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LEGIS - CÓDIGO-PENAL-TOMO-I

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Prévia do material em texto

#LEGIS
FIGUEIREDO, Rafael; SANTOS, Rodrigo. Código Penal. Tomo I - Parte 
geral. Fortaleza: Ouse Saber, 2020. (Legis. V. 17)
Código Penal. Legislação Penal. Parte geral.
ISBN:– 978-65-86950-05-2.
CÓDIGO PENAL
tomo i
Parte geral
Rafael Figueiredo
Aprovado na Defensoria Pública de Rondônia e do Distrito Federal.
Especialista em Processo Penal. Graduado pela UFGD. Advogado.
Rodrigo Santos
Defensor Público do Estado do Ceará (2º lugar). 
Ex-Defensor Público do Estado de São Paulo. 
Aprovado também no concurso da DP-DF, Analista MPU e Analista do TRF5.
#LEGIS
Proposta do Legis
A Coleção Legis tem como objetivo primordial preparar candidatos para os principais concur-
sos públicos do país.
Pela experiência adquirida ao longo dos anos estudando e lecionando para concursos públicos, 
bem como conversando com centenas e centenas de alunos aprovados, a conclusão a que cheguei é que, 
cada dia mais, torna-se indispensável para a aprovação em concursos, principalmente, na prova objetiva, 
o conhecimento adequado da legislação.
Estudar a lei em sua literalidade, todavia, é algo árido e, normalmente, pouco estimulante. Para 
vencer essa dificuldade, o Ouse Saber idealizou o Legis, a sua melhor maneira de estudar a legislação. No 
Legis, a estrela é a “letra da lei”, mas um super time de Professores, com larga experiência na preparação 
para concursos, destaca os pontos mais importantes da legislação, além de fazer comentários rápidos e ob-
jetivos, apontar jurisprudência relevante sobre os temas e garantir questões para treinamento do conteú-
do estudado. Tudo isso em um material de leitura agradável, com espaços para anotações e organização do 
estudo da lei em formato de plano dividido por dias.
É realmente tudo que você precisa para aprender a legislação da forma mais rápida e agra-
dável possível.
Bons estudos e Ouse Saber!
Filippe Augusto
Defensor Público Federal
Mestre e Doutor em Direito
Coordenador do Legis
1
#LEGIS
Sumário
Plano de Leitura da Lei:
Dia 01........................................................................... Dos Arts. 1º ao 22.
Dia 02........................................................................... Dos Arts. 23 ao 42.
Dia 03........................................................................... Dos Arts. 43 ao 60.
Dia 04........................................................................... Dos Arts. 61 ao 76.
Dia 05........................................................................... Dos Arts. 77 ao 95.
Dia 06......................................................................... Dos Arts. 96 ao 120.
#LEGIS
1
DIA 1
Disciplina: Direito Penal
Responsável: Prof. Rafael Figueiredo.
Dia 01: Do Art. 1º ao 22.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
PARTE GERAL
TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Anterioridade da Lei
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que 
o defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal.
Comentários: O art. 1º prevê o princípio da an-
terioridade na primeira parte e da legalidade na 
segunda parte. A Constituição Federal tem previ-
são muito parecida no art. 5º, XXXIX: “não há cri-
me sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal”. Considerado, portanto, 
direito fundamental e, consequentemente, cláu-
sula pétrea (art. 60, §4º, IV, da CF).
Lei penal no tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato 
que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos 
penais da sentença condenatória.
Comentários: Prevê o princípio da irretroativi-
dade da lei penal, quando prejudicial ao réu. 
Súmula 471 do STJ: Os condenados por crimes 
hediondos ou assemelhados cometidos antes 
da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao 
disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de 
Execução Penal) para a progressão de regime pri-
sional.
Súmula 501 do STJ: É cabível a aplicação retroa-
tiva da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado 
da incidência das suas disposições, na íntegra, 
seja mais favorável ao réu do que o advindo da 
aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a 
combinação de leis.
Parágrafo único. A lei posterior, que de 
QUALQUER modo favorecer o agente, aplica-se 
aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado.
Comentários: O parágrafo único prevê o prin-
cípio da retroatividade benéfica da lei penal. 
Note que não há limitação de tempo, ou seja, 
aplica-se mesmo que tenha ocorrido o trânsito 
em julgado.
Lei excepcional ou temporária
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, em-
bora decorrido o período de sua duração ou cessa-
das as circunstâncias que a determinaram, aplica-
-se ao fato praticado durante sua vigência.
Comentários: Lei temporária é aquela que vige 
durante determinado período de tempo. Já as 
excepcionais são aquelas cuja vigência permeia 
a situação excepcional. É circunstancial. Esse 
artigo é considerado exceção à regra geral da lei 
penal no tempo. Ambas tem ultratividade, já que 
são aplicáveis mesmo após sua vigência. Evita, 
assim, que sejam letra morta, pois mesmo após 
os fatos as leis excepcionais e temporárias conti-
nuam a produzir efeitos, ainda que negativos, em 
face de quem a infringiu.
Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave apli-
ca-se ao crime continuado ou ao crime perma-
nente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência.
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no 
momento da ação ou omissão, ainda que outro 
seja o momento do resultado.
Comentários: Muito comum que as questões 
de prova levem em consideração a menoridade 
relativa da pessoa, que é aferida no momento 
da ação/omissão, para que incida a atenuante 
do art. 65, I, do CP e a redução, pela metade, da 
prescrição (art. 115 do CP).
#LEGIS
2 3
Mnemônico: LU-TA – Lugar do crime – teoria da 
Ubiquidade. Tempo do crime – teoria da Ativida-
de
Anotações sobre os artigos anteriores:
Territorialidade
Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem pre-
juízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território 
nacional. 
Comentários: O Brasil adotou a regra da territo-
rialidade. É uma regra temperada, e não absolu-
ta, já que permite a aplicação, juntamente às leis 
brasileiras, de tratados e convenções. 
Territorialidade é a aplicação da lei brasileira aos 
crimes praticados no Brasil. Extraterritorialidade 
é a aplicação da lei brasileira a crimes praticados 
no exterior.
§1º Para os efeitos penais, consideram-se 
como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, 
bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, 
no espaço aéreo correspondente ou em al-
to-mar.
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos 
crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade 
privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em vôo no espaço 
aéreo correspondente, e estas em porto ou 
mar territorial do Brasil.
Comentários: O §1º traz as hipóteses de exten-
são do território brasileiro, ou seja, áreas que em-
bora não estejam dentro do Brasil, ainda assim, 
são, para efeitos penais, como se estivessem no 
Brasil. 
O dispositivo traz uma diferença:
- Sendo embarcação/aeronave pública 
ou a serviço do governo brasileiro: 
o território é sempre brasileiro.
- Sendo embarcação/aeronave privada: 
somente representarão extensão do território 
brasileiro se estiverem em território de 
ninguém ou no próprio território brasileiro.
Vejam que o artigo evita que a prática de crime se 
dê em terra nullius.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Lugar do crime 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime 
no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado.
#LEGIS
3
Mnemônico: LU-TA – Lugar do crime – teoria daUbiquidade. Tempo do crime – teoria da Ativi-
dade
Jurisprudência: “1. Conforme entendimento 
consolidado no âmbito da Terceira Seção, o deli-
to de estelionato é consumado no local em que 
se verifica o prejuízo à vítima. Precedentes. 2. 
Ainda que o delito de estelionato seja praticado 
mediante adulteração de cheque, a competên-
cia para o processo e julgamento dos fatos deve 
ser declarada em favor do juízo do local em que 
a vítima mantém a conta bancária. Precedente. 
3. Agravo regimental desprovido, confirman-
do-se a competência do Juízo de Direito da 1ª 
Vara Cível e Criminal de Mafra/SC.” [STJ - AgRg 
no CC 146.524/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 22/03/2017, DJe 
30/03/2017].
Extraterritorialidade 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, 
embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presi-
dente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da 
União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pú-
blica, sociedade de economia mista, au-
tarquia ou fundação instituída pelo Poder 
Público; 
c) contra a administração pública, por 
quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for bra-
sileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil 
se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarca-
ções brasileiras, mercantes ou de proprie-
dade privada, quando em território es-
trangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é pu-
nido segundo a lei brasileira, ainda que ab-
solvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da 
lei brasileira depende do concurso das se-
guintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em 
que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pe-
los quais a lei brasileira autoriza a extradi-
ção; 
d) não ter sido o agente absolvido no 
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no 
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao 
crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condições previstas no parágrafo ante-
rior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradi-
ção; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Comentários: O artigo trata da extraterritoria-
lidade, que é exceção à territorialidade. Ou seja, 
da aplicação da lei brasileira a crimes cometidos 
no estrangeiro. O inciso I prevê a extraterrito-
rialidade incondicionada, pois serão punidos 
no Brasil independe de qualquer outro requisito 
(§1º). Já o inciso II prevê a extraterritorialida-
de condicionada, devendo, também, estar pre-
sentes os requisitos do §2º. Um bom exemplo é 
o caso Neymar. Como o crime teria ocorrido, em 
tese, em outro país, a justiça brasileira estaria au-
torizada a puni-lo reunidas certas condições.
Aprofundando: O referido artigo prevê alguns 
princípios que já foram cobrados em prova.
a) Princípio do Domicílio: Sujeito é julgado pe-
las leis do país em que é domiciliado, indepen-
dentemente da nacionalidade (art. 7º, I, “d”, do 
CP);
#LEGIS
4 5
b) Princípio da Defesa Real ou da Proteção: 
fundamenta a aplicação da lei brasileira por vio-
lação a bens jurídicos nacionais (art. 7º, I, “a”, “b” 
e “c”, do CP);
c) Princípio da Jurisdição Universal, Justiça 
Cosmopolita, Justiça Universal, Competência 
Universal, Jurisdição Mundial ou Universali-
dade do Direito de Punir: tem razão numa soli-
dariedade mundial no combate a determinados 
crimes (art. 7º, II, “a”, do CP);
d) Princípio da Bandeira, do Pavilhão, Subsi-
diário, da Representação ou da Substituição: 
fundamenta a punição de crimes ocorridos em 
território estrangeiro, em embarcações brasilei-
ras privadas, que não tenham sido punidos (art. 
7º, II, “c”, do CP).
Anotações sobre os artigos anteriores:
Pena cumprida no estrangeiro 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro 
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo 
crime, quando diversas, ou nela é computada, 
quando idênticas.
Comentários: O referido artigo prevê a detração 
penal. Deve ser lido em conjunto com o artigo 42 
do CP, que diz “computam-se, na pena privativa 
de liberdade e na medida de segurança, o tempo 
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, 
o de prisão administrativa e o de internação em 
qualquer dos estabelecimentos referidos no arti-
go anterior.”
Eficácia de sentença estrangeira
 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a 
aplicação da lei brasileira produz na espécie as 
mesmas conseqüências, pode ser homologada 
no Brasil para: 
 
I - obrigar o condenado à reparação do 
dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de 
pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de 
tratado de extradição com o país de cuja 
autoridade judiciária emanou a sentença, 
ou, na falta de tratado, de requisição do 
Ministro da Justiça.
Contagem de prazo 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no côm-
puto do prazo. Contam-se os dias, os meses e os 
anos pelo calendário comum. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Trata-se de prazo penal/material 
(que é diferente de prazo processual penal). Des-
se modo, não se pode prejudicar o réu desconsi-
derando o dia de início. Imaginem que X é preso 
no dia 10.03. Esse dia deve ser computado como 
pena cumprida.
Frações não computáveis da pena (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privati-
vas de liberdade e nas restritivas de direitos, as 
frações de dia, e, na pena de multa, as frações 
de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Esse artigo deve ser lido em com-
plemento ao artigo anterior. Assim, naquele 
exemplo, se X foi preso às 22 horas do dia 10.03, 
deve ser computado o dia 10.03 como dia inte-
gral de pena cumprida.
#LEGIS
5
Legislação especial 
(Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 12 - As regras gerais deste Código apli-
cam-se aos fatos incriminados por lei especial, 
se esta não dispuser de modo diverso. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O Código Penal se torna norma 
geral, irradiando efeitos, até mesmo, em relação 
às normas especiais, caso não tenham disposto 
de modo diverso. O Decreto-Lei 3.688/41 (Lei de 
Contravenções Penais), a título de exemplo, re-
mete para o Código Penal (Art. 1º Aplicam-se as 
contravenções às regras gerais do Código Penal, 
sempre que a presente lei não disponha de modo 
diverso). São as chamadas normas de reenvio.
Súmula 171 do STJ: Cominadas cumulativamen-
te, em lei especial, penas privativa de liberdade e 
pecuniária, é defeso a substituição da prisão por 
multa.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Para Fixação: 
1. DP-DF (CESPE - 2019) Considerando o Código 
Penal brasileiro, julgue o item a seguir, com re-
lação à aplicação da lei penal, à teoria de delito 
e ao tratamento conferido ao erro. Em razão da 
teoria da ubiquidade, considera-se praticado o 
crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis-
são, no todo ou em parte, bem como onde se pro-
duziu ou deveria ter sido produzido o resultado.
2. PGE-PE (CESPE – 2019) Com relação ao tempo 
e ao lugar do crime e à aplicação da lei penal no 
tempo, julgue o item seguinte. A superveniência 
de lei penal mais gravosa que a anterior não im-
pede que a nova lei se aplique aos crimes conti-
nuados ou ao crime permanente, caso o início da 
vigência da referida lei seja anterior à cessação 
da continuidade ou da permanência.
3. PGE-PE (CESPE – 2019) Com relação ao tem-
po e ao lugar do crime e à aplicação da lei penal 
no tempo, julgue o item seguinte. O CódigoPe-
nal adota a teoria da atividade, segundo a qual o 
delito deverá ser considerado praticado no mo-
mento da ação ou da omissão e o local do crime 
deverá ser aquele onde tenha ocorrido a ação ou 
a omissão.
4. PRF (CESPE – 2019) O art. 1.º do Código Pe-
nal brasileiro dispõe que “não há crime sem lei 
anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal”. Considerando esse dispositivo 
legal, bem como os princípios e as repercussões 
jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se 
segue. O presidente da República, em caso de ex-
trema relevância e urgência, pode editar medida 
provisória para agravar a pena de determinado 
crime, desde que a aplicação da pena agravada 
ocorra somente após a aprovação da medida 
pelo Congresso Nacional.
Gabarito: 1-C, 2-C, 3-E, 4-E.
#LEGIS
6 7
Anotações sobre as questões anteriores:
TÍTULO II
DO CRIME
Relação de causalidade 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a exis-
tência do crime, somente é imputável a quem lhe 
deu causa. Considera-se causa a ação ou omis-
são sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: A segunda parte do caput do art. 
13 do CP prevê o princípio da conditio sine qua 
non, também chamada de teoria da equivalên-
cia dos antecedentes.
Aprofundamento: A teoria da equivalência dos 
antecedentes é abrandada pelo elemento subje-
tivo do injusto, ou seja, dolo ou culpa, na medida 
em que, do contrário, haveria o regresso ao in-
finito.
Superveniência de causa independente 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de causa relativa-
mente independente exclui a imputação 
quando, por si só, produziu o resultado; os 
fatos anteriores, entretanto, imputam-se 
a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Dito isso, gostaria de sugerir uma 
tabela que tenta mesclar as teorias da conduta, 
da culpabilidade e o sistema penal. Fiz questão 
de unir esses três temas, para torna-lo mais didá-
tico numa análise global. Tentem compreender 
bem, pois isso é recorrente em provas.
SISTEMA PENAL CLÁSSICO
Teoria 
Causalista/Mecanicis-
ta/Naturalística/Causal
Conduta é um movi-
mento corporal volun-
tário que produz um re-
sultado.
Culpabilidade
Adota a teoria psicoló-
gica, pois nela se insere 
o dolo e a culpa. Portan-
to, a culpabilidade é o 
vínculo psicológico que 
une o autor ao resultado 
produzido por sua ação.
Dolo É normativo.
Obs: quem é clássico, precisa ser tripartido, pois 
dolo e culpa estão na culpabilidade.
SISTEMA PENAL NEOCLÁSSICO/NEOKANTISTA
Teoria 
Causalista/Mecanicis-
ta/Naturalística/Causal
Conduta é um movi-
mento corporal volun-
tário que produz um re-
sultado.
Culpabilidade
Adota a teoria psicoló-
gico-normativa, pois, 
além do dolo e culpa, 
tem nela a exigibilidade 
de conduta diversa, que 
é um elemento normati-
vo.
Dolo É normativo e abarca a consciência de ilicitude.
Obs: É normativo e abarca a consciência de ilici-
tude.
#LEGIS
7
SISTEMA PENAL FINALISTA
Teoria Finalista
Conduta é um movi-
mento corporal voluntá-
rio psiquicamente dire-
cionado a um resultado.
Culpabilidade
Adota a teoria normati-
va pura, pois, mantém a 
exigibilidade de conduta 
diversa e perde o dolo/
culpa que são transpor-
tados para a conduta. 
Por outro lado, a cons-
ciência de ilicitude pre-
sente na culpabilida-
de torna-se potencial 
consciência de ilicitude.
Dolo
É natural porque inde-
pende da consciência 
de ilicitude.
Comentários: Alguns dizem que esse parágrafo 
traz a teoria da causalidade adequada, segundo 
a qual o resultado somente pode ser imputado a 
quem pratica conduta eficaz de produzi-lo. Luiz 
Flávio Gomes, por sua vez, diz que esse parágrafo 
traz hipótese de teoria da imputação objetiva.
Relevância da omissão 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante 
quando o omitente devia e podia agir para 
evitar o resultado. O dever de agir incum-
be a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabi-
lidade de impedir o resultado; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, 
criou o risco da ocorrência do resultado. 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O dispositivo traz os chamados 
garantes. São pessoas que, ao contrário das de-
mais, têm obrigação de não se omitir, sob pena 
de responder pelo crime (crimes omissivos im-
próprios ou comissivo por omissão).
- Exemplos da alínea “a”: genitores;
- Exemplos da alínea “b” (há uma relação contra-
tual): médicos.
- Exemplo da alínea “c”: sujeito que arremessa 
pessoa que não sabe nadar na piscina.
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Consumado, quando nele se reúnem 
todos os elementos de sua definição legal; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Tentado, quando, iniciada a execução, 
não se consuma por circunstâncias alheias 
à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em con-
trário, pune-se a tentativa com a pena corres-
pondente ao crime consumado, diminuída de 
um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Devemos ler tal dispositivo lem-
brando do iter criminis, que é composto pela 
(fase interna) cogitação, (fase externa) prepara-
ção, execução e consumação. 
Obs1: a preparação não é punível, salvo 
quando constituir crime autônomo.
Obs2: o exaurimento, também chamado 
de consumação material (Zaffaroni), não 
integra o iter criminis, mas pode influir 
#LEGIS
8 9
na dosimetria da pena. No mais, existem 
espécies de tentativas:
a) Tentativa Perfeita/Acabada/Crime Falho: se dá 
quando o agente esgota os atos executórios, mas 
o crime não se consuma. 
b) Tentativa Imperfeita/Inacabada/Tentativa 
Propriamente Dita: se dá quando o agente não 
esgota os atos executórios (e o crime não se con-
suma). 
c) Tentativa Cruenta/Vermelha: se dá quando a 
pessoa é atingida.
d) Tentativa Incruenta/Branca: se dá quando a 
pessoa não é atingida.
Aprofundamento: qual o momento que ocorre a 
transição da preparação para a execução? Duas 
teorias abordam esse tema, a saber:
a) Teoria Subjetiva: não há diferença entre atos 
preparatórios e executórios. 
b) Teoria Objetiva: há diferença entre os atos 
preparatórios e executórios:
b.1) Teoria da Hostilidade ao Bem Jurídico: no 
ato preparatório o bem está em paz, já no execu-
tório ele sofre ameaça.
b.2) Teoria Objetivo-Formal/Lógico Formal: no 
ato executório há o início da prática do núcleo do 
tipo.
b.3) Teoria Objetivo-Material: há o início da 
prática do núcleo do tipo, mais os atos imedia-
tamente anteriores, na visão de um terceiro ob-
servador.
b.4) Teoria Objetivo-Individual: há o início da 
prática do núcleo do tipo, mais os atos imediata-
mente anteriores, de acordo com o plano concre-
to do agente.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Desistência voluntária e arrependimento 
eficaz 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução ou impede 
que o resultado se produza, só responde pelos 
atos já praticados. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: A primeira parte do dispositivo 
traz referência à desistência voluntária. A se-
gunda, ao arrependimento eficaz. Em outras 
palavras, haverá desistência voluntária quando 
a execução do crime é interrompida. Por outro 
lado, o arrependimento eficaz pressupõe o esgo-
tamento dos atos executórios. 
Ex: X pretende matar Y com 5 tiros. Deflagra 2 
e para. É hipótese de desistência voluntária. 
Ex2: X pretende matar Y com 5 tiros.Deflagra todos os 5 e para. É hipótese de 
arrependimento eficaz (desde que evite a 
ocorrência do resultado).
Arrependimento posterior 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem vio-
lência ou grave ameaça à pessoa, reparado o 
dano ou restituída a coisa, até o recebimento 
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário 
do agente, a pena será reduzida de um a dois 
terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: notem que, como no arrependi-
mento eficaz, o arrependimento posterior pres-
supõe o esgotamento dos atos executórios. 
Mas aqui é necessário um passo além: a consu-
mação do delito inicialmente pretendido.
Jurisprudência: “Pela aplicação do art. 30 do 
Código Penal, uma vez reparado o dano integral-
mente por um dos autores do delito, a causa de 
diminuição prevista no art. 16 do mesmo Es-
tatuto estende-se aos demais coautores, por 
constituir circunstância de natureza objetiva, 
cabendo ao julgador avaliar a fração de redução 
que deve ser aplicada, dentro dos parâmetros 
#LEGIS
9
mínimo e máximo previstos no dispositivo, con-
forme a atuação de cada agente em relação à 
reparação efetivada. [REsp 1187976/SP, Rel. Mi-
nistro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, 
julgado em 07/11/2013, DJe 26/11/2013].
Os crimes contra a fé pública, assim como nos 
demais crimes não patrimoniais em geral, são 
incompatíveis com o instituto do arrependi-
mento posterior, dada a impossibilidade ma-
terial de haver reparação do dano causado ou 
a restituição da coisa subtraída. [REsp 1242294/
PR, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Rel. 
p/ Acórdão Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 
SEXTA TURMA, julgado em 18/11/2014, DJe 
03/02/2015].
As Turmas especializadas em matéria criminal 
do Superior Tribunal de Justiça firmaram a im-
possibilidade material do reconhecimento 
de arrependimento posterior nos crimes não 
patrimoniais ou que não possuam efeitos pa-
trimoniais. In casu, a composição pecuniária 
da autora do homicídio culposo na direção de 
veículo automotor (art. 302 do CTB) com a famí-
lia da vítima, por consectário lógico, não poderá 
surtir proveito para a própria vítima, morta em 
decorrência da inobservância do dever de cui-
dado da recorrente.” [REsp 1561276/BA, Rel. Mi-
nistro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, 
julgado em 28/06/2016, DJe 15/09/2016].
Crime impossível 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, 
por ineficácia absoluta do meio ou por abso-
luta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Sinônimos: tentativa inidônea/
inadequada/impossível/quase crime. 
- Ineficácia absoluta do meio: quando o meio 
de execução do crime é inviável. Exemplo: utili-
zar arma de brinquedo para dar tiro.
- Impropriedade absoluta do objeto: quando o 
bem visado não é apto a sofrer a ação crimino-
sa. Exemplo: matar cadáver.
Aprofundamento: Perceba que nos dois casos 
deve ser “absoluta” (absoluta impropriedade do 
objeto ou ineficácia absoluta do meio). Isso sig-
nifica que se for “relativa”, haverá tentativa e não 
crime impossível. A isso dá-se o nome de teoria 
objetiva temperada.
Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a pre-
paração do flagrante pela polícia torna impossí-
vel a sua consumação.
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado 
ou assumiu o risco de produzi-lo; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao 
resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo os casos expressos 
em lei, ninguém pode ser punido por fato previs-
to como crime, senão quando o pratica dolosa-
mente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Para Rogério Greco, “dolo é a von-
tade e a consciência dirigidas a realizar a con-
duta prevista no tipo penal incriminador”. A 
culpa, para Mirabete, é “a conduta humana vo-
luntária (ação ou omissão) que produz resul-
tado antijurídico não querido, mas previsível, 
e excepcionalmente prevista, que podia, com a 
devida atenção, ser evitado”.
Aprofundamento: Existem algumas teorias que 
fundamentam o dolo, a saber:
a) Teoria da Vontade: é o querer/desejar o re-
sultado. Previsto na primeira parte do inciso I do 
art. 18 do CP.
b) Teoria do Assentimento: ocorre quando o 
agente antevê o resultado e não o quer direta-
mente, mas não se importa com sua ocorrên-
#LEGIS
10 11
cia. Previsto na segunda parte do inciso I do art. 
18 do CP. É o chamado dolo eventual.
c) Teoria da Representação: se dá quando o 
agente prevê o resultado como possível e con-
tinua sua conduta. Não importa saber se o 
agente concordou ou não se importou com o 
resultado. Assim, não haveria distinção, para 
essa teoria, entre dolo eventual e culpa conscien-
te.
d) Teoria da Probabilidade: havendo conside-
ração, pelo agente, de provável produção do 
resultado, ocorreria o dolo eventual. Por outro 
lado, se o agente considerar o resultado apenas 
possível, haverá imprudência.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Agravação pelo resultado 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especial-
mente a pena, só responde o agente que o hou-
ver causado ao menos culposamente. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Aprofundamento: Evita o chamado versari in re 
illicita que diz que o agente responderá, mes-
mo que sem culpa, ou seja, responsabilidade 
objetiva.
Erro sobre elementos do tipo 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo 
do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite 
a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O erro de tipo ocorre quando o su-
jeito tem falsa interpretação da realidade. Acha 
que age normalmente, quando está praticando 
um crime. Exemplo: pegar celular achando que é 
seu, mas na verdade é de um amigo. É diferente 
do erro de proibição (que exclui a culpabilida-
de), no qual o agente sabe exatamente o que 
está fazendo. Não se confunde com a realida-
de, mas ignora ou desconhece o caráter ilícito do 
fato. Exemplo: holandês que fuma maconha no 
Brasil.
Descriminantes putativas 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro ple-
namente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, 
tornaria a ação legítima. Não há isenção 
de pena quando o erro deriva de culpa e o 
fato é punível como crime culposo. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Notem que aqui, como no erro 
de tipo, há uma confusão acerca da situação de 
fato. Contudo, essa confusão leva o agente a 
crer que poderia agir escudado por uma des-
criminante. Daí porque é chamado de erro de 
tipo permissivo (ou erro de proibição indireto, 
como será visto adiante). Exemplo: sujeito imagi-
na que seu desafeto sacará arma para lhe matar. 
Reage e mata ele antes. Depois descobre que ele 
somente iria tirar um lenço do paletó (entendam: 
é uma descriminante putativa, na espécie erro de 
tipo permissivo que, nesse caso, ficou caracteri-
zado como legítima defesa putativa).
Erro determinado por terceiro 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que 
determina o erro. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
#LEGIS
11
Comentários: É o chamado erro provocado. 
Nesse caso o provocador responderá dolosa ou 
culposamente pelo crime, a depender da cir-
cunstância.
Erro sobre a pessoa 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual 
o crime é praticado não isenta de pena. 
Não se consideram, neste caso, as condi-
ções ou qualidades da vítima, senão asda pessoa contra quem o agente que-
ria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Assim como no artigo 73 do CP, 
deverá responder como se tivesse atingido a 
pessoa pretendida.
Erro sobre a ilicitude do fato 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei é ines-
cusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se ine-
vitável, isenta de pena; se evitável, poderá dimi-
nuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o 
erro se o agente atua ou se omite sem a consciên-
cia da ilicitude do fato, quando lhe era possível, 
nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciên-
cia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O caput deve ser lido em conjunto 
com o art. 3º da LINDB (Art. 3º Ninguém se escusa 
de cumprir a lei, alegando que não a conhece) e 
com o art. 65, II, do CP que diz que atenua a pena 
o desconhecimento da lei. Desse modo, conclui-
-se que o desconhecimento pode atenuar a 
pena, mas jamais afastar o crime.
No mais, o artigo prevê o chamado erro de proi-
bição (direto ou indireto. Este, no caso de descri-
minante putativa).
Aprofundamento: O Código Penal adota a teo-
ria limitada da culpabilidade, segundo a qual, 
as descriminantes putativas podem ser erro de 
tipo ou de proibição (Item 19 da Exposição de 
Motivos: Repete o Projeto as normas do Código 
de 1940, pertinentes às denominadas “descrimi-
nantes putativas”. Ajusta-se, assim, o Projeto à 
teoria limitada pela culpabilidade, que distin-
gue o erro incidente sobre os pressupostos fá-
ticos de uma causa de justificação do que incide 
sobre a norma permissiva. Tal como no Código 
vigente, admite-se nesta área a figura culposa 
(artigo 17, § 1º).
Coação irresistível e obediência hierárquica 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação ir-
resistível ou em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior hierárqui-
co, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Trata-se de modalidade de ex-
cludente de culpabilidade. A coação moral ir-
resistível e a obediência hierárquica excluem a 
exigibilidade de conduta diversa (elemento da 
culpabilidade).
Obs: coação moral irresistível não se confunde 
com coação física, que é hipótese de exclusão 
da tipicidade, já que afasta a conduta.
Mnemônico: Macete para gravar os elementos 
da culpabilidade e suas excludentes: Im – Po – Ex 
e MEDECO. Historinha: Quando se está mal, vai-
-se ao “MEDECO”, o qual receita o remédio “Im-
PoEx”. 
ELEMENTOS EXCLUDENTES
Im - Imputabilidade
Menoridade
Embriaguez
Doença Mental
Po – Potencial 
Consciência de Ilicitude Erro de Proibição
Ex - Exigibilidade 
de Conduta Diversa
Coação Moral Irresistível
Obediência Hierárquica
#LEGIS
12 13
DIA 2
Disciplina: Direito Penal.
Responsável: Prof. Rafael Figueiredo.
Dia 02: Do Art. 23 ao 42.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
Exclusão de ilicitude 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - Não há crime quando o agente 
pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever le-
gal ou no exercício regular de direito. (In-
cluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O crime é composto por fato típi-
co, ilícito e praticado por agente culpável (teo-
ria tripartite, majoritariamente aceita). A ilicitu-
de diz respeito ao alinhamento da conduta com o 
ordenamento jurídico. Portanto, pode ser típico 
sem, contudo, ser ilícito.
Aprofundamento: Existem excludentes su-
pralegais de ilicitude, como por exemplo o con-
sentimento.
Decorem: justificante ou descriminantes são 
as excludentes de ilicitude, já as exculpan-
tes, dirimentes ou causas eximentes são as 
excludentes de culpabilidade.
Excesso punível 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - O agente, em qualquer 
das hipóteses deste artigo, responderá pelo ex-
cesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de neces-
sidade quem pratica o fato para salvar de perigo 
atual, que não provocou por sua vontade, nem 
podia de outro modo evitar, direito próprio ou 
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não 
era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessida-
de quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sa-
crifício do direito ameaçado, a pena poderá 
ser reduzida de um a dois terços. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Aprofundamento: a teoria adotada pelo Código 
Penal é a unitária. Já o Código Penal Militar adota 
a teoria diferenciadora.
Teoria Unitária Teoria Diferenciadora
Exclui a ilicitude quando 
o bem protegido tem va-
lor igual ou superior ao 
bem sacrificado. Todo 
estado de necessidade é 
justificante.
Faz uma diferença. Sen-
do o bem protegido de 
valor maior ou igual ao 
bem sacrificado, será 
justificante (igual o an-
terior). Mas se o bem 
protegido for de valor 
inferior ao sacrificado, 
pode-se ventilar a possi-
bilidade de excludente 
da culpabilidade (ex-
culpante), na modalida-
de inexigibilidade de 
conduta diversa.
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos meios neces-
sários, repele injusta agressão, atual ou iminen-
#LEGIS
13
te, a direito seu ou de outrem. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Matar animal que ataca a si próprio 
ou terceiro é legítima defesa? Depende:
1. Se animal ataca por ordem do dono é 
legítima defesa. É mero instrumento da 
agressão. 
2. Se animal ataca por conta própria é estado 
de necessidade. Caracteriza “perigo”.
Parágrafo único. Observados os requisitos 
previstos no caput deste artigo, considera-se 
também em legítima defesa o agente de segu-
rança pública que repele agressão ou risco de 
agressão a vítima mantida refém durante a prá-
tica de crimes.
Comentários: NOVIDADE LEGISLATIVA decorren-
te da Lei nº 13.964/19, que entrou em vigor no dia 
23 de janeiro de 2020. Reparem que há uma cer-
ta presunção de legítima defesa quando a reação 
partir de um “agente de segurança pública” (que, 
de acordo com o artigo 144 da CF é a polícia fe-
deral, rodoviária federal, ferroviária federal, civil 
e militar, além do corpo de bombeiro militar - ler 
artigo 144 e seguintes da CF), somado ao fato de 
existir uma agressão ou risco de agressão a uma 
vítima mantida refém durante a prática do crime. 
Portanto decorem os novos requisitos:
Agente de segurança pública;
Agressão/risco de agressão a vítima refém;
Durante a prática de crime.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Para fixação: 
1. MPE-SC (MPE-SC – 2019) Os crimes omissi-
vos próprios são os cujo tipo descreve a conduta 
omissiva de forma direta, e por isso não é neces-
sária a incidência do art. 13, § 2º, do CP.
2. MPE-SC (MPE-SC – 2019) O arrependimento 
eficaz somente se configura (é necessário) em re-
lação à tentativa perfeita.
3. MPE-SC (MPE-SC – 2019) No caso em que o su-
jeito realiza a conduta e prevê a possibilidade de 
produção do resultado, mas não quer sua ocor-
rência e conta com a “sorte” para que ele não se 
materialize, pois sabe que não tem o controle 
sobre a situação implementada, se configura um 
exemplo de “culpa consciente” e não de “dolo 
eventual”, porque se o sujeito soubesse de ante-
mão que o resultado iria ocorrer, provavelmente 
não teria atuado.
4. Técnico Adm-STJ (CESPE – 2018) Conside-
rando que crime é fato típico, ilícito e culpável, 
julgue o item a seguir. O crime é dito impossível 
quando não há, em razão da ineficácia do meio 
empregado, violação,tampouco perigo de viola-
ção, do bem jurídico tutelado pelo tipo penal.
5. Técnico Adm-STJ (CESPE – 2018) Conside-
rando que crime é fato típico, ilícito e culpável, 
julgue o item a seguir. Crime doloso é aquele em 
que o sujeito passivo age com imprudência, ne-
gligência ou imperícia.
Gabarito: 1-C, 2-C, 3-E, 4-C, 5-E.
#LEGIS
14 15
Anotações sobre as questões: 
TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por 
doença mental ou desenvolvimento mental in-
completo ou retardado, era, ao tempo da ação 
ou da omissão, inteiramente incapaz de enten-
der o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Aplica-se a teoria da atividade 
para aferir a menoridade, doença mental e até 
embriaguez. Esse dispositivo adotou a conjuga-
ção do critério biológico (doença mental ou de-
senvolvimento mental incompleto/retardado) 
com o critério psicológico (absoluta incapacida-
de de determinar-se de acordo com esse entendi-
mento). Daí dizermos que foi escolhido o método 
biopsicológico.
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida 
de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvi-
mento mental incompleto ou retardado não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos 
são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos 
às normas estabelecidas na legislação especial. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Reparem que o artigo é muito pró-
ximo ao disposto no 228 da CF (são penalmente 
inimputáveis os menores de dezoito anos, sujei-
tos às normas da legislação especial). Ademais, 
a imputabilidade é afastada pela menoridade, em-
briaguez e doença mental (vide comentários do 
art. 22 do CP).
Relembrando o MEDECO e ImPoEx (mnemônico):
Im - Imputabilidade
Menoridade
Embriaguez
Doença Mental
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade pe-
nal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, 
pelo álcool ou substância de efeitos aná-
logos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por 
embriaguez completa, proveniente de caso 
fortuito ou força maior, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz 
de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse enten-
dimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois 
terços, se o agente, por embriaguez, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, não 
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, 
a plena capacidade de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acor-
do com esse entendimento. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
#LEGIS
15
Comentários: Notem que, em se tratando de 
embriaguez, somente fica isento de pena se for 
completa e culposa, ou seja, sem intenção de se 
embriagar. Por outro lado, também precisa ser 
proveniente de caso fortuito ou força maior 
para reduzir a pena. Portanto, embriaguez 
preordenada, além de não afastar a culpabilida-
de, agrava a pena (61, II, “l”, do CP).
Aprofundamento: Aplica, no caso de embriaguez 
preordenada, a chamada teoria da actio libera 
in causa, segundo a qual a análise do elemento 
subjetivo é feita no momento anterior ao fato, 
ou seja, quando ainda não estava embriagado.
Anotações sobre os artigos anteriores:
TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concor-
re para o crime incide nas penas a este comina-
das, na medida de sua culpabilidade. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Mnemônico: Para decorar os requisitos mais di-
fundidos do concurso de agentes: PRIL. 
- Pluralidade de condutas/agentes 
- Relevância causal das condutas e resultados 
- Identidade de infração para todos os concorren-
tes – consagra a teoria unitária, que é a regra do 
Código Penal.
- Liame psicológico
§ 1º - Se a participação for de menor 
importância, a pena pode ser diminuída de 
um sexto a um terço. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Como o próprio texto diz, é a 
chamada participação de menor importância.
Jurisprudência: “Aquele que se associa a com-
parsas para a prática de roubo, sobrevindo a mor-
te da vítima, responde pelo crime de latrocínio, 
ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal 
ou a participação se revele de menor importân-
cia.“ [RHC 133575, Relator(a): Min. MARCO AURÉ-
LIO, Primeira Turma, julgado em 21/02/2017, PRO-
CESSO ELETRÔNICO DJe-101 DIVULG 15-05-2017 
PUBLIC 16-05-2017]
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis parti-
cipar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-
cada a pena deste; essa pena será aumen-
tada até metade, na hipótese de ter sido 
previsível o resultado mais grave. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Esse parágrafo consagra a chama-
da colaboração dolosamente distinta ou desvio 
subjetivo entre os agentes. NÃO confundir com a 
participação de menor importância.
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias 
e as condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Elementares são aquelas circuns-
tâncias sem as quais há atipicidade (relativa ou 
absoluta). São os dados que integram a própria 
definição do tipo penal. Vamos ao exemplo: infan-
ticídio - Art. 123 - Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo 
após. Pena detenção, de dois a seis anos. A questão 
é que o “estado puerperal”, além de circunstância 
personalíssima, é considerado por parte da dou-
trina como elementar do delito, já que sua exclu-
são geraria a desclassificação (atipicidade relati-
va) para o crime de homicídio. Assim, por força do 
#LEGIS
16 17
art. 30 do CP, haveria comunicação e consequente 
punição de ambos os agentes pelo delito do art. 
123. Frise-se que o tema não é pacífico.
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou insti-
gação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não che-
ga, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Induzir significa fazer surgir a 
ideia. Instigar é fomentar a ideia existente. 
São espécies da chamada participação moral. 
Lembrar que o artigo 122, que prevê o induzi-
mento, instigação ou auxílio a suicídio prevê uma 
exceção a esse artigo, pois exige a consumação 
do suicídio ou, ao menos, a lesão corporal gra-
ve (Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a sui-
cidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça. 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio 
se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se 
da tentativa de suicídio resulta lesão corporal 
de natureza grave). No mais, auxílio significa 
fornecer elementos materiais (ex: emprestar 
arma).
Anotações sobre os artigos anteriores:
Para Fixação: 
1. Analista do MPU (CESPE – 2018) Cada um do 
item a seguir apresenta uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito 
da aplicação e da interpretação da lei penal, do 
concurso de pessoas e da culpabilidade. João e 
Manoel, penalmente imputáveis, decidiram ma-
tar Francisco. Sem que um soubesse da intenção 
do outro, João e Manoel se posicionaram de to-
caia e, concomitantemente, atiraram na direção 
da vítima, que veio a falecer em decorrência de 
um dos disparos. Não foi possível determinar 
de qual arma foi deflagrado o projétil que atin-
giu fatalmente Francisco. Nessa situação, João e 
Manoel responderão pelo crime de homicídio na 
forma tentada.
2. Analista do MPU (CESPE – 2018) Cada um do 
itema seguir apresenta uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser julgada, a respei-
to da aplicação e da interpretação da lei penal, 
do concurso de pessoas e da culpabilidade. Joa-
quim, penalmente imputável, praticou, sob abso-
luta e irresistível coação física, crime de extrema 
gravidade e hediondez. Nessa situação, Joaquim 
não é passível de punição, porquanto a coação 
física, desde que absoluta, é causa excludente da 
culpabilidade.
3. PC-SE (CESPE – 2018) João e Pedro, maiores 
e capazes, livres e conscientemente, aceitaram 
convite de Ana, também maior e capaz, para jun-
tos assaltarem loja do comércio local. Em data e 
hora combinadas, no período noturno e após o 
fechamento, João e Pedro arrombaram a porta 
dos fundos de uma loja de decoração, na qual en-
traram e ficaram vigiando enquanto Ana subtraía 
objetos valiosos, que seriam divididos igualmen-
te entre os três. Alertada pela vizinhança, a polí-
cia chegou ao local durante o assalto, prendeu os 
três e os encaminhou para a delegacia de polícia 
local. Considerando essa situação hipotética, jul-
gue o item subsequente. Para que fique caracte-
rizado o concurso de pessoas, é necessário que 
exista o prévio ajuste entre os agentes delitivos 
para a prática do delito.
Gabarito: 1-C, 2-E, 3-E.
#LEGIS
17
TÍTULO V
DAS PENAS
CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA
Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
Aprofundamento: Existem, classicamente, duas 
teorias que explicam a pena. A teoria absoluta e 
a relativa. A absoluta diz que pena é retribuição. 
Já a relativa tenta também dar caráter preven-
tivo à punição. A teoria relativa se subdivide em 
prevenção geral, que diz respeito à sociedade e 
prevenção especial, que se relaciona ao agente. 
a) Prevenção Geral: pode ser positiva ou 
negativa.
a.1) Prev. Ger. Positiva: reafirma o valor da 
norma, promove a integração social.
a.2) Prev. Ger. Negativa: intimida.
b) Prevenção Especial: pode ser positiva ou 
negativa.
b.2) Prev. Esp. Positiva: ressocializa.
b.3) Prev. Esp. Negativa: neutraliza evitando 
novos cometimentos de crime.
SEÇÃO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumpri-
da em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A 
de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, 
salvo necessidade de transferência a regime fecha-
do. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em 
estabelecimento de segurança máxima ou 
média;
b) regime semi-aberto a execução da pena 
em colônia agrícola, industrial ou estabele-
cimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em 
casa de albergado ou estabelecimento ade-
quado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade 
deverão ser executadas em forma progres-
siva, segundo o mérito do condenado, ob-
servados os seguintes critérios e ressalva-
das as hipóteses de transferência a regime 
mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) 
anos deverá começar a cumpri-la em regi-
me fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena 
seja superior a 4 (quatro) anos e não ex-
ceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, 
cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena 
seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, 
poderá, desde o início, cumpri-la em regi-
me aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial 
de cumprimento da pena far-se-á com 
observância dos critérios previstos no art. 
59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
§ 4º O condenado por crime contra a admi-
nistração pública terá a progressão de regi-
me do cumprimento da pena condicionada 
à reparação do dano que causou, ou à de-
volução do produto do ilícito praticado, com 
os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 
10.763, de 12.11.2003)
Jurisprudência: “É inconstitucional a fixação ex 
lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990, do 
regime inicial fechado, devendo o julgador, quan-
do da condenação, ater-se aos parâmetros previs-
tos no artigo 33 do Código Penal.” [Tese definida no 
ARE 1.052.700 RG, rel. min. Edson Fachin, P, j. 2-11-
2017, DJE 18 de 1º-2-2018, Tema 972].
Súmula 269 do STJ. É admissível a adoção do re-
gime prisional semi-aberto aos reincidentes con-
denados a pena igual ou inferior a quatro anos se 
favoráveis as circunstâncias judiciais.
#LEGIS
18 19
Súmula 440 do STJ. Fixada a pena-base no míni-
mo legal, é vedado o estabelecimento de regime 
prisional mais gravoso do que o cabível em razão 
da sanção imposta, com base apenas na gravida-
de abstrata do delito.
Súmula 715 do STF. A pena unificada para aten-
der ao limite de trinta anos de cumprimento, 
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não 
é considerada para a concessão de outros bene-
fícios, como o livramento condicional ou regime 
mais favorável de execução.
Súmula 716 do STF. Admite-se a progressão de 
regime de cumprimento da pena ou a aplicação 
imediata de regime menos severo nela determi-
nada, antes do trânsito em julgado da sentença 
condenatória.
Súmula 718 do STF. A opinião do julgador sobre 
a gravidade em abstrato do crime não constitui 
motivação idônea para a imposição de regime 
mais severo do que o permitido segundo a pena 
aplicada.
Súmula 719 do STF. A imposição do regime de 
cumprimento mais severo do que a pena aplica-
da permitir exige motivação idônea.
Regras do regime fechado
Art. 34 - O condenado será submetido, no 
início do cumprimento da pena, a exame crimi-
nológico de classificação para individualização 
da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Súmula 439 do STJ. Admite-se o exame crimino-
lógico pelas peculiaridades do caso, desde que 
em decisão motivada
§1º - O condenado fica sujeito a trabalho 
no período diurno e a isolamento durante 
o repouso noturno. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O trabalho será em comum dentro 
do estabelecimento, na conformidade das 
aptidões ou ocupações anteriores do con-
denado, desde que compatíveis com a exe-
cução da pena. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no 
regime fechado, em serviços ou obras pú-
blicas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Dispositivos que devem ser lidos 
em conjunto com os artigos 28 a 37 da LEP.
Regras do regime semi-aberto
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste 
Código, caput, ao condenado que inicie o cumpri-
mento da pena em regime semi-aberto. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em 
comum durante o período diurno, em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento 
similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem 
como a freqüência a cursos supletivos pro-
fissionalizantes, de instrução de segundo 
grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Regras do regime aberto
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na au-
todisciplina e senso de responsabilidade do 
condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabe-
lecimento e sem vigilância, trabalhar, fre-
qüentar curso ou exercer outra atividade au-
torizada, permanecendo recolhido durante 
o período noturno e nos dias de folga. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O condenado será transferido do regime 
aberto, se praticar fato definido como crime 
doloso, se frustrar os fins da execução ou 
se, podendo, não pagar a multa cumulativa-
mente aplicada. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em 
estabelecimento próprio, observando-se os 
#LEGIS
19
deveres e direitos inerentes à sua condição pes-
soal, bem como, no que couber, o disposto nes-
te Capítulo. (Redação dada pela Lei nº7.209, de 
11.7.1984)
Comentários: Artigo que deve ser lido em con-
junto com o art. 5º, XLVIII e L, da CF: 
XLVIII - A pena será cumprida em 
estabelecimentos distintos, de acordo com 
a natureza do delito, a idade e o sexo do 
apenado;
L - Às presidiárias serão asseguradas condições 
para que possam permanecer com seus 
filhos durante o período de amamentação. 
Também não se pode esquecer das recentes 
mudanças legislativas: 
Art. 112-LEP. A pena privativa de liberdade será 
executada em forma progressiva com a transfe-
rência para regime menos rigoroso, a ser deter-
minada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido 
ao menos um sexto da pena no regime anterior 
e ostentar bom comportamento carcerário, 
comprovado pelo diretor do estabelecimento, 
respeitadas as normas que vedam a progressão. 
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 3º No caso de mulher gestante 
ou que for mãe ou responsável por 
crianças ou pessoas com deficiência, os 
requisitos para progressão de regime são, 
cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018)
I - Não ter cometido crime com violência ou 
grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei 
nº 13.769, de 2018)
II - Não ter cometido o crime contra seu 
filho ou dependente; (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018)
III - Ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) 
da pena no regime anterior; (Incluído pela 
Lei nº 13.769, de 2018)
IV - Ser primária e ter bom comportamento 
carcerário, comprovado pelo diretor do 
estabelecimento; (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018)
V - Não ter integrado organização criminosa. 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
§ 4º O cometimento de novo crime doloso 
ou falta grave implicará a revogação do 
benefício previsto no § 3º deste artigo.
Art. 318-A, CPP. A prisão preventiva imposta à 
mulher gestante ou que for mãe ou responsá-
vel por crianças ou pessoas com deficiência 
será substituída por prisão domiciliar, desde 
que: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
I - Não tenha cometido crime com violência 
ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pela 
Lei nº 13.769, de 2018).
II - Não tenha cometido o crime contra seu 
filho ou dependente. (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018).
Jurisprudência: “HABEAS CORPUS COLETI-
VO. ADMISSIBILIDADE. DOUTRINA BRASILEIRA 
DO HABEAS CORPUS. MÁXIMA EFETIVIDADE DO 
WRIT. MÃES E GESTANTES PRESAS. RELAÇÕES 
SOCIAIS MASSIFICADAS E BUROCRATIZADAS. 
GRUPOS SOCIAIS VULNERÁVEIS. ACESSO À JUS-
TIÇA. FACILITAÇÃO. EMPREGO DE REMÉDIOS 
PROCESSUAIS ADEQUADOS. LEGITIMIDADE ATI-
VA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DA LEI 13.300/2016. 
MULHERES GRÁVIDAS OU COM CRIANÇAS SOB 
SUA GUARDA. PRISÕES PREVENTIVAS CUMPRI-
DAS EM CONDIÇÕES DEGRADANTES. INADMIS-
SIBILIDADE. PRIVAÇÃO DE CUIDADOS MÉDICOS 
PRÉ-NATAL E PÓS-PARTO. FALTA DE BERÇÁRIOS 
E CRECHES. ADPF 347 MC/DF. SISTEMA PRISIO-
NAL BRASILEIRO. ESTADO DE COISAS INCONS-
TITUCIONAL. CULTURA DO ENCARCERAMENTO. 
NECESSIDADE DE SUPERAÇÃO. DETENÇÕES 
CAUTELARES DECRETADAS DE FORMA ABUSI-
VA E IRRAZOÁVEL. INCAPACIDADE DO ESTADO 
DE ASSEGURAR DIREITOS FUNDAMENTAIS ÀS 
ENCARCERADAS. OBJETIVOS DE DESENVOLVI-
MENTO DO MILÊNIO E DE DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES 
UNIDAS. REGRAS DE BANGKOK. ESTATUTO DA 
PRIMEIRA INFÂNCIA. APLICAÇÃO À ESPÉCIE. OR-
DEM CONCEDIDA. EXTENSÃO DE OFÍCIO.” 
I – Existência de relações sociais 
massificadas e burocratizadas, cujos 
problemas estão a exigir soluções a 
partir de remédios processuais coletivos, 
especialmente para coibir ou prevenir 
lesões a direitos de grupos vulneráveis. 
II – Conhecimento do writ coletivo 
homenageia nossa tradição jurídica de 
#LEGIS
20 21
conferir a maior amplitude possível 
ao remédio heroico, conhecida como 
doutrina brasileira do habeas corpus. 
III – Entendimento que se amolda ao 
disposto no art. 654, § 2º, do Código 
de Processo Penal - CPP, o qual outorga 
aos juízes e tribunais competência para 
expedir, de ofício, ordem de habeas 
corpus, quando no curso de processo, 
verificarem que alguém sofre ou está na 
iminência de sofrer coação ilegal. IV – 
Compreensão que se harmoniza também 
com o previsto no art. 580 do CPP, que 
faculta a extensão da ordem a todos 
que se encontram na mesma situação 
processual. 
V - Tramitação de mais de 100 milhões de 
processos no Poder Judiciário, a cargo de 
pouco mais de 16 mil juízes, a qual exige 
que o STF prestigie remédios processuais 
de natureza coletiva para emprestar 
a máxima eficácia ao mandamento 
constitucional da razoável duração do 
processo e ao princípio universal da 
efetividade da prestação jurisdicional 
VI - A legitimidade ativa do habeas 
corpus coletivo, a princípio, deve ser 
reservada àqueles listados no art. 12 da 
Lei 13.300/2016, por analogia ao que 
dispõe a legislação referente ao mandado 
de injunção coletivo. 
VII – Comprovação nos autos de 
existência de situação estrutural em 
que mulheres grávidas e mães de 
crianças (entendido o vocábulo aqui 
em seu sentido legal, como a pessoa de 
até doze anos de idade incompletos, 
nos termos do art. 2º do Estatuto da 
Criança e do Adolescente - ECA) estão, 
de fato, cumprindo prisão preventiva 
em situação degradante, privadas de 
cuidados médicos pré-natais e pós-
parto, inexistindo, outrossim berçários 
e creches para seus filhos. 
VIII – “Cultura do encarceramento” que 
se evidencia pela exagerada e irrazoável 
imposição de prisões provisórias 
a mulheres pobres e vulneráveis, 
em decorrência de excessos na 
interpretação e aplicação da lei penal, 
bem assim da processual penal, mesmo 
diante da existência de outras soluções, 
de caráter humanitário, abrigadas no 
ordenamento jurídico vigente. 
IX – Quadro fático especialmente inquietante 
que se revela pela incapacidade de o 
Estado brasileiro garantir cuidados 
mínimos relativos à maternidade, até 
mesmo às mulheres que não estão em 
situação prisional, como comprova o “caso 
Alyne Pimentel”, julgado pelo Comitê 
para a Eliminação de todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher das Nações 
Unidas. 
X – Tanto o Objetivo de Desenvolvimento 
do Milênio nº 5 (melhorar a saúde materna) 
quanto o Objetivo de Desenvolvimento 
Sustentável nº 5 (alcançar a igualdade de 
gênero e empoderar todas as mulheres 
e meninas), ambos da Organização das 
Nações Unidades, ao tutelarem a saúde 
reprodutiva das pessoas do gênero 
feminino, corroboram o pleito formulado 
na impetração. 
XI – Incidência de amplo regramento 
internacional relativo a Direitos 
Humanos, em especial das Regras de 
Bangkok, segundo as quais deve ser 
priorizada solução judicial que facilite 
a utilização de alternativas penais ao 
encarceramento, principalmente para as 
hipóteses em que ainda não haja decisão 
condenatória transitada em julgado. 
XII – Cuidados com a mulher presa que se 
direcionam não só a ela, mas igualmente 
aos seus filhos, os quais sofrem 
injustamente as consequências da prisão, 
em flagrante contrariedade ao art. 227 da 
Constituição, cujo teor determina que se 
dê prioridade absoluta à concretização dos 
direitos destes. 
XIII – Quadro descrito nos autos que exige 
o estrito cumprimento do Estatuto da 
Primeira Infância, em especial da nova 
redação por ele conferida ao art. 318, IV e V, 
do Código de Processo Penal. 
XIV – Acolhimento do writ que se impõe 
de modo a superar tanto a arbitrariedade 
judicial quanto a sistemática exclusão de 
direitos de grupos hipossuficientes, típica 
de sistemas jurídicos que não dispõem 
de soluções coletivas para problemas 
estruturais. 
#LEGIS
21
XV – Ordem concedida para determinar 
a substituição da prisão preventiva pela 
domiciliar - sem prejuízo da aplicação 
concomitante das medidas alternativas 
previstas no art. 319 do CPP - de todas as 
mulheres presas, gestantes, puérperas 
ou mães de crianças e deficientes, 
nos termos do art. 2º do ECA e da 
Convenção sobre Direitos das Pessoas 
com Deficiências (Decreto Legislativo 
186/2008 e Lei 13.146/2015), relacionadas 
neste processo pelo DEPEN e outras 
autoridades estaduais, enquanto perdurar 
tal condição, excetuados oscasos de 
crimes praticados por elas mediante 
violência ou grave ameaça, contra seus 
descendentes ou, ainda, em situações 
excepcionalíssimas, as quais deverão ser 
devidamente fundamentadas pelos juízes 
que denegarem o benefício. 
XVI – Extensão da ordem de ofício a todas 
as demais mulheres presas, gestantes, 
puérperas ou mães de crianças e de 
pessoas com deficiência, bem assim 
às adolescentes sujeitas a medidas 
socioeducativas em idêntica situação 
no território nacional, observadas as 
restrições acima. (HC 143641/SP)
O art. 318-A do Código de Processo Penal, intro-
duzido pela Lei n. 13.769/2018, estabelece um po-
der-dever para o juiz substituir a prisão preventiva 
por domiciliar de gestante, mãe de criança menor 
de 12 anos e mulher responsável por pessoa com 
deficiência, sempre que apresentada prova idô-
nea do requisito estabelecido na norma (art. 318, 
parágrafo único), ressalvadas as exceções legais. 
Todavia, naquilo que a lei não regulou, o pre-
cedente da Suprema Corte (HC n. 143.641/SP) 
deve continuar sendo aplicado, pois uma inter-
pretação restritiva da norma pode representar, em 
determinados casos, efetivo risco direto e indireto 
à criança ou ao deficiente, cuja proteção deve ser 
integral e prioritária. (HC 487.763/SP, Rel. Ministro 
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, 
julgado em 02/04/2019, DJe 16/04/2019)
A prisão domiciliar consiste no recolhimento do 
indiciado ou acusado em sua residência, só po-
dendo dela ausentar-se com autorização judicial 
(art. 317 do Código de Processo Penal). O art. 318-
A do Código de Processo Penal, introduzido pela 
Lei n. 13.769/2018, estabelece um poder-dever 
para o juiz substituir a prisão preventiva por 
domiciliar de gestante, mãe de criança menor 
de 12 anos e mulher responsável por pessoa 
com deficiência, sempre que apresentada pro-
va idônea do requisito estabelecido na norma 
(art. 318, parágrafo único), ressalvadas as exce-
ções legais. A normatização de apenas duas das 
exceções não afasta a efetividade do que foi deci-
dido pelo Supremo no Habeas Corpus n. 143.641/
SP, nos pontos não alcançados pela nova lei. O 
fato de o legislador não ter inserido outras exce-
ções na lei, não significa que o Magistrado esteja 
proibido de negar o benefício quando se deparar 
com casos excepcionais. Assim, deve prevalecer 
a interpretação teleológica da lei, assim como a 
proteção aos valores mais vulneráveis. Com efei-
to, naquilo que a lei não regulou, o precedente da 
Suprema Corte deve continuar sendo aplicado, 
pois uma interpretação restritiva da norma pode 
representar, em determinados casos, efetivo risco 
direto e indireto à criança ou ao deficiente, cuja 
proteção deve ser integral e prioritária. Assim, a 
separação excepcionalíssima da mãe de seu filho, 
com a decretação da prisão preventiva, somente 
pode ocorrer quando violar direitos do menor ou 
do deficiente, tendo em vista a força normativa da 
nova lei que regula o tema. [HC 470.549/TO, Rel. 
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA 
TURMA, julgado em 12/02/2019, DJe 20/02/2019].
Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direi-
tos não atingidos pela perda da liberdade, im-
pondo-se a todas as autoridades o respeito à sua 
integridade física e moral. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O artigo 3º da LEP vai no mesmo 
sentido: art. 3º Ao condenado e ao internado 
serão assegurados todos os direitos não atingi-
dos pela sentença ou pela lei. Parágrafo único. 
Não haverá qualquer distinção de natureza ra-
cial, social, religiosa ou política. Também não 
se pode descurar que é assegurado o direito à 
integridade física e moral: art. 5º, XLIX, CF - é 
assegurado aos presos o respeito à integridade 
física e moral;
Trabalho do preso
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre 
remunerado, sendo-lhe garantidos os benefí-
#LEGIS
22 23
cios da Previdência Social. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: Dispositivos que devem ser lidos 
em conjunto com os artigos 28 a 37 da LEP.
Legislação especial
Art. 40 - A legislação especial regulará a ma-
téria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem 
como especificará os deveres e direitos do preso, 
os critérios para revogação e transferência dos 
regimes e estabelecerá as infrações disciplinares 
e correspondentes sanções. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Superveniência de doença mental
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém 
doença mental deve ser recolhido a hospital 
de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, 
a outro estabelecimento adequado. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O artigo 154 do CPP traz comple-
mento interessante:
Art. 154, CPP. Se a insanidade mental sobrevier 
no curso da execução da pena, observar-se-á o 
disposto no art. 682.
Art. 682, CPP. O sentenciado a que sobrevier 
doença mental, verificada por perícia médica, 
será internado em manicômio judiciário, ou, à 
falta, em outro estabelecimento adequado, onde 
Ihe seja assegurada a custódia. 
§ 1º Em caso de urgência, o diretor do 
estabelecimento penal poderá determinar 
a remoção do sentenciado, comunicando 
imediatamente a providência ao juiz, que, 
em face da perícia médica, ratificará ou 
revogará a medida.
§ 2º Se a internação se prolongar até o 
término do prazo restante da pena e não 
houver sido imposta medida de segurança 
detentiva, o indivíduo terá o destino 
aconselhado pela sua enfermidade, feita a 
devida comunicação ao juiz de incapazes.
Art. 183, LEP. Quando, no curso da execução da 
pena privativa de liberdade, sobrevier doença 
mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, 
de ofício, a requerimento do Ministério Público, 
da Defensoria Pública ou da autoridade admi-
nistrativa, poderá determinar a substituição da 
pena por medida de segurança. (Redação dada 
pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 184, LEP. O tratamento ambulatorial poderá 
ser convertido em internação se o agente revelar 
incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo 
de internação será de 1 (um) ano.
Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa 
de liberdade e na medida de segurança, o tempo 
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangei-
ro, o de prisão administrativa e o de internação 
em qualquer dos estabelecimentos referidos no 
artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Comentários: Ao proferir sentença condenató-
ria, o juiz deverá considerar a detração, por or-
dem do artigo 387, §2º, do CPP. Art. 387. O juiz, 
ao proferir sentença condenatória: § 2º O tempo 
de prisão provisória, de prisão administrativa 
ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, 
será computado para fins de determinação do 
regime inicial de pena privativa de liberdade. 
(Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012).
Jurisprudência: “É cabível a aplicação do be-
nefício da detração penal previsto no art. 42 do 
CP em processos distintos, desde que o delito 
pelo qual o sentenciado cumpre pena tenha 
sido cometido antes da segregação cautelar, 
evitando a criação de um crédito de pena. Pre-
cedentes citados: HC 188.452-RS, DJe 1º/6/2011, 
e HC 148.318-RS, DJe 21/2/2011. HC 178.894-RS, 
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/11/2012.
É possível a remição do tempo de trabalho 
realizado antes do início da execução da pena, 
desde que em data posterior à prática do deli-
to. [HC 420.257-RS]”
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DIA 3
Disciplina: Direito Penal (art. 1º ao 60).
Responsável: Prof. Rafael Figueiredo.
Dia 03: Do Art. 43 ao 60.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Penas restritivas de direitos
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei 
nº 9.714, de 1998)
II - perda de bens e valores; (Incluído pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
III - limitação de fim de semana. (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 1984)
IV - prestação de serviço à comunidade ou 
a entidades públicas;(Incluído pela Lei nº 
9.714, de 25.11.1998)
V - interdição temporária de direitos; (In-
cluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
VI - limitação de fim de semana. (Incluído 
pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
Art. 44. As penas restritivas de direitos são 
autônomas e substituem as privativas de liber-
dade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, 
de 1998)
I – Aplicada pena privativa de liberdade 
não superior a quatro anos e o crime não 
for cometido com violência ou grave amea-
ça à pessoa ou, qualquer que seja a pena 
aplicada, se o crime for culposo; (Redação 
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II – O réu não for reincidente em crime 
doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, 
de 1998)
III – A culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social e a personalidade do con-
denado, bem como os motivos e as cir-
cunstâncias indicarem que essa substi-
tuição seja suficiente. (Redação dada pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998)
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um 
ano, a substituição pode ser feita por mul-
ta ou por uma pena restritiva de direitos; 
se superior a um ano, a pena privativa de 
liberdade pode ser substituída por uma 
pena restritiva de direitos e multa ou por 
duas restritivas de direitos. (Incluído pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz 
poderá aplicar a substituição, desde que, 
em face de condenação anterior, a medida 
seja socialmente recomendável e a rein-
cidência não se tenha operado em virtude 
da prática do mesmo crime. (Incluído pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se 
em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição 
imposta. No cálculo da pena privativa de li-
berdade a executar será deduzido o tempo 
cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado o saldo mínimo de trinta dias 
de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei 
nº 9.714, de 1998)
§ 5º Sobrevindo condenação a pena priva-
tiva de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, 
podendo deixar de aplicá-la se for possível 
ao condenado cumprir a pena substituti-
va anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998)
Súmula 493 do STJ. É inadmissível a fixação de 
pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição 
especial ao regime aberto Conversão das penas 
restritivas de direitos
Art. 45. Na aplicação da substituição pre-
vista no artigo anterior, proceder-se-á na forma 
deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1º A prestação pecuniária consiste no 
pagamento em dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou a entidade pública ou 
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privada com destinação social, de impor-
tância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) 
salário mínimo nem superior a 360 (tre-
zentos e sessenta) salários mínimos. O 
valor pago será deduzido do montante de 
eventual condenação em ação de repara-
ção civil, se coincidentes os beneficiários. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se hou-
ver aceitação do beneficiário, a prestação 
pecuniária pode consistir em prestação 
de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 
9.714, de 1998)
§ 3º A perda de bens e valores pertencen-
tes aos condenados dar-se-á, ressalvada 
a legislação especial, em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional, e seu valor terá 
como teto – o que for maior – o montante 
do prejuízo causado ou do provento obtido 
pelo agente ou por terceiro, em conseqüên-
cia da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 
9.714, de 1998)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998)
Anotações sobre os artigos anteriores:
Prestação de serviços à comunidade ou a 
entidades públicas
Art. 46. A prestação de serviços à comuni-
dade ou a entidades públicas é aplicável às con-
denações superiores a seis meses de privação 
da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, 
de 1998)
§ 1º A prestação de serviços à comunida-
de ou a entidades públicas consiste na 
atribuição de tarefas gratuitas ao con-
denado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998)
§ 2º A prestação de serviço à comunidade 
dar-se-á em entidades assistenciais, hos-
pitais, escolas, orfanatos e outros esta-
belecimentos congêneres, em programas 
comunitários ou estatais. (Incluído pela 
Lei nº 9.714, de 1998)
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão 
atribuídas conforme as aptidões do con-
denado, devendo ser cumpridas à razão 
de uma hora de tarefa por dia de conde-
nação, fixadas de modo a não prejudicar 
a jornada normal de trabalho. (Incluído 
pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 4º Se a pena substituída for superior a 
um ano, é facultado ao condenado cum-
prir a pena substitutiva em menor tem-
po (art. 55), nunca inferior à metade da 
pena privativa de liberdade fixada. (In-
cluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Interdição temporária de direitos 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Art. 47 - As penas de interdição temporária 
de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
I - Proibição do exercício de cargo, fun-
ção ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Proibição do exercício de profissão, 
atividade ou ofício que dependam de ha-
bilitação especial, de licença ou autoriza-
ção do poder público;(Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Suspensão de autorização ou de ha-
bilitação para dirigir veículo. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV – Proibição de freqüentar determina-
dos lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 1998)
V - Proibição de inscrever-se em concur-
so, avaliação ou exame público s. (Incluí-
do pela Lei nº 12.550, de 2011)
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Limitação de fim de semana
Art. 48 - A limitação de fim de semana con-
siste na obrigação de permanecer, aos sábados 
e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em 
casa de albergado ou outro estabelecimento 
adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Parágrafo único - Durante a permanência 
poderão ser ministrados ao condenado cursos 
e palestras ou atribuídas atividades educativas. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA
Multa
Art. 49 - A pena de multa consiste no paga-
mento ao fundo penitenciário da quantia fixada 
na sentença e calculada em dias-multa. Será, no 
mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (tre-
zentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo 
juiz não podendo ser inferior a um trigé-
simo do maior salário mínimo mensal vi-
gente ao tempo do fato, nem superior a 5 
(cinco) vezes esse salário. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O valor da multa será atualizado, 
quando da execução, pelos índices de cor-
reção monetária. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Comentários: remeto para a leitura do artigo 60 
e seus comentários.
Pagamento da multa
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 
10 (dez) dias depois de transitada em julga-
do a sentença. A requerimento do condenado e 
conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir 
que o pagamento se realize em parcelas mensais. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se 
mediante desconto no vencimento ou sa-
lário do condenado quando: (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) Aplicada isoladamente; (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) Aplicada cumulativamente com pena 
restritiva de direitos; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
c) Concedida a suspensão condicional 
da pena. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre 
os recursos indispensáveis ao sustento do 
condenado e de sua família. (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários: O §2º prevê o princípio da huma-
nidade e da intranscendência das penas (art. 5º, 
XLVI e XLVII, da CF).
Jurisprudência: “1. A Lei nº 9.268/1996, ao 
considerar a multa penal como dívida de valor, 
não retirou

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