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#LEGIS
FIGUEIREDO, Rafael; SANTOS, Rodrigo. Código Penal. Tomo I - Parte 
geral. Fortaleza: Ouse Saber, 2020. (Legis. V. 17)
Código Penal. Legislação Penal. Parte geral.
ISBN:– 978-65-86950-05-2.
CÓDIGO PENAL
tomo i
Parte geral
Rafael Figueiredo
Aprovado na Defensoria Pública de Rondônia e do Distrito Federal.
Especialista em Processo Penal. Graduado pela UFGD. Advogado.
Rodrigo Santos
Defensor Público do Estado do Ceará (2º lugar). 
Ex-Defensor Público do Estado de São Paulo. 
Aprovado também no concurso da DP-DF, Analista MPU e Analista do TRF5.
#LEGIS
Proposta do Legis
A Coleção Legis tem como objetivo primordial preparar candidatos para os principais concur-
sos públicos do país.
Pela experiência adquirida ao longo dos anos estudando e lecionando para concursos públicos, 
bem como conversando com centenas e centenas de alunos aprovados, a conclusão a que cheguei é que, 
cada dia mais, torna-se indispensável para a aprovação em concursos, principalmente, na prova objetiva, 
o conhecimento adequado da legislação.
Estudar a lei em sua literalidade, todavia, é algo árido e, normalmente, pouco estimulante. Para 
vencer essa dificuldade, o Ouse Saber idealizou o Legis, a sua melhor maneira de estudar a legislação. No 
Legis, a estrela é a “letra da lei”, mas um super time de Professores, com larga experiência na preparação 
para concursos, destaca os pontos mais importantes da legislação, além de fazer comentários rápidos e ob-
jetivos, apontar jurisprudência relevante sobre os temas e garantir questões para treinamento do conteú-
do estudado. Tudo isso em um material de leitura agradável, com espaços para anotações e organização do 
estudo da lei em formato de plano dividido por dias.
É realmente tudo que você precisa para aprender a legislação da forma mais rápida e agra-
dável possível.
Bons estudos e Ouse Saber!
Filippe Augusto
Defensor Público Federal
Mestre e Doutor em Direito
Coordenador do Legis
1
#LEGIS
Sumário
Plano de Leitura da Lei:
Dia 01........................................................................... Dos Arts. 1º ao 22.
Dia 02........................................................................... Dos Arts. 23 ao 42.
Dia 03........................................................................... Dos Arts. 43 ao 60.
Dia 04........................................................................... Dos Arts. 61 ao 76.
Dia 05........................................................................... Dos Arts. 77 ao 95.
Dia 06......................................................................... Dos Arts. 96 ao 120.
#LEGIS
1
DIA 1
Disciplina: Direito Penal
Responsável: Prof. Rafael Figueiredo.
Dia 01: Do Art. 1º ao 22.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
PARTE GERAL
TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Anterioridade da Lei
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que 
o defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal.
Comentários: O art. 1º prevê o princípio da an-
terioridade na primeira parte e da legalidade na 
segunda parte. A Constituição Federal tem previ-
são muito parecida no art. 5º, XXXIX: “não há cri-
me sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal”. Considerado, portanto, 
direito fundamental e, consequentemente, cláu-
sula pétrea (art. 60, §4º, IV, da CF).
Lei penal no tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato 
que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos 
penais da sentença condenatória.
Comentários: Prevê o princípio da irretroativi-
dade da lei penal, quando prejudicial ao réu. 
Súmula 471 do STJ: Os condenados por crimes 
hediondos ou assemelhados cometidos antes 
da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao 
disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de 
Execução Penal) para a progressão de regime pri-
sional.
Súmula 501 do STJ: É cabível a aplicação retroa-
tiva da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado 
da incidência das suas disposições, na íntegra, 
seja mais favorável ao réu do que o advindo da 
aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a 
combinação de leis.
Parágrafo único. A lei posterior, que de 
QUALQUER modo favorecer o agente, aplica-se 
aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado.
Comentários: O parágrafo único prevê o prin-
cípio da retroatividade benéfica da lei penal. 
Note que não há limitação de tempo, ou seja, 
aplica-se mesmo que tenha ocorrido o trânsito 
em julgado.
Lei excepcional ou temporária
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, em-
bora decorrido o período de sua duração ou cessa-
das as circunstâncias que a determinaram, aplica-
-se ao fato praticado durante sua vigência.
Comentários: Lei temporária é aquela que vige 
durante determinado período de tempo. Já as 
excepcionais são aquelas cuja vigência permeia 
a situação excepcional. É circunstancial. Esse 
artigo é considerado exceção à regra geral da lei 
penal no tempo. Ambas tem ultratividade, já que 
são aplicáveis mesmo após sua vigência. Evita, 
assim, que sejam letra morta, pois mesmo após 
os fatos as leis excepcionais e temporárias conti-
nuam a produzir efeitos, ainda que negativos, em 
face de quem a infringiu.
Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave apli-
ca-se ao crime continuado ou ao crime perma-
nente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência.
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no 
momento da ação ou omissão, ainda que outro 
seja o momento do resultado.
Comentários: Muito comum que as questões 
de prova levem em consideração a menoridade 
relativa da pessoa, que é aferida no momento 
da ação/omissão, para que incida a atenuante 
do art. 65, I, do CP e a redução, pela metade, da 
prescrição (art. 115 do CP).
#LEGIS
2 3
Mnemônico: LU-TA – Lugar do crime – teoria da 
Ubiquidade. Tempo do crime – teoria da Ativida-
de
Anotações sobre os artigos anteriores:
Territorialidade
Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem pre-
juízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território 
nacional. 
Comentários: O Brasil adotou a regra da territo-
rialidade. É uma regra temperada, e não absolu-
ta, já que permite a aplicação, juntamente às leis 
brasileiras, de tratados e convenções. 
Territorialidade é a aplicação da lei brasileira aos 
crimes praticados no Brasil. Extraterritorialidade 
é a aplicação da lei brasileira a crimes praticados 
no exterior.
§1º Para os efeitos penais, consideram-se 
como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, 
bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, 
no espaço aéreo correspondente ou em al-
to-mar.
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos 
crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade 
privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em vôo no espaço 
aéreo correspondente, e estas em porto ou 
mar territorial do Brasil.
Comentários: O §1º traz as hipóteses de exten-
são do território brasileiro, ou seja, áreas que em-
bora não estejam dentro do Brasil, ainda assim, 
são, para efeitos penais, como se estivessem no 
Brasil. 
O dispositivo traz uma diferença:
- Sendo embarcação/aeronave pública 
ou a serviço do governo brasileiro: 
o território é sempre brasileiro.
- Sendo embarcação/aeronave privada: 
somente representarão extensão do território 
brasileiro se estiverem em território de 
ninguém ou no próprio território brasileiro.
Vejam que o artigo evita que a prática de crime se 
dê em terra nullius.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Lugar do crime 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime 
no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado.
#LEGIS
3
Mnemônico: LU-TA – Lugar do crime – teoria daUbiquidade. Tempo do crime – teoria da Ativi-
dade
Jurisprudência: “1. Conforme entendimento 
consolidado no âmbito da Terceira Seção, o deli-
to de estelionato é consumado no local em que 
se verifica o prejuízo à vítima. Precedentes. 2. 
Ainda que o delito de estelionato seja praticado 
mediante adulteração de cheque, a competên-
cia para o processo e julgamento dos fatos deve 
ser declarada em favor do juízo do local em que 
a vítima mantém a conta bancária. Precedente. 
3. Agravo regimental desprovido, confirman-
do-se a competência do Juízo de Direito da 1ª 
Vara Cível e Criminal de Mafra/SC.” [STJ - AgRg 
no CC 146.524/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 22/03/2017, DJe 
30/03/2017].
Extraterritorialidade 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, 
embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presi-
dente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da 
União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pú-
blica, sociedade de economia mista, au-
tarquia ou fundação instituída pelo Poder 
Público; 
c) contra a administração pública, por 
quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for bra-
sileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil 
se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarca-
ções brasileiras, mercantes ou de proprie-
dade privada, quando em território es-
trangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é pu-
nido segundo a lei brasileira, ainda que ab-
solvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da 
lei brasileira depende do concurso das se-
guintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em 
que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pe-
los quais a lei brasileira autoriza a extradi-
ção; 
d) não ter sido o agente absolvido no 
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no 
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao 
crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condições previstas no parágrafo ante-
rior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradi-
ção; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Comentários: O artigo trata da extraterritoria-
lidade, que é exceção à territorialidade. Ou seja, 
da aplicação da lei brasileira a crimes cometidos 
no estrangeiro. O inciso I prevê a extraterrito-
rialidade incondicionada, pois serão punidos 
no Brasil independe de qualquer outro requisito 
(§1º). Já o inciso II prevê a extraterritorialida-
de condicionada, devendo, também, estar pre-
sentes os requisitos do §2º. Um bom exemplo é 
o caso Neymar. Como o crime teria ocorrido, em 
tese, em outro país, a justiça brasileira estaria au-
torizada a puni-lo reunidas certas condições.
Aprofundando: O referido artigo prevê alguns 
princípios que já foram cobrados em prova.
a) Princípio do Domicílio: Sujeito é julgado pe-
las leis do país em que é domiciliado, indepen-
dentemente da nacionalidade (art. 7º, I, “d”, do 
CP);
#LEGIS
4 5
b) Princípio da Defesa Real ou da Proteção: 
fundamenta a aplicação da lei brasileira por vio-
lação a bens jurídicos nacionais (art. 7º, I, “a”, “b” 
e “c”, do CP);
c) Princípio da Jurisdição Universal, Justiça 
Cosmopolita, Justiça Universal, Competência 
Universal, Jurisdição Mundial ou Universali-
dade do Direito de Punir: tem razão numa soli-
dariedade mundial no combate a determinados 
crimes (art. 7º, II, “a”, do CP);
d) Princípio da Bandeira, do Pavilhão, Subsi-
diário, da Representação ou da Substituição: 
fundamenta a punição de crimes ocorridos em 
território estrangeiro, em embarcações brasilei-
ras privadas, que não tenham sido punidos (art. 
7º, II, “c”, do CP).
Anotações sobre os artigos anteriores:
Pena cumprida no estrangeiro 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro 
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo 
crime, quando diversas, ou nela é computada, 
quando idênticas.
Comentários: O referido artigo prevê a detração 
penal. Deve ser lido em conjunto com o artigo 42 
do CP, que diz “computam-se, na pena privativa 
de liberdade e na medida de segurança, o tempo 
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, 
o de prisão administrativa e o de internação em 
qualquer dos estabelecimentos referidos no arti-
go anterior.”
Eficácia de sentença estrangeira
 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a 
aplicação da lei brasileira produz na espécie as 
mesmas conseqüências, pode ser homologada 
no Brasil para: 
 
I - obrigar o condenado à reparação do 
dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de 
pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de 
tratado de extradição com o país de cuja 
autoridade judiciária emanou a sentença, 
ou, na falta de tratado, de requisição do 
Ministro da Justiça.
Contagem de prazo 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no côm-
puto do prazo. Contam-se os dias, os meses e os 
anos pelo calendário comum. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Trata-se de prazo penal/material 
(que é diferente de prazo processual penal). Des-
se modo, não se pode prejudicar o réu desconsi-
derando o dia de início. Imaginem que X é preso 
no dia 10.03. Esse dia deve ser computado como 
pena cumprida.
Frações não computáveis da pena (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privati-
vas de liberdade e nas restritivas de direitos, as 
frações de dia, e, na pena de multa, as frações 
de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Esse artigo deve ser lido em com-
plemento ao artigo anterior. Assim, naquele 
exemplo, se X foi preso às 22 horas do dia 10.03, 
deve ser computado o dia 10.03 como dia inte-
gral de pena cumprida.
#LEGIS
5
Legislação especial 
(Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 12 - As regras gerais deste Código apli-
cam-se aos fatos incriminados por lei especial, 
se esta não dispuser de modo diverso. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O Código Penal se torna norma 
geral, irradiando efeitos, até mesmo, em relação 
às normas especiais, caso não tenham disposto 
de modo diverso. O Decreto-Lei 3.688/41 (Lei de 
Contravenções Penais), a título de exemplo, re-
mete para o Código Penal (Art. 1º Aplicam-se as 
contravenções às regras gerais do Código Penal, 
sempre que a presente lei não disponha de modo 
diverso). São as chamadas normas de reenvio.
Súmula 171 do STJ: Cominadas cumulativamen-
te, em lei especial, penas privativa de liberdade e 
pecuniária, é defeso a substituição da prisão por 
multa.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Para Fixação: 
1. DP-DF (CESPE - 2019) Considerando o Código 
Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com re-
lação à aplicação da lei penal, à teoria de delito 
e ao tratamento conferido ao erro. Em razão da 
teoria da ubiquidade, considera-se praticado o 
crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis-
são, no todo ou em parte, bem como onde se pro-
duziu ou deveria ter sido produzido o resultado.
2. PGE-PE (CESPE – 2019) Com relação ao tempo 
e ao lugar do crime e à aplicação da lei penal no 
tempo, julgue o item seguinte. A superveniência 
de lei penal mais gravosa que a anterior não im-
pede que a nova lei se aplique aos crimes conti-
nuados ou ao crime permanente, caso o início da 
vigência da referida lei seja anterior à cessação 
da continuidade ou da permanência.
3. PGE-PE (CESPE – 2019) Com relação ao tem-
po e ao lugar do crime e à aplicação da lei penal 
no tempo, julgue o item seguinte. O CódigoPe-
nal adota a teoria da atividade, segundo a qual o 
delito deverá ser considerado praticado no mo-
mento da ação ou da omissão e o local do crime 
deverá ser aquele onde tenha ocorrido a ação ou 
a omissão.
4. PRF (CESPE – 2019) O art. 1.º do Código Pe-
nal brasileiro dispõe que “não há crime sem lei 
anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal”. Considerando esse dispositivo 
legal, bem como os princípios e as repercussões 
jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se 
segue. O presidente da República, em caso de ex-
trema relevância e urgência, pode editar medida 
provisória para agravar a pena de determinado 
crime, desde que a aplicação da pena agravada 
ocorra somente após a aprovação da medida 
pelo Congresso Nacional.
Gabarito: 1-C, 2-C, 3-E, 4-E.
#LEGIS
6 7
Anotações sobre as questões anteriores:
TÍTULO II
DO CRIME
Relação de causalidade 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a exis-
tência do crime, somente é imputável a quem lhe 
deu causa. Considera-se causa a ação ou omis-
são sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: A segunda parte do caput do art. 
13 do CP prevê o princípio da conditio sine qua 
non, também chamada de teoria da equivalên-
cia dos antecedentes.
Aprofundamento: A teoria da equivalência dos 
antecedentes é abrandada pelo elemento subje-
tivo do injusto, ou seja, dolo ou culpa, na medida 
em que, do contrário, haveria o regresso ao in-
finito.
Superveniência de causa independente 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de causa relativa-
mente independente exclui a imputação 
quando, por si só, produziu o resultado; os 
fatos anteriores, entretanto, imputam-se 
a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Dito isso, gostaria de sugerir uma 
tabela que tenta mesclar as teorias da conduta, 
da culpabilidade e o sistema penal. Fiz questão 
de unir esses três temas, para torna-lo mais didá-
tico numa análise global. Tentem compreender 
bem, pois isso é recorrente em provas.
SISTEMA PENAL CLÁSSICO
Teoria 
Causalista/Mecanicis-
ta/Naturalística/Causal
Conduta é um movi-
mento corporal volun-
tário que produz um re-
sultado.
Culpabilidade
Adota a teoria psicoló-
gica, pois nela se insere 
o dolo e a culpa. Portan-
to, a culpabilidade é o 
vínculo psicológico que 
une o autor ao resultado 
produzido por sua ação.
Dolo É normativo.
Obs: quem é clássico, precisa ser tripartido, pois 
dolo e culpa estão na culpabilidade.
SISTEMA PENAL NEOCLÁSSICO/NEOKANTISTA
Teoria 
Causalista/Mecanicis-
ta/Naturalística/Causal
Conduta é um movi-
mento corporal volun-
tário que produz um re-
sultado.
Culpabilidade
Adota a teoria psicoló-
gico-normativa, pois, 
além do dolo e culpa, 
tem nela a exigibilidade 
de conduta diversa, que 
é um elemento normati-
vo.
Dolo É normativo e abarca a consciência de ilicitude.
Obs: É normativo e abarca a consciência de ilici-
tude.
#LEGIS
7
SISTEMA PENAL FINALISTA
Teoria Finalista
Conduta é um movi-
mento corporal voluntá-
rio psiquicamente dire-
cionado a um resultado.
Culpabilidade
Adota a teoria normati-
va pura, pois, mantém a 
exigibilidade de conduta 
diversa e perde o dolo/
culpa que são transpor-
tados para a conduta. 
Por outro lado, a cons-
ciência de ilicitude pre-
sente na culpabilida-
de torna-se potencial 
consciência de ilicitude.
Dolo
É natural porque inde-
pende da consciência 
de ilicitude.
Comentários: Alguns dizem que esse parágrafo 
traz a teoria da causalidade adequada, segundo 
a qual o resultado somente pode ser imputado a 
quem pratica conduta eficaz de produzi-lo. Luiz 
Flávio Gomes, por sua vez, diz que esse parágrafo 
traz hipótese de teoria da imputação objetiva.
Relevância da omissão 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante 
quando o omitente devia e podia agir para 
evitar o resultado. O dever de agir incum-
be a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabi-
lidade de impedir o resultado; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, 
criou o risco da ocorrência do resultado. 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O dispositivo traz os chamados 
garantes. São pessoas que, ao contrário das de-
mais, têm obrigação de não se omitir, sob pena 
de responder pelo crime (crimes omissivos im-
próprios ou comissivo por omissão).
- Exemplos da alínea “a”: genitores;
- Exemplos da alínea “b” (há uma relação contra-
tual): médicos.
- Exemplo da alínea “c”: sujeito que arremessa 
pessoa que não sabe nadar na piscina.
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Consumado, quando nele se reúnem 
todos os elementos de sua definição legal; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Tentado, quando, iniciada a execução, 
não se consuma por circunstâncias alheias 
à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em con-
trário, pune-se a tentativa com a pena corres-
pondente ao crime consumado, diminuída de 
um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Devemos ler tal dispositivo lem-
brando do iter criminis, que é composto pela 
(fase interna) cogitação, (fase externa) prepara-
ção, execução e consumação. 
Obs1: a preparação não é punível, salvo 
quando constituir crime autônomo.
Obs2: o exaurimento, também chamado 
de consumação material (Zaffaroni), não 
integra o iter criminis, mas pode influir 
#LEGIS
8 9
na dosimetria da pena. No mais, existem 
espécies de tentativas:
a) Tentativa Perfeita/Acabada/Crime Falho: se dá 
quando o agente esgota os atos executórios, mas 
o crime não se consuma. 
b) Tentativa Imperfeita/Inacabada/Tentativa 
Propriamente Dita: se dá quando o agente não 
esgota os atos executórios (e o crime não se con-
suma). 
c) Tentativa Cruenta/Vermelha: se dá quando a 
pessoa é atingida.
d) Tentativa Incruenta/Branca: se dá quando a 
pessoa não é atingida.
Aprofundamento: qual o momento que ocorre a 
transição da preparação para a execução? Duas 
teorias abordam esse tema, a saber:
a) Teoria Subjetiva: não há diferença entre atos 
preparatórios e executórios. 
b) Teoria Objetiva: há diferença entre os atos 
preparatórios e executórios:
b.1) Teoria da Hostilidade ao Bem Jurídico: no 
ato preparatório o bem está em paz, já no execu-
tório ele sofre ameaça.
b.2) Teoria Objetivo-Formal/Lógico Formal: no 
ato executório há o início da prática do núcleo do 
tipo.
b.3) Teoria Objetivo-Material: há o início da 
prática do núcleo do tipo, mais os atos imedia-
tamente anteriores, na visão de um terceiro ob-
servador.
b.4) Teoria Objetivo-Individual: há o início da 
prática do núcleo do tipo, mais os atos imediata-
mente anteriores, de acordo com o plano concre-
to do agente.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Desistência voluntária e arrependimento 
eficaz 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução ou impede 
que o resultado se produza, só responde pelos 
atos já praticados. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: A primeira parte do dispositivo 
traz referência à desistência voluntária. A se-
gunda, ao arrependimento eficaz. Em outras 
palavras, haverá desistência voluntária quando 
a execução do crime é interrompida. Por outro 
lado, o arrependimento eficaz pressupõe o esgo-
tamento dos atos executórios. 
Ex: X pretende matar Y com 5 tiros. Deflagra 2 
e para. É hipótese de desistência voluntária. 
Ex2: X pretende matar Y com 5 tiros.Deflagra todos os 5 e para. É hipótese de 
arrependimento eficaz (desde que evite a 
ocorrência do resultado).
Arrependimento posterior 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem vio-
lência ou grave ameaça à pessoa, reparado o 
dano ou restituída a coisa, até o recebimento 
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário 
do agente, a pena será reduzida de um a dois 
terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: notem que, como no arrependi-
mento eficaz, o arrependimento posterior pres-
supõe o esgotamento dos atos executórios. 
Mas aqui é necessário um passo além: a consu-
mação do delito inicialmente pretendido.
Jurisprudência: “Pela aplicação do art. 30 do 
Código Penal, uma vez reparado o dano integral-
mente por um dos autores do delito, a causa de 
diminuição prevista no art. 16 do mesmo Es-
tatuto estende-se aos demais coautores, por 
constituir circunstância de natureza objetiva, 
cabendo ao julgador avaliar a fração de redução 
que deve ser aplicada, dentro dos parâmetros 
#LEGIS
9
mínimo e máximo previstos no dispositivo, con-
forme a atuação de cada agente em relação à 
reparação efetivada. [REsp 1187976/SP, Rel. Mi-
nistro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, 
julgado em 07/11/2013, DJe 26/11/2013].
Os crimes contra a fé pública, assim como nos 
demais crimes não patrimoniais em geral, são 
incompatíveis com o instituto do arrependi-
mento posterior, dada a impossibilidade ma-
terial de haver reparação do dano causado ou 
a restituição da coisa subtraída. [REsp 1242294/
PR, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Rel. 
p/ Acórdão Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 
SEXTA TURMA, julgado em 18/11/2014, DJe 
03/02/2015].
As Turmas especializadas em matéria criminal 
do Superior Tribunal de Justiça firmaram a im-
possibilidade material do reconhecimento 
de arrependimento posterior nos crimes não 
patrimoniais ou que não possuam efeitos pa-
trimoniais. In casu, a composição pecuniária 
da autora do homicídio culposo na direção de 
veículo automotor (art. 302 do CTB) com a famí-
lia da vítima, por consectário lógico, não poderá 
surtir proveito para a própria vítima, morta em 
decorrência da inobservância do dever de cui-
dado da recorrente.” [REsp 1561276/BA, Rel. Mi-
nistro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, 
julgado em 28/06/2016, DJe 15/09/2016].
Crime impossível 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, 
por ineficácia absoluta do meio ou por abso-
luta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Sinônimos: tentativa inidônea/
inadequada/impossível/quase crime. 
- Ineficácia absoluta do meio: quando o meio 
de execução do crime é inviável. Exemplo: utili-
zar arma de brinquedo para dar tiro.
- Impropriedade absoluta do objeto: quando o 
bem visado não é apto a sofrer a ação crimino-
sa. Exemplo: matar cadáver.
Aprofundamento: Perceba que nos dois casos 
deve ser “absoluta” (absoluta impropriedade do 
objeto ou ineficácia absoluta do meio). Isso sig-
nifica que se for “relativa”, haverá tentativa e não 
crime impossível. A isso dá-se o nome de teoria 
objetiva temperada.
Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a pre-
paração do flagrante pela polícia torna impossí-
vel a sua consumação.
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado 
ou assumiu o risco de produzi-lo; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao 
resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo os casos expressos 
em lei, ninguém pode ser punido por fato previs-
to como crime, senão quando o pratica dolosa-
mente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Para Rogério Greco, “dolo é a von-
tade e a consciência dirigidas a realizar a con-
duta prevista no tipo penal incriminador”. A 
culpa, para Mirabete, é “a conduta humana vo-
luntária (ação ou omissão) que produz resul-
tado antijurídico não querido, mas previsível, 
e excepcionalmente prevista, que podia, com a 
devida atenção, ser evitado”.
Aprofundamento: Existem algumas teorias que 
fundamentam o dolo, a saber:
a) Teoria da Vontade: é o querer/desejar o re-
sultado. Previsto na primeira parte do inciso I do 
art. 18 do CP.
b) Teoria do Assentimento: ocorre quando o 
agente antevê o resultado e não o quer direta-
mente, mas não se importa com sua ocorrên-
#LEGIS
10 11
cia. Previsto na segunda parte do inciso I do art. 
18 do CP. É o chamado dolo eventual.
c) Teoria da Representação: se dá quando o 
agente prevê o resultado como possível e con-
tinua sua conduta. Não importa saber se o 
agente concordou ou não se importou com o 
resultado. Assim, não haveria distinção, para 
essa teoria, entre dolo eventual e culpa conscien-
te.
d) Teoria da Probabilidade: havendo conside-
ração, pelo agente, de provável produção do 
resultado, ocorreria o dolo eventual. Por outro 
lado, se o agente considerar o resultado apenas 
possível, haverá imprudência.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Agravação pelo resultado 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especial-
mente a pena, só responde o agente que o hou-
ver causado ao menos culposamente. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Aprofundamento: Evita o chamado versari in re 
illicita que diz que o agente responderá, mes-
mo que sem culpa, ou seja, responsabilidade 
objetiva.
Erro sobre elementos do tipo 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo 
do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite 
a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O erro de tipo ocorre quando o su-
jeito tem falsa interpretação da realidade. Acha 
que age normalmente, quando está praticando 
um crime. Exemplo: pegar celular achando que é 
seu, mas na verdade é de um amigo. É diferente 
do erro de proibição (que exclui a culpabilida-
de), no qual o agente sabe exatamente o que 
está fazendo. Não se confunde com a realida-
de, mas ignora ou desconhece o caráter ilícito do 
fato. Exemplo: holandês que fuma maconha no 
Brasil.
Descriminantes putativas 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro ple-
namente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, 
tornaria a ação legítima. Não há isenção 
de pena quando o erro deriva de culpa e o 
fato é punível como crime culposo. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Notem que aqui, como no erro 
de tipo, há uma confusão acerca da situação de 
fato. Contudo, essa confusão leva o agente a 
crer que poderia agir escudado por uma des-
criminante. Daí porque é chamado de erro de 
tipo permissivo (ou erro de proibição indireto, 
como será visto adiante). Exemplo: sujeito imagi-
na que seu desafeto sacará arma para lhe matar. 
Reage e mata ele antes. Depois descobre que ele 
somente iria tirar um lenço do paletó (entendam: 
é uma descriminante putativa, na espécie erro de 
tipo permissivo que, nesse caso, ficou caracteri-
zado como legítima defesa putativa).
Erro determinado por terceiro 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que 
determina o erro. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
#LEGIS
11
Comentários: É o chamado erro provocado. 
Nesse caso o provocador responderá dolosa ou 
culposamente pelo crime, a depender da cir-
cunstância.
Erro sobre a pessoa 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual 
o crime é praticado não isenta de pena. 
Não se consideram, neste caso, as condi-
ções ou qualidades da vítima, senão asda pessoa contra quem o agente que-
ria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Assim como no artigo 73 do CP, 
deverá responder como se tivesse atingido a 
pessoa pretendida.
Erro sobre a ilicitude do fato 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei é ines-
cusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se ine-
vitável, isenta de pena; se evitável, poderá dimi-
nuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o 
erro se o agente atua ou se omite sem a consciên-
cia da ilicitude do fato, quando lhe era possível, 
nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciên-
cia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O caput deve ser lido em conjunto 
com o art. 3º da LINDB (Art. 3º Ninguém se escusa 
de cumprir a lei, alegando que não a conhece) e 
com o art. 65, II, do CP que diz que atenua a pena 
o desconhecimento da lei. Desse modo, conclui-
-se que o desconhecimento pode atenuar a 
pena, mas jamais afastar o crime.
No mais, o artigo prevê o chamado erro de proi-
bição (direto ou indireto. Este, no caso de descri-
minante putativa).
Aprofundamento: O Código Penal adota a teo-
ria limitada da culpabilidade, segundo a qual, 
as descriminantes putativas podem ser erro de 
tipo ou de proibição (Item 19 da Exposição de 
Motivos: Repete o Projeto as normas do Código 
de 1940, pertinentes às denominadas “descrimi-
nantes putativas”. Ajusta-se, assim, o Projeto à 
teoria limitada pela culpabilidade, que distin-
gue o erro incidente sobre os pressupostos fá-
ticos de uma causa de justificação do que incide 
sobre a norma permissiva. Tal como no Código 
vigente, admite-se nesta área a figura culposa 
(artigo 17, § 1º).
Coação irresistível e obediência hierárquica 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação ir-
resistível ou em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior hierárqui-
co, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Trata-se de modalidade de ex-
cludente de culpabilidade. A coação moral ir-
resistível e a obediência hierárquica excluem a 
exigibilidade de conduta diversa (elemento da 
culpabilidade).
Obs: coação moral irresistível não se confunde 
com coação física, que é hipótese de exclusão 
da tipicidade, já que afasta a conduta.
Mnemônico: Macete para gravar os elementos 
da culpabilidade e suas excludentes: Im – Po – Ex 
e MEDECO. Historinha: Quando se está mal, vai-
-se ao “MEDECO”, o qual receita o remédio “Im-
PoEx”. 
ELEMENTOS EXCLUDENTES
Im - Imputabilidade
Menoridade
Embriaguez
Doença Mental
Po – Potencial 
Consciência de Ilicitude Erro de Proibição
Ex - Exigibilidade 
de Conduta Diversa
Coação Moral Irresistível
Obediência Hierárquica
#LEGIS
12 13
DIA 2
Disciplina: Direito Penal.
Responsável: Prof. Rafael Figueiredo.
Dia 02: Do Art. 23 ao 42.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
Exclusão de ilicitude 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - Não há crime quando o agente 
pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever le-
gal ou no exercício regular de direito. (In-
cluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O crime é composto por fato típi-
co, ilícito e praticado por agente culpável (teo-
ria tripartite, majoritariamente aceita). A ilicitu-
de diz respeito ao alinhamento da conduta com o 
ordenamento jurídico. Portanto, pode ser típico 
sem, contudo, ser ilícito.
Aprofundamento: Existem excludentes su-
pralegais de ilicitude, como por exemplo o con-
sentimento.
Decorem: justificante ou descriminantes são 
as excludentes de ilicitude, já as exculpan-
tes, dirimentes ou causas eximentes são as 
excludentes de culpabilidade.
Excesso punível 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - O agente, em qualquer 
das hipóteses deste artigo, responderá pelo ex-
cesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de neces-
sidade quem pratica o fato para salvar de perigo 
atual, que não provocou por sua vontade, nem 
podia de outro modo evitar, direito próprio ou 
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não 
era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessida-
de quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sa-
crifício do direito ameaçado, a pena poderá 
ser reduzida de um a dois terços. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Aprofundamento: a teoria adotada pelo Código 
Penal é a unitária. Já o Código Penal Militar adota 
a teoria diferenciadora.
Teoria Unitária Teoria Diferenciadora
Exclui a ilicitude quando 
o bem protegido tem va-
lor igual ou superior ao 
bem sacrificado. Todo 
estado de necessidade é 
justificante.
Faz uma diferença. Sen-
do o bem protegido de 
valor maior ou igual ao 
bem sacrificado, será 
justificante (igual o an-
terior). Mas se o bem 
protegido for de valor 
inferior ao sacrificado, 
pode-se ventilar a possi-
bilidade de excludente 
da culpabilidade (ex-
culpante), na modalida-
de inexigibilidade de 
conduta diversa.
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos meios neces-
sários, repele injusta agressão, atual ou iminen-
#LEGIS
13
te, a direito seu ou de outrem. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Matar animal que ataca a si próprio 
ou terceiro é legítima defesa? Depende:
1. Se animal ataca por ordem do dono é 
legítima defesa. É mero instrumento da 
agressão. 
2. Se animal ataca por conta própria é estado 
de necessidade. Caracteriza “perigo”.
Parágrafo único. Observados os requisitos 
previstos no caput deste artigo, considera-se 
também em legítima defesa o agente de segu-
rança pública que repele agressão ou risco de 
agressão a vítima mantida refém durante a prá-
tica de crimes.
Comentários: NOVIDADE LEGISLATIVA decorren-
te da Lei nº 13.964/19, que entrou em vigor no dia 
23 de janeiro de 2020. Reparem que há uma cer-
ta presunção de legítima defesa quando a reação 
partir de um “agente de segurança pública” (que, 
de acordo com o artigo 144 da CF é a polícia fe-
deral, rodoviária federal, ferroviária federal, civil 
e militar, além do corpo de bombeiro militar - ler 
artigo 144 e seguintes da CF), somado ao fato de 
existir uma agressão ou risco de agressão a uma 
vítima mantida refém durante a prática do crime. 
Portanto decorem os novos requisitos:
Agente de segurança pública;
Agressão/risco de agressão a vítima refém;
Durante a prática de crime.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Para fixação: 
1. MPE-SC (MPE-SC – 2019) Os crimes omissi-
vos próprios são os cujo tipo descreve a conduta 
omissiva de forma direta, e por isso não é neces-
sária a incidência do art. 13, § 2º, do CP.
2. MPE-SC (MPE-SC – 2019) O arrependimento 
eficaz somente se configura (é necessário) em re-
lação à tentativa perfeita.
3. MPE-SC (MPE-SC – 2019) No caso em que o su-
jeito realiza a conduta e prevê a possibilidade de 
produção do resultado, mas não quer sua ocor-
rência e conta com a “sorte” para que ele não se 
materialize, pois sabe que não tem o controle 
sobre a situação implementada, se configura um 
exemplo de “culpa consciente” e não de “dolo 
eventual”, porque se o sujeito soubesse de ante-
mão que o resultado iria ocorrer, provavelmente 
não teria atuado.
4. Técnico Adm-STJ (CESPE – 2018) Conside-
rando que crime é fato típico, ilícito e culpável, 
julgue o item a seguir. O crime é dito impossível 
quando não há, em razão da ineficácia do meio 
empregado, violação,tampouco perigo de viola-
ção, do bem jurídico tutelado pelo tipo penal.
5. Técnico Adm-STJ (CESPE – 2018) Conside-
rando que crime é fato típico, ilícito e culpável, 
julgue o item a seguir. Crime doloso é aquele em 
que o sujeito passivo age com imprudência, ne-
gligência ou imperícia.
Gabarito: 1-C, 2-C, 3-E, 4-C, 5-E.
#LEGIS
14 15
Anotações sobre as questões: 
TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por 
doença mental ou desenvolvimento mental in-
completo ou retardado, era, ao tempo da ação 
ou da omissão, inteiramente incapaz de enten-
der o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Aplica-se a teoria da atividade 
para aferir a menoridade, doença mental e até 
embriaguez. Esse dispositivo adotou a conjuga-
ção do critério biológico (doença mental ou de-
senvolvimento mental incompleto/retardado) 
com o critério psicológico (absoluta incapacida-
de de determinar-se de acordo com esse entendi-
mento). Daí dizermos que foi escolhido o método 
biopsicológico.
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida 
de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvi-
mento mental incompleto ou retardado não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos 
são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos 
às normas estabelecidas na legislação especial. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Reparem que o artigo é muito pró-
ximo ao disposto no 228 da CF (são penalmente 
inimputáveis os menores de dezoito anos, sujei-
tos às normas da legislação especial). Ademais, 
a imputabilidade é afastada pela menoridade, em-
briaguez e doença mental (vide comentários do 
art. 22 do CP).
Relembrando o MEDECO e ImPoEx (mnemônico):
Im - Imputabilidade
Menoridade
Embriaguez
Doença Mental
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade pe-
nal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, 
pelo álcool ou substância de efeitos aná-
logos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por 
embriaguez completa, proveniente de caso 
fortuito ou força maior, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz 
de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse enten-
dimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois 
terços, se o agente, por embriaguez, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, não 
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, 
a plena capacidade de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acor-
do com esse entendimento. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
#LEGIS
15
Comentários: Notem que, em se tratando de 
embriaguez, somente fica isento de pena se for 
completa e culposa, ou seja, sem intenção de se 
embriagar. Por outro lado, também precisa ser 
proveniente de caso fortuito ou força maior 
para reduzir a pena. Portanto, embriaguez 
preordenada, além de não afastar a culpabilida-
de, agrava a pena (61, II, “l”, do CP).
Aprofundamento: Aplica, no caso de embriaguez 
preordenada, a chamada teoria da actio libera 
in causa, segundo a qual a análise do elemento 
subjetivo é feita no momento anterior ao fato, 
ou seja, quando ainda não estava embriagado.
Anotações sobre os artigos anteriores:
TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concor-
re para o crime incide nas penas a este comina-
das, na medida de sua culpabilidade. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Mnemônico: Para decorar os requisitos mais di-
fundidos do concurso de agentes: PRIL. 
- Pluralidade de condutas/agentes 
- Relevância causal das condutas e resultados 
- Identidade de infração para todos os concorren-
tes – consagra a teoria unitária, que é a regra do 
Código Penal.
- Liame psicológico
§ 1º - Se a participação for de menor 
importância, a pena pode ser diminuída de 
um sexto a um terço. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Como o próprio texto diz, é a 
chamada participação de menor importância.
Jurisprudência: “Aquele que se associa a com-
parsas para a prática de roubo, sobrevindo a mor-
te da vítima, responde pelo crime de latrocínio, 
ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal 
ou a participação se revele de menor importân-
cia.“ [RHC 133575, Relator(a): Min. MARCO AURÉ-
LIO, Primeira Turma, julgado em 21/02/2017, PRO-
CESSO ELETRÔNICO DJe-101 DIVULG 15-05-2017 
PUBLIC 16-05-2017]
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis parti-
cipar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-
cada a pena deste; essa pena será aumen-
tada até metade, na hipótese de ter sido 
previsível o resultado mais grave. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Esse parágrafo consagra a chama-
da colaboração dolosamente distinta ou desvio 
subjetivo entre os agentes. NÃO confundir com a 
participação de menor importância.
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias 
e as condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Elementares são aquelas circuns-
tâncias sem as quais há atipicidade (relativa ou 
absoluta). São os dados que integram a própria 
definição do tipo penal. Vamos ao exemplo: infan-
ticídio - Art. 123 - Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo 
após. Pena detenção, de dois a seis anos. A questão 
é que o “estado puerperal”, além de circunstância 
personalíssima, é considerado por parte da dou-
trina como elementar do delito, já que sua exclu-
são geraria a desclassificação (atipicidade relati-
va) para o crime de homicídio. Assim, por força do 
#LEGIS
16 17
art. 30 do CP, haveria comunicação e consequente 
punição de ambos os agentes pelo delito do art. 
123. Frise-se que o tema não é pacífico.
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou insti-
gação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não che-
ga, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Induzir significa fazer surgir a 
ideia. Instigar é fomentar a ideia existente. 
São espécies da chamada participação moral. 
Lembrar que o artigo 122, que prevê o induzi-
mento, instigação ou auxílio a suicídio prevê uma 
exceção a esse artigo, pois exige a consumação 
do suicídio ou, ao menos, a lesão corporal gra-
ve (Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a sui-
cidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça. 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio 
se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se 
da tentativa de suicídio resulta lesão corporal 
de natureza grave). No mais, auxílio significa 
fornecer elementos materiais (ex: emprestar 
arma).
Anotações sobre os artigos anteriores:
Para Fixação: 
1. Analista do MPU (CESPE – 2018) Cada um do 
item a seguir apresenta uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito 
da aplicação e da interpretação da lei penal, do 
concurso de pessoas e da culpabilidade. João e 
Manoel, penalmente imputáveis, decidiram ma-
tar Francisco. Sem que um soubesse da intenção 
do outro, João e Manoel se posicionaram de to-
caia e, concomitantemente, atiraram na direção 
da vítima, que veio a falecer em decorrência de 
um dos disparos. Não foi possível determinar 
de qual arma foi deflagrado o projétil que atin-
giu fatalmente Francisco. Nessa situação, João e 
Manoel responderão pelo crime de homicídio na 
forma tentada.
2. Analista do MPU (CESPE – 2018) Cada um do 
itema seguir apresenta uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser julgada, a respei-
to da aplicação e da interpretação da lei penal, 
do concurso de pessoas e da culpabilidade. Joa-
quim, penalmente imputável, praticou, sob abso-
luta e irresistível coação física, crime de extrema 
gravidade e hediondez. Nessa situação, Joaquim 
não é passível de punição, porquanto a coação 
física, desde que absoluta, é causa excludente da 
culpabilidade.
3. PC-SE (CESPE – 2018) João e Pedro, maiores 
e capazes, livres e conscientemente, aceitaram 
convite de Ana, também maior e capaz, para jun-
tos assaltarem loja do comércio local. Em data e 
hora combinadas, no período noturno e após o 
fechamento, João e Pedro arrombaram a porta 
dos fundos de uma loja de decoração, na qual en-
traram e ficaram vigiando enquanto Ana subtraía 
objetos valiosos, que seriam divididos igualmen-
te entre os três. Alertada pela vizinhança, a polí-
cia chegou ao local durante o assalto, prendeu os 
três e os encaminhou para a delegacia de polícia 
local. Considerando essa situação hipotética, jul-
gue o item subsequente. Para que fique caracte-
rizado o concurso de pessoas, é necessário que 
exista o prévio ajuste entre os agentes delitivos 
para a prática do delito.
Gabarito: 1-C, 2-E, 3-E.
#LEGIS
17
TÍTULO V
DAS PENAS
CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA
Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
Aprofundamento: Existem, classicamente, duas 
teorias que explicam a pena. A teoria absoluta e 
a relativa. A absoluta diz que pena é retribuição. 
Já a relativa tenta também dar caráter preven-
tivo à punição. A teoria relativa se subdivide em 
prevenção geral, que diz respeito à sociedade e 
prevenção especial, que se relaciona ao agente. 
a) Prevenção Geral: pode ser positiva ou 
negativa.
a.1) Prev. Ger. Positiva: reafirma o valor da 
norma, promove a integração social.
a.2) Prev. Ger. Negativa: intimida.
b) Prevenção Especial: pode ser positiva ou 
negativa.
b.2) Prev. Esp. Positiva: ressocializa.
b.3) Prev. Esp. Negativa: neutraliza evitando 
novos cometimentos de crime.
SEÇÃO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumpri-
da em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A 
de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, 
salvo necessidade de transferência a regime fecha-
do. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em 
estabelecimento de segurança máxima ou 
média;
b) regime semi-aberto a execução da pena 
em colônia agrícola, industrial ou estabele-
cimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em 
casa de albergado ou estabelecimento ade-
quado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade 
deverão ser executadas em forma progres-
siva, segundo o mérito do condenado, ob-
servados os seguintes critérios e ressalva-
das as hipóteses de transferência a regime 
mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) 
anos deverá começar a cumpri-la em regi-
me fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena 
seja superior a 4 (quatro) anos e não ex-
ceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, 
cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena 
seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, 
poderá, desde o início, cumpri-la em regi-
me aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial 
de cumprimento da pena far-se-á com 
observância dos critérios previstos no art. 
59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
§ 4º O condenado por crime contra a admi-
nistração pública terá a progressão de regi-
me do cumprimento da pena condicionada 
à reparação do dano que causou, ou à de-
volução do produto do ilícito praticado, com 
os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 
10.763, de 12.11.2003)
Jurisprudência: “É inconstitucional a fixação ex 
lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990, do 
regime inicial fechado, devendo o julgador, quan-
do da condenação, ater-se aos parâmetros previs-
tos no artigo 33 do Código Penal.” [Tese definida no 
ARE 1.052.700 RG, rel. min. Edson Fachin, P, j. 2-11-
2017, DJE 18 de 1º-2-2018, Tema 972].
Súmula 269 do STJ. É admissível a adoção do re-
gime prisional semi-aberto aos reincidentes con-
denados a pena igual ou inferior a quatro anos se 
favoráveis as circunstâncias judiciais.
#LEGIS
18 19
Súmula 440 do STJ. Fixada a pena-base no míni-
mo legal, é vedado o estabelecimento de regime 
prisional mais gravoso do que o cabível em razão 
da sanção imposta, com base apenas na gravida-
de abstrata do delito.
Súmula 715 do STF. A pena unificada para aten-
der ao limite de trinta anos de cumprimento, 
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não 
é considerada para a concessão de outros bene-
fícios, como o livramento condicional ou regime 
mais favorável de execução.
Súmula 716 do STF. Admite-se a progressão de 
regime de cumprimento da pena ou a aplicação 
imediata de regime menos severo nela determi-
nada, antes do trânsito em julgado da sentença 
condenatória.
Súmula 718 do STF. A opinião do julgador sobre 
a gravidade em abstrato do crime não constitui 
motivação idônea para a imposição de regime 
mais severo do que o permitido segundo a pena 
aplicada.
Súmula 719 do STF. A imposição do regime de 
cumprimento mais severo do que a pena aplica-
da permitir exige motivação idônea.
Regras do regime fechado
Art. 34 - O condenado será submetido, no 
início do cumprimento da pena, a exame crimi-
nológico de classificação para individualização 
da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Súmula 439 do STJ. Admite-se o exame crimino-
lógico pelas peculiaridades do caso, desde que 
em decisão motivada
§1º - O condenado fica sujeito a trabalho 
no período diurno e a isolamento durante 
o repouso noturno. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O trabalho será em comum dentro 
do estabelecimento, na conformidade das 
aptidões ou ocupações anteriores do con-
denado, desde que compatíveis com a exe-
cução da pena. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no 
regime fechado, em serviços ou obras pú-
blicas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Dispositivos que devem ser lidos 
em conjunto com os artigos 28 a 37 da LEP.
Regras do regime semi-aberto
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste 
Código, caput, ao condenado que inicie o cumpri-
mento da pena em regime semi-aberto. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em 
comum durante o período diurno, em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento 
similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem 
como a freqüência a cursos supletivos pro-
fissionalizantes, de instrução de segundo 
grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Regras do regime aberto
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na au-
todisciplina e senso de responsabilidade do 
condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabe-
lecimento e sem vigilância, trabalhar, fre-
qüentar curso ou exercer outra atividade au-
torizada, permanecendo recolhido durante 
o período noturno e nos dias de folga. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O condenado será transferido do regime 
aberto, se praticar fato definido como crime 
doloso, se frustrar os fins da execução ou 
se, podendo, não pagar a multa cumulativa-
mente aplicada. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em 
estabelecimento próprio, observando-se os 
#LEGIS
19
deveres e direitos inerentes à sua condição pes-
soal, bem como, no que couber, o disposto nes-
te Capítulo. (Redação dada pela Lei nº7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Artigo que deve ser lido em con-
junto com o art. 5º, XLVIII e L, da CF: 
XLVIII - A pena será cumprida em 
estabelecimentos distintos, de acordo com 
a natureza do delito, a idade e o sexo do 
apenado;
L - Às presidiárias serão asseguradas condições 
para que possam permanecer com seus 
filhos durante o período de amamentação. 
Também não se pode esquecer das recentes 
mudanças legislativas: 
Art. 112-LEP. A pena privativa de liberdade será 
executada em forma progressiva com a transfe-
rência para regime menos rigoroso, a ser deter-
minada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido 
ao menos um sexto da pena no regime anterior 
e ostentar bom comportamento carcerário, 
comprovado pelo diretor do estabelecimento, 
respeitadas as normas que vedam a progressão. 
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 3º No caso de mulher gestante 
ou que for mãe ou responsável por 
crianças ou pessoas com deficiência, os 
requisitos para progressão de regime são, 
cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018)
I - Não ter cometido crime com violência ou 
grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei 
nº 13.769, de 2018)
II - Não ter cometido o crime contra seu 
filho ou dependente; (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018)
III - Ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) 
da pena no regime anterior; (Incluído pela 
Lei nº 13.769, de 2018)
IV - Ser primária e ter bom comportamento 
carcerário, comprovado pelo diretor do 
estabelecimento; (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018)
V - Não ter integrado organização criminosa. 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
§ 4º O cometimento de novo crime doloso 
ou falta grave implicará a revogação do 
benefício previsto no § 3º deste artigo.
Art. 318-A, CPP. A prisão preventiva imposta à 
mulher gestante ou que for mãe ou responsá-
vel por crianças ou pessoas com deficiência 
será substituída por prisão domiciliar, desde 
que: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
I - Não tenha cometido crime com violência 
ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pela 
Lei nº 13.769, de 2018).
II - Não tenha cometido o crime contra seu 
filho ou dependente. (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018).
Jurisprudência: “HABEAS CORPUS COLETI-
VO. ADMISSIBILIDADE. DOUTRINA BRASILEIRA 
DO HABEAS CORPUS. MÁXIMA EFETIVIDADE DO 
WRIT. MÃES E GESTANTES PRESAS. RELAÇÕES 
SOCIAIS MASSIFICADAS E BUROCRATIZADAS. 
GRUPOS SOCIAIS VULNERÁVEIS. ACESSO À JUS-
TIÇA. FACILITAÇÃO. EMPREGO DE REMÉDIOS 
PROCESSUAIS ADEQUADOS. LEGITIMIDADE ATI-
VA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DA LEI 13.300/2016. 
MULHERES GRÁVIDAS OU COM CRIANÇAS SOB 
SUA GUARDA. PRISÕES PREVENTIVAS CUMPRI-
DAS EM CONDIÇÕES DEGRADANTES. INADMIS-
SIBILIDADE. PRIVAÇÃO DE CUIDADOS MÉDICOS 
PRÉ-NATAL E PÓS-PARTO. FALTA DE BERÇÁRIOS 
E CRECHES. ADPF 347 MC/DF. SISTEMA PRISIO-
NAL BRASILEIRO. ESTADO DE COISAS INCONS-
TITUCIONAL. CULTURA DO ENCARCERAMENTO. 
NECESSIDADE DE SUPERAÇÃO. DETENÇÕES 
CAUTELARES DECRETADAS DE FORMA ABUSI-
VA E IRRAZOÁVEL. INCAPACIDADE DO ESTADO 
DE ASSEGURAR DIREITOS FUNDAMENTAIS ÀS 
ENCARCERADAS. OBJETIVOS DE DESENVOLVI-
MENTO DO MILÊNIO E DE DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES 
UNIDAS. REGRAS DE BANGKOK. ESTATUTO DA 
PRIMEIRA INFÂNCIA. APLICAÇÃO À ESPÉCIE. OR-
DEM CONCEDIDA. EXTENSÃO DE OFÍCIO.” 
I – Existência de relações sociais 
massificadas e burocratizadas, cujos 
problemas estão a exigir soluções a 
partir de remédios processuais coletivos, 
especialmente para coibir ou prevenir 
lesões a direitos de grupos vulneráveis. 
II – Conhecimento do writ coletivo 
homenageia nossa tradição jurídica de 
#LEGIS
20 21
conferir a maior amplitude possível 
ao remédio heroico, conhecida como 
doutrina brasileira do habeas corpus. 
III – Entendimento que se amolda ao 
disposto no art. 654, § 2º, do Código 
de Processo Penal - CPP, o qual outorga 
aos juízes e tribunais competência para 
expedir, de ofício, ordem de habeas 
corpus, quando no curso de processo, 
verificarem que alguém sofre ou está na 
iminência de sofrer coação ilegal. IV – 
Compreensão que se harmoniza também 
com o previsto no art. 580 do CPP, que 
faculta a extensão da ordem a todos 
que se encontram na mesma situação 
processual. 
V - Tramitação de mais de 100 milhões de 
processos no Poder Judiciário, a cargo de 
pouco mais de 16 mil juízes, a qual exige 
que o STF prestigie remédios processuais 
de natureza coletiva para emprestar 
a máxima eficácia ao mandamento 
constitucional da razoável duração do 
processo e ao princípio universal da 
efetividade da prestação jurisdicional 
VI - A legitimidade ativa do habeas 
corpus coletivo, a princípio, deve ser 
reservada àqueles listados no art. 12 da 
Lei 13.300/2016, por analogia ao que 
dispõe a legislação referente ao mandado 
de injunção coletivo. 
VII – Comprovação nos autos de 
existência de situação estrutural em 
que mulheres grávidas e mães de 
crianças (entendido o vocábulo aqui 
em seu sentido legal, como a pessoa de 
até doze anos de idade incompletos, 
nos termos do art. 2º do Estatuto da 
Criança e do Adolescente - ECA) estão, 
de fato, cumprindo prisão preventiva 
em situação degradante, privadas de 
cuidados médicos pré-natais e pós-
parto, inexistindo, outrossim berçários 
e creches para seus filhos. 
VIII – “Cultura do encarceramento” que 
se evidencia pela exagerada e irrazoável 
imposição de prisões provisórias 
a mulheres pobres e vulneráveis, 
em decorrência de excessos na 
interpretação e aplicação da lei penal, 
bem assim da processual penal, mesmo 
diante da existência de outras soluções, 
de caráter humanitário, abrigadas no 
ordenamento jurídico vigente. 
IX – Quadro fático especialmente inquietante 
que se revela pela incapacidade de o 
Estado brasileiro garantir cuidados 
mínimos relativos à maternidade, até 
mesmo às mulheres que não estão em 
situação prisional, como comprova o “caso 
Alyne Pimentel”, julgado pelo Comitê 
para a Eliminação de todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher das Nações 
Unidas. 
X – Tanto o Objetivo de Desenvolvimento 
do Milênio nº 5 (melhorar a saúde materna) 
quanto o Objetivo de Desenvolvimento 
Sustentável nº 5 (alcançar a igualdade de 
gênero e empoderar todas as mulheres 
e meninas), ambos da Organização das 
Nações Unidades, ao tutelarem a saúde 
reprodutiva das pessoas do gênero 
feminino, corroboram o pleito formulado 
na impetração. 
XI – Incidência de amplo regramento 
internacional relativo a Direitos 
Humanos, em especial das Regras de 
Bangkok, segundo as quais deve ser 
priorizada solução judicial que facilite 
a utilização de alternativas penais ao 
encarceramento, principalmente para as 
hipóteses em que ainda não haja decisão 
condenatória transitada em julgado. 
XII – Cuidados com a mulher presa que se 
direcionam não só a ela, mas igualmente 
aos seus filhos, os quais sofrem 
injustamente as consequências da prisão, 
em flagrante contrariedade ao art. 227 da 
Constituição, cujo teor determina que se 
dê prioridade absoluta à concretização dos 
direitos destes. 
XIII – Quadro descrito nos autos que exige 
o estrito cumprimento do Estatuto da 
Primeira Infância, em especial da nova 
redação por ele conferida ao art. 318, IV e V, 
do Código de Processo Penal. 
XIV – Acolhimento do writ que se impõe 
de modo a superar tanto a arbitrariedade 
judicial quanto a sistemática exclusão de 
direitos de grupos hipossuficientes, típica 
de sistemas jurídicos que não dispõem 
de soluções coletivas para problemas 
estruturais. 
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21
XV – Ordem concedida para determinar 
a substituição da prisão preventiva pela 
domiciliar - sem prejuízo da aplicação 
concomitante das medidas alternativas 
previstas no art. 319 do CPP - de todas as 
mulheres presas, gestantes, puérperas 
ou mães de crianças e deficientes, 
nos termos do art. 2º do ECA e da 
Convenção sobre Direitos das Pessoas 
com Deficiências (Decreto Legislativo 
186/2008 e Lei 13.146/2015), relacionadas 
neste processo pelo DEPEN e outras 
autoridades estaduais, enquanto perdurar 
tal condição, excetuados oscasos de 
crimes praticados por elas mediante 
violência ou grave ameaça, contra seus 
descendentes ou, ainda, em situações 
excepcionalíssimas, as quais deverão ser 
devidamente fundamentadas pelos juízes 
que denegarem o benefício. 
XVI – Extensão da ordem de ofício a todas 
as demais mulheres presas, gestantes, 
puérperas ou mães de crianças e de 
pessoas com deficiência, bem assim 
às adolescentes sujeitas a medidas 
socioeducativas em idêntica situação 
no território nacional, observadas as 
restrições acima. (HC 143641/SP)
O art. 318-A do Código de Processo Penal, intro-
duzido pela Lei n. 13.769/2018, estabelece um po-
der-dever para o juiz substituir a prisão preventiva 
por domiciliar de gestante, mãe de criança menor 
de 12 anos e mulher responsável por pessoa com 
deficiência, sempre que apresentada prova idô-
nea do requisito estabelecido na norma (art. 318, 
parágrafo único), ressalvadas as exceções legais. 
Todavia, naquilo que a lei não regulou, o pre-
cedente da Suprema Corte (HC n. 143.641/SP) 
deve continuar sendo aplicado, pois uma inter-
pretação restritiva da norma pode representar, em 
determinados casos, efetivo risco direto e indireto 
à criança ou ao deficiente, cuja proteção deve ser 
integral e prioritária. (HC 487.763/SP, Rel. Ministro 
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, 
julgado em 02/04/2019, DJe 16/04/2019)
A prisão domiciliar consiste no recolhimento do 
indiciado ou acusado em sua residência, só po-
dendo dela ausentar-se com autorização judicial 
(art. 317 do Código de Processo Penal). O art. 318-
A do Código de Processo Penal, introduzido pela 
Lei n. 13.769/2018, estabelece um poder-dever 
para o juiz substituir a prisão preventiva por 
domiciliar de gestante, mãe de criança menor 
de 12 anos e mulher responsável por pessoa 
com deficiência, sempre que apresentada pro-
va idônea do requisito estabelecido na norma 
(art. 318, parágrafo único), ressalvadas as exce-
ções legais. A normatização de apenas duas das 
exceções não afasta a efetividade do que foi deci-
dido pelo Supremo no Habeas Corpus n. 143.641/
SP, nos pontos não alcançados pela nova lei. O 
fato de o legislador não ter inserido outras exce-
ções na lei, não significa que o Magistrado esteja 
proibido de negar o benefício quando se deparar 
com casos excepcionais. Assim, deve prevalecer 
a interpretação teleológica da lei, assim como a 
proteção aos valores mais vulneráveis. Com efei-
to, naquilo que a lei não regulou, o precedente da 
Suprema Corte deve continuar sendo aplicado, 
pois uma interpretação restritiva da norma pode 
representar, em determinados casos, efetivo risco 
direto e indireto à criança ou ao deficiente, cuja 
proteção deve ser integral e prioritária. Assim, a 
separação excepcionalíssima da mãe de seu filho, 
com a decretação da prisão preventiva, somente 
pode ocorrer quando violar direitos do menor ou 
do deficiente, tendo em vista a força normativa da 
nova lei que regula o tema. [HC 470.549/TO, Rel. 
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA 
TURMA, julgado em 12/02/2019, DJe 20/02/2019].
Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direi-
tos não atingidos pela perda da liberdade, im-
pondo-se a todas as autoridades o respeito à sua 
integridade física e moral. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O artigo 3º da LEP vai no mesmo 
sentido: art. 3º Ao condenado e ao internado 
serão assegurados todos os direitos não atingi-
dos pela sentença ou pela lei. Parágrafo único. 
Não haverá qualquer distinção de natureza ra-
cial, social, religiosa ou política. Também não 
se pode descurar que é assegurado o direito à 
integridade física e moral: art. 5º, XLIX, CF - é 
assegurado aos presos o respeito à integridade 
física e moral;
Trabalho do preso
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre 
remunerado, sendo-lhe garantidos os benefí-
#LEGIS
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cios da Previdência Social. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Dispositivos que devem ser lidos 
em conjunto com os artigos 28 a 37 da LEP.
Legislação especial
Art. 40 - A legislação especial regulará a ma-
téria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem 
como especificará os deveres e direitos do preso, 
os critérios para revogação e transferência dos 
regimes e estabelecerá as infrações disciplinares 
e correspondentes sanções. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Superveniência de doença mental
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém 
doença mental deve ser recolhido a hospital 
de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, 
a outro estabelecimento adequado. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O artigo 154 do CPP traz comple-
mento interessante:
Art. 154, CPP. Se a insanidade mental sobrevier 
no curso da execução da pena, observar-se-á o 
disposto no art. 682.
Art. 682, CPP. O sentenciado a que sobrevier 
doença mental, verificada por perícia médica, 
será internado em manicômio judiciário, ou, à 
falta, em outro estabelecimento adequado, onde 
Ihe seja assegurada a custódia. 
§ 1º Em caso de urgência, o diretor do 
estabelecimento penal poderá determinar 
a remoção do sentenciado, comunicando 
imediatamente a providência ao juiz, que, 
em face da perícia médica, ratificará ou 
revogará a medida.
§ 2º Se a internação se prolongar até o 
término do prazo restante da pena e não 
houver sido imposta medida de segurança 
detentiva, o indivíduo terá o destino 
aconselhado pela sua enfermidade, feita a 
devida comunicação ao juiz de incapazes.
Art. 183, LEP. Quando, no curso da execução da 
pena privativa de liberdade, sobrevier doença 
mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, 
de ofício, a requerimento do Ministério Público, 
da Defensoria Pública ou da autoridade admi-
nistrativa, poderá determinar a substituição da 
pena por medida de segurança. (Redação dada 
pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 184, LEP. O tratamento ambulatorial poderá 
ser convertido em internação se o agente revelar 
incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo 
de internação será de 1 (um) ano.
Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa 
de liberdade e na medida de segurança, o tempo 
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangei-
ro, o de prisão administrativa e o de internação 
em qualquer dos estabelecimentos referidos no 
artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Comentários: Ao proferir sentença condenató-
ria, o juiz deverá considerar a detração, por or-
dem do artigo 387, §2º, do CPP. Art. 387. O juiz, 
ao proferir sentença condenatória: § 2º O tempo 
de prisão provisória, de prisão administrativa 
ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, 
será computado para fins de determinação do 
regime inicial de pena privativa de liberdade. 
(Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012).
Jurisprudência: “É cabível a aplicação do be-
nefício da detração penal previsto no art. 42 do 
CP em processos distintos, desde que o delito 
pelo qual o sentenciado cumpre pena tenha 
sido cometido antes da segregação cautelar, 
evitando a criação de um crédito de pena. Pre-
cedentes citados: HC 188.452-RS, DJe 1º/6/2011, 
e HC 148.318-RS, DJe 21/2/2011. HC 178.894-RS, 
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/11/2012.
É possível a remição do tempo de trabalho 
realizado antes do início da execução da pena, 
desde que em data posterior à prática do deli-
to. [HC 420.257-RS]”
#LEGIS
23
DIA 3
Disciplina: Direito Penal (art. 1º ao 60).
Responsável: Prof. Rafael Figueiredo.
Dia 03: Do Art. 43 ao 60.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Penas restritivas de direitos
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei 
nº 9.714, de 1998)
II - perda de bens e valores; (Incluído pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
III - limitação de fim de semana. (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 1984)
IV - prestação de serviço à comunidade ou 
a entidades públicas;(Incluído pela Lei nº 
9.714, de 25.11.1998)
V - interdição temporária de direitos; (In-
cluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
VI - limitação de fim de semana. (Incluído 
pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
Art. 44. As penas restritivas de direitos são 
autônomas e substituem as privativas de liber-
dade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, 
de 1998)
I – Aplicada pena privativa de liberdade 
não superior a quatro anos e o crime não 
for cometido com violência ou grave amea-
ça à pessoa ou, qualquer que seja a pena 
aplicada, se o crime for culposo; (Redação 
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II – O réu não for reincidente em crime 
doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, 
de 1998)
III – A culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social e a personalidade do con-
denado, bem como os motivos e as cir-
cunstâncias indicarem que essa substi-
tuição seja suficiente. (Redação dada pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998)
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um 
ano, a substituição pode ser feita por mul-
ta ou por uma pena restritiva de direitos; 
se superior a um ano, a pena privativa de 
liberdade pode ser substituída por uma 
pena restritiva de direitos e multa ou por 
duas restritivas de direitos. (Incluído pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz 
poderá aplicar a substituição, desde que, 
em face de condenação anterior, a medida 
seja socialmente recomendável e a rein-
cidência não se tenha operado em virtude 
da prática do mesmo crime. (Incluído pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se 
em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição 
imposta. No cálculo da pena privativa de li-
berdade a executar será deduzido o tempo 
cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado o saldo mínimo de trinta dias 
de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei 
nº 9.714, de 1998)
§ 5º Sobrevindo condenação a pena priva-
tiva de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, 
podendo deixar de aplicá-la se for possível 
ao condenado cumprir a pena substituti-
va anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998)
Súmula 493 do STJ. É inadmissível a fixação de 
pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição 
especial ao regime aberto Conversão das penas 
restritivas de direitos
Art. 45. Na aplicação da substituição pre-
vista no artigo anterior, proceder-se-á na forma 
deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1º A prestação pecuniária consiste no 
pagamento em dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou a entidade pública ou 
#LEGIS
24 25
privada com destinação social, de impor-
tância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) 
salário mínimo nem superior a 360 (tre-
zentos e sessenta) salários mínimos. O 
valor pago será deduzido do montante de 
eventual condenação em ação de repara-
ção civil, se coincidentes os beneficiários. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se hou-
ver aceitação do beneficiário, a prestação 
pecuniária pode consistir em prestação 
de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 
9.714, de 1998)
§ 3º A perda de bens e valores pertencen-
tes aos condenados dar-se-á, ressalvada 
a legislação especial, em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional, e seu valor terá 
como teto – o que for maior – o montante 
do prejuízo causado ou do provento obtido 
pelo agente ou por terceiro, em conseqüên-
cia da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 
9.714, de 1998)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998)
Anotações sobre os artigos anteriores:
Prestação de serviços à comunidade ou a 
entidades públicas
Art. 46. A prestação de serviços à comuni-
dade ou a entidades públicas é aplicável às con-
denações superiores a seis meses de privação 
da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, 
de 1998)
§ 1º A prestação de serviços à comunida-
de ou a entidades públicas consiste na 
atribuição de tarefas gratuitas ao con-
denado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998)
§ 2º A prestação de serviço à comunidade 
dar-se-á em entidades assistenciais, hos-
pitais, escolas, orfanatos e outros esta-
belecimentos congêneres, em programas 
comunitários ou estatais. (Incluído pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão 
atribuídas conforme as aptidões do con-
denado, devendo ser cumpridas à razão 
de uma hora de tarefa por dia de conde-
nação, fixadas de modo a não prejudicar 
a jornada normal de trabalho. (Incluído 
pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 4º Se a pena substituída for superior a 
um ano, é facultado ao condenado cum-
prir a pena substitutiva em menor tem-
po (art. 55), nunca inferior à metade da 
pena privativa de liberdade fixada. (In-
cluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Interdição temporária de direitos 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Art. 47 - As penas de interdição temporária 
de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
I - Proibição do exercício de cargo, fun-
ção ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Proibição do exercício de profissão, 
atividade ou ofício que dependam de ha-
bilitação especial, de licença ou autoriza-
ção do poder público;(Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Suspensão de autorização ou de ha-
bilitação para dirigir veículo. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV – Proibição de freqüentar determina-
dos lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 1998)
V - Proibição de inscrever-se em concur-
so, avaliação ou exame público s. (Incluí-
do pela Lei nº 12.550, de 2011)
#LEGIS
25
Limitação de fim de semana
Art. 48 - A limitação de fim de semana con-
siste na obrigação de permanecer, aos sábados 
e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em 
casa de albergado ou outro estabelecimento 
adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Parágrafo único - Durante a permanência 
poderão ser ministrados ao condenado cursos 
e palestras ou atribuídas atividades educativas. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA
Multa
Art. 49 - A pena de multa consiste no paga-
mento ao fundo penitenciário da quantia fixada 
na sentença e calculada em dias-multa. Será, no 
mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (tre-
zentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo 
juiz não podendo ser inferior a um trigé-
simo do maior salário mínimo mensal vi-
gente ao tempo do fato, nem superior a 5 
(cinco) vezes esse salário. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O valor da multa será atualizado, 
quando da execução, pelos índices de cor-
reção monetária. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: remeto para a leitura do artigo 60 
e seus comentários.
Pagamento da multa
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 
10 (dez) dias depois de transitada em julga-
do a sentença. A requerimento do condenado e 
conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir 
que o pagamento se realize em parcelas mensais. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se 
mediante desconto no vencimento ou sa-
lário do condenado quando: (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) Aplicada isoladamente; (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) Aplicada cumulativamente com pena 
restritiva de direitos; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
c) Concedida a suspensão condicional 
da pena. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre 
os recursos indispensáveis ao sustento do 
condenado e de sua família. (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O §2º prevê o princípio da huma-
nidade e da intranscendência das penas (art. 5º, 
XLVI e XLVII, da CF).
Jurisprudência: “1. A Lei nº 9.268/1996, ao 
considerar a multa penal como dívida de valor, 
não retiroudela o caráter de sanção criminal, 
que lhe é inerente por força do art. 5º, XLVI, c, 
da Constituição Federal. 2. Como consequência, 
a legitimação prioritária para a execução da 
multa penal é do Ministério Público perante a 
Vara de Execuções Penais. 3. Por ser também 
dívida de valor em face do Poder Público, a mul-
ta pode ser subsidiariamente cobrada pela 
Fazenda Pública, na Vara de Execução Fiscal, 
se o Ministério Público não houver atuado 
em prazo razoável (90 dias). 4. Ação direta de 
inconstitucionalidade cujo pedido se julga par-
cialmente procedente para, conferindo inter-
pretação conforme à Constituição ao art. 51 do 
Código Penal, explicitar que a expressão “apli-
cando-se-lhes as normas da legislação relativa 
à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no 
que concerne às causas interruptivas e suspen-
sivas da prescrição”, não exclui a legitimação 
prioritária do Ministério Público para a cobran-
ça da multa na Vara de Execução Penal. Fixação 
das seguintes teses: (i) O Ministério Público é o 
órgão legitimado para promover a execução da 
pena de multa, perante a Vara de Execução Cri-
minal, observado o procedimento descrito pe-
los artigos 164 e seguintes da Lei de Execução 
Penal; (ii) Caso o titular da ação penal, devida-
mente intimado, não proponha a execução da 
#LEGIS
26 27
multa no prazo de 90 (noventa) dias, o Juiz da 
execução criminal dará ciência do feito ao órgão 
competente da Fazenda Pública (Federal ou Es-
tadual, conforme o caso) para a respectiva co-
brança na própria Vara de Execução Fiscal, com 
a observância do rito da Lei 6.830/1980.” [ADI 
3150, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Rela-
tor(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tri-
bunal Pleno, julgado em 13/12/2018, PROCES-
SO ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 05-08-2019 
PUBLIC 06-08-2019].
STJ: Nos casos em que haja condenação a 
pena privativa de liberdade e multa, cum-
prida a primeira (ou a restritiva de direitos 
que eventualmente a tenha substituído), o ina-
dimplemento da sanção pecuniária não obsta 
o reconhecimento da extinção da punibilida-
de. (REsp Repetitivo 1519777/SP – Tema 931)
Conversão da Multa e revogação 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença 
condenatória, a multa será executada perante 
o juiz da execução penal e será considerada 
dívida de valor, aplicáveis as normas relativas 
à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no 
que concerne às causas interruptivas e suspen-
sivas da prescrição.
Comentários: NOVIDADE LEGISLATIVA decor-
rente da Lei nº 13.964/19, que entrou em vigor 
no dia 23 de janeiro de 2020. Reparem que foi 
acrescentada a seguinte expressão “executada 
perante o juiz da execução penal”. Portanto, a 
discussão acerca da competência ficou supera-
da.
Súmula 693 do STF Não cabe habeas corpus 
contra decisão condenatória a pena de multa, ou 
relativo a processo em curso por infração penal 
a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Súmula 521 do STJ: A legitimidade para a exe-
cução fiscal de multa pendente de pagamento 
imposta em sentença condenatória é exclusiva 
da Procuradoria da Fazenda Pública. (aparente-
mente superada pela ADIN 3150)
 
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
§ 2º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Suspensão da execução da multa
Art. 52 - É suspensa a execução da pena 
de multa, se sobrevém ao condenado doen-
ça mental. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: art. 167 da LEP caminha no mesmo 
sentido: art. 167. A execução da pena de multa 
será suspensa quando sobrevier ao condena-
do doença mental (artigo 52 do Código Penal).
Anotações sobre os artigos anteriores:
#LEGIS
27
CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
Penas privativas de liberdade
Art. 53 - As penas privativas de liberdade 
têm seus limites estabelecidos na sanção corres-
pondente a cada tipo legal de crime. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Penas restritivas de direitos
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são 
aplicáveis, independentemente de cominação 
na parte especial, em substituição à pena priva-
tiva de liberdade, fixada em quantidade inferior 
a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Deve ser lido em conjunto com o 
art. 44 e seguintes do Código Penal.
Jurisprudência: “1. Embora o Supremo Tribunal 
Federal tenha decidido pela viabilidade da ime-
diata execução da pena imposta ou confirmada 
pelos tribunais locais após esgotadas as respec-
tivas jurisdições, não analisou tal possibilidade 
quanto às reprimendas restritivas de direitos. 2. 
Considerando a ausência de manifestação ex-
pressa da Corte Suprema e o teor do art. 147 
da LEP, não se afigura possível a execução da 
pena restritiva de direitos antes do trânsito 
em julgado da condenação. (EREsp 1619087/SC, 
Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 
Rel. p/ Acórdão Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 14/06/2017, DJe 24/08/2017).
STF: 1. A execução provisória de pena restriti-
va de direitos imposta em condenação de se-
gunda instância, ainda que pendente o efetivo 
trânsito em julgado do processo, não ofende o 
princípio constitucional da presunção de ino-
cência, conforme decidido por esta Corte Supre-
ma no julgamento das liminares nas ADC nºs 43 e 
44, no HC nº 126.292/SP e no ARE nº 964.246, este 
com repercussão geral reconhecida – Tema nº 
925. Precedentes: HC 135.347-AgR, Primeira Tur-
ma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 17/11/2016, 
e ARE 737.305-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, DJe de 10/8/2016. 2. In casu, o 
recorrente foi condenado, em sede de apela-
ção, à pena de 3 (três) anos, 7 (sete) meses e 16 
(dezesseis) dias de reclusão, em regime aberto, 
substituída por restritivas de direitos, bem como 
ao pagamento de 16 (dezesseis) dias-multa pela 
prática do crime previsto no artigo 1º, I e II, da 
Lei n. 8.137/1990.” [HC 141978 AgR, Relator(a): 
Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 
23/06/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-168 DI-
VULG 31-07-2017 PUBLIC 01-08-2017]
Art. 55. As penas restritivas de direitos re-
feridas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a 
mesma duração da pena privativa de liberda-
de substituída, ressalvado o disposto no § 4º do 
art. 46. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 56 - As penas de interdição, previstas 
nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-
-se para todo o crime cometido no exercício de 
profissão, atividade, ofício, cargo ou função, 
sempre que houver violação dos deveres que 
lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no 
inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos 
crimes culposos de trânsito. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de multa
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo le-
gal de crime, tem os limites fixados no art. 49 
e seus parágrafos deste Código. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A multa prevista no pará-
grafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60 deste 
Código aplica-se independentemente de comi-
nação na parte especial. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
Anotações sobre os artigos anteriores:
#LEGIS
28 29
CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DA PENA
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, 
aos antecedentes, à conduta social, à persona-
lidade do agente, aos motivos, às circunstân-
cias e conseqüências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabelecerá, con-
forme seja necessário e suficiente para repro-
vação e prevenção do crime: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Remeto para a leitura dos comen-
tários do art. 32, em que foi trabalhada a teoria 
relativa (prevenção especial e geral), que é a ado-
tada por este dispositivo.
I - As penas aplicáveis dentre as comina-
das; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
II - A quantidade de pena aplicável, dentro 
dos limites previstos; (Redaçãodada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - O regime inicial de cumprimento da 
pena privativa de liberdade; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - A substituição da pena privativa da 
liberdade aplicada, por outra espécie de 
pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Súmula 231 do STJ: A incidência da circunstân-
cia atenuante não pode conduzir à redução da 
pena abaixo do mínimo legal.
Súmula 269 do STJ: É admissível a adoção do re-
gime prisional semi-aberto aos reincidentes con-
denados a pena igual ou inferior a quatro anos se 
favoráveis as circunstâncias judiciais.
Súmula 440 do STJ: Fixada a pena-base no míni-
mo legal, é vedado o estabelecimento de regime 
prisional mais gravoso do que o cabível em razão 
da sanção imposta, com base apenas na gravida-
de abstrata do delito.
Súmula 443 do STJ: O aumento na terceira fase 
de aplicação da pena no crime de roubo circuns-
tanciado exige fundamentação concreta, não 
sendo suficiente para a sua exasperação a mera 
indicação do número de majorantes.
Súmula 444 do STJ: É vedada a utilização de in-
quéritos policiais e ações penais em curso para 
agravar a pena-base.
Súmula 501 do STJ: É cabível a aplicação retroa-
tiva da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado 
da incidência das suas disposições, na íntegra, 
seja mais favorável ao réu do que o advindo da 
aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a 
combinação de leis.
Súmula Vinculante 56 do STF: A falta de estabe-
lecimento penal adequado não autoriza a manu-
tenção do condenado em regime prisional mais 
gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, 
os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. (Crité-
rios adotados no referido julgado: 1) a saída an-
tecipada de sentenciado no regime com falta de 
vagas; 2) a liberdade eletronicamente monitora-
da ao sentenciado que sai antecipadamente ou é 
posto em prisão domiciliar por falta de vagas; 3) 
o cumprimento de penas restritivas de direito e/
ou estudo ao sentenciado que progrida ao regi-
me aberto)
Critérios especiais da pena de multa
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz 
deve atender, principalmente, à situação econô-
mica do réu. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o 
triplo, se o juiz considerar que, em virtude 
da situação econômica do réu, é ineficaz, 
embora aplicada no máximo. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Multa substitutiva
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, 
não superior a 6 (seis) meses, pode ser 
substituída pela de multa, observados os 
critérios dos incisos II e III do art. 44 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Comentários: A pena de multa é aplicada segun-
do um critério bifásico: quantidade de dias-
-multa e valor dos dias-multa. Para determinar 
a quantidade (primeira fase), leva-se em conta 
as circunstâncias judiciais. Já o valor (segunda 
#LEGIS
29
fase), é determinado pelas condições financei-
ras do apenado. Sendo pessoa abastada e inefi-
caz a multa aplicada, o magistrado poderá tripli-
cá-la (§1º). Essa etapa é, por alguns, considerada 
uma terceira fase do cálculo da multa. 
Súmula 171 do STJ: Cominadas cumulativamen-
te, em lei especial, penas privativa de liberdade e 
pecuniária, é defeso a substituição da prisão por 
multa.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Para fixação:
1. PGE-PE (CESPE – 2019) A respeito de ação 
penal, espécies e cominação de penas, julgue o 
item a seguir. Inquéritos policiais e ações penais 
em curso podem servir para agravar a pena-base 
do condenado a título de maus antecedentes e 
de personalidade desajustada ou voltada para a 
criminalidade.
2. PGE-PE (CESPE – 2019) A respeito de ação 
penal, espécies e cominação de penas, julgue o 
item a seguir. A reincidência em qualquer crime 
na modalidade dolosa impede a substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de di-
reitos.
3. Policial Federal (CESPE – 2018) Ronaldo, 
maior e capaz, e outras três pessoas, também 
maiores e capazes, furtaram um veículo que es-
tava parado em um estacionamento público. 
Depois de terem retirado pertences do veículo, o 
abandonaram perto do local do assalto. O grupo 
foi preso. Constatou-se que Ronaldo era réu pri-
mário, tinha bons antecedentes e que agira por 
coação dos outros elementos do grupo. Nessa 
situação, se a coação foi resistível, se houver con-
fissão do crime e se as circunstâncias atenuantes 
preponderarem sobre as agravantes, a pena de 
Ronaldo poderá ser reduzida para abaixo do mí-
nimo legal.
4. Analista do STJ (CESPE – 2018) O réu senten-
ciado provisoriamente que se encontre em pri-
são especial deverá aguardar o trânsito em julga-
do da sentença com a definição da pena para que 
seja aplicada a progressão de regime de execu-
ção da pena.
5. MPE-SC (MPE-SC – 2016) Em relação à dosime-
tria, segundo consta no entendimento da Súmula 
443 do Superior Tribunal de Justiça, o aumento 
na terceira fase de aplicação da pena no crime de 
roubo circunstanciado não exige fundamentação 
efetiva, sendo suficiente para sua exasperação a 
indicação da quantidade de majorantes.
Gabarito: 1-E, 2-E, 3-E, 4-E, 5-E
#LEGIS
30 31
DIA 4
Disciplina: Direito Penal.
Responsável: Prof. Rodrigo Santos.
Dia 04: Do Art. 61 ao 76.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
Circunstâncias agravantes
Art. 61 - São circunstâncias que sempre 
agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: As agravantes estão previstas 
em rol taxativo, não se admitindo analogia in 
malam partem. Por outro lado, as atenuantes 
possuem natureza exemplificativa, conforme 
art. 66 do CP, adiante analisado.
I - A reincidência; (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Prevalece na doutrina que a 
reincidência é a única agravante que se aplica 
aos crimes culposos. As demais somente inci-
dem sobre as condutas dolosas. Mais comentá-
rios sobre a reincidência serão feitos no art. 64.
II - Ter o agente cometido o crime: (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) Por motivo fútil ou torpe;
b) Para facilitar ou assegurar a execução, 
a ocultação, a impunidade ou vantagem 
de outro crime;
c) À traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação, ou outro recurso que di-
ficultou ou tornou impossível a defesa 
do ofendido;
d) Com emprego de veneno, fogo, explo-
sivo, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que podia resultar perigo co-
mum;
Comentários: As agravantes previstas nas 
quatro alíneas anteriores encontram corres-
pondência com as qualificadoras do art. 121, 
§2º, do CP. Contudo, para evitar bis in idem, 
a utilização da agravante é vedada quando 
a mesma circunstância já for utilizada para 
qualificar o delito.
e) Contra ascendente, descendente, ir-
mão ou cônjuge;
f) Com abuso de autoridade ou preva-
lecendo-se de relações domésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade, ou com 
violência contra a mulher na forma da 
lei específica; (Redação dada pela Lei nº 
11.340, de 2006)
Jurisprudência: “Nesse sentido é a jurispru-
dência pacificada desta Corte Superior ao en-
tender que a aplicação da agravante prevista 
no art. 61, II, f, do CP, de modo conjunto com 
outras disposições da Lei n. 11.340/06 não 
acarreta bis in idem, pois a Lei Maria da Pe-
nha visou recrudescer o tratamento dado para 
a violência doméstica e familiar contra a mu-
lher”
(AgRg no AREsp n. 1.079.004/SE, Quinta Turma, 
Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, DJe de 28/6/2017). 
Habeas corpus não conhecido.
g) Com abuso de poder ou violação de 
dever inerente a cargo, ofício, ministério 
ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) 
anos, enfermo ou mulher grávida; (Reda-
ção dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Jurisprudência: “1. A incidência da agravante 
estabelecida no art. 61, inciso II, “h”, do CP é de 
natureza objetiva e não depende de prévio 
conhecimento do agente para sua incidência, 
já que a vulnerabilidade do idoso é presumida. 
Precedentes.2 Agravo regimental desprovido.”
(AgRg no REsp 1722345/SP, Rel. Ministro JORGE 
MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 21/05/2019, 
DJe 04/06/2019) 
i) quando o ofendido estava sob a imedia-
ta proteção da autoridade;
#LEGIS
31
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, 
inundação ou qualquer calamidade 
pública, ou de desgraça particular do 
ofendido;
l) em estado de embriaguez preordena-
da.
Comentários: O estado de embriaguez preor-
denada não afasta a culpabilidade, por conta 
da teoria do actio libera in causa. Ao contrário, 
permite o agravamento da pena, por se consi-
derar mais reprovável a conduta daquele que 
ingere bebida alcoólica com o fito de cometer 
crimes. 
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em 
relação ao agente que: (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
I - promove, ou organiza a cooperação 
no crime ou dirige a atividade dos de-
mais agentes; (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Aplica-se ao caso da denomina-
da “autoria intelectual” ou “autoria de escritó-
rio”. Para incidência da agravante, deve haver 
hierarquia entre o agente e os demais autores 
da infração penal. 
II - coage ou induz outrem à execução 
material do crime; (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - instiga ou determina a cometer o cri-
me alguém sujeito à sua autoridade ou 
não-punível em virtude de condição ou 
qualidade pessoal; (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Os dois incisos anteriores tradu-
zem hipótese de autoria mediata. No caso do 
inciso II, se a coação for resistível, o indivíduo 
que sofreu a coação (coacto) será responsabi-
lizado criminalmente, ainda que com a pena 
atenuada, nos termos do art. 65, III, “c”, do CP. 
Se a coação for irresistível, afasta-se o fato tí-
pico (por ausência de conduta), se física, ou 
a culpabilidade, por inexigibilidade de con-
duta diversa, se moral. 
IV - executa o crime, ou nele participa, 
mediante paga ou promessa de recom-
pensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
 Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando 
o agente comete novo crime, depois de transitar 
em julgado a sentença que, no País ou no estran-
geiro, o tenha condenado por crime anterior. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Segundo o Código Penal, somen-
te cabe falar em reincidência no caso de come-
timento de crime após a condenação transitada 
em julgado por outro crime. Condenação ante-
rior por contravenção penal não tem o condão 
de gerar a reincidência nos termos do CP.
Súmula 241 do STJ - A reincidência penal não 
pode ser considerada como circunstância agra-
vante e, simultaneamente, como circunstância 
judicial.
Súmula 636 do STJ: A folha de antecedentes cri-
minais é documento suficiente a comprovar os 
maus antecedentes e a reincidência Art. 64 - Para 
efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - não prevalece a condenação anterior, se 
entre a data do cumprimento ou extinção 
da pena e a infração posterior tiver decorri-
do período de tempo superior a 5 (cinco) 
anos, computado o período de prova da 
suspensão ou do livramento condicional, 
#LEGIS
32 33
se não ocorrer revogação; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: No caso de cometimento de deli-
to depois do período depurador da reincidên-
cia, há divergência se o agente teria ou não maus 
antecedentes.
I - Segundo o entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça, haverá sim maus an-
tecedentes em referida hipótese. Ou seja, 
os maus antecedentes, para o STJ, podem 
estar caracterizados na hipótese de o indi-
víduo cometer um delito depois do período 
depurador da reincidência.
II - Existem precedentes do Supremo Tri-
bunal Federal, contudo, no sentido de que, 
como a pena não pode ter efeito perpétuo 
(art. 5º, XLVII, “b”, da CF/88), não seria pos-
sível esta hipótese de maus antecedentes. 
Assim, para esta corrente do STF, passados 
5 (cinco) anos da extinção da pena anterior, 
o agente seria primário e portador de bons 
antecedentes. 
II - Não se consideram os crimes militares 
próprios e políticos.(Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentário: A condenação anterior por crime 
militar próprio, crime político ou contravenção 
penal não gera reincidência em caso de cometi-
mento de novo crime, mas induz os maus ante-
cedentes.
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre ate-
nuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Súmula 231 - A incidência da circunstância ate-
nuante não pode conduzir à redução da pena 
abaixo do mínimo legal. 
I - Ser o agente menor de 21 (vinte e um), 
na data do fato, ou maior de 70 (seten-
ta) anos, na data da sentença; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentário: O indivíduo que completa 70 (se-
tenta) anos depois da sentença, mas antes do 
trânsito em julgado, não faz jus à atenuante aci-
ma nominada, conforme entendimento domi-
nante dos Tribunais Superiores.
II - O desconhecimento da lei; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - ter o agente: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
a) Cometido o crime por motivo de rele-
vante valor social ou moral;
b) Procurado, por sua espontânea vontade 
e com eficiência, logo após o crime, evitar-
-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou 
ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) Cometido o crime sob coação a que po-
dia resistir, ou em cumprimento de ordem 
de autoridade superior, ou sob a influência 
de violenta emoção, provocada por ato in-
justo da vítima;
d) Confessado espontaneamente, perante 
a autoridade, a autoria do crime;
Súmula 545 do STJ: Quando a confissão for 
utilizada para a formação do convencimento do 
julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no 
artigo 65, III, d, do Código Penal.
Súmula 630 do STJ: A incidência da atenuante 
da confissão espontânea no crime de tráfico ilíci-
to de entorpecentes exige o reconhecimento da 
traficância pelo acusado, não bastando a mera 
#LEGIS
33
admissão da posse ou propriedade para uso 
próprio. e) cometido o crime sob a influência de 
multidão em tumulto, se não o provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada 
em razão de circunstância relevante, anterior ou 
posterior ao crime, embora não prevista expres-
samente em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Comentário: O dispositivo acima reflete a cha-
mada atenuante inominada. Repare que a cir-
cunstância relevante pode ser anterior ou poste-
rior ao crime. Assim, por exemplo, a boa conduta 
do indivíduo após o cometimento do ilícito pode 
ser levada em conta pelo magistrado como ate-
nuante inominada.
Atenção: A tese da coculpabilidade, segundo 
a qual haveria responsabilidade compartilhada 
entre o agente que cometeu o ilícito e o Estado, 
no caso de aquele não ter tido acesso a direitos 
sociais básicos ao longo da vida, pode ser enca-
rada como atenuante inominada, justificando a 
redução de pena do autor do crime com base no 
art. 66 do Código Penal.
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Concurso de circunstâncias agravantes e 
atenuantes
Art. 67 - No concurso de agravantes e ate-
nuantes, a pena deve aproximar-se do limite 
indicado pelas circunstâncias preponderantes, 
entendendo-se como tais as que resultam dos 
motivos determinantes do crime, da persona-
lidade do agente e da reincidência. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentário: Não há definição expressa em lei 
de quais seriam as atenuantes ou agravantes 
preponderantes, exceto quanto à reincidência. 
O art. 67 do CP estabelece apenas diretrizes, no 
sentido de que devem preponderar aquelas ine-
rentes aos motivos determinantes do crime e à 
personalidade. Cabe ao intérprete analisar as 
agravantes e atenuantes previstas na lei penal 
e verificarse estas são ou não preponderantes. 
Havendo a concorrência entre atenuantes e agra-
vantes igualmente preponderantes, ambas deve-
rão se compensar.
Jurisprudência: “É possível, na segunda fase da 
dosimetria da pena, a compensação da atenuan-
te da confissão espontânea com a agravante da 
reincidência” (REsp n. 1.341.370/MT, Rel. Minis-
tro Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, julgado 
em 10/4/2013, DJe 17/4/2013, sob o rito dos re-
cursos especiais repetitivos).
Jurisprudência: “O Superior Tribunal de Justiça 
já decidiu que a agravante do crime praticado 
com violência doméstica e familiar contra a mu-
lher é circunstância preponderante, nos termos 
do art. 67 do Código Penal, devendo ser compen-
sada com as atenuantes igualmente preponde-
rantes, como a confissão espontânea”. (AgRg no 
AREsp 689.064-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de As-
sis Moura, julgado em 6/8/2015, DJe 26/8/2015.)
Jurisprudência: “A jurisprudência desta Corte 
superior entende que a atenuante da menorida-
de relativa e a agravante da reincidência são 
igualmente preponderantes, devendo, portanto, 
serem integralmente compensadas, não havendo 
se falar em redução da reprimenda na segunda 
fase da dosimetria pela preponderância da citada 
atenuante. (AgRg no HC 447.645/SC, Rel. Minis-
tro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 
02/10/2018, DJe 18/10/2018) 
#LEGIS
34 35
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atenden-
do-se ao critério do art. 59 deste Código; em se-
guida serão consideradas as circunstâncias ate-
nuantes e agravantes; por último, as causas de 
diminuição e de aumento. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - No concurso de causas 
de aumento ou de diminuição previstas na par-
te especial, pode o juiz limitar-se a um só au-
mento ou a uma só diminuição, prevalecendo, 
todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentário: Havendo duas causas de aumento 
ou diminuição da parte geral, ou uma da parte 
especial e uma da geral, deve o juiz aplicar am-
bas. Somente quando as duas causas forem da 
parte especial é que o juiz pode limitar-se a um 
só aumento ou a uma só diminuição.
Comentário: Prevalece que o art. 68 do Código 
Penal encerra uma faculdade do magistrado. 
Ou seja, o juiz sentenciante, a partir de seu li-
vre convencimento motivado, decidirá se apli-
ca apenas uma das causas de aumento da parte 
especial presentes em dado caso concreto, ou se 
fará incidir ambas de forma cumulativa.
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Concurso material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais 
de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumula-
tivamente as penas privativas de liberdade em 
que haja incorrido. No caso de aplicação cumu-
lativa de penas de reclusão e de detenção, execu-
ta-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentário: Lembre-se que, no caso de suspen-
são condicional do processo envolvendo concur-
so material de crimes, o sursis só será possível se 
o resultado do somatório das penas mínimas de 
cada crime não ultrapassar 1 (um) ano.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao 
agente tiver sido aplicada pena privativa 
de liberdade, não suspensa, por um dos 
crimes, para os demais será incabível a 
substituição de que trata o art. 44 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
§ 2º - Quando forem aplicadas penas 
restritivas de direitos, o condenado cumprirá 
simultaneamente as que forem compatí-
veis entre si e sucessivamente as demais. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma 
só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das 
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, 
mas aumentada, em qualquer caso, de um sex-
to até metade. As penas aplicam-se, entretan-
to, cumulativamente, se a ação ou omissão é 
dolosa e os crimes concorrentes resultam de 
desígnios autônomos, consoante o disposto no 
artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Comentário: A parte inicial do dispositivo traz o 
denominado concurso formal próprio ou per-
feito, enquanto a parte final tipifica o que ficou 
conhecido como concurso formal impróprio ou 
imperfeito, por conta dos desígnios autônomos 
em relação aos resultados produzidos.
#LEGIS
35
Jurisprudência: “3. A jurisprudência desta Corte 
Superior é firme em assinalar que a quantidade 
de infrações praticadas deve ser o critério utili-
zado para embasar o patamar de aumento rela-
tivo ao concurso formal de crimes. (HC 319.513/
SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA 
TURMA, julgado em 07/04/2016, DJe 20/04/2016) 
.
Comentário: Considerando o entendimento ju-
risprudencial, podemos afirmar que a fixação do 
quantum de aumento em decorrência do con-
curso formal próprio deve obedecer a seguinte 
regra:
2 (dois) crimes = aumento de 1/6 (um 
sexto);
3 (três) crimes = aumento de 1/5 (um 
quinto);
4 (quatro) crimes = aumento de 1/4 (um 
quarto);
5 (cinco) crimes = aumento de 1/3 (um 
terço);
6 (seis) ou mais crimes = aumento de 1/2 
(metade). 
Parágrafo único - Não poderá a pena exce-
der a que seria cabível pela regra do art. 69 des-
te Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentário: O dispositivo anteriormente citado 
descreve o concurso material benéfico.
Com efeito, no caso do concurso formal próprio, 
adotou-se o sistema da exasperação como forma 
de beneficiar o infrator.
Ocorre que nem sempre esse sistema é mais fa-
vorável, pois é possível que sua aplicação resulte 
em pena superior à soma das penas dos crimes. 
Nesse caso, deverá ser aplicado o sistema do cú-
mulo material, que será benéfico ao agente.
Exemplo: Imaginemos a situação: um indivíduo 
pratica os crimes de latrocínio (art. 157, §3º, II, do 
CP) e corrupção de menores (art. 244-B do ECA) 
em concurso formal. Nesta hipótese, em tese, é 
mais vantajosa ao infrator a soma das penas 
do que a exasperação da pena mais grave.
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais 
de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subseqüentes ser havi-
dos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe 
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a 
mais grave, se diversas, aumentada, em qual-
quer caso, de um sexto a dois terços. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentário: Ainda que não esteja expresso no 
dispositivo legal, os Tribunais Superiores enten-
dem como requisito implícito para caracteriza-
ção do crime continuado a unidade de desígnios 
entre as ações praticadas. Quanto ao assunto, 
existem duas teorias importantes: 
Para a teoria objetiva pura ou puramente obje-
tiva, basta a presença dos requisitos previstos no 
art. 71, caput, do CP, dispensando-se a intenção 
do agente em praticar os crimes continuidade. 
Para a teoria objetivo-subjetiva ou mista, não 
basta a presença dos requisitos previstos no art. 
71, caput, do CP, sendo necessária também a 
unidade de desígnio, ou seja, a prática dos cri-
mes resulta de um plano previamente elaborado 
pelo agente. Essa teoria é amplamente majori-
tária na jurisprudência. 
#LEGIS
36 37
Atenção: No caso de crime continuado, a fração 
de aumento é de um sexto a dois terços, enquan-
to, no concurso formal, o quantum é de um sexto 
até a metade. Cuidado para não confundir, pois 
esta diferença já foi objeto de questionamento 
em provas anteriores. Para ajudar a memorizar, 
basta lembrar que o crime continuado é mais 
grave, por ser configurado quando o indivíduo 
pratica duas ou mais ações, de modo que a san-
ção também é mais rigorosa.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, con-
tra vítimas diferentes, cometidos com violên-
cia ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, 
considerando a culpabilidade, os antecedentes,a conduta social e a personalidade do agente, 
bem como os motivos e as circunstâncias, au-
mentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, 
ou a mais grave, se diversas, até o triplo, obser-
vadas as regras do parágrafo único do art. 70 e 
do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
Atenção: O parágrafo único do art. 71 traz o que 
se chama de crime continuado específico ou 
qualificado, em oposição ao genérico do caput.
Para fixação do quantum de aumento, no crime 
continuado genérico, a jurisprudência do STJ é 
firme no sentido de que devem ser levadas em 
consideração exclusivamente a quantidade de 
crimes praticados, sendo este um critério pura-
mente aritmético.
Por outro lado, no caso do crime continuado 
específico, além da quantidade de crimes, de-
vem ser levadas em consideração as circuns-
tâncias judiciais do art. 59 do Código Penal, 
dando, assim, maior liberdade ao magistrado.
Multas no concurso de crimes
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas 
de multa são aplicadas distinta e integralmen-
te. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Cuidado: Segundo o STJ, referida disposição 
não se aplica ao crime continuado, já que a 
redação legal menciona “concurso de crimes”, e 
o crime continuado é uma ficção jurídica, e não 
um concurso de delitos. Assim, na hipótese de 
continuidade delitiva, a pena de multa deve ser 
calculada da mesma forma que a privativa de 
liberdade: a maior sanção deve ser exasperada. 
(AgRg no AREsp 484.057/SP, Rel. Ministro JORGE 
MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 27/02/2018, 
DJe 09/03/2018)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
 Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no 
uso dos meios de execução, o agente, ao invés 
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge 
pessoa diversa, responde como se tivesse pra-
ticado o crime contra aquela, atendendo-se ao 
disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso 
de ser também atingida a pessoa que o agente 
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 
deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentário: O erro na execução pode se mani-
festar nas seguintes espécies:
I – Com unidade simples: é a situação em que o 
agente pretende atingir “A”, mas, por erro na exe-
cução, atinge “B”. Diz respeito à primeira parte 
do art. 73, do CPB. 
#LEGIS
37
II – Com unidade complexa: é a situação em 
que o agente pretende atingir “A”, mas, por erro 
na execução, atinge tanto “A” (pessoa que real-
mente desejava lesar), quanto “B” (pessoa que o 
agente não tinha intenção de lesionar). Diz res-
peito à segunda parte do art. 73, do CPB.
Destaca-se, por fim, que no caso de erro na exe-
cução com unidade complexa, para a maior par-
te da doutrina, o agente responderá pelos dois 
crimes considerando sempre qualidades da 
pessoa que desejava lesar. 
Exemplo: Marcos, por ciúmes, desejava matar 
sua esposa. Para alcançar seu objetivo, efe-
tuou disparos de arma de fogo. Por erro na 
execução, os tiros atingiram sua esposa e um 
pedestre que passava pelo local, vindo ambos 
a falecer. Nessa hipótese, Marcos responderá 
por dois crimes de feminicídio (art. 121, §2º, 
VI), pois devem ser levadas em conta as carac-
terísticas de sua esposa em relação aos dois re-
sultados, mesmo que o pedestre atingido por 
erro seja homem.
Resultado diverso do pretendido
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, 
quando, por acidente ou erro na execução do 
crime, sobrevém resultado diverso do preten-
dido, o agente responde por culpa, se o fato 
é previsto como crime culposo; se ocorre tam-
bém o resultado pretendido, aplica-se a regra do 
art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentário: De modo semelhante ao erro de 
execução, o resultado diverso do pretendido po-
derá se manifestar nas seguintes espécies:
I – Com unidade simples: é a situação em que, 
por exemplo, o agente pretendia matar um ani-
mal silvestre, porém acaba matando uma pes-
soa. Nessa situação, o agente responde pelo re-
sultado involuntário a título de culpa, desde que 
o fato seja previsto como crime culposo, nos mol-
des estabelecidos na primeira parte do aludido 
art. 74, do CPB.
II – Com unidade complexa: situação em que 
a ação do agente atinge o resultado almejado 
como, também, de forma culposa, atinge um 
resultado diverso do pretendido. Aqui, deverá 
incidir a aplicação da pena do crime mais grave, 
acrescido de 1/6 até 1/2, conforme estabelecido 
na segunda parte do art. 74, do CPB.
ATENÇÃO: Ressalte-se que prevalece na doutrina 
que a regra estabelecida no art. 74 não incidirá 
quando o resultado diverso do pretendido for de 
menor gravidade em relação ao crime desejado 
ou se não houver previsão da conduta do agente 
como crime culposo.
Exemplo: se o agente, desejando atingir uma 
pessoa com uma pedra, acaba por quebrar 
uma vidraça, deverá responder por tentativa 
de lesão, e não simplesmente por dano, conside-
rando não haver previsão legal de dano culposo 
(e, ainda se houvesse, a pena seria certamente 
inferior à da lesão culposa, o que também afasta-
ria o art. 74). Limite das penas
Art. 75. O tempo de cumprimento das pe-
nas privativas de liberdade não pode ser superior 
a 40 (quarenta) anos.
§ 1º Quando o agente for condenado a 
penas privativas de liberdade cuja soma 
seja superior a 40 (quarenta) anos, devem 
elas ser unificadas para atender ao limite 
máximo deste artigo. 
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato 
posterior ao início do cumprimento da 
pena, far-se-á nova unificação, despre-
zando-se, para esse fim, o período de 
pena já cumprido.
Cuidado: Este dispositivo foi recentemente mo-
dificado no que restou conhecido como “Pacote 
Anticrime”, de modo que há grande probabilida-
de de ser cobrado em prova. Concurso de infra-
ções
Art. 76 - No concurso de infrações, execu-
tar-se-á primeiramente a pena mais grave. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentário: Quanto a este dispositivo, há diver-
gência se, havendo simultaneamente condena-
ção a penas de reclusão e de detenção, devem ou 
não estas serem unificadas, visto que, em tese, a 
pena de reclusão é mais grave do que a de deten-
ção.
#LEGIS
38 39
Para a 5ª Turma do STJ e a 2ª Turma do STF, 1. 
“As reprimendas de reclusão e de detenção devem 
ser somadas para fins de unificação da pena, haja 
vista que ambas são modalidades de pena priva-
tiva de liberdade e, portanto, configuram sanções 
de mesma espécie. Precedentes do STF e desta 
Corte Superior de Justiça.” (HC 484.690/SC, Rel. 
Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julga-
do em 30/05/2019, DJe 04/06/2019).
Para a 6ª Turma do STJ, “1. A teor do art. 76 do 
Código Penal, em casos de concurso de infrações 
com tipos de gravidade diferentes, deve-se execu-
tar primeiro a pena mais grave. 2. A pena de re-
clusão será cumprida em primeiro lugar e, poste-
riormente, a de detenção, não havendo falar em 
unificação de penas, diante da impossibilidade de 
execução simultânea de duas modalidades dis-
tintas de penas privativas de liberdade. 3. Agravo 
regimental improvido. (AgRg no REsp 1835638/
GO, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, 
julgado em 26/11/2019, DJe 03/12/2019)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Para fixação:
Ano: 2018 / Banca: FCC / Órgão: DPE-RS / Pro-
va: Defensor Público
1) Inconformado com o fim do casamento que 
mantinha com Marisa, João passa a persegui-la 
todos os dias. Certo dia, sabendo que a ex-mu-
lher iria a uma festa na casa de amigos, João inva-
de local e, ao avistar Marisa, nos fundos da casa, 
atira com seu revólver calibre 38. O disparo fere 
Marisa no braço esquerdo, de raspão, mas atin-
ge letalmente Leonardo, que estava logo atrás da 
ulher no momento do disparo e não havia sido 
visto pelo atirador.
a) A ação se amolda ao que a lei prevê como con-
curso formal (art. 70 do CP) e João estará sujeito 
às penas previstas para o homicídio qualificado 
como se praticado contra a mulher por razões da 
condição de sexo feminino (art. 121, § 2°, VI,c/c 
art. 121, § 2° -A, I, do CP), aumentada de um sexto 
até metade, nos termos do art. 70 c/c art. 73 do 
CP. 
b) Se está diante de uma tentativa de homicídio 
e um homicídio consumado praticados em con-
curso material, aplicando-se ao autor, cumulati-
vamente, as penas privativas de liberdade aplicá-
veis a cada um dos crimes, conforme art. 69 do 
CP. 
c) Se está diante de conduta que se amolda ao 
conceito de crime continuado, podendo-se apli-
car a pena conforme disposto no art. 71, parágra-
fo único, do CP − a mais grave, aumentada até o 
triplo.
d) Se está diante de conduta que se amolda ao 
conceito de crime continuado, aplicando-se a 
pena conforme disposto no art. 71, caput, do CP 
− a mais grave, aumentada de um sexto a dois 
terços.
e) A ação se amolda ao que a lei prevê como con-
curso formal (art. 70 do CP) e a João será apli-
cada pena em virtude da prática de homicídio 
tentado contra a mulher, qualificado por razões 
da condição de sexo feminino (art. 121, § 2°, VI, 
c/c art. 121, § 2° -A, I, do CP), somada àquela apli-
cada em razão do homicídio consumado contra 
o homem, nos termos do art. 70 (parte final) c/c 
art. 73 do CP. 
#LEGIS
39
Ano: 2015 / Banca: CESPE / Órgão: DPE-PE / 
Prova: Defensor Público
2) Com relação ao concurso de crimes, julgue o 
seguinte item.
O concurso formal próprio distingue-se do con-
curso formal impróprio pelo elemento subjetivo 
do agente, ou seja, pela existência ou não de de-
sígnios autônomos.
( ) Certo
( ) Errado
Ano: 2014 / Banca: FCC / Órgão: DPE-CE / Pro-
va: Defensor Público 
3) Em relação ao crime continuado, correto afir-
mar que:
a) a prescrição incide sobre o total da pena.
b) na modalidade específica a pena poderá ultra-
passar a que seria cabível pela regra do concurso 
material.
c) a teoria objetiva pura exige a unidade de de-
sígnios.
d) inadmissível, após a reforma penal de 1984, 
nos crimes contra a vida.
e) nos crimes dolosos contra a mesma vítima, 
cometidos com violência ou grave ameaça, o juiz 
aplicará a pena de um só dos crimes, se idênti-
cas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Ano: 2017 / Banca: CESPE / Órgão: DPE-AL / 
Prova: Defensor Público
4) Quanto às circunstâncias agravantes e às ate-
nuantes, assinale a opção correta.
a) Constitui atenuante genérica o erro sobre a ili-
citude do fato, embora o desconhecimento da lei 
seja inescusável.
b) Inexiste, nas agravantes e atenuantes genéri-
cas, previsão legal taxativa acerca do quantum a 
ser aplicado, cabendo ao juiz defini-lo.
c) As circunstâncias agravantes incidem apenas 
sobre os crimes dolosos.
d) A circunstância atenuante referente à senilida-
de é definida pelo Estatuto do Idoso.
e) A clemência incide em circunstâncias anterio-
res à prática do crime, nas hipóteses previstas ex-
pressamente no CP
Anotações gerais sobre as questões anteriores:
GABARITO: 01: A | 02: C | 03: E | 04: B
#LEGIS
40 41
DIA 5
Disciplina: Direito Penal.
Responsável: Prof. Rodrigo Santos
Dia 05: Do Art. 77 ao 95.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
CAPÍTULO IV
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
Requisitos da suspensão da pena
Art. 77 - A execução da pena privativa de 
liberdade, não superior a 2 (dois) anos, pode-
rá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, 
desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
I - O condenado não seja reincidente em 
crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
II - A culpabilidade, os antecedentes, a con-
duta social e personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias auto-
rizem a concessão do benefício;(Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Não seja indicada ou cabível a subs-
tituição prevista no art. 44 deste Códi-
go. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Percebam que não há vedação 
legal à concessão da suspensão condicional da 
pena aos crimes cometidos com violência ou 
grave ameaça à pessoa, tanto que a maior apli-
cação prática do sursis da pena se dá nos cri-
mes de lesão leve e ameaça.
Comentários: A concessão da suspensão condi-
cional da pena é, em regra, realizada na senten-
ça condenatória, pelo juízo do conhecimento, 
se presentes os requisitos. Ao juízo da execução 
penal cabe a fiscalização do cumprimento das 
condições estabelecidas.
§ 1º - A condenação anterior a pena de 
multa não impede a concessão do bene-
fício.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 2º A execução da pena privativa de 
liberdade, não superior a quatro anos, 
poderá ser suspensa, por quatro a seis 
anos, desde que o condenado seja maior 
de setenta anos de idade, ou razões de 
saúde justifiquem a suspensão. (Redação 
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Comentários: O §2º do art. 77 do Código Penal 
contempla os denominados sursis etário e hu-
manitário, estabelecendo condições mais vanta-
josas para a concessão do beneficio aos conde-
nados que tenham idade avançada ou problemas 
graves de saúde.
Comentários: Há também outra hipótese espe-
cial de suspensão condicional da pena prevista 
no art. 16 da Lei de Crimes Ambientais, a qual 
estabelece a pena máxima de 3 (três) anos para 
ensejar o benefício. Art. 78 - Durante o prazo da 
suspensão, o condenado ficará sujeito à observa-
ção e ao cumprimento das condições estabeleci-
das pelo juiz. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá 
o condenado prestar serviços à comuni-
dade (art. 46) ou submeter-se à limitação 
de fim de semana (art. 48). (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2° Se o condenado houver reparado o 
dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e 
se as circunstâncias do art. 59 deste Códi-
go lhe forem inteiramente favoráveis, o 
juiz poderá substituir a exigência do pará-
grafo anterior pelas seguintes condições, 
aplicadas cumulativamente: (Redação 
dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) Proibição de frequentar determinados 
lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
b) Proibição de ausentar-se da comarca 
onde reside, sem autorização do juiz; (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) Comparecimento pessoal e obrigatório a 
juízo, mensalmente, para informar e justi-
ficar suas atividades. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
#LEGIS
41
Comentários: O §2º do art. 78 do Código Penal 
traz o que se convencionou denominar de sursis 
especial, em oposição ao sursis simples do §1º 
do mesmo dispositivo, pois se deferem condi-
ções menos severas ao condenado que tiver re-
parado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, 
e ostentar circunstâncias inteiramente favorá-
veis.
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Art. 79 - A sentença poderá especificar ou-
tras condições a que fica subordinada a sus-
pensão, desde que adequadas ao fato e à situa-
ção pessoal do condenado. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 80 - A suspensão não se estende às pe-
nas restritivas de direitos nem à multa. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Revogação obrigatória
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no 
curso do prazo, o beneficiário: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - É condenado, em sentença irrecorrível, 
por crime doloso; (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Frustra, embora solvente, a execução de 
pena de multa ou não efetua, sem motivo 
justificado, a reparação do dano; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Descumpre a condição do § 1º do art. 
78 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Revogação facultativa
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se 
o condenado descumpre qualquer outra 
condição imposta ou é irrecorrivelmen-
te condenado, por crime culposo ou por 
contravenção, a pena privativa de liberda-
de ou restritiva de direitos. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Prorrogação do período de prova
§ 2º - Se o beneficiário está sendo proces-
sado por outro crime ou contravenção, 
considera-se prorrogadoo prazo da sus-
pensão até o julgamento definitivo. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Cuidado para não confundir a pre-
visão do §2º do art. 81 com as disposições a res-
peito do livramento condicional, pois, no caso do 
sursis, há previsão expressa de que a pendência 
de ação penal enseja a prorrogação automática 
do período de prova, o que inexiste no livramen-
to condicional, situação que ensejou a edição da 
Súmula 617 do STJ. 
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o 
juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar 
o período de prova até o máximo, se este 
não foi o fixado. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
#LEGIS
42 43
Cumprimento das condições
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha 
havido revogação, considera-se extinta a pena 
privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Requisitos do livramento condicional
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramen-
to condicional ao condenado a pena privati-
va de liberdade igual ou superior a 2 (dois) 
anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Há divergência jurisprudencial 
sobre a possibilidade de excepcionar a exigên-
cia de que a pena seja superior a 2 (dois) anos 
para possibilitar a obtenção do livramento con-
dicional. Para fins de concurso, o ideal, em pro-
vas objetivas, é obedecer a literalidade da lei.
I - Cumprida mais de um terço da pena 
se o condenado não for reincidente em 
crime doloso e tiver bons anteceden-
tes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
II - Cumprida mais da metade se o con-
denado for reincidente em crime dolo-
so; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
III – Comprovado: (Redação dada pela Lei 
nº 13.964, de 2019)
a) Bom comportamento durante a exe-
cução da pena; (Redação dada pela Lei 
nº 13.964, de 2019)
b) Não cometimento de falta grave nos 
últimos 12 (doze) meses; (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) Bom desempenho no trabalho que 
lhe foi atribuído e; (Redação dada pela 
Lei nº 13.964, de 2019)
d) Aptidão para prover a própria subsis-
tência mediante trabalho honesto; (Re-
dação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
PACOTE ANTICRIME: A Lei Anticrime promo-
veu alterações nos requisitos para obtenção do 
livramento condicional. O inciso III do art. 83 
do Código Penal foi modificado para esclarecer 
os requisitos subjetivos para obtenção do be-
nefício. Atenção especial à alínea “b”, que esta-
beleceu requisito temporal para consideração 
das faltas graves. 
#LEGIS
43
IV - Tenha reparado, salvo efetiva impos-
sibilidade de fazê-lo, o dano causado pela 
infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
V - Cumpridos mais de dois terços da 
pena, nos casos de condenação por crime 
hediondo, prática de tortura, tráfico ilíci-
to de entorpecentes e drogas afins, tráfico 
de pessoas e terrorismo, se o apenado não 
for reincidente específico em crimes dessa 
natureza. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 
2016) (Vigência)
PACOTE ANTICRIME: Vale destacar que o inciso 
V, apesar de não ter sido modificado expressa-
mente pelo Pacote Anticrime, deve ser interpre-
tado de forma sistemática com o art. 112, VI, “a” 
e VIII, da Lei de Execuções Penais, o qual passou 
a vedar o livramento condicional para os conde-
nados por crime hediondo ou equiparado com 
resultado morte, seja o agente primário ou rein-
cidente. 
Parágrafo único - Para o condenado por 
crime doloso, cometido com violência ou gra-
ve ameaça à pessoa, a concessão do livramen-
to ficará também subordinada à constatação de 
condições pessoais que façam presumir que o li-
berado não voltará a delinqüir. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Soma de penas
Art. 84 - As penas que correspondem a in-
frações diversas devem somar-se para efeito 
do livramento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Especificações das condições
Art. 85 - A sentença especificará as con-
dições a que fica subordinado o livramento. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O liberado fica sujeito a condi-
ções obrigatórias, descritas no art. 132, §1º, da 
Lei de Execuções Penais, bem como às condi-
ções facultativas, do §2º do mesmo artigo, sem 
prejuízo da possibilidade de o Juiz, fundamen-
tadamente, especificar outras condições.
Revogação do livramento
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o li-
berado vem a ser condenado a pena privativa 
de liberdade, em sentença irrecorrível: (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Por crime cometido durante a vigência 
do benefício; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O mero cometimento de um 
novo crime não justifica a revogação do livra-
mento condicional. Conforme delimitado no 
caput do dispositivo transcrito, somente a con-
denação transitada em julgado é que pode 
justificar referida sanção. Contudo, no caso 
de cometimento de novo crime no curso do li-
vramento condicional, o juiz pode suspender 
o benefício, nos termos do art. 145 da Lei de 
Execuções Penais, até que sobrevenha a deci-
são definitiva. 
II - Por crime anterior, observado o dis-
posto no art. 84 deste Código. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Revogação facultativa
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar 
o livramento, se o liberado deixar de cumprir 
qualquer das obrigações constantes da sen-
tença, ou for irrecorrivelmente condenado, 
por crime ou contravenção, a pena que não 
seja privativa de liberdade.(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
#LEGIS
44 45
Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não 
poderá ser novamente concedido, e, salvo 
quando a revogação resulta de condenação por 
outro crime anterior àquele benefício, não se 
desconta na pena o tempo em que esteve solto 
o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Comentários: Este dispositivo é a razão para ha-
ver dúvida acerca de qual benefício da execução 
penal é mais vantajoso ao apenado, se o livra-
mento condicional ou o regime aberto. Com 
efeito, no caso do livramento condicional, a re-
vogação gerará a perda de todo o período de 
prova cumprido, salvo se o fundamento para a 
revogação for a condenação por um crime ante-
rior ao benefício.
Extinção
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a 
pena, enquanto não passar em julgado a senten-
ça em processo a que responde o liberado, por 
crime cometido na vigência do livramento.(Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 90 - Se até o seu término o livramen-
to não é revogado, considera-se extinta a pena 
privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Súmula 617 - A ausência de suspensão ou revo-
gação do livramento condicional antes do tér-
mino do período de prova enseja a extinção da 
punibilidade pelo integral cumprimento da 
pena. (Súmula 617, TERCEIRA SEÇÃO, julgado 
em 26/09/2018, DJe 01/10/2018)
Comentários: O art. 90 do Código Penal, ante-
riormente transcrito, é o que fundamenta o en-
tendimento da Súmula 617 do STJ, pois referido 
dispositivo é expresso ao afirmar que a ausên-
cia de revogação do livramento condicional, até 
o final do período de prova, gera a extinção da 
pena privativa de liberdade, ressalvando-se, ob-
viamente, a possibilidade de suspensão do bene-
fício, nos termos do art. 145 da Lei de Execuções 
Penais.
Anotações sobre os artigos anteriores: 
#LEGIS
45
CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Efeitos genéricos e específicos
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Tornar certa a obrigação de indenizar 
o dano causado pelo crime; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - A perda em favor da União, ressalva-
do o direito do lesado ou de terceiro de 
boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
a) Dos instrumentos do crime, desde que 
consistam em coisas cujo fabrico, aliena-
ção, uso,porte ou detenção constitua fato 
ilícito;
b) Do produto do crime ou de qualquer 
bem ou valor que constitua proveito au-
ferido pelo agente com a prática do fato 
criminoso.
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens 
ou valores equivalentes ao produto ou 
proveito do crime quando estes não forem 
encontrados ou quando se localizarem no 
exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 
2012)
§ 2º Na hipótese do § 1o, as medidas 
assecuratórias previstas na legislação 
processual poderão abranger bens ou va-
lores equivalentes do investigado ou acu-
sado para posterior decretação de perda. 
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por 
infrações às quais a lei comine pena máxima 
superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser 
decretada a perda, como produto ou proveito 
do crime, dos bens correspondentes à diferen-
ça entre o valor do patrimônio do condenado 
e aquele que seja compatível com o seu rendi-
mento lícito. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
24.12.2019)
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput 
deste artigo, entende-se por patrimônio 
do condenado todos os bens: (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 24.12.2019)
I - De sua titularidade, ou em relação aos 
quais ele tenha o domínio e o benefício di-
reto ou indireto, na data da infração penal 
ou recebidos posteriormente; e (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 24.12.2019)
II - Transferidos a terceiros a título gratui-
to ou mediante contraprestação irrisória, 
a partir do início da atividade criminal. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 24.12.2019)
§ 2º O condenado poderá demonstrar a 
inexistência da incompatibilidade ou a 
procedência lícita do patrimônio. (Incluí-
do pela Lei nº 13.964, de 24.12.2019)
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá 
ser requerida expressamente pelo Minis-
tério Público, por ocasião do oferecimento 
da denúncia, com indicação da diferença 
apurada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
24.12.2019)
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve 
declarar o valor da diferença apurada 
e especificar os bens cuja perda for 
decretada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
24.12.2019)
§ 5º Os instrumentos utilizados para a 
prática de crimes por organizações cri-
minosas e milícias deverão ser declarados 
perdidos em favor da União ou do Esta-
do, dependendo da Justiça onde tramita 
a ação penal, ainda que não ponham em 
perigo a segurança das pessoas, a moral 
ou a ordem pública, nem ofereçam sério 
risco de ser utilizados para o cometimen-
to de novos crimes. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 24.12.2019)
#LEGIS
46 47
PACOTE ANTICRIME: O art. 91-A do CP criou 
efeito extrapenal específico da condenação 
destinado às hipóteses em que o patrimônio do 
condenado, não obstante não seja produto do 
crime ou proveito auferido com o fato crimino-
so, for incompatível com seus rendimentos 
lícitos declarados. Destaque-se que referido 
efeito da condenação se aplicará aos crimes 
com pena máxima em abstrato superior a 6 
(seis) anos, ainda que a pena concreta tenha 
sido estabelecida em patamar inferior.
Art. 92 - São também efeitos da conde-
nação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
I - A perda de cargo, função pública ou 
mandato eletivo: (Redação dada pela Lei 
nº 9.268, de 1º.4.1996)
Comentários: Conforme remansoso entendi-
mento jurisprudencial, o disposto no inciso I do 
art. 92 do Código Penal não autoriza a cassação 
da aposentadoria, por ausência de previsão le-
gal expressa. (AgRg no REsp 1336980/SC, Rel. 
Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA 
TURMA, julgado em 05/11/2019, DJe 11/11/2019) 
a) Quando aplicada pena privativa de liber-
dade por tempo igual ou superior a um 
ano, nos crimes praticados com abuso de 
poder ou violação de dever para com a 
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 
9.268, de 1º.4.1996)
b) Quando for aplicada pena privativa de 
liberdade por tempo superior a 4 (qua-
tro) anos nos demais casos. (Incluído 
pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II – A incapacidade para o exercício do po-
der familiar, da tutela ou da curatela nos 
crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão 
cometidos contra outrem igualmente titu-
lar do mesmo poder familiar, contra filho, 
filha ou outro descendente ou contra tu-
telado ou curatelado; (Redação dada pela 
Lei nº 13.715, de 2018)
III - A inabilitação para dirigir veículo, 
quando utilizado como meio para a prá-
tica de crime doloso. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Os efeitos de que trata 
este artigo não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
#LEGIS
47
CAPÍTULO VII
DA REABILITAÇÃO
Reabilitação
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer 
penas aplicadas em sentença definitiva, asse-
gurando ao condenado o sigilo dos registros 
sobre o seu processo e condenação. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A reabilitação poderá, 
também, atingir os efeitos da condenação, 
previstos no art. 92 deste Código, vedada rein-
tegração na situação anterior, nos casos dos 
incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: A reabilitação tem dupla finali-
dade. Garantir o sigilo das condenações e revo-
gar alguns dos efeitos da condenação. Quanto 
ao sigilo da condenação, não obstante já exis-
ta a proteção automática do art. 202 da Lei de 
Execuções Penais, a reabilitação garante ainda 
maior proteção, somente podendo ser quebra-
do o sigilo por ordem do juiz criminal, conforme 
art. 748 do CPP. 
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requeri-
da, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for 
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar 
sua execução, computando-se o período de 
prova da suspensão e o do livramento condi-
cional, se não sobrevier revogação, desde que 
o condenado: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
I - Tenha tido domicílio no País no prazo 
acima referido; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
II - Tenha dado, durante esse tempo, de-
monstração efetiva e constante de 
bom comportamento público e privado; 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
III - Tenha ressarcido o dano causado 
pelo crime ou demonstre a absoluta im-
possibilidade de o fazer, até o dia do pe-
dido, ou exiba documento que comprove 
a renúncia da vítima ou novação da dívi-
da. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Parágrafo único - Negada a reabilitação, 
poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde 
que o pedido seja instruído com novos elemen-
tos comprobatórios dos requisitos necessários. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de 
ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
se o reabilitado for condenado, como reinci-
dente, por decisão definitiva, a pena que não 
seja de multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Para fixação:
1) Ano: 2017 / Banca: CESPE / Órgão: DPE-AL / 
Prova: Defensor Público
Quanto às circunstâncias agravantes e às ate-
nuantes, assinale a opção correta.
a) Constitui atenuante genérica o erro sobre a ili-
citude do fato, embora o desconhecimento da lei 
seja inescusável.
b) Inexiste, nas agravantes e atenuantes genéri-
cas, previsão legal taxativa acerca do quantum a 
ser aplicado, cabendo ao juiz defini-lo.
c) As circunstâncias agravantes incidem apenas 
sobre os crimes dolosos.
d) A circunstância atenuante referente à senilida-
de é definida pelo Estatuto do Idoso.
e) A clemência incide em circunstâncias anterio-
res à prática do crime, nas hipóteses previstas ex-
pressamente no CP.
2) Ano: 2019 / Banca: CESPE / Órgão: DPE-DF 
/ Prova: CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Pú-
blico
Com base no entendimento do STJ, julgue o pró-
ximo item, a respeito de aplicação da pena.
A confissão espontânea na delegacia de polícia 
retratada em juízo deverá ser considerada ate-
nuante da confissão espontânea, ainda que o 
#LEGIS48 49
magistrado não a utilize para fundamentar a con-
denação do réu.
( ) Certo
( ) Errado
3) Ano: 2018 / Banca: FUMARC / Órgão: PC-MG 
/ Prova: FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de 
Polícia Substituto 
Com relação ao concurso de crimes, é CORRETO 
afirmar: 
 
a) Não se admite a aplicação da suspensão con-
dicional do processo ao crime continuado. 
b) No caso hipotético em que Gioconda, ao diri-
gir seu automóvel de maneira imprudente, perde 
o controle do carro, matando três pessoas e le-
sionando gravemente outras cinco, deve ser re-
conhecido o concurso formal próprio de crimes 
pelo qual lhe será aplicada somente uma pena, 
a mais grave, aumentada de um sexto até a me-
tade. 
c) No concurso de crimes, a aplicação da pena de 
multa observa as regras pertinentes à modalida-
de de concurso que incide no caso concreto. 
d) No concurso formal, aplica-se a mais grave das 
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, 
mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto 
até a metade, ainda que os crimes concorrentes 
resultem de desígnios autônomos.
4) Ano: 2017 / Banca: MPE-SP / Órgão: MPE-SP / 
Prova: Promotor de Justiça 
Entende-se por concurso material benéfico:
 
a) o cometimento de dois crimes com uma única 
ação, cujas penas são somadas em favor do réu. 
b) a soma da pena de dois crimes distintos que 
não impeçam a obtenção da suspensão condi-
cional da pena. 
c) o cometimento de mais de um crime, median-
te mais de uma ação, cuja pena pode ser substi-
tuída. 
d) o cometimento de dois crimes mediante mais 
de uma ação, porém nas mesmas condições de 
tempo, lugar e maneira de execução. 
e) o cometimento de dois crimes idênticos, me-
diante a prática de duas ações distintas, porém 
em sequência imediata. 
 
GABARITO: 01: B | 02: E | 03: B | 04: A
#LEGIS
49
DIA 6
Disciplina: Direito Penal.
Responsável: Prof. Rodrigo Santos
Dia 05: Do Art. 96 ao 120.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
TÍTULO VI
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Espécies de medidas de segurança
Art. 96. As medidas de segurança são: (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Internação em hospital de custódia e 
tratamento psiquiátrico ou, à falta, em ou-
tro estabelecimento adequado; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Sujeição a tratamento ambulato-
rial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, 
não se impõe medida de segurança nem subsis-
te a que tenha sido imposta. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Considerando o disposto no pa-
rágrafo único do art. 96, portanto, reconhecida a 
prescrição da pretensão punitiva em relação ao 
crime em tese praticado, é descabida a imposi-
ção de medida de segurança. 
Imposição da medida de segurança para 
inimputável
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz 
determinará sua internação (art. 26). Se, toda-
via, o fato previsto como crime for punível com 
detenção, poderá o juiz submetê-lo a trata-
mento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Conforme recentemente paci-
ficado pelo Superior Tribunal de Justiça, não 
obstante a previsão expressa do art. 97 do CP, 
o magistrado deve fixar a espécie de medida 
de segurança aplicável ao caso concreto con-
siderando a periculosidade do agente, e não a 
natureza da pena cominada ao crime praticado. 
(EREsp 998.128/MG, Rel. Ministro RIBEIRO DAN-
TAS, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 27/11/2019, 
DJe 18/12/2019) 
Prazo
§ 1º - A internação, ou tratamento 
ambulatorial, será por tempo 
indeterminado, perdurando enquanto não 
for averiguada, mediante perícia médica, 
a cessação de periculosidade. O prazo 
mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) 
anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Súmula 527 do STJ: O tempo de duração da me-
dida de segurança não deve ultrapassar o limite 
máximo da pena abstratamente cominada ao de-
lito praticado. 
Perícia médica
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo 
do prazo mínimo fixado e deverá ser repe-
tida de ano em ano, ou a qualquer tempo, 
se o determinar o juiz da execução. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O exame para verificação da ces-
sação da periculosidade do agente poderá ser 
realizado a qualquer tempo, conforme disposto 
no art. 176 da Lei de Execuções Penais. 
Desinternação ou liberação condicional
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, 
será sempre condicional devendo ser res-
tabelecida a situação anterior se o agente, 
antes do decurso de 1 (um) ano, pratica 
fato indicativo de persistência de sua pe-
riculosidade. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento 
ambulatorial, poderá o juiz determinar 
a internação do agente, se essa providên-
cia for necessária para fins curativos. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
#LEGIS
50 51
Substituição da pena por medida de 
segurança para o semi-imputável
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único 
do art. 26 deste Código e necessitando o con-
denado de especial tratamento curativo, a pena 
privativa de liberdade pode ser substituída 
pela internação, ou tratamento ambulatorial, 
pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos 
termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O disposto no art. 98 se aplica ao 
semi-imputável, condenado na forma do art. 26, 
parágrafo único, permitindo ao magistrado subs-
tituir a pena privativa de liberdade por medida 
de segurança, caso o condenado necessite de es-
pecial tratamento curativo. 
Assim, enquanto o inimputável deve ser absolvi-
do impropriamente, o semi-imputável deve ser 
condenado, e, caso necessário, a pena privativa 
de liberdade pode ser substituída por medida de 
segurança. 
Direitos do internado
Art. 99 - O internado será recolhido a esta-
belecimento dotado de características hospita-
lares e será submetido a tratamento. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Além dos direitos previstos no art. 
99 do CP, a pessoa internada ou submetida ao 
tratamento ambulatorial é protegida pelas dis-
posições da Lei 10.216/2001, conhecida como Lei 
Antimanicomial, havendo enorme discussão, até 
hoje não pacificada, acerca da revogação tácita 
ou não das previsões do Código Penal a respeito 
da medida de segurança.
Anotações sobre os artigos anteriores: 
TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL
Ação pública e de iniciativa privada
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo 
quando a lei expressamente a declara privativa 
do ofendido. 
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Mi-
nistério Público, dependendo, quando a lei 
o exige, de representação do ofendido ou de 
requisição do Ministro da Justiça. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: A legitimidade do Ministério Públi-
co para propositura da ação penal pública emana 
do art. 129, I, da CF/88, base do sistema acusatório.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida 
mediante queixa do ofendido ou de quem 
tenha qualidade para representá-lo. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode in-
tentar-se nos crimes de ação pública, se o 
Ministério Público não oferece denúncia 
no prazo legal. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O art. 100, §3°, do CP, fundamenta 
a denominada ação penal privada subsidiária da 
pública.
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter 
sido declarado ausente por decisão judicial, 
o direito de oferecer queixa ou de prosse-
guir na ação passa ao cônjuge, ascenden-
te, descendente ou irmão. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: É de ser reconhecida, 
implicitamente, a legitimidade do convivente, 
considerando a equiparação entre união estável e 
casamento, nos termos do art. 226, §3°, da CF/88.
A ação penal no crime complexo
Art. 101 - Quando a lei considera como ele-
mento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, 
por si mesmos, constituem crimes, cabe açãopública em relação àquele, desde que, em rela-
#LEGIS
51
ção a qualquer destes, se deva proceder por ini-
ciativa do Ministério Público. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Irretratabilidade da representação
Art. 102 - A representação será irretratável 
depois de oferecida a denúncia. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Nos crimes cometidos com vio-
lência doméstica e familiar contra a mulher, a 
retratação da representação poderá ocorrer até 
o recebimento da denúncia, conforme art. 16 da 
Lei 11.340/2006.
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Decadência do direito de queixa ou de 
representação
Art. 103 - Salvo disposição expressa em 
contrário, o ofendido decai do direito de quei-
xa ou de representação se não o exerce dentro 
do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em 
que veio a saber quem é o autor do crime, ou, 
no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia 
em que se esgota o prazo para oferecimento da 
denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Renúncia expressa ou tácita do direito de 
queixa
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser 
exercido quando renunciado expressa ou taci-
tamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Parágrafo único - Importa renúncia tácita 
ao direito de queixa a prática de ato incompatí-
vel com a vontade de exercê-lo; não a implica, 
todavia, o fato de receber o ofendido a indeni-
zação do dano causado pelo crime. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Perdão do ofendido
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos cri-
mes em que somente se procede mediante quei-
xa, obsta ao prosseguimento da ação. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora 
dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Se concedido a qualquer dos quere-
lados, a todos aproveita; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Se concedido por um dos ofendidos, 
não prejudica o direito dos outros; (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Se o querelado o recusa, não produz 
efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
#LEGIS
52 53
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prá-
tica de ato incompatível com a vontade de 
prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Não é admissível o perdão depois 
que passa em julgado a sentença conde-
natória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Pela morte do agente;
II - Pela anistia, graça ou indulto;
III - Pela retroatividade de lei que não mais 
considera o fato como criminoso;
IV - Pela prescrição, decadência ou pe-
rempção;
V - Pela renúncia do direito de queixa ou 
pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada;
VI - Pela retratação do agente, nos casos 
em que a lei a admite;
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - Pelo perdão judicial, nos casos previs-
tos em lei.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de cri-
me que é pressuposto, elemento constitutivo 
ou circunstância agravante de outro não se 
estende a este. Nos crimes conexos, a extinção 
da punibilidade de um deles não impede, quan-
to aos outros, a agravação da pena resultante 
da conexão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Prescrição antes de transitar em julgado a 
sentença
Art. 109. A prescrição, antes de transitar 
em julgado a sentença final, salvo o disposto no 
§ 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo má-
ximo da pena privativa de liberdade cominada 
ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei 
nº 12.234, de 2010).
I - Em vinte anos, se o máximo da pena é 
superior a doze;
II - Em dezesseis anos, se o máximo da pena 
é superior a oito anos e não excede a doze;
III - Em doze anos, se o máximo da pena é 
superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - Em oito anos, se o máximo da pena é 
superior a dois anos e não excede a quatro;
V - Em quatro anos, se o máximo da pena 
é igual a um ano ou, sendo superior, não 
excede a dois;
VI - Em 3 (três) anos, se o máximo da pena 
é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada 
pela Lei nº 12.234, de 2010).
Prescrição das penas restritivas de direito
Parágrafo único - Aplicam-se às penas res-
tritivas de direito os mesmos prazos previstos 
para as privativas de liberdade. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Prescrição depois de transitar em julgado 
sentença final condenatória
Art. 110 - A prescrição depois de transitar 
em julgado a sentença condenatória regula-
-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos 
fixados no artigo anterior, os quais se aumen-
tam de um terço, se o condenado é reinciden-
te. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: A causa de aumento da prescrição 
prevista no artigo anterior somente se aplica à 
prescrição executória, vide Súmula 220-STJ.
Súmula 220 do STJ: A reincidência não influi no 
prazo da prescrição da pretensão punitiva
#LEGIS
53
§ 1º A prescrição, depois da sentença 
condenatória com trânsito em julgado para 
a acusação ou depois de improvido seu 
recurso, regula-se pela pena aplicada, não 
podendo, em nenhuma hipótese, ter por 
termo inicial data anterior à da denún-
cia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 
12.234, de 2010).
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.234, de 2010).
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Termo inicial da prescrição antes de transitar 
em julgado a sentença final
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em 
julgado a sentença final, começa a correr: (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Do dia em que o crime se consumou; (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - No caso de tentativa, do dia em que 
cessou a atividade criminosa; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Nos crimes permanentes, do dia em 
que cessou a permanência; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - Nos de bigamia e nos de falsificação 
ou alteração de assentamento do registro 
civil, da data em que o fato se tornou co-
nhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
V - Nos crimes contra a dignidade sexual 
de crianças e adolescentes, previstos neste 
Código ou em legislação especial, da data 
em que a vítima completar 18 (dezoito) 
anos, salvo se a esse tempo já houver sido 
proposta a ação penal. (Redação dada pela 
Lei nº 12.650, de 2012)
Termo inicial da prescrição após a sentença 
condenatória irrecorrível
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, 
a prescrição começa a correr: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Do dia em que transita em julgado a 
sentença condenatória, para a acusação, 
ou a que revoga a suspensão condicional 
da pena ou o livramento condicional; (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Há divergência a respeito da cor-
reta interpretação do inciso I, visto que prevale-
ce, na Primeira Turma do STF, que o termo inicial 
da prescrição executória é o trânsito em julgado 
para ambas as partes, e não somente para a acu-
sação. O Plenário do Supremo ainda não pacifi-
cou a questão. 
II - Do dia em que se interrompe a execu-
ção, salvo quando o tempo da interrupção 
deva computar-se na pena. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
#LEGIS
54 55
Prescrição no caso de evasão do condenado 
ou de revogação do livramento condicional
Art. 113 - No caso de evadir-se o conde-
nado ou de revogar-se o livramento condicio-
nal, a prescrição é regulada pelo tempo que res-
ta da pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Prescrição da multa
Art. 114 - A prescrição da pena de multa 
ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 
1º.4.1996)
I - Em 2 (dois) anos, quando a multa for 
a única cominada ou aplicada; (Incluído 
pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II- No mesmo prazo estabelecido para 
prescrição da pena privativa de liberda-
de, quando a multa for alternativa ou 
cumulativamente cominada ou cumula-
tivamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 
9.268, de 1º.4.1996)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Redução dos prazos de prescrição
Art. 115 - São reduzidos de metade os 
prazos de prescrição quando o criminoso era, 
ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) 
anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (se-
tenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Se o acusado completar 70 (seten-
ta) anos depois da sentença, ainda que antes do 
trânsito em julgado da condenação, não terá di-
reito à redução prevista no art. 115 do CP. (ARE 
1241886 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BAR-
ROSO, Primeira Turma, julgado em 21/02/2020, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 05-03-
2020 PUBLIC 06-03-2020) 
Causas impeditivas da prescrição
Art. 116 - Antes de passar em julgado a 
sentença final, a prescrição não corre: (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Enquanto não resolvida, em outro pro-
cesso, questão de que dependa o reco-
nhecimento da existência do crime; (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Enquanto o agente cumpre pena no ex-
terior; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 
2019)
PACOTE ANTICRIME: O inciso II sofreu apenas 
singela alteração, sendo modificada a palavra 
“estrangeiro” por “exterior”, o que na prática não 
terá impacto algum.
III - Na pendência de embargos de decla-
ração ou de recursos aos Tribunais Supe-
riores, quando inadmissíveis; e (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019)
PACOTE ANTICRIME: O inciso III buscou evitar a 
interposição de recursos meramente protelató-
rios, impedindo o curso da prescrição quando 
estes forem considerados inadmissíveis. 
IV - Enquanto não cumprido ou não rescin-
dido o acordo de não persecução penal. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
#LEGIS
55
PACOTE ANTICRIME: O inciso IV deixou claro 
que, caso seja firmado o Acordo de Não Persecu-
ção Penal (ANPP), previsto no art. 28-A do CPP, a 
prescrição não corre enquanto não cumprido ou 
rescindido o acordo. 
Parágrafo único - Depois de passada em jul-
gado a sentença condenatória, a prescrição não 
corre durante o tempo em que o condenado está 
preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Causas interruptivas da prescrição
Art. 117 - O curso da prescrição inter-
rompe-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
I - Pelo recebimento da denúncia ou da 
queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984.
Comentários: Eventualmente, o recebimento do 
aditamento da denúncia também pode provocar 
a interrupção da prescrição, conforme entendi-
mento do STJ.
“1. O aditamento à denúncia é apto a interromper 
o prazo da prescrição apenas quando, por esse 
meio, são apresentados argumentos que denotam 
significativa modificação fática. (REsp 1794147/
PA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, jul-
gado em 05/12/2019, DJe 17/12/2019) 
II - Pela pronúncia; (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
Súmula 191 do STJ: A pronúncia é causa inter-
ruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do 
Júri venha a desclassificar o crime
III - Pela decisão confirmatória da pro-
núncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
IV - Pela publicação da sentença ou acór-
dão condenatórios recorríveis; (Redação 
dada pela Lei nº 11.596, de 2007).
Comentários: O Supremo Tribunal Federal, ao jul-
gar o HC 176.473, pacificou que o acórdão confir-
matório da condenação também é marco interrup-
tivo da prescrição.
V - Pelo início ou continuação do cumpri-
mento da pena; (Redação dada pela Lei nº 
9.268, de 1º.4.1996)
VI - Pela reincidência. (Redação dada pela 
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Comentários: O marco interruptivo da prescri-
ção insculpido no inciso VI somente se aplica à 
prescrição executória, vide Súmula 220-STJ.
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e 
VI deste artigo, a interrupção da prescri-
ção produz efeitos relativamente a todos 
os autores do crime. Nos crimes conexos, 
que sejam objeto do mesmo processo, es-
tende-se aos demais a interrupção relativa 
a qualquer deles. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hi-
pótese do inciso V deste artigo, todo o pra-
zo começa a correr, novamente, do dia 
da interrupção. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
#LEGIS
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Art. 118 - As penas mais leves prescrevem 
com as mais graves. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Anotações sobre os artigos anteriores: 
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a 
extinção da punibilidade incidirá sobre a pena 
de cada um, isoladamente. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Desta forma, sendo praticados, 
por exemplo, os crimes de roubo (art. 157 do CP) 
e corrupção de menores (art. 244-B do ECA) em 
concurso formal, a prescrição de cada um dos 
delitos é calculada isoladamente, desprezando-
-se a fração de aumento decorrente do concurso 
de delitos.
Perdão judicial
Art. 120 - A sentença que conceder perdão 
judicial não será considerada para efeitos de 
reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Súmula 18 do STJ: A sentença concessiva do per-
dão judicial é declaratória da extinção da puni-
bilidade, não subsistindo qualquer efeito conde-
natório.
Para fixação:
1) Ano: 2017 / Banca: CESPE / Órgão: DPE-AC / 
Prova: Defensor Público
A respeito das medidas de segurança e dos direi-
tos das pessoas portadoras de transtornos men-
tais, assinale a opção correta.
a) São vedadas a internação compulsória psi-
quiátrica e a medida de segurança de internação 
em caráter cautelar, de modo a impedir o vínculo 
institucional antes da decisão final do
processo.
b) As internações psiquiátricas, em qualquer 
uma de suas modalidades, deve ter prazo deter-
minado, e as medidas de segurança devem durar, 
no mínimo, de um a três anos.
c) As medidas de segurança, em razão da nature-
za e da finalidade, não se submetem ao instituto 
da extinção de punibilidade.
d) A internação compulsória somente pode ser 
determinada pelo juiz em instituições com carac-
terísticas asilares, sendo vedada a inserção dessa 
modalidade de internação em hospitais de cus-
tódia e de tratamento psiquiátrico.
e) As internações psiquiátricas, em qualquer uma 
de suas modalidades, somente serão permitidas 
se demonstrada a insuficiência dos recursos ex-
tra-hospitalares. 
2) Ano: 2016 / Banca: MPE-PR / Órgão: MPE-PR 
/ Prova: Promotor de Justiça 
Considerando o entendimento sumulado dos Tri-
bunais Superiores, analise as assertivas abaixo e 
indique a alternativa: 
I - A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, 
ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassifi-
car o crime. 
II - A sentença concessiva do perdão judicial é de-
claratória da extinção da punibilidade, não sub-
sistindo qualquer efeito condenatório. 
III - A reincidência interrompe o prazo da prescri-
ção da pretensão punitiva. 
IV - É inadmissível a extinção da punibilidade 
pela prescrição da pretensão punitiva com fun-
#LEGIS
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damento em pena hipotética, independente-
mente da existência ou sorte do processo penal. 
a) Todas as assertivas estão corretas;
b) Apenas as assertivas I e III estão incorretas;
c) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas;
d) Apenas as assertivas II, III e IV estão incorretas;
e) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
3) Ano: 2018 / Banca: NUCEPE / Órgão: PC-PI /
Prova: NUCEPE - 2018 - PC-PI - Delegado de Po-
lícia Civil
As causas interruptivas da prescrição tem o obje-
tivo de fazer com que o prazo, a partir delas, seja 
novamente reiniciado, o curso da prescrição in-
terrompe-se, conforme a enumeração contida no 
Código Penal. Qual destas situações NÃO é causa 
interruptiva da prescrição? 
a) Pela pronúncia.
b) Pela decisão confirmatória da pronúncia.
c) Pelo recebimento do inquéritoou da denúncia. 
d) Pela publicação da sentença ou acórdão con-
denatório recorrível.
e) Pelo início ou continuação do cumprimento da
pena.
4) Ano: 2018 / Banca: FCC / Órgão: DPE-MA /
Prova: FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público
Sobre a prescrição é correto afirmar que
a) a sentença penal que absolve o réu é causa de
interrupção da prescrição.
b) ainda que seja causa que interrompe a pres-
crição, o início do cumprimento da pena não faz
com que o prazo volte a correr da data dessa in-
terrupção.
c) com a concessão do livramento condicional
volta a correr o prazo para a prescrição da pre-
tensão executória.
d) o acórdão meramente confirmatório da deci-
são de pronúncia não interrompe a prescrição
da pretensão punitiva.
e) entre a data do fato e o recebimento da denún-
cia a prescrição pode ocorrer de forma retroativa
com base na pena aplicada na sentença.
Anotações gerais sobre as questões anteriores:
GABARITO: 01: E | 02: C | 03: C | 04: B

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