CUIDADO MASTER! O STJ possui entendimento no sentido de que Ž poss’vel 
a compensa‹o entre a agravante da reincidncia com a atenuante da 
confiss‹o espont‰nea. 
Contudo, o STJ entende que Ž poss’vel ao Juiz DEIXAR DE PROCEDER Ë 
COMPENSA‚ÌO, se entender que, no caso concreto, o grau de reincidncia 
do agente deva preponderar sobre a confiss‹o espont‰nea (agente que 
Ž mœltiplo reincidente8). 
1.1.1.3! Terceira fase: aplica‹o das causas de aumento e diminui‹o da pena 
Nessa fase, ap—s ultrapassadas as duas primeiras, o Juiz verifica se h‡ 
alguma causa de aumento ou diminui‹o da pena prevista para o caso. As causas 
5 Art. 64 - Para efeito de reincidncia: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
II - n‹o se consideram os crimes militares pr—prios e pol’ticos.(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
6 HC 274.758/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 05/03/2014 
7 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516 
8 TambŽm chamado de MULTIRREINCIDENTE. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 524 
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 de aumento e diminui‹o s‹o obrigat—rias ou facultativas (dependendo do caso), 
podendo estar previstas na parte geral ou na parte especial (genŽricas ou 
espec’ficas), podendo, ainda, ser fixas ou vari‡veis. Assim, elas podem ser: 
¥! Obrigat—rias ou facultativas Ð a depender da obrigatoriedade ou n‹o 
de sua aplica‹o; 
¥! GenŽricas ou espec’ficas Ð Se previstas na parte geral do CP ou na sua 
parte especial (ou na legisla‹o especial); 
¥! Fixas ou vari‡veis Ð Quando a quantidade de aumento e diminui‹o Ž 
fixa ou pode variar de acordo com o entendimento do Juiz. 
Ao contr‡rio do que ocorre na segunda fase (circunst‰ncias agravantes e 
atenuantes), aqui a pena pode ficar abaixo do m’nimo ou acima do m‡ximo 
legal previsto no tipo penal. 
EXEMPLO: Imagine um crime de furto simples, na modalidade tentada. Fixada 
a pena-base no m’nimo legal, e n‹o havendo circunst‰ncias agravantes ou 
atenuantes, chegamos ˆ terceira fase com uma pena de 1 ano. Na terceira fase, 
DEVE o Juiz aplicar a causa de diminui‹o referente ˆ tentativa (art. 14, ¤ œnico 
do CP), que Ž de 1/3 a 2/3. Se o Juiz aplicar a redu‹o m‡xima (2/3), a pena 
final ser‡ de apenas 04 meses (bem abaixo do m’nimo previsto, de 01 ano). 
As causas de aumento e diminui‹o, como vimos, podem estar previstas 
na parte geral ou na parte especial. Diferentemente das circunst‰ncias 
atenuantes e agravantes, a quantidade de aumento ou diminui‹o Ž 
estabelecida pela Lei. 
Mas e se houver coexistncia de causas de aumento e causas de 
diminui‹o? Se forem diversas, n‹o h‡ dificuldades, aplicando-se ambas 
(aplicam-se primeiro as causas de aumento, e depois, as causas de diminui‹o). 
O problema reside na coexistncia de duas ou mais causas de aumento ou 
coexistncia de duas ou mais causas de diminui‹o. Para simplificar as hip—teses 
e suas consequncias, acompanhem o quadro abaixo: 
CONCURSO ENTRE 
CAUSAS DE 
AUMENTO 
Ambas da parte geral O Juiz deve aplicar ambas 
Ambas da parte 
especial 
O Juiz aplica a causa que 
mais aumente (art. 68, ¤ 
œnico do CP) 
Uma da parte geral e 
outra da parte 
especial 
Aplicam-se ambas 
Ambas da parte geral O Juiz deve aplicar ambas 
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 CONCURSO ENTRE 
CAUSAS DE 
DIMINUI‚ÌO 
Ambas da parte 
especial 
O Juiz aplica a causa que 
mais diminua (art. 68, ¤ 
œnico do CP) 
Uma da parte geral e 
outra da parte 
especial 
Aplicam-se ambas 
1.1.1.4! Disposi›es finais 
O CP estabelece um limite m‡ximo de cumprimento de pena, que Ž de 
30 anos. Isso n‹o impede, entretanto, que a pessoa seja condenada a 
per’odo superior a este. O que n‹o poder‡ haver Ž o cumprimento por mais de 
30 anos. Nos termos do art. 75 do CP: 
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade n‹o pode ser 
superior a 30 (trinta) anos. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Mas qual a l—gica dessa diferena? A diferena Ž que, sendo o 
condenado a pena superior a 30 anos, aindaque n‹o possa cumprir mais que 
este per’odo, o montante da pena aplicada influenciar‡ na possibilidade ou n‹o 
de concess‹o de benef’cios, como livramento condicional, progress‹o de regime, 
etc. 
Se o agente for condenado a diversas penas, que juntas ultrapassem o 
limite de 30 anos, dever‹o ser unificadas as penas (ex.: 12 + 25 anos = 37), de 
forma que o agente s— cumpra os 30 anos previstos. 
⇒! E se durante o cumprimento da pena o agente Ž condenado
por nova infra‹o, sendo-lhe aplicada nova pena privativa de 
liberdade? Nesse caso, aplica-se uma nova unifica‹o das 
penas, de forma a comear, do zero, um novo prazo de 30 
anos. 
EXEMPLO: Ricardo est‡ cumprindo pena de 37 anos de reclus‹o (advinda da 
soma de duas penas). J‡ cumpriu 08 anos de pena quando sobrevŽm nova 
condena‹o. Como j‡ havia cumprido 08 anos, faltam ainda 22 anos de 
cumprimento (pois s— pode cumprir 30!). Nesse caso, somam-se os 22 anos 
restantes ˆ nova pena, de forma a se iniciar um novo per’odo de 30 anos de 
cumprimento m‡ximo. 
Nos termos do art. 75, ¤ 2¡ do CP: 
¤ 2¼ - Sobrevindo condena‹o por fato posterior ao in’cio do cumprimento da pena, 
far-se-‡ nova unifica‹o, desprezando-se, para esse fim, o per’odo de pena j‡ 
cumprido.(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
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 2! SUSPENSÌO CONDICIONAL DA PENA 
2.1!Conceito 
O sursis, ou suspens‹o condicional da pena, Ž o benef’cio concedido ao 
condenado em determinadas circunst‰ncias, de forma que ele n‹o cumpre a pena 
privativa de liberdade imposta9, mas se submete a um per’odo de fiscaliza‹o, 
no qual deve Òandar na linhaÓ e cumprir determinadas condi›es. Est‡ previsto 
no art. 77 do CP: 
Art. 77 - A execu‹o da pena privativa de liberdade, n‹o superior a 2 (dois) anos, 
poder‡ ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Reda‹o dada pela 
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
I - o condenado n‹o seja reincidente em crime doloso; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
7.209, de 11.7.1984) 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunst‰ncias autorizem a concess‹o do benef’cio;(Reda‹o 
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
III - N‹o seja indicada ou cab’vel a substitui‹o prevista no art. 44 deste C—digo. 
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
¤ 1¼ - A condena‹o anterior a pena de multa n‹o impede a concess‹o do 
benef’cio.(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
¤ 2o A execu‹o da pena privativa de liberdade, n‹o superior a quatro anos, poder‡ 
ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta 
anos de idade, ou raz›es de saœde justifiquem a suspens‹o. (Reda‹o dada pela Lei 
n¼ 9.714, de 1998) 
Portanto, a concess‹o da suspens‹o condicional da pena deve ocorrer ap—s 
o preenchimento de alguns requisitos, que podem ser objetivos e subjetivos.
2.2!Requisitos objetivos 
Podem ser: 
(i) Relativos ˆ natureza da pena aplicada Ð A pena aplicada deve ser 
privativa de liberdade, n‹o se admitindo no caso de aplica‹o de pena de multa 
ou restritiva de direitos: 
Art. 80 - A suspens‹o n‹o se estende ˆs penas restritivas de direitos nem ˆ multa. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
9 O Brasil adotou o chamado sistema Òfranco-belgaÓ, no qual a pena privativa de liberdade Ž 
regularmente aplicada mas, logo em seguida, sua execu‹o Ž suspensa e o condenado Ž 
submetido a per’odo de prova, extinguindo-se a punibilidade ao final do per’odo. Outro sistema Ž 
o anglo-americano (probation system), no qual o acusado tem sua culpa reconhecida, mas
n‹o chega a receber uma pena, sendo submetido ao per’odo de prova, com as condi›es 
impostas. Uma vez descumpridas as condi›es, Ž aplicada a pena privativa de liberdade ao 
condenado. N‹o foi adotado no Brasil. Por fim, h‡ o sistema chamado de Òprobation of first 
offenders actÓ, no qual a a‹o penal Ž prematuramente suspensa, sem que haja sequer o 
reconhecimento da culpa do acusado. Uma vez descumpridas as condi›es, a a‹o penal retoma 
seu curso. Esse sistema foi adotado no Brasil no que tange ˆ suspens‹o condicional do 
processo (sursis processual), do art. 89 da Lei 9.099/95. 
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(ii) Quantidade da pena aplicada Ð A pena aplicada n‹o pode ser 
superior a dois anos (art. 77 do CP). Se o condenado, porŽm, for maior de 70 
anos (sursis et‡rio) ou enfermo (sursis humanit‡rio), admite-se a suspens‹o 
condicional da pena que n‹o ultrapasse 04 anos (art. 77, ¤ 2¡ do CP). Nos crimes 
ambientais, o sursis pode ser aplicado aos condenados ˆ pena n‹o superior a trs 
anos. 
(iii) A pena privativa de liberdade n‹o deve ter sido substitu’da por 
restritiva de direitos Ð A suspens‹o condicional da pena s— Ž cab’vel quando 
n‹o for poss’vel a substitui‹o por penas restritivas de direitos, nos termos do 
art.77, III do CP. 
2.3!Requisitos subjetivos 
(i) N‹o reincidncia em crime doloso Ð A reincidncia em crime culposo, 
portanto, n‹o impede a suspens‹o condicional da pena. Entretanto, se na 
condena‹o anterior, mesmo se dando em rela‹o a crime doloso, a pena 
aplicada tiver sido a de multa, poder‡ haver a suspens‹o condicional da pena 
(art. 77, ¤ 1¡ do CP); 
(ii) As circunst‰ncias pessoais do agente (culpabilidade, 
antecedentes, conduta social, etc.) sejam favor‡veis, autorizando a 
concess‹o do benef’cio Ð Nesse caso, o Juiz deve analisar se, no caso concreto, 
a suspens‹o condicional da pena pode ser suficiente para que seja cumprida a 
finalidade da pena. 
Assim, temos: 
REQUISITOS PARA A CONCESSÌO DO SURSIS 
OBJETIVOS SUBJETIVOS 
¥! Pena privativa de liberdade 
aplicada 
¥! Pena privativa de liberdade 
aplicada n‹o pode ser 
superior a dois anos (04 
anos se o condenado for maior 
de 70 anos (sursis et‡rio) ou 
enfermo (sursis humanit‡rio). 
¥! Impossibilidade de convers‹o 
em restritiva de direitos. 
¥! N‹o reincidncia em crime doloso. 
¥! Circunst‰ncias judiciais 
favor‡veis. 
2.4!EspŽcies de sursis e condi›es 
O sursis pode ser: 
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 (i) Simples Ð O condenado n‹o reparou o dano e as circunst‰ncias judiciais 
(art. 59 do CP) n‹o lhe s‹o muito favor‡veis. ƒ o sursis comum, a regra. Est‡ 
previsto no art. 78 do CP: 
Art. 78 - Durante o prazo da suspens‹o, o condenado ficar‡ sujeito ˆ observa‹o e ao 
cumprimento das condi›es estabelecidas pelo juiz. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, 
de 11.7.1984) 
¤ 1¼ - No primeiro ano do prazo, dever‡ o condenado prestar servios ˆ comunidade 
(art. 46) ou submeter-se ˆ limita‹o de fim de semana (art. 48). (Reda‹o dada pela 
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
(ii) Especial Ð Aqui o condenado reparou o dano (ou n‹o teve possibilidade 
de faz-lo) e as circunst‰ncias judiciais (art. 59 do CP) lhe s‹o inteiramente 
favor‡veis. Nessa hip—tese o condenado n‹o precisa, no primeiro ano, se 
submeter ˆ presta‹o de servios ˆ comunidade ou limita‹o de fim de semana 
(art. 78, ¤ 1¡ do CP). Essa modalidade est‡ prevista no ¤ 2¡ do art. 78 do CP: 
¤ 2¡ Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de faz-lo, e se 
as circunst‰ncias do art. 59 deste C—digo lhe forem inteiramente favor‡veis, o juiz 
poder‡ substituir a exigncia do par‡grafo anterior pelas seguintes condi›es, 
aplicadas cumulativamente: (Reda‹o dada pela Lein¼ 9.268, de 1¼.4.1996) 
a) proibi‹o de freqŸentar determinados lugares; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984) 
b) proibi‹o de ausentar-se da comarca onde reside, sem autoriza‹o do juiz;
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
c) comparecimento pessoal e obrigat—rio a ju’zo, mensalmente, para informar e
justificar suas atividades. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Vejam, porŽm, que embora n‹o esteja o condenado obrigado a cumprir as 
obriga›es do ¤ 1¡ do art. 78, o ¤ 2¡ estabelece outras obriga›es ˆs quais o 
condenado fica vinculado. 
AlŽm destas condi›es previstas no sursis simples e no especial, o art. 79 
do CP traz uma cl‡usula genŽrica, que permite ao Juiz fixar outras condi›es que 
sejam adequadas ao fato e ao condenado: 
Art. 79 - A sentena poder‡ especificar outras condi›es a que fica subordinada a 
suspens‹o, desde que adequadas ao fato e ˆ situa‹o pessoal do condenado. (Reda‹o 
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
2.5!Revoga‹o do sursis, prorroga‹o do prazo e cumprimento das 
obriga›es 
O sursis pode ser revogado a qualquer momento, ocorrendo alguma 
das hip—teses previstas nos arts. 81 e seu ¤ 1¡ do CP. Pode ser obrigat—ria, 
quando a lei determina expressamente sua revoga‹o, ou facultativa, quando o 
Juiz pode decidir se revoga ou n‹o o benef’cio. 
A revoga‹o obrigat—ria se dar‡ no caso de ocorrerem as hip—teses 
previstas no art. 81 do CP: 
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 Art. 81 - A suspens‹o ser‡ revogada se, no curso do prazo, o benefici‡rio: (Reda‹o 
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
I - Ž condenado, em sentena irrecorr’vel, por crime doloso; (Reda‹o dada pela Lei 
n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
II - frustra, embora solvente, a execu‹o de pena de multa ou n‹o efetua, sem motivo 
justificado, a repara‹o do dano; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
III - descumpre a condi‹o do ¤ 1¼ do art. 78 deste C—digo. (Reda‹o dada pela Lei 
n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Ou seja, haver‡ revoga‹o obrigat—ria quando o condenado for novamente 
condenado (por sentena irrecorr’vel) por crime doloso (n‹o importando o 
momento em que esse crime foi praticado). No entanto, a Jurisprudncia entende 
que se dessa nova condena‹o resultar pena de multa, n‹o poder‡ haver 
revoga‹o, pois a condena‹o ˆ pena de multa n‹o Ž causa que impede a 
concess‹o do sursis, ent‹o, por l—gica, n‹o pode gerar a revoga‹o. 
No caso do inciso II, a Doutrina majorit‡ria entende que, se depois de 
revogado o sursis o condenado repara o dano ou paga a multa, pode ser 
restabelecido o sursis. 
O inciso III Ž autoexplicativo. N‹o cumprindo uma das condi›es previstas 
no art. 78, ¤ 1¡, ser‡ revogado o sursis. 
A revoga‹o facultativa, por sua vez, ocorre nas hip—teses do art. 81, ¤ 
1¡: 
¤ 1¼ - A suspens‹o poder‡ ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra 
condi‹o imposta ou Ž irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por 
contraven‹o, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. (Reda‹o dada 
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Vejam que, nesse caso, o Juiz n‹o est‡ obrigado a revogar o sursis. 
As condi›es indicadas como ensejadoras da revoga‹o facultativa s‹o 
todas aquelas que n‹o sejam as do ¤ 1¡ do art. 78, ou seja, s‹o as do ¤ 2¡ do 
art. 78 e as do art. 79 do CP. 
Quanto ˆ supervenincia de condena‹o por crime culposo ou 
contraven‹o, Ž necess‡rio que a pena aplicada tenha sido restritiva de direitos 
ou privativa de liberdade. Vejam, assim, que a pena de multa n‹o enseja a 
revoga‹o facultativa do sursis (o que corrobora a tese de que n‹o pode, 
tambŽm, revogar obrigatoriamente o benef’cio). 
A Doutrina e a Jurisprudncia entendem que, salvo no caso de condena‹o 
irrecorr’vel, em todas as demais hip—teses o condenado deve ser ouvido 
antes de ser revogado o benef’cio. 
A prorroga‹o do per’odo de prova (per’odo em que o condenado deve 
Òandar na linhaÓ), por sua vez, ocorrer‡ em duas hip—teses: 
1) Beneficiado est‡ sendo processado por outro crime ou
contraven‹o Ð Est‡ prevista no art. 81, ¤ 2¡ do CP: 
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 ¤ 2¼ - Se o benefici‡rio est‡ sendo processado por outro crime ou contraven‹o, 
considera-se prorrogado o prazo da suspens‹o atŽ o julgamento definitivo. 
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
2) Ocorrendo situa‹o que autorize a revoga‹o FACULTATIVA, caso o
Juiz opte por n‹o revogar, pode estender o prazo do sursis atŽ o 
m‡ximo, CASO Jç NÌO TENHA FEITO Ð Est‡ prevista no ¤ 3¡ do art. 81 do 
CP: 
¤ 3¼ - Quando facultativa a revoga‹o, o juiz pode, ao invŽs de decret‡-la, 
prorrogar o per’odo de prova atŽ o m‡ximo, se este n‹o foi o fixado. (Reda‹o 
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
No primeiro caso a prorroga‹o Ž obrigat—ria e autom‡tica. J‡ no 
segundo a prorroga‹o n‹o Ž autom‡tica e depende de decis‹o 
fundamentada do Juiz nesse sentido. 
Em qualquer caso, a maioria da Doutrina entende que DURANTE O 
PERêODO DE PRORROGA‚ÌO, embora o condenado ainda esteja cumprindo o 
sursis, n‹o permanecem as obriga›es legais (art. 78, ¤ 1¡ e 2¡ e art. 79 do CP). 
Cumpridas todas as condi›es, expirando-se o prazo sem revoga‹o, 
estar‡ extinta a punibilidade do condenado. Nos termos do art. 82 do CP: 
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revoga‹o, considera-se extinta a 
pena privativa de liberdade. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
3! LIVRAMENTO CONDICIONAL 
3.1!Conceito 
O livramento condicional Ž um benef’cio concedido aos condenados a penas 
privativas de liberdade superiores a dois anos, que permite a antecipa‹o de sua 
liberdade. 
Trata-se de liberdade antecipada, condicional e prec‡ria. 
Antecipada porque o agente deveria ficar mais tempo cumprindo pena. 
Condicional porque durante o prazo restante da pena, embora esteja em 
liberdade, o condenado tambŽm deve Òandar na linhaÓ, submetendo-se a 
algumas regras. 
Prec‡ria porque pode ser revogada sua liberdade a qualquer tempo, caso 
ocorra o descumprimento das obriga›es do livramento condicional. 
Nos termos do art. 83 do CP: 
Art. 83 - O juiz poder‡ conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa 
de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
7.209, de 11.7.1984) 
I - cumprida mais de um tero da pena se o condenado n‹o for reincidente em crime 
doloso e tiver bons antecedentes; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; 
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
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 III - comprovado comportamento satisfat—rio durante a execu‹o da pena, bom 
desempenho no trabalho que lhe foi atribu’do e aptid‹o para prover ˆ pr—pria 
subsistncia mediante trabalho honesto; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de faz-lo, o dano causado pela 
infra‹o; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
V - cumpridos mais de dois teros da pena, nos casos de condena‹o por crime 
hediondo, pr‡tica de tortura, tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, tr‡fico de 
pessoas e terrorismo, se o apenado n‹o for reincidente espec’fico em crimes dessa 
natureza. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) 
Par‡grafoœnico - Para o condenado por crime doloso, cometido com violncia ou grave 
ameaa ˆ pessoa, a concess‹o do livramento ficar‡ tambŽm subordinada ˆ 
constata‹o de condi›es pessoais que faam presumir que o liberado n‹o voltar‡ a 
delinqŸir. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
O beneficiado pelo Livramento condicional Ž chamado de EGRESSO (art. 
26, II da LEP). 
3.2!Requisitos 
Os requisitos para a concess‹o do Livramento Condicional podem ser 
objetivos ou subjetivos. Vejamos. 
3.2.1!Requisitos objetivos 
Est‹o previstos no art. 83, I, II, IV e V do CP, e se relacionam ˆ pena em 
si e ˆ repara‹o do dano. 
(a)! Quantidade da pena 
A pena aplicada deve ter sido igual ou superior a dois anos. Se as penas 
corresponderem a infra›es diversas, devem ser somadas para que seja 
concedido o Livramento, nos termos do art. 84 do CP. 
(b)! Parcela da pena j‡ cumprida 
A pena j‡ deve ter sido razoavelmente cumprida. O montante da pena j‡ 
cumprida ir‡ variar conforme as condi›es do crime e do condenado. 
1) Condenado n‹o reincidente em crime doloso e que possua bons
antecedentes Ð Basta o cumprimento de 1/3 da pena (art. 83, I do CP). 
(Livramento Condicional simples). 
2) Condenado reincidente em crime doloso Ð ƒ necess‡rio o cumprimento
de mais da metade da pena (Livramento Condicional Qualificado), nos termos 
do art. 83, II do CP. 
E se o condenado n‹o for reincidente em crime doloso, mas tambŽm 
n‹o possuir bons antecedentes? O STJ entende que deve ser adotada a 
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 posi‹o mais favor‡vel ao rŽu, permitindo-se a concess‹o do Livramento 
Condicional Simples. 
E no caso de Crimes Hediondos? ƒ poss’vel? Sim, Ž poss’vel, mas o 
condenado n‹o pode ser reincidente em crime da mesma natureza e deve cumprir 
2/3 da pena (Livramento Condicional Espec’fico). Nos termos do art. 83, V do CP: 
Art. 83 - O juiz poder‡ conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa 
de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
V - cumpridos mais de dois teros da pena, nos casos de condena‹o por crime 
hediondo, pr‡tica de tortura, tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, tr‡fico de 
pessoas e terrorismo, se o apenado n‹o for reincidente espec’fico em crimes dessa 
natureza. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) 
Percebam que essa regra do inciso V do art. 83 n‹o vale apenas para os 
crimes hediondos, mas tambŽm para: 
⇒!Os equiparados a hediondos (pr‡tica de tortura e tr‡fico il’cito de
entorpecentes e drogas afins) 
⇒! Tr‡fico de pessoas
⇒! Terrorismo
Em rela‹o ao tr‡fico de pessoas e ao terrorismo, trata-se de 
previs‹o inclu’da pela Lei 13.344/06. Ou seja, aqueles que praticarem tais 
delitos se submetem ˆs mesmas regras previstas para quem cometeu crime 
hediondo ou equiparado no que tange ˆ concess‹o (ou n‹o) do livramento 
condicional. 
(c)! Repara‹o do dano 
Trata-se de requisito dispensado no caso de impossibilidade de repara‹o 
e no caso de a v’tima n‹o ser encontrada para ser indenizada, ou ainda, 
demonstrar desinteresse na repara‹o (art. 83, IV do CP). 
3.2.2!Requisitos subjetivos 
S‹o os requisitos relativos ˆ pessoa do condenado. S‹o eles: 
(d)! Bom comportamento durante a execu‹o da pena, aptid‹o para prover 
a subsistncia e bom desempenho no trabalho que lhe fora atribu’do 
Trata-se de requisito previsto no art. 83, III do CP. Exige-se, ainda, que o 
condenado tenha tido bom desempenho no trabalho que lhe foi atribu’do e que 
tenha aptid‹o para se sustentar quando em liberdade. Nos termos do CP: 
Art. 83 (...) 
III - comprovado comportamento satisfat—rio durante a execu‹o da pena, bom 
desempenho no trabalho que lhe foi atribu’do e aptid‹o para prover ˆ pr—pria 
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 subsistncia mediante trabalho honesto; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
Caso se trate de condenado por crime doloso cometido com violncia 
ou grave ameaa ˆ pessoa (roubo, por exemplo), Ž necess‡ria, ainda, uma 
an‡lise acerca da possibilidade de o condenado voltar a delinquir (suas condi›es 
pessoais). Nos termos do ¤ œnico do art. 83: 
Art. 83 (...) 
Par‡grafo œnico - Para o condenado por crime doloso, cometido com violncia ou grave 
ameaa ˆ pessoa, a concess‹o do livramento ficar‡ tambŽm subordinada ˆ 
constata‹o de condi›es pessoais que faam presumir que o liberado n‹o voltar‡ a 
delinqŸir. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Assim, podemos resumir os requisitos da seguinte forma: 
REQUISITOS PARA A CONCESSÌO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL 
OBJETIVOS SUBJETIVOS 
¥! Pena privativa de liberdade 
aplicada igual ou superior a 
dois anos. 
¥! Cumprimento de pelo menos 
1/3 da pena (simples) ou 
metade da pena 
(qualificado). 
¥! Repara‹o do dano, salvo 
impossibilidade de faz-lo. 
¥! Comportamento satisfat—rio 
durante a execu‹o da pena. 
¥! Bom desempenho no trabalho 
que lhe foi atribu’do. 
¥! Aptid‹o para prover ˆ pr—pria 
subsistncia mediante trabalho 
honesto. 
¥! No caso de crime doloso praticado 
com violncia e grave ameaa, 
an‡lise acerca da possibilidade 
de o condenado voltar a 
delinquir. 
3.3!Regras gerais relativas ao Livramento Condicional, revoga‹o 
e extin‹o do benef’cio 
As condi›es ˆs quais o EGRESSO estar‡ submetido ser‹o fixadas na 
sentena, nos termos do art. 85 do CP. 
O Livramento condicional, ˆ semelhana do sursis, tambŽm pode ser 
revogado obrigat—ria e facultativamente, a depender do caso. 
(i)! Revoga‹o obrigat—ria Ð Ocorre nos casos previstos no art. 86 
do CP: 
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa 
de liberdade, em sentena irrecorr’vel: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
I - por crime cometido durante a vigncia do benef’cio; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
7.209, de 11.7.1984) 
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 II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste C—digo. (Reda‹o dada 
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Percebam, portanto, que somente a condena‹o por CRIME autoriza a 
revoga‹o do benef’cio. A condena‹o por contraven‹o n‹o autoriza a 
revoga‹o. 
Vejam, ainda, que a condena‹o por crime praticado antes da vigncia do 
benef’cio n‹o autoriza a revoga‹o (somente se autoriza no caso de condena‹o 
por crime praticado durante o benef’cio). 
Mas o que significa o inciso II ent‹o? Esse inciso diz o seguinte: No 
caso de o egresso ser condenado por crime praticado antes da vigncia do 
Livramento, a revoga‹o s— ocorrer‡ se a pena da nova condena‹o, somada ˆ 
pena anterior, formar um montante que impedisse a concess‹o do benef’cio. 
EXEMPLO: Imaginem que Marcos Ž condenado a 06 anos por roubo. Cumpre 
dois anos (1/3) e recebe o livramento condicional. Passados 03 anos do 
Livramento condicional (faltando um ano), Ž condenado por crime cometido 
anteriormente ao benef’cio, recebendo pena de dois anos. Somadas as penas 
(06 + 02 = 08), ter’amos uma pena de oito anos. Nesse caso, como ele j‡ 
cumpriu 05 anos (02 cumpridos na cadeia e 03 cumpridos durante o Livramento 
condicional), n‹o h‡ impedimento ˆ manuten‹o do benef’cio, pois o condenado 
j‡ cumpriu cinco anos de uma pena de oito anos (logo, mais da metade). 
(ii)! Revoga‹ofacultativa Ð Ocorre nos casos previstos no art. 
87 do CP: 
Art. 87 - O juiz poder‡, tambŽm, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir 
qualquer das obriga›es constantes da sentena, ou for irrecorrivelmente condenado, 
por crime ou contraven‹o, a pena que n‹o seja privativa de liberdade.(Reda‹o dada 
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
No primeiro caso (descumprimento das obriga›es), n‹o h‡ muito que se 
falar. Quanto ao segundo caso (condena‹o irrecorr’vel por crime ou 
contraven‹o, sendo aplicada pena n‹o privativa de liberdade), algumas 
considera›es devem ser feitas. 
Aqui Ž irrelevante o momento em que foi praticada infra‹o penal, exigindo-
se, somente, que a pena n‹o seja privativa de liberdade. Se for, estaremos diante 
de causa de revoga‹o obrigat—ria. 
A revoga‹o, uma vez operada, impede nova concess‹o do benef’cio. AlŽm 
disso, caso a revoga‹o se d por outra causa que NÌO SEJA A CONDENA‚ÌO 
POR PRçTICA DE CRIME ANTERIOR AO BENEFêCIO, o tempo em que o 
condenado esteve solto n‹o se desconta na pena privativa de liberdade que 
voltar‡ a cumprir: 
Art. 88 - Revogado o livramento, n‹o poder‡ ser novamente concedido, e, salvo 
quando a revoga‹o resulta de condena‹o por outro crime anterior ˆquele benef’cio, 
n‹o se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. (Reda‹o dada 
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
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Isso se deve ao fato de que, no caso de condena‹o por crime 
ANTERIOR ao per’odo de Livramento, n‹o houve quebra da confiana 
depositada no EGRESSO (pois o crime foi praticado antes), de forma que o 
per’odo em que ele esteve solto ser‡ abatido da pena a ser cumprida em raz‹o 
da revoga‹o do benef’cio. 
Se atŽ o seu tŽrmino o Livramento Condicional n‹o for revogado, considera-
se extinta a pena privativa de liberdade e, por conseguinte, extinta a punibilidade. 
PorŽm, se o egresso estiver sendo processado por crime cometido 
durante a vigncia do Livramento Condicional, o Juiz n‹o poder‡ declarar 
extinta a pena enquanto n‹o houver sentena definitiva naquele 
processo (pois pode ser que ele venha a ser condenado, o que possibilita a 
revoga‹o do benef’cio). Nos termos do CP: 
Art. 89 - O juiz n‹o poder‡ declarar extinta a pena, enquanto n‹o passar em julgado 
a sentena em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigncia 
do livramento. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 90 - Se atŽ o seu tŽrmino o livramento n‹o Ž revogado, considera-se extinta a 
pena privativa de liberdade. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
⇒! E se o Juiz n‹o suspender o livramento condicional atŽ o tr‰nsito
em julgado do novo processo? Entende a jurisprudncia, notadamente 
o STJ, que se n‹o houve a suspens‹o do livramento condicional para
aguardar o tr‰nsito em julgado do processo pelo novo crime, uma vez 
alcanado o prazo final da pena atual, dever‡ ser declarada a extin‹o da 
punibilidade, sendo irrelevante eventual condena‹o pelo novo crime (se 
ocorrida ap—s o prazo de extin‹o da pena anterior).10 
4! MEDIDAS DE SEGURAN‚A 
As medidas de segurana n‹o s‹o penas. Essa Ž a primeira coisa que 
vocs devem saber. Possuem um car‡ter teraputico, pois visam tratar a saœde 
dos inimput‡veis e semi-imput‡veis dotados de periculosidade social (n‹o 
possuem car‡ter punitivo). 
A maioria da Doutrina entende, porŽm, que embora n‹o sejam 
modalidades de pena, s‹o espŽcies de san‹o penal.11 
As medidas de segurana s‹o aplic‡veis ˆqueles que, embora tendo 
cometido fato t’pico e il’cito, s‹o inimput‡veis ou semi-imput‡veis em raz‹o de 
problemas mentais. Assim, Ž poss’vel a aplica‹o de medida de segurana a 
agentes culp‡veis (semi-imput‡veis). 
As medidas de segurana s‹o de duas espŽcies, previstas no art. 96 do CP: 
Art. 96. As medidas de segurana s‹o: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
10 (HC 281.269/SP, Rel. Ministro MARCO AURƒLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 08/04/2014, DJe 
23/04/2014) 
11 Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 607 
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 I - Interna‹o em hospital de cust—dia e tratamento psiqui‡trico ou, ˆ falta, em outro 
estabelecimento adequado; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
II - sujei‹o a tratamento ambulatorial. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
Par‡grafo œnico - Extinta a punibilidade, n‹o se imp›e medida de segurana nem 
subsiste a que tenha sido imposta. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
A op‹o por uma ou por outra ir‡ variar de acordo com a espŽcie de pena 
privativa de liberdade prevista (reclus‹o ou deten‹o). Sendo pena de 
reclus‹o, o Juiz deve determinar a interna‹o do indiv’duo12. Em se 
tratando de pena de deten‹o, o Juiz pode escolher entre a interna‹o e 
o tratamento ambulatorial. Nos termos do art. 97 do CP:
Art. 97 - Se o agente for inimput‡vel, o juiz determinar‡ sua interna‹o (art. 26). Se, 
todavia, o fato previsto como crime for pun’vel com deten‹o, poder‡ o juiz submet-
lo a tratamento ambulatorial. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
O STJ, no entanto, possui algumas decis›es no sentido de que a 
modalidade de medida de segurana deve ser aplicada de acordo com as 
necessidades mŽdicas do agente, e n‹o com base no tipo de pena prevista. 
Depois de fixada a medida de segurana, a sentena deve fixar um prazo 
m’nimo, findo o qual dever‡ haver um exame para saber se cessou a 
periculosidade do agente. Nos termos do art. 97, ¤ 1¡ do CP: 
¤ 1¼ - A interna‹o, ou tratamento ambulatorial, ser‡ por tempo indeterminado, 
perdurando enquanto n‹o for averiguada, mediante per’cia mŽdica, a cessa‹o de 
periculosidade. O prazo m’nimo dever‡ ser de 1 (um) a 3 (trs) anos. (Reda‹o 
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Assim, a medida de segurana durar‡ por tempo indeterminado, mas ao 
final do per’odo m’nimo fixado dever‡ haver o exame para an‡lise da necessidade 
ou n‹o de manuten‹o da medida. Ap—s esse per’odo, o exame ser‡ repetido 
anualmente, ou no prazo fixado pelo Juiz: 
¤ 2¼ - A per’cia mŽdica realizar-se-‡ ao termo do prazo m’nimo fixado e dever‡ ser 
repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execu‹o. 
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Embora o CP n‹o estabelea um prazo m‡ximo para as medidas de 
segurana, o STF e o STJ n‹o aceitam isso. O STF entende que a medida 
de segurana n‹o pode ultrapassar 30 anos13, que Ž o prazo m‡ximo de 
uma pena privativa de liberdade, enquanto o STJ entende que o prazo 
m‡ximo da medida de segurana Ž o prazo m‡ximo de pena estabelecido 
12 Nos termos do art. 9¼ da Lei 10.216/01: 
Art. 9o A interna‹o compuls—ria Ž determinada, de acordo com a legisla‹o vigente, pelo juiz competente, 
que levar‡ em conta as condi›es de segurana do estabelecimento, quanto ˆ salvaguarda do paciente, dos 
demais internados e funcion‡rios. 
13 HC 97621 
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 (em abstrato) para o crime cometido. Este œltimo entendimento, inclusive, 
foi sumulado: 
Sœmula 527 do STJ: ÒO tempo de dura‹o da medida de segurana n‹o deve 
ultrapassar o limite m‡ximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.Ó 
Nada impede que, fixada uma modalidade de medida de segurana, 
ocorrendo fatos justific‡veis, seja alterada para a outramodalidade. Nos termos 
dos ¤¤ 3¡ e 4¡ do CP: 
¤ 3¼ - A desinterna‹o, ou a libera‹o, ser‡ sempre condicional devendo ser 
restabelecida a situa‹o anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica 
fato indicativo de persistncia de sua periculosidade. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, 
de 11.7.1984) 
¤ 4¼ - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poder‡ o juiz determinar a 
interna‹o do agente, se essa providncia for necess‡ria para fins curativos. (Reda‹o 
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
No caso de estarmos diante de um semi-imput‡vel, diferentemente do que 
ocorre com os inimput‡veis, sua sentena ser‡ condenat—ria, e n‹o uma sentena 
absolut—ria impr—pria. 
No que tange ˆ medida de segurana, nesses casos, ela s— ser‡ aplicada se 
o condenado necessitar de tratamento curativo, hip—tese na qual ser‡
SUBSTITUêDA a pena privativa de liberdade pela medida de segurana (atual 
sistema vicariante), n‹o podendo ser cumuladas (antigo sistema do duplo 
bin‡rio).14 
O CP estabelece, por fim, que Ž um direito do internado ser recolhido 
a um estabelecimento que n‹o possua caracter’sticas de pris‹o, mas de 
hospital15. Nos termos do art. 99: 
14 Art. 98 - Na hip—tese do par‡grafo œnico do art. 26 deste C—digo e necessitando o condenado de especial 
tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substitu’da pela interna‹o, ou tratamento 
ambulatorial, pelo prazo m’nimo de 1 (um) a 3 (trs) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos ¤¤ 
1¼ a 4¼. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
15 Ainda sobre os direitos do internado, importante ressaltar o que disp›em os arts. 1¼ e 2¼ da Lei 
10.216/01: 
Art. 1o Os direitos e a prote‹o das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, s‹o 
assegurados sem qualquer forma de discrimina‹o quanto ˆ raa, cor, sexo, orienta‹o sexual, religi‹o, 
op‹o pol’tica, nacionalidade, idade, fam’lia, recursos econ™micos e ao grau de gravidade ou tempo de 
evolu‹o de seu transtorno, ou qualquer outra. 
Art. 2o Nos atendimentos em saœde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou 
respons‡veis ser‹o formalmente cientificados dos direitos enumerados no par‡grafo œnico deste artigo. 
Par‡grafo œnico. S‹o direitos da pessoa portadora de transtorno mental: 
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saœde, consent‰neo ˆs suas necessidades; 
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saœde, visando alcanar 
sua recupera‹o pela inser‹o na fam’lia, no trabalho e na comunidade; 
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e explora‹o; 
IV - ter garantia de sigilo nas informa›es prestadas; 
V - ter direito ˆ presena mŽdica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou n‹o de sua 
hospitaliza‹o involunt‡ria; 
VI - ter livre acesso aos meios de comunica‹o dispon’veis; 
VII - receber o maior nœmero de informa›es a respeito de sua doena e de seu tratamento; 
VIII - ser tratada em ambiente teraputico pelos meios menos invasivos poss’veis; 
IX - ser tratada, preferencialmente, em servios comunit‡rios de saœde mental. 
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 Art. 99 - O internado ser‡ recolhido a estabelecimento dotado de caracter’sticas 
hospitalares e ser‡ submetido a tratamento. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
Deve, ainda, ser necessariamente submetido a tratamento mŽdico, e n‹o 
simplesmente ser jogado no estabelecimento (como acontece com alguma 
frequncia).16 
5! EFEITOS DA CONDENA‚ÌO 
5.1!Natureza e espŽcies 
A sentena penal condenat—ria possui efeitos penais e extrapenais. 
Os efeitos penais s‹o aqueles que produzem efeitos na esfera penal (—bvio, 
n‹o?). Os efeitos penais podem ser prim‡rios ou secund‡rios. 
O efeito penal prim‡rio Ž a PENA, ou seja, a imposi‹o de pena 
criminal, eis que este Ž o objetivo b‡sico e principal da condena‹o. 
Os efeitos penais podem ser, ainda, secund‡rios. S‹o efeitos penais 
secund‡rios aqueles que, embora produzam efeitos na esfera jur’dico-PENAL do 
indiv’duo condenado, esses efeitos refletem em OUTRA RELA‚ÌO 
JURêDICO-PENAL. 
EXEMPLO: Reincidncia. A sentena penal condenat—ria possui como efeito 
penal SECUNDçRIO, gerar reincidncia (e todas as suas consequncias) caso 
o condenado seja novamente condenado dentro de um prazo previsto em lei.
Trata-se de um efeito que, sem dœvida, atinge a esfera penal do indiv’duo, mas 
NÌO NO PROCESSO EM QUE FOI PROFERIDA A SENTEN‚A, mas em outro 
processo. 
Outro efeito penal secund‡rio Ž a inscri‹o do nome do rŽu no rol dos 
culpados (ap—s o tr‰nsito em julgado, sempre). 
Os efeitos extrapenais, por sua vez, s‹o assim chamados por afetarem 
diversas outras ‡reas do Direito (civil, administrativo, etc.). Por sua vez, dividem-
se em genŽricos e espec’ficos. 
16 Nesse sentido, a previs‹o do art. 4¼ da Lei 10.216/01: 
Art. 4o A interna‹o, em qualquer de suas modalidades, s— ser‡ indicada quando os recursos extra-
hospitalares se mostrarem insuficientes. 
¤ 1o O tratamento visar‡, como finalidade permanente, a reinser‹o social do paciente em seu meio. 
¤ 2o O tratamento em regime de interna‹o ser‡ estruturado de forma a oferecer assistncia integral ˆ 
pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo servios mŽdicos, de assistncia social, psicol—gicos, 
ocupacionais, de lazer, e outros. 
¤ 3o ƒ vedada a interna‹o de pacientes portadores de transtornos mentais em institui›es com 
caracter’sticas asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no ¤ 2o e que n‹o assegurem 
aos pacientes os direitos enumerados no par‡grafo œnico do art. 2o. 
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 Os efeitos genŽricos s‹o aqueles que incidem sobre toda e qualquer 
condena‹o, estando previstos no art. 91 do CP, sendo apenas dois: Obriga‹o 
de reparar o dano e confisco: 
Art. 91 - S‹o efeitos da condena‹o: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
I - tornar certa a obriga‹o de indenizar o dano causado pelo crime; (Reda‹o dada 
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
II - a perda em favor da Uni‹o, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
fŽ: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, aliena‹o,
uso, porte ou deten‹o constitua fato il’cito; 
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido
pelo agente com a pr‡tica do fato criminoso. 
¤ 1¼ Poder‡ ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou 
proveito do crime quando estes n‹o forem encontrados ou quando se localizarem no 
exterior. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.694, de 2012) 
¤ 2¼ Na hip—tese do ¤ 1o, as medidas assecurat—rias previstas na legisla‹o 
processual poder‹o abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado 
para posterior decreta‹o de perda. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.694, de 2012) 
Os efeitos genŽricos s‹o autom‡ticos, ou seja, independem de ser 
expressamente declarados pelo Juiz na sentena. 
EXEMPLO: Se o Juiz condena alguŽm por roubo, o dever de reparar o dano 
causado ocorrer‡ independentemente de constar na sentena esse efeito, pois 
Ž decorrncia natural e autom‡tica da sentena. 
J‡ os efeitos espec’ficos s‹o aqueles que recaem apenas sobre 
condena›es relativas a determinados crimes, e n‹o a todos os crimes em 
geral. Est‹o previstos no art. 92 do CP, sendo: 
Art. 92 - S‹o tambŽm efeitos da condena‹o:(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
I - a perda decargo, fun‹o pœblica ou mandato eletivo: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
9.268, de 1¼.4.1996) 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano,
nos crimes praticados com abuso de poder ou viola‹o de dever para com a 
Administra‹o Pœblica; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.268, de 1¼.4.1996) 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro)
anos nos demais casos. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.268, de 1¼.4.1996) 
II - a incapacidade para o exerc’cio do p‡trio poder, tutela ou curatela, nos crimes 
dolosos, sujeitos ˆ pena de reclus‹o, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; 
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
III - a inabilita‹o para dirigir ve’culo, quando utilizado como meio para a pr‡tica de 
crime doloso. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Tais efeitos, por sua vez, NÌO SÌO AUTOMçTICOS, devendo constar na 
sentena condenat—ria, sob pena de n‹o ocorrerem. Isto est‡ previsto no ¤ œnico 
do art. 92 do CP: 
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 Par‡grafo œnico - Os efeitos de que trata este artigo n‹o s‹o autom‡ticos, devendo 
ser motivadamente declarados na sentena. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
Assim, resumidamente: 
EFEITOS DA CONDENA‚ÌO 
GERAIS ESPECêFICOS 
¥! Obriga‹o de 
reparar o dano 
¥! Perda em favor da 
Uni‹o dos 
instrumentos do 
crime (se seu porte 
for il’cito) e dos 
produtos ou 
proveitos do crime. 
¥! S‹o AUTOMçTICOS 
¥! Perda de cargo, fun‹o pœblica ou 
mandato eletivo (a) nos crimes praticados 
com abuso de poder ou viola‹o de dever para 
com a Administra‹o Pœblica Ð pena igual ou 
superior a 01 ano; b) Nos demais casos Ð 
pena superior a 04 anos. 
¥! Incapacidade para o exerc’cio do p‡trio 
poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, 
sujeitos ˆ pena de reclus‹o, cometidos contra 
filho, tutelado ou curatelado. 
¥! Inabilita‹o para dirigir ve’culo, quando 
utilizado como meio para a pr‡tica de crime 
doloso. 
¥! N‹o s‹o autom‡ticos. 
5.2!Efeitos genŽricos 
5.2.1!Obriga‹o de reparar o dano 
Embora as esferas c’vel e criminal sejam independentes, a sentena 
criminal condenat—ria possui o cond‹o de fazer coisa julgada na seara 
c’vel, tornando certa e indiscut’vel (naquela esfera) o dever de reparar o 
dano. PorŽm, o valor poder‡ ser discutido na esfera c’vel. 
A ocorrncia de abolitio criminis ou anistia, embora seja fato que gere a 
rescis‹o da sentena condenat—ria, extinguindo-se a punibilidade, NÌO ALTERA 
OS REFLEXOS CIVIS DA CONDENA‚ÌO. Nos termos do art. 2¡ do CP: 
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execu‹o e os efeitos penais da sentena 
condenat—ria. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
Essa obriga‹o de reparar o dano pode, inclusive, ser cobrada dos 
herdeiros do falecido17, atŽ o limite do patrim™nio a eles transferido, por fora 
do art. 5¡, XLV da Constitui‹o. 
17 N‹o confundir com a MULTA, que Ž PENA, e n‹o pode ser cobrada dos herdeiros, nem mesmo se o falecido 
tiver deixado patrim™nio. Com a morte do condenado, extingue-se a punibilidade da PENA de MULTA. 
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5.2.2!Confisco 
O confisco Ž a perda de bens de natureza il’cita em favor da Uni‹o. O 
confisco recai apenas sobre os instrumentos e sobre o produto do crime. 
O instrumento do crime (instrumenta sceleris) Ž aquilo de que se valeu o 
agente para praticar o delito. S— poder‹o ser confiscados se se tratarem de coisas 
cuja, fabrica‹o, aliena‹o, uso, porte ou deten‹o constitua fato il’cito. Assim, 
um carro utilizado para a pr‡tica de um homic’dio doloso por atropelamento n‹o 
pode ser confiscado, por ao ser objeto de natureza il’cita. Entretanto, uma arma 
de fogo sem registro, com a numera‹o raspada e cujo possuidor n‹o possua 
autoriza‹o para tal, dever‡ ser objeto de confisco. 
O produto do crime (producta sceleris) Ž a vantagem direta auferida 
pelo infrator em decorrncia da pr‡tica do crime. 
O proveito do crime, por sua vez, Ž a vantagem indireta obtida pelo 
agente atravŽs da especifica‹o do produto do crime (transforma‹o do 
ouro roubado em joia), da aliena‹o do produto do crime (dinheiro decorrente da 
venda do produto do crime) ou preo do crime (crime encomendado, por 
exemplo). 
O confisco do produto ou do proveito do crime em prol da Uni‹o possui 
natureza subsidi‡ria, pois, em regra, o produto ou proveito crime ser‡ restitu’do 
ˆ v’tima, sendo efetuado em prol da Uni‹o apenas no caso de ser desconhecida 
a v’tima ou n‹o ser reclamado seu valor. 
5.3!Efeitos espec’ficos 
5.3.1!Perda do cargo, fun‹o pœblica ou mandato eletivo 
Est‡ previsto no art. 92, I do CP: 
Art. 92 - S‹o tambŽm efeitos da condena‹o:(Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
I - a perda de cargo, fun‹o pœblica ou mandato eletivo: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
9.268, de 1¼.4.1996) 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano,
nos crimes praticados com abuso de poder ou viola‹o de dever para com a 
Administra‹o Pœblica; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.268, de 1¼.4.1996) 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro)
anos nos demais casos. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.268, de 1¼.4.1996) 
Como j‡ disse a vocs, estes n‹o s‹o efeitos autom‡ticos, devendo estar 
expressos na sentena. 
EXEMPLO: se um funcion‡rio pœblico Ž condenado ˆ pena privativa de liberdade 
de 03 anos, pelo crime de peculato, a perda do cargo pœblico n‹o decorre 
automaticamente da sentena condenat—ria, devendo o Juiz se manifestar 
expressamente neste sentido. 
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Na primeira hip—tese (al’nea a), o agente comete o crime contra a 
administra‹o pœblica, valendo-se da sua condi‹o de funcion‡rio pœblico (crime 
funcional). Nesse caso, a perda de cargo, fun‹o pœblica ou mandato eletivo 
ocorrer‡ se for aplicada pena privativa de liberdade igual ou superior a um ano. 
Na segunda hip—tese, trata-se de perda de cargo, fun‹o pœblica ou 
mandato eletivo em raz‹o da pr‡tica de qualquer crime, desde que a pena 
privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos. 
CUIDADO! A pena deve ser superior a quatro anos, e n‹o DE QUATRO ANOS. 
5.3.2!Incapacidade para exerc’cio do p‡trio poder, tutela ou curatela 
Trata-se de mais um efeito espec’fico da condena‹o, pois s— poder‡ 
ocorrer na hip—tese de pr‡tica de crime doloso sujeito ˆ pena de reclus‹o, 
praticado contra filho, tutelado ou curatelado. 
Assim, alŽm da necessidade de expressa previs‹o na sentena 
condenat—ria, outros trs s‹o os requisitos para a ocorrncia desse efeito: 
! O crime deve ser doloso 
! Deve ser apenado com reclus‹o 
! Deve ter sido praticado contra filho, tutelado ou curatelado 
A sua aplica‹o, obviamente, n‹o Ž obrigat—ria, pois, como vimos, trata-se 
de um efeito n‹o-autom‡tico da condena‹o, devendo estar expressamente 
consignada na sentena a ocorrncia deste efeito. 
A perda do p‡trio poder, tutela ou curatela se d‡ de duas formas 
diferentes18: 
! Em rela‹o ˆ v’tima do delito Ð Em car‡ter permanente (nunca 
mais o infrator poder‡ ter o p‡trio poder em rela‹o ˆquela pessoa). 
! Em rela‹o a outros filhos, tutelados ou curatelados Ð Em 
car‡ter provis—rio. Ocorrendo

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