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A GENTE X NÓS: A ideia básica é de que a expressão A GENTE pode ser usada em ambientes informais e o pronome pessoal do caso reto NÓS– prescrito pela gramática normativa –, em ambientes formais. No entanto, precisamos considerar que, quando usada, a forma “a gente” deve ser acompanhada do verbo na 3ª pessoa do singular: a gente vai. ONDE X AONDE: Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE. Mas, se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: Onde você está? Porque o verbo ESTAR não indica movimento. HÁ X A: Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou “HÁ anos atrás”, pois isso é classificado como PLEONASMO, ou seja, repetição desnecessária de ideias. Basta afirmar “HÁ dez minutos” ou “HÁ dez anos”. MAU X MAL: MAL é o oposto de BEM. MAU é o oposto de BOM. A palavra MAL também pode ser um substantivo - Exemplo: Este é um mal necessário. - Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – como o artigo indefinido UM. Além disso, considerando tal substantivação – acompanhada de um artigo definido ou indefinido –, o mesmo vocábulo pode variar em número. Exemplo: Os males da vida são muitos. MENOS X MENAS: “menas” não existe na Língua Portuguesa. MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma circunstância – nesse caso, de quantidade ou intensidade. Advérbios são invariáveis. EM NÍVEL: Exemplo: Essa questão será resolvida em nível federal. Lembramos que a expressão “a nível de” é um modismo a ser evitado. DELE OU DE ELE: “dele” quando corresponde a um pronome possessivo; “dele” quando corresponde à combinação da preposição de com o pronome pessoal oblíquo tônico ele, na função de objeto indireto; “de ele”: preposição de mais o pronome pessoal reto ele. Essa combinação só pode ser usada quando ele for sujeito de uma oração reduzida de infinitivo. - A paciência dele acabou, e ele saiu da sala. - Ana gosta muito dele, mas prefere ficar em silêncio. - Conversamos sobre isso de ele sair (= de que ele saísse) - Apesar de ele ter comprado o carro, foi de táxi à festa. O segredo é o verbo no INFINITIVO. Só podemos usar DE ELE quando houver esse verbo. - Fizemos a surpresa antes de ele chegar ao curso. Essa regra também se aplica em outros casos, tais como: PREPOSIÇÃO + ARTIGO: - As contratações cessaram depois de a polícia ter descoberto todo o golpe. PREPOSIÇÃO + PRONOME DEMONSTRATIVO: - O médico comprou o equipamento, apesar de essa empresa não garantir a troca. TEM DE. Embora o uso da forma “tem que” esteja consagrado e muitos autores considerem as duas formas aceitáveis, devemos utilizar, preferencialmente, a forma “tem de”. - A família tem de pagar todas as dívidas. PARA MIM X PARA EU: Devemos observar que: a) “Eu” é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de sujeito; b) “Mim” é um pronome pessoal oblíquo tônico, NUNCA exerce a função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com preposição: “a mim”, “de mim”, “entre mim”, “para mim”, “por mim” etc. - Ana trouxe o livro PARA EU ler. (= sujeito) - Ana trouxe o livro para MIM. (= não é sujeito) No primeiro caso, há duas orações: “Ana trouxe o livro” = oração principal; “para EU ler” = oração reduzida de infinitivo (= para que eu lesse) Nesse caso, devemos usar o pronome pessoal do caso reto (EU), porque este exerce a função de sujeito do verbo infinitivo (LER). Em síntese, a diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença ou não de um verbo (sempre no infinitivo) após o pronome. Portanto, sempre que houver um verbo no infinitivo, devemos usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer preposição. - Minha irmã saiu da festa antes DE MIM. - Ela voltou para o escritório antes DE EU chegar. - Nossos professores fizeram isso POR MIM. - Mariana fez isso POR EU estar cansada. Observe, no entanto, a mudança no significado trazida pelo uso da vírgula: - PARA EU sair de casa, foi preciso organizar minhas finanças. - PARA MIM, vender meu primeiro imóvel foi uma grande conquista. Na primeira frase, o pronome pessoal reto (EU) é o sujeito do infinitivo (SAIR). Já na segunda frase, a vírgula indica que PARA MIM está deslocado. Nesse caso, devemos usar o pronome oblíquo (MIM), pois este não é o sujeito do verbo VENDER. ENTRE EU E VOCÊ X ENTRE MIM E VOCÊ: “Eu” é pronome pessoal do caso reto e só pode ser usado na função de sujeito: Com verbo no infinitivo – Não há nada ENTRE EU sair e você ficar em casa; Sem verbo no infinitivo – Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ. A QUEM: Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é pessoa, podemos usar o pronome “quem”. - Aquele é o professor A QUEM enviei o trabalho. DE QUE X DE QUEM X DO QUAL: - Estes são os processos DE QUE (ou DOS QUAIS) o escritório dispõe. (= o escritório dispõe DOS PROCESSOS) - Estes são os advogados DE QUEM ou DOS QUAIS o escritório dispõe. (= a empresa dispõe DOS ADVOGADOS) ATENÇÃO! O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba (“após”, “contra”, “desde”, “entre”, “para”, “perante”, “sobre” etc.). - Este é o livro SOBRE O QUAL falei ontem. - Esta é a ocasião PARA A QUAL eles se prepararam tanto. CUJO: O pronome relativo “cujo” deve ser usado sempre que houver ideia de posse.: - Ali está o cozinheiro DE CUJO bolo ninguém gostou. [A preposição “de” é exigência do verbo “gostar”.] - Este é o autor A CUJA obra eu me referi. [A preposição “a” é regida pelo verbo “referir”.] - Aquele é o filósofo COM CUJAS ideias eu não concordo.[A preposição “com” é regida pelo verbo “concordar”.] - Veja a revista EM CUJAS páginas li sobre aquela nova dieta. (= eu li sobre aquela nova dieta NAS PÁGINAS) - Encontrei na livraria o romancista CUJA obra foi premiada. (= A OBRA foi premiada -> sem preposição) ATENÇÃO! Não usamos artigo definido entre o pronome “cujo” e o substantivo. - Na próxima rua, temos a universidade CUJO aluno inventou o novo chip. PRONOMES RELATIVOS: Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição quando os verbos que acompanham são regidos por preposições. - Compro sempre naquela loja os doces DE QUE eu gosto tanto. - O mecânico A QUEM eu chamei mais cedo já chegou. - Dr. Jorge é o médico EM QUEM meus avós tanto confiam. PRONOME QUE: O pronome “que” pode aparecer: Com ou sem preposição – quando substituir coisa; Sem preposição – quando substituir pessoa (equivale a QUEM); - Os refrigerantes QUE compramos acabaram rápido. - Os refrigerantes DE QUE precisávamos para a festa não chegaram. - As senhoras QUE cumprimentamos eram muito simpáticas. - As senhoras A QUEM convidamos para a festa não vieram. QUE E QUEM: Que: nesse caso, o verbo concorda em número e pessoa com o antecedente do pronome. Ex.: Fui eu que liguei o aparelho. Foram eles que ligaram o aparelho. Quem: nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Não sou eu quem paga o serviço. Fui eu quem pagou o serviço. AO INVÉS DE X EM VEZ DE: “Ao invés de” = ao contrário; “Em vez de” = em lugar de Exemplos: - Ao invés de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto. - Em vez de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto. (CORRETO - ideias opostas) - Em vez de ir ao cinema, fui à festa. (CORRETO - ideia de substituição) - Ao invés de ir ao cinema, fui à festa. (INCORRETO - ideias opostas) MUITAS VEZES X MUITAS DAS VEZES: A expressão correta é “muitas vezes”. Exemplos: - Muitas vezes, somos obrigados a aceitar meias verdades. A PRINCÍPIO X EM PRINCÍPIO: “A princípio” = inicialmente,em um primeiro momento; “Em princípio” = em tese, teoricamente”. Exemplos: - A princípio, vamos aguardar o retorno dos professores para, depois, retomar as aulas. - Em princípio, todos os alunos terão direito a uma chance de melhorar seu desempenho na prova. MESMO X IGUAL: “Mesmo” = um só; “Igual” = outro Exemplos: - Estou com o mesmo problema do ano passado. (= um só problema que se repete) - Estou com um problema igual ao do ano passado. (= outro problema com as mesmas características) TER X HAVER: “Ter” = indica posse; “Haver” = com sentido de “existir” - verbo impessoal, aquele que não admite sujeito e que não sofre flexão de plural. Exemplos: - Eu tenho dois cachorros. (= os cachorros têm um dono) - Há dois cachorros na sala. (= os cachorros estão em determinado ambiente) TODO X TODO O: “Todo” = qualquer; “Todo o” = inteiro Exemplos: - Ele é capaz de fazer todo trabalho. (= qualquer trabalho) - Ele é capaz de fazer todo o trabalho. (= o trabalho inteiro) AO CONTRÁRIO DE X DIFERENTEMENTE: “Ao contrário” = ideias opostas; “Diferentemente” = ideias distintas Exemplos: - Ao contrário de entrar à esquerda, o motorista resolveu entrar à direita. - Diferentemente do que eu disse, sairei cedo hoje. POR ISSO: Esta locução explicativa deve SEMPRE ser grafada separadamente. Exemplo: Fomos à festa. Por isso, conseguimos comer o bolo. DE REPENTE: Esta expressão também deve SEMPRE ser grafada separadamente. Exemplo: Chegamos cedo e, de repente, apareceu o chefe. PORQUÊS POR QUE = pronome interrogativo no início da pergunta. Exemplo: Por que ela não veio à festa? POR QUE = pelo(a) qual. Exemplo: A estrada por que passamos era escura e deserta. POR QUÊ = pronome interrogativo no final da pergunta. Exemplo: Ela não veio à festa. Você sabe por quê? PORQUE = pois. Exemplo: Ela não veio à festa, porque não tinha uma roupa adequada. PORQUÊ (substantivo) = motivo, razão. Exemplo: O namorado de Maria sabe o porquê de tudo. EMINENTE X IMINENTE: Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: EMINENTE = elevado, nobre; IMINENTE = próximo, imediato Exemplos: - O eminente líder apresentou suas ideias. - Perigo iminente! MAS X MAIS Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: MAIS = ideia de quantidade; MAS = ideia de oposição (porém, contudo, entretanto, todavia) Exemplo: Você sempre gasta mais do que deve, mas consegue juntar dinheiro mesmo assim. ASCENDER X ACENDER: ASCENDER = subir; ACENDER = pôr fogo, incendiar - O débito da empresa ascendeu a R$ 20 milhões. - O mordomo acendeu a lareira para a madame. AFIM X A FIM: AFIM = semelhante; A FIM = finalidade - Os irmãos possuem temperamentos afins. - Estamos aqui, a fim de estudar. A MEU VER X AO MEU VER: A expressão correta é: “a meu ver” = do meu ponto de vista - A meu ver, todos os recursos foram necessários. “Ao meu ver” NÃO existe! NA RUA X À RUA: Os termos “sito”, “situado”, “residente” pedem preposição “em”, e NÃO preposição “a”. - A empresa possui sede na Rua Carlos Pinto. - A empresa UNITAS, sito/situada na Rua Carlos Pinto, está em reforma. - Ele é residente na Rua Carlos Pinto. VERBO ADEQUAR: Apesar de alguns estudiosos aceitarem a conjugação completa do verbo “adequar”, de acordo com tradição gramatical, trata-se de um verbo defectivo, que é aquele que não pode ser flexionado em todas as pessoas verbais. Considerando essa vertente teórica tradicional, temos: - O referido móvel não se adéqua ao ambiente. (forma verbal equivocada) - O referido móvel não é adequado/apropriado ao ambiente. (forma verbal aceita) FACE AO X EM FACE DE: A expressão correta é:“em face de” = diante de, perante, defronte - Em face do novo decreto, não poderemos mais agir assim. - Em face de tal fato, acredito não haver problemas. RATIFICAR X RETIFICAR: Não se confunda com estas expressões: “ratificar” = confirmar; “retificar” = corrigir. - Liguei para o gerente, a fim de ratificar a informação do saldo. - Como ela estava errada, resolveu retificar a informação. HAJA VISTO X HAJA VISTA: A expressão correta é: “haja vista” = uma vez que, por conta de - A reunião foi remarcada para semana que vem, haja vista as obras na sala. “Haja visto” NÃO existe! AO ENCONTRO DE X DE ENCONTRO A: “ao encontro de” = situação favorável conformidade de ideias; “de encontro a” = ideia contrária, de confronto. - “Não se procura amor o amor vem ao encontro de cada um de nós”. - Não posso ajudar! Minhas ideias vão de encontro às suas. ALTERNATIVA: A palavra “alternativa” é formada pelo seguinte elemento: alter = “outro”. Por essa razão, a expressão “outra alternativa” não é coerente. O correto é: - Eu não tenho alternativa. EVENTUAL X POSSÍVEL: “Eventualmente” = o que acontece de vez em quando “Possivelmente” = o que pode ou deve acontecer - Sairemos cedo hoje eventualmente. (= isso não é comum) - Sairemos cedo hoje possivelmente. (isso pode acontecer) INDEPENDENTE X INDEPENDENTEMENTE: “Independente” = adjetivo; “Independentemente” = advérbio - O Brasil é um país independente. - Sairemos cedo, independentemente de ele ter chegado. TÃO POUCO X TAMPOUCO A palavra “tampouco” possui valor negativo. TAMPOUCO - advérbio = “também não”. - Por isso, não podemos usar outro vocábulo de negação antes dela, como “não” ou “nem”. - Quem não compreende um olhar tampouco entenderá uma longa explicação. Já a expressão “tão pouco” possui o sentido de “muito pouco”. TÃO POUCO = TÃO (advérbio de intensidade) + POUCO (pronome indefinido) - Sabemos tão pouco do que estamos a fazer neste mundo, que eu me pergunto a mim próprio se a própria dúvida não está em dúvida. REGISTRAR X INFORMAR: Estes dois verbos são muito utilizados na escrita cotidiana, mas a forma “registrar que” não é aceita pela norma culta com o mesmo sentido de “informar que”. No lugar daquela, devemos optar por “avisar”, “comunicar” etc. CERCA DE X ACERCA DE X HÁ CERCA DE: CERCA DE = “mais ou menos”, “aproximadamente”; ACERCA DE = “sobre”, “a respeito de”; HÁ CERCA DE = “faz mais ou menos”, “existem”. - Alagoano de 14 anos cria aplicativo e fatura cerca de R$ 100 mil por mês. - Prezados senhores, em complementação a nosso último encontro acerca dos novos preços, solicitamos o envio da planilha de custos. Atenciosamente, André. P. Lima Filho. - Em Lisboa, há cerca de 500 alunos em escolas que deixaram de ter telefones. APELAR A X APELAR PARA: A preposição correta para o verbo “apelar” é “para”. Não se “apela a alguém”, mas sim “para alguém”. - “- Na sexta-feira, eu não tinha um time para montar. No sábado de manhã, Diego Souza pediu para não treinar, porque estava mal, e foi um momento de superação. Apelamos para o elenco, e eles responderam bem, como Neto Moura e Régis. Trabalhar com um grupo assim me dá orgulho, porque, no dia que não der taticamente, eles vão buscar no braço.” *Entretanto, em linguagem jurídica, podemos “apelar de”, com o sentido de “recorrer por apelação”. - O advogado apelou da sentença. PREÇO CARO X PREÇO ALTO: O preço só pode ser “alto” ou “baixo”, nunca “caro” ou “barato” – atribuições relativas ao produto. - Os produtos da loja X são caros. - Os produtos da loja X possuem preços altos. CUSTEI PARA X CUSTOU-ME: Na linguagem cotidiana, é comum as pessoas usaremfrases do tipo: A garota custou a entender a explicação. Mas, quando possui o sentido de “ser custoso, difícil”, o verbo “custar” só pode ser empregado em 3ª pessoa. - Custa-me [objeto indireto] entender sua explicação [sujeito]. NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO - EXEMPLOS
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