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Sintaxe Comunicação Expressão Volume 2 Pré-Faceli 2011 295 Capítulo I SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES Nestas duas aulas, trabalharemos os conceitos da sintaxe do período sim- ples, fornecendo teoria e exemplos livres de complexidade, para auxiliar sua com- preensão. É, no entanto, imprescindível a realização de bastantes exercícios, para que o conhecimento desse conteú- do ocorra de maneira fácil e plena. Desde já é preciso referir uma preocupação: a compreensão da sintaxe do período sim- ples é uma das tarefas mais importantes para quem quer aprender língua portu- guesa, já que serve de base para todos os conteúdos que estudaremos a seguir (não há como estudar, por exemplo, o período composto por subordinação, a concordância e a pontuação, sem esse conhecimento). À teoria. 1. Frase É todo enunciado dotado de sentido completo. Socorro! Mamãe chegou. Eu amo você. 2. Oração É toda frase que gira em torno de um verbo. As andorinhas voltaram. 3. Período É todo e qualquer enunciado com- posto por uma ou mais orações. Se você demorar, eu não vou mais pro- curar. COMUNICAÇÃO SINTAXE 4. Sujeito É a palavra que conjuga o verbo. Seu guarda, eu não sou vagabundo. 4.1. Sujeito simples É aquele que tem apenas um núcleo. Eu não sou delinqüente. 4.2. Sujeito composto É aquele dotado de mais de um núcleo. Um cão vagabundo e uma onça pinta- da se amaram na praça. 4.3. Sujeito oculto (elíptico, implícito) É aquele que “sabemos quem é, mas que não está explícito na frase”. Sou um ‘cara’ carente. 4.4. Sujeito indeterminado Ocorre quando sabemos que alguém praticou a ação expressa pelo verbo, mas não sabemos, ao certo, quem. Falaram mal de você. Precisa-se de pedreiros. 4.5. Sujeito inexistente (oração sem sujeito) ‘Acontece’ quando não conseguimos atribuir a alguém (ou a algo) específi co a ação expressa pelo verbo. Choveu ontem. Faz muito tempo que não como acarajé. Há dez anos não jogo boliche. Havia apenas duas pessoas no local do crime. 5. Predicado É qualquer declaração que se faça, seja ela em torno de um verbo ou não. Em cima da pedra chove, embaixo da pedra serena. Se eu fosse ladrão de moça, eu ‘roubava’ essa morena. 5.1. Predicado verbal É aquele que tem um verbo como núcleo. Ela / só pensa em namorar. 5.2. Predicado nominal É aquele que tem por núcleo um nome (substantivo, pronome, adjeti- vo, numeral), na função de predicati- vo, normalmente complementando um verbo copulativo (de ligação). Ela é mais bonita que um pôr-do-sol. 5.3. Predicado verbo nominal É aquele que tem dois núcleos: um é um verbo signifi cativo (não copulativo) e o outro é um predicativo. EXPRESSÃO Volume 2 Comunicação Expressão SintaxePré-Faceli 2011296 Eu vi a professora baixinha cansada. 6. Vozes do verbo Análise da frase quanto à atividade do sujeito 6.1. Voz ativa É aquela na qual o indivíduo que pratica a ação expressa pelo verbo é o próprio sujeito da frase. Atirei o pau no gato. 6.2. Voz passiva É aquela na qual o sujeito da frase sofre (ou recebe) a ação expressa pelo verbo. O gato levou uma paulada. 6.3. Voz refl exiva É aquela na qual o sujeito pratica e recebe, simultaneamente, a ação ex- pressa pelo verbo. Eu me entreguei à ilusão do amor. 6.4. Voz refl exiva recíproca É a voz refl exiva que transmite a idéia de reciprocidade (um ao outro). Jhon e Marie se abraçaram. 7. Transitividade verbal 7.1. VTD (Verbo Transitivo Direto) É o verbo que necessita de um com- plemento (objeto) e não requer preposi- ção que o ligue a esse objeto. O Eduardo sugeriu uma lanchonete. Eduardo namora Mônica. 7.1.1. OD (Objeto Direto) É o complemento do VTD. O Eduardo sugeriu uma lanchonete. Eduardo namora Mônica. 7.1.2. Objeto direto pleonástico Ocorre quando o OD é repetido, no decorrer da oração, por meio de um pronome oblíquo. O Eduardo, eu o encontrei na escola. 7.1.3. Objeto direto preposicionado Ocorre quando, por motivos de es- tilo, reverência (ou, ainda, por mero desconhecimento da correta regência de um verbo – o que acaba por consti- tuir um erro), preposiciona-se o objeto direto. Alguns dos verbos transitivos diretos que costumam trazer a preposição enfá- tica a são: adorar, amar, ajudar, compre- ender, convidar, cumprimentar, estimar, prejudicar. Convidamos a vocês e a seus pais para a cerimônia de troca da guarda. Cumprimento a todos os formandos. Nosso país não só ajuda aos países vizi- nhos, como a qualquer outro que necessite. (as preposições são dispensáveis) Eu amo a Deus. Emma namora com João.(incorreção quanto à regência) 7.2. VTI (Verbo Transitivo Indireto) É o verbo que necessita de um com- plemento (objeto) e requer preposição que o ligue a esse objeto. O Eduardo gosta da Mônica. 7.2.1.OI (Objeto Indireto) É o complemento do VTI. O Eduardo gosta da Mônica. 7.2.2. Objeto indireto pleonástico Ocorre quando o OI é repetido, no decorrer da oração, por meio de um pronome. Quanto a João, eu gosto dele. 7.3. VTDI (Verbo Transitivo Direto e Indireto) É o verbo que necessita de dois com- plementos (objetos): um não preposicio- nado e um ligado por preposição, i.e., um objeto direto e um objeto indireto. Marília deu seu coração para Dirceu. 7.4. VI (Verbo Intransitivo) É o verbo que pode constituir, sozi- nho, um predicado, por possuir sentido completo e, portanto, não necessitar de termo que o complete (complemento obrigatório). O cachorro morreu. 7.4.1. Adjunto adverbial É um ‘complemento não obrigatório’ que exerce função de advérbio – modifi - cador de verbos, de adjetivos, de outros advérbios ou do próprio sentido da frase. O cachorro morreu atropelado. O cachor- ro morreu rapidamente. 7.5. VL (Verbo de Ligação) É um verbo meramente copulativo. A única função que exerce é a de ligar um nome a uma característica que lhe diga res- peito, seja ela inerente ou momentânea. O cachorro era pequinês e estava doente. 7.5.1. PS (Predicativo do Sujeito) É uma característica, qualifi cação, atribuída ao sujeito. É o núcleo do pre- dicado nominal. Normalmente comple- menta o VL. O cachorro era pequinês 7.5.2. PO ( Predicativo do Objeto ) É uma característica, qualifi cação, atribuída ao objeto. É um dos núcleos do predicado nominal. Eu vi a professora baixinha cansada. 8. Complemento nominal É a expressão ou o termo necessário que completa o sentido de um nome. É, obrigatoriamente, ligado a esse nome por meio de uma preposição. A ONG Plantinha Viva promoveu o plantio de 200 mil mudas de cacau. 9. Adjunto adnominal É a expressão ou o termo facultati- vo que se apresenta anexo a um nome, agregando-lhe valor, informatividade etc. Não usa de modo obrigatório pre- posição que o ligue ao nome ao qual se refere. A brilhante iniciativa da ONG Planti- nha Viva promoveu mudanças de nature- za social na vida daquele povoado. 10. Aposto É o termo ou expressão que explica, esclarece, comenta (ou amplia o sentido de) algo que fora citado anteriormente. Não pertence à frase, é um termo não essencial, à parte. Por isso, sempre vem isolado por sinais de pontuação (vírgulas, parênteses, travessões). Anamaria, aluna do pré-vestibular, quer ser professora de cursinho, coitada. 11. Vocativo É o termo usado para invocar, cha- mar, solicitar a atenção da pessoa a quem o sujeito falante se dirige. Seu guarda, eu não sou vagabundo. Sintaxe Comunicação Expressão Volume 2 Pré-Faceli 2011 297 Capítulo II A ESTRUTURA DO PERÍODO COMPOSTO É a frase que apresenta duas ou mais orações. Podemos detectar o número de orações verifi cando o número de verbos independentes presentes na frase. Vou a minha casa, / pois preciso en- contrar a agenda / em que anotei esses telefones. [3 orações] Segundo minha irmã me disse,/ du- rante o concurso ela estava tão nervosa / quanto você (estava). [3 orações] 1. Período composto por coordenação Constitui-se de orações de sintaxes in- dependentes entre si, e que podem ser ounão ligadas por conjunção. Chamam-se coordenadas duas orações que apresen- tam entre si uma relação lógico-semânti- ca, mas nenhuma dependência sintática (uma não é termo da outra). Uma oração será classifi cada como coordenada sindética se a conjunção coordenativa estiver clara, explícita: Ou nos satisfazemos com sugestões, / ou não nos caberá mais nada, / pois ele é quem manda. 1.1. Oração coordenada assindética Ee a conjunção está elíptica, oculta. Ele conhecia cada quarto, / podia reco- nhecer um ranger de porta,/ mas não se sentia em casa. 1.2. Classifi cação das orações coordenadas sindéticas quanto ao relacionamento signifi cativo entre elas (Embora a simples presença de uma conjunção não seja sufi ciente para defi - nir a classifi cação de uma oração - que se defi ne pela relação signifi cativa entre as orações -, podemos listar as conjunções mais típicas:) 1.2.1. Aditivas CONJUNÇÃO e; nem; não só... mas também. RELAÇÃO LÓGICO-SEMÂNTICA adição: Ele dá aulas e vende imóveis. sucessividade: Entrou, assentou-se e fez o pedido. simultaneidade: E chora, e ri, e canta... 1.2.2. Adversativas CONJUNÇÃO mas; porém; todavia; entretanto; contu- do; no entanto. RELAÇÃO LÓGICO-SEMÂNTICA contraste: Ele é o pai, porém não toma partido. compensação: Não comprou, mas deu gorjeta. 1.2.3. Alternativas CONJUNÇÃO ou; ora... ora; quer... quer; seja... seja; já... já. RELAÇÃO LÓGICO-SEMÂNTICA alternância: Ora se fecha, ora brinca com todos... exclusão: Estude ou veja televisão. 1.2.4. Conclusivas CONJUNÇÃO por conseguinte; assim; logo; portanto; pois, etc. RELAÇÃO LÓGICO-SEMÂNTICA conclusão: Ele nada estudou; logo, deve perder. conseqüência: Já cheguei; deixe, pois, de choro... 1.2.5. Explicativas CONJUNÇÃO pois, que, porque, porquanto. RELAÇÃO LÓGICO-SEMÂNTICA justifi cativa: Não grite, que ele pára de chorar. explicação: Mudei-me, pois ele preci- sava da casa. 2. Período composto por subordinação Oração subordinada É aquela que funciona como termo de outra, isto é, que exerce uma função sin- tática em outra, a principal. Como vimos no estudo da Estrutura da Oração, os termos podem ser de na- tureza substantiva, adjetiva ou adverbial, conforme a classe gramatical que eles representam. O mesmo ocorrerá com as orações subordinadas, que podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. 2.1. Orações Subordinadas Substantivas (OSS) São as que exercem papéis próprios de um substantivo. O professor (sujeito) desta matéria co- nhece a origem das palavras (objeto direto) Quem leciona esta matéria conhece de onde vêm as palavras. or. sub. substantiva subjetiva or. sub. substantiva obj. Direta Classifi cação da oração subordinada substantiva 2.1.1. Subjetiva É a que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Quem escreveu estas poesias conhe- ce bem a alma humana. Seria muito bom que ele pudesse visi- tar nosso bairro. Consta que os governos estaduais já nos enviaram os pedidos das vacinas. Não se sabe ainda quem cortou os fi os do telefone. 2.1.2. Objetiva direta Exerce a função de objeto direto. Não sei dizer quem escreveu isso. Eu sempre quis saber de que é feito este brinquedo. 2.1.3. Objetiva indireta Exerce a função de objeto indireto (tem preposição exigida pelo verbo). Você se lembra de que os gêmeos completam, hoje, quinze anos?. Convido os presentes a passarem à sala ao lado. 2.1.4. Completiva nominal Exerce a função de complemento no- minal. Eu tenho uma vaga lembrança de que você me ajudou em algo. Ele só tem medo de que a luz se apague. Ele estaria apto a nos avaliar? 2.1.5. Predicativa Exerce a função de predicativo (sem- pre após o verbo ser) A única verdade é que ele jamais es- tivera ali. O mal foi que ninguém viu seu rosto. 2.1.6. Apositiva Exerce a função de aposto. Responda-me uma coisa: quem o man- dou aqui? Ele não nos avisou de nada: nem de que Rúbia chegara nem de que viera sozinha. 2.1.7. Agente da passiva Exerce a função de agente da passiva. Não é reconhecida pela NGB. Este médico é elogiado por quantos já consultaram com ele. O governador será avaliado por quem o substituir. 2.2. Orações subordinadas adjetivas São as que exercem o papel que seria próprio de um adjetivo. Conheci quase todos os candidatos ca- riocas. adjunto adnominal Conheci quase todos os candidatos que nasceram no Rio. or. subord. adjetiva restritiva = adj. Volume 2 Comunicação Expressão SintaxePré-Faceli 2011298 adnominal A oração adjetiva pode referir-se a um substantivo em qualquer função na frase. Introduz-se, quase sempre, por um pro- nome relativo, embora possa vir reduzida, com o verbo no infi nitivo, no gerúndio ou no particípio: Os jogadores que contratamos não querem mais esse treinamento que você está dando. Esse homem, que já foi o grande lí- der dos trabalhadores deste país, não precisa mais dispor-se ao sacrifício que continuam a exigir dele. [A oração “que já foi o grande líder dos trabalhadores deste país “ (or. subord. ad- jetiva explicativa) é como um aposto do su- jeito “Esse homem”, enquanto a oração “que continuam a exigir dele” (or. subord. adje- tiva restritiva) exerce a função de adjunto adnominal do substantivo “sacrifício”). Classifi cação das orações subordinadas adjetivas 2.2.1. Restritiva Exerce, como o nome sugere, um papel restritivo, especifi cador, individualizador do substantivo ou do pronome substan- tivo antecedente. Nunca se separará da oração principal por vírgula. Caso venha intercalada na principal, (1º e 2º exemplos abaixo), tome-se cuidado para não empre- gar qualquer vírgula. As roupas que saem daquela fábrica vão para os melhores mercados do mundo. O preço do cavalo que você vê ali é maior do que o da casa onde moro. Você sabe o que é aquilo que sai da chaminé? 2.2.2. Explicativa Refere-se a um substantivo antece- dente já especifi cado, já identifi cado. Esta oração apenas “lembra”, acerca do subs- tantivo antecedente, uma característica ou informação anterior ao momento da declaração. Por isso, ela funciona como um aposto explicativo e, como tal, é sepa- rada por vírgula do antecedente. (1) Os rios e riachos desta região, que estão bastante poluídos, serão recupe- rados em breve. (2) A Bíblia, traduzida para todas as línguas do planeta, é, sem dúvida, a obra mais vendida. (3) A tuberculose, que já não vitima- va brasileiros havia anos, está, aí, ame- açando nosso povo. (4) O homem, que é mortal, age até certa idade como se eterno fosse. 2.3. Orações subordinadas adverbiais São as que exercem a função de ad- junto adverbial da oração principal (fazem o papel que seria próprio de um advérbio ou locução adverbial). De manhã, provavelmente poderemos partir. adj. adverbial Quando amanhecer, provavelmente poderemos partir. or. sub. adverbial As orações adverbiais exercem função de adjuntos adverbiais de outras orações (principais); Aparecem, freqüentemente, introduzi- das por conjunções subordinativas ou por locuções conjuntivas subordinativas; Podem estar reduzidas, com o verbo em forma nominal (infi nitivo, gerúndio ou particípio). Classifi cação das orações subordinadas adverbiais quanto ao relacionamento signifi cativo ente ela e suas orações principais (Embora a simples presença de uma conjunção não seja sufi ciente para defi - nir a classifi cação de uma oração - que se defi ne pela relação signifi cativa entre as orações, importa listar as conjunções mais típicas:) 2.3.1. Causal CONJUNÇÕES porque, pois, porquanto, já que, uma vez que, posto que, como, etc. EXEMPLOS Ele joga assim porque é fi lho de um gênio. Como você não vinha, resolvi vir bus- cá-lo. 2.3.2. Comparativa CONJUNÇÕES (tal) qual; que nem, (tanto) quanto; (mais, maior, menor...) que, etc. EXEMPLOS Ele falava tanto quanto um papagaio. Ela caminha tal qual uma rainha. 2.3.3. Concessiva CONJUNÇÕES embora, apesar de que, ainda que, posto que, por mais que, etc. EXEMPLOS Está preso, embora sedeclare inocente. Por mais que chore, você não me comove. 2.3.4. Condicional CONJUNÇÕES se, caso, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, etc. EXEMPLOS A menos que venhas, nada se resolverá. Caso não chova já, terão de desviar o rio. 2.3.5. Conformativa CONJUNÇÕES conforme, segundo, consoante, como, de acordo com, etc. EXEMPLOS Como dizia Sr. Mangabeiras, cartas e mulheres, sempre junto ao peito. 2.3.6. Consecutiva CONJUNÇÕES que (combinada com tal, tanto, tão da oração anterior), de modo que, etc. EXEMPLOS Agiste com tal frieza, que não te re- conheci. Estarei aí, de sorte que podes tran- qüilizar-te. 2.3.7. Final CONJUNÇÕES para que, a fi m de que, porque (= para que). EXEMPLOS Escondia fotos, porque ela não des- cobrisse. Para que tudo corra bem, reze antes de viajar. 2.3.8. Proporcional CONJUNÇÕES à proporção que, à medida que, ao pas- so que, quanto mais...mais, etc. EXEMPLOS Quanto mais rezo, mais assombra- ção aparece! Ele percebia, ao passo que o pai se afastava. 2.3.9. Temporal CONJUNÇÕES quando, enquanto, desde que, assim- que, apenas, antes que, etc. EXEMPLOS Desde que amanheceu, ele está ali, calado. Apenas acordou, recomeçou esse cho- ro. Obs.: Além dos nove tipos de orações adverbiais listados acima, há outros, que não foram registrados pela NGB, como: modais: Ele desviou enorme quanti- dade de verbas sem que ninguém des- confi asse. locativas (ou de lugar): Você mora onde o Judas perdeu as botas. de companhia: Carla respondeu que sai com quem quiser. 2.4. Orações reduzidas Chamam-se reduzidas as orações que têm seus verbos em uma das formas no- minais – infi nitivo, gerúndio ou particí- pio. As orações reduzidas não se ligam às principais por um dos elementos conec- tivos estudados (pronomes relativos ou conjunções). Essas orações são sempre subordi- nadas, e exercem qualquer das funções estudadas para as orações desenvolvidas. Alguns exemplos: Tu te propões a começar tudo de novo? (oração subordinada substantiva objetiva indireta, reduzida de infi nitivo) Sou capaz de ir lá e desafi á-lo para uma luta. (orações subordinadas subs- tantivas completivas nominais, reduzidas de infi nitivo, coordenadas entre si) Gritando assim, você os acorda. (or. subordinada adverbial condicional, redu- zida de gerúndio) Mário, bebendo desde cedo, não viu que as águas subiam perigosamente. (ora- ção subordinada adjetiva explicativa, re- duzida de gerúndio) Lá, encontraram Geminiano chorando copiosamente. (oração subordinada ad- jetiva explicativa, reduzida de gerúndio) Mesmo admitida a loucura tem- porária de Eugênia, aquela atitude era uma afronta à pureza de propósitos da pri- ma. (oração subordinada adverbial con- cessiva, reduzida de particípio) Finalmente estamos chegando à Ilha de Fernando de Noronha, devolvida pe- los militares ao povo brasileiro no ano passado. (oração subordinada adjetiva explicativa, reduzida de particípio) Sintaxe Comunicação Expressão Volume 2 Pré-Faceli 2011 299 Capítulo III CLASSIFICAÇÕES DO QUE, DO COMO E DO SE 1. Introdução As palavras “que”, “como” e “se” desem- penham, de acordo com o contexto em que estão inseridas, funções muito diversifi ca- das. Traçaremos, então, aqui, alguns dos papéis desses termos nas frases. 2. Como Propomos que, para se certifi car de que se está classifi cando adequadamente a pa- lavra “como”, estabeleçam-se comparações de sentido. Por exemplo: “Nesse contexto a palavra como pode ser substituída por...”. 2.1. Conjunção subordinativa causal Introduz a ideia de causa, equivale a “porque” e é usado no início da frase. Como estive doente, não fui ao casa- mento de Rafa. Como não tinha certeza do que que- ria, Rafa não se casou. 2.2. Conjunção subordinativa comparativa Introduz orações que exprimem o segun- do elemento de uma comparação. Equivale a “quanto” e é precedido de “tão”, “tanto”... Ela é tal como me disseram. Você conhece Túlio tão bem como eu. 2.3. Conjunção subordinativa conformativa Introduz orações que exprimem a con- formidade de um fato com outro. Equivale a “conforme”. Fizemos o trabalho como o professor nos orientou. Em certas situações, devemos agir como manda nossa consciência. 2.4. Pronome relativo Possui um antecedente que dá ideia de modo, maneira, jeito, forma. Esta é a maneira como devo me portar na festa. Este é o modo como a tese deve ser escrita. 2.5. Substantivo Por meio de derivação imprópria (conver- são e/ ou substantivação), a palavra como muda de classe gramatical e passa a deno- minar algo, a ser núcleo de um sintagma... Não sei o como de tudo isso. Sei o que fazer, mas desconheço o como. 2.6. Advérbio interrogativo Dá a ideia de modo, e aparece tanto em frases interrogativas. Como pode ser tão inocente? Como resolver esse problema? 2.7. Preposição Aparece como preposição acidental (por ser proveniente de outra classe gra- matical); geralmente equivale a “por”. Recebeu um não como resposta. Os nadadores tiveram como prêmio uma medalha de vidro. 2.8. Interjeição Classifi ca-se como interjeição quando tem ressaltado seu tom exclamativo. Você não vai? Como assim?! Como é que é?! Vocês romperam? 2.9. Advérbio de modo Aparece em frases não interrogativas e sem antecedente. Não sei como isso aconteceu. Gosto do modo como você se veste. 3. Que 3.1. Advérbio Intensifi ca adjetivos e advérbios, atu- ando sintaticamente como adjunto adver- bial de intensidade. Tem valor aproxima- do das palavras “quão” e “quanto”. Que perto está o meu sonho! Era baixo, gordinho e tinha pele como de bebê. E os braços? Que braços perfeitos... 3.2. Substantivo Tem valor de “qualquer coisa” ou “al- guma coisa”. É determinado por artigo, numeral ou pronome, e por isso torna-se monossílabo tônico (o que lhe justifi ca a presença de acento diferencial obrigató- rio). Pode exercer qualquer função sintá- tica substantiva. Meu bem querer tem um quê de pecado. Mesmo tendo como símbolo o Kg, a pa- lavra quilo deve ser escrita com quê. 3.3. Preposição Equivale a “de” ou “para”. Na realida- de, esse quê é um pronome relativo que o uso consagrou como substituto da prepo- sição de. Se quiser ir conosco, tem que combi- nar com bastante antecedência. Tenho muito que fazer. 3.4. Interjeição Exprime um sentimento, emoção ime- diata, um estado interior e equivale a uma frase de situação. Não desempenha função sintática em nenhuma oração e deve ser acentuada. Que! Você por aqui! Que! Não me diga uma coisa dessas! 3.5. Partícula expletiva ou de realce Mero recurso de ênfase, pode ser re- tirado da oração sem prejuízo ao sentido. Às vezes aparece acompanhado do verbo ser, formando a locução é que. Quase que ela desmaia. Qual que é o problema? Mas é que ele era muito gente boa. 3.6. Pronome relativo Geralmente introduz uma oração su- bordinada adjetiva, nela desempenhando função substantiva. Nesse caso, pode ser substituído por o qual e suas variações. João amava Teresa que amava Rai- mundo. Odeio encontrar as pessoas que eu de- testo. 3.7. Pronome indefi nido Quando equivale a “que coisa”. Que caiu? A fantasia era feita de quê? 3.8. Pronome interrogativo Substitui, nas frases, o elemento so- bre o qual se deseja resposta. Que terá acontecido? [=que coisa] Que livro você está lendo? 3.9. Conjunção coordenativa aditiva Tem valor bastante próximo da con- junção “e”. Andou que andou e nunca chegou a lugar algum. 3.10. Conjunção coordenativa explicativa Tem valor próximo da conjunção “pois”. Mantenham-se unidos, que a união fortalece o grupo. Volume 2 Comunicação Expressão SintaxePré-Faceli 2011300 3.11. Conjunção coordenativa adversativa Tem valor próximo da conjunção “mas”. Outro, que não eu, aceitará o convite dela. 3.12. Conjunção subordinativa integrante Quando introduz orações subordina- das substantivas. E ao notar que tu sorris todo mundo irá supor que és feliz. Parecia-me que as paredes estavam em movimento. 3.13. Conjunção subordinativa causalTem valor próximo da conjunção “por- que” ou “já que”. Fuja, que a maré não está para peixe. Não solte a corda, que as caixas po- dem cair. 3.14. Conjunção subordinativa fi nal Tem valor próximo da conjunção “para que” ou “a fi m de”. Todos fi zeram sinal que se calasse. 3.15. Conjunção subordinativa consecutiva Introduz as orações que passam ideia de consequência. A minha alegria foi tal que venceu seu espanto. Beijaram e abraçaram tanto, na festa, que fi caram com cãibras. 3.16. Conjunção subordinativa comparativa Introduz o segundo termo de uma comparação. Que eu ela é mais irônica. Os homens são muito mais frágeis e instintivos que as mulheres. 3.17. Conjunção subordinativa concessiva Tem valor próximo da conjunção “em- bora”. Estudem, alunos, pouco que seja. 4. Se 4.1. Pronome apassivador (partícula apassivadora) Aparece na formação da voz passi- va sintética (com VTDs e VTDIs). A dica para identifi car a função desse pronome é tentar transpor a frase para a voz passiva analítica. Se for possível faze-lo conser- vando a coerência e o sentido original, o se poderá ser classifi cado como PA. Caso contrário, o mais provável é que esteja de- sempenhando a função de IIS (índice de indeterminação do sujeito). Reformam-se cadeiras Cadeiras são reformadas. (Manteve-se o sentido original e a coerência = se é PA) Necessita-se de pedreiros Pedreiros são necessitados. (O sentido ori- ginal e a coerência se perderam = se é IIS). 4.2. Índice de indeterminação do sujeito Também chamado de pronome impes- soalizador, ou, ainda, símbolo de indeter- minação do sujeito, aparece junto a VTIs ou VIs. Sua função, na frase, é a de indi- car que o sujeito é indeterminado. Nessa forma, o verbo sempre estará na 3a pessoa do singular. Estuda-se muito na universidade. Necessita-se de novas estratégias para a inclusão social. 4.3. Pronome refl exivo Usado para indicar que a ação pra- ticada pelo sujeito recai sobre o próprio sujeito. É substituível por “a si mesmo”, “a si próprio” etc. O lenhador machucou-se com o ma- chado. 4.4. Pronome refl exivo recíproco Ocorre nos sujeitos compostos ou plu- rais e é usado para indicar que a ação praticada por um dos elementos do sujei- to recai sobre outro elemento do mesmo sujeito. Na prática é substituível por “um ao outro” e expressões do gênero. Marcos Francisco e Flaviana Regina abraçaram-se emocionados. Os deputados se agrediram durante a sessão. 4.5. Parte integrante do verbo Há verbos que são pronominais, i.e., sempre apresentados e conjugados com pronome. Esse tipo de caso não deve ser confundido com o caso de verbos em si- tuação refl exiva, que são acidentalmente pronominais. Indignar-se, arrepender-se, atrever-se, suicidar-se, dignar-se, admirar- se, orgulhar-se, lembrar-se, esquecer-se e queixar-se são alguns exemplos. João Maurício casou-se com Deborah Karlla. 4.6. Partícula expletiva ou de realce O se é considerado partícula expletiva ou de realce quando serve para reforçar uma ex- pressão, ou quando funciona como recurso estilístico, sem que sua supressão provoque qualquer perda de sentido para o enunciado. Vou-me embora pra Pasárgada. Lá se vão os sonhos da infância. 4.7. Conjunção subordinativa integrante Inicia orações subordinadas substan- tivas. Ninguém sabe se ele venceu a partida. Não gostou de se ver atraído por aque- la pessoa. 4.8. Conjunção subordinativa condicional Introduz orações adverbiais condicio- nais – que exprimem a condição necessá- ria para que o fato apresentado na oração principal se realize. A relação estabele- cida por uma condicional também pode desempenhar a função de dar um nível hipotético à sentença. Se não chover, irei à festa da praia. O problema pode ser de fácil reso- lução, se você quiser. Observação Final É de grande relevo saber identifi car as funções sintáticas desempenhadas na frase pelos termos.ora estudados. Sintaxe Comunicação Expressão Volume 2 Pré-Faceli 2011 301 Exercícios Série Aula 1) Em “O soldado se apresentou para o plantão, bastante atrasado”, o “se” é: a) partícula apassivadora. b) índice de indeterminação do sujeito. c) pronome refl exivo. d) parte integrante do verbo pronominal. 2) Em “Nunca se viu tanto peixe assim”, o “se” se classifi ca como: a) partícula apassivadora. b) índice de indeterminação do sujeito. c) pronome refl exivo. d) parte integrante do verbo pronominal. 3) Em “Eles se encontraram na rua e per- maneceram juntos” o “se” se classifi ca como: a) partícula apassivadora. b) índice de indeterminação do sujeito. c) pronome refl exivo. d) parte integrante do verbo pronominal. 4) Em “Já não se trata de salvar o time, mas de salvar a honra”, o “se” se clas- sifi ca como: a) partícula apassivadora. b) índice de indeterminação do sujeito. c) pronome refl exivo. d) parte integrante do verbo pronominal. 5) Em “Se se encontrar uma pedra neste feijão, ninguém paga a conta”, os “se” se classifi cam como: a) conjunção condicional e índice de in- determinação do sujeito. b) conjunção integrante e pronome apassivador. c) conjunção condicional e pronome apassivador. d) conjunção integrante e índice de in- determinação do sujeito. 6) O “se” é pronome refl exivo em função de objeto direto, EXCETO em: a) Ela se atribuiu uma boa nota, porque achava que merecia. b) A mulher se considerava a melhor, mas nada fazia que demonstrasse isso. c) Os jogadores se agrediam, como se não houvesse mais ninguém a sua volta. d) Não se culpe, Tiago, que você fez o que pôde. 7) Em “Vocês estão se criticando tanto, que nem parecem amigos”, o “se” tem a fun- ção de: a) objeto direto refl exivo. b) objeto direto recíproco. c) objeto indireto refl exivo. d) Objeto indireto recíproco. 8) Em “Ainda se busca algum sobrevi- vente”, o “se” funciona como: a) partícula expletiva. b) índice de indeterminação do sujeito. C) partícula apassivadora. d) objeto indireto refl exivo. 9) Em “Não se perdeu a esperança; ainda se pensa numa saída honrosa”, os “se” se classifi cam como: a) pronome apassivador e índice de in- determinação do sujeito. b) índice de indeterminação do sujeito e pronome apassivador. c) partícula de realce e índice de inde- terminação do sujeito. d) partícula de realce e pronome apas- sivador. 10) A fl exão do verbo destacado está in- correta em: a) Procura-se um efi ciente jardineiro. b) Assiste-se a bons jogos neste es- tádio. c) Embora não se cumpra as leis, tem havido pouco crime. d) Quando se trata de novas peças, ele fi ca mais falante. 11) A fl exão no plural do termo sublinhado SÓ NÃO exigirá a fl exão do verbo em: a) Não se pretende lucro, apenas o re- torno do capital empregado. b) Aplique-se a lei cabível. c) Faça-se a luz. d) Já se pensa no novo ano. 12) Em “O rapaz, em seus delírios, via-se cair num precipício e...”, o “se” funciona como: a) sujeito de “cair”. b) objeto direto refl exivo de “via”. c) parte integrante do verbo pronominal “ver-se”. d) objeto indireto refl exivo de “via”. 13) Como o verbo destacado é pronominal, deve-se reunir a ele o pronome “se”, EX- CETO em: a) Meus fi lhos formaram todos no mes- mo ano. b) Ao ser punido, o jovem revoltou e agrediu o padrasto. c) Parece que você nunca preocupa com o que pode acontecer, não é? d) A moça jamais deparara com um ra- paz tão bonito. 14) Em “Paulo já se via como o advogado da empresa”, o “se” funciona como: a) sujeito refl exivo. b) objeto direto refl exivo. c) objeto indireto refl exivo. d) partícula de realce. Gabarito 1) D 2) A 3) C 4) B 5) C 6) A 7) B 8) C 9) A 10) C 11) D 12) A 13) D 14) B Capítulo IV COLOCAÇÃO PRONOMINAL 1. Introdução Estudaremos em colocação pronominal o conjunto de regras referentes ao encaixe dos pronomes pessoais oblíquos que funcionam como complemento em relação ao verbo. São os pronomes: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos, lhes. Se postos antes do ver- bo, dizemos que houve próclise. Se após, ênclise. Se no meio do verbo, mesóclise.Antes de iniciarmos a teoria propria- mente dita, tentemos aproveitar uma da- quelas músicas-esquema (paródia). Esta, foi elaborada sobre a “melodia” da música “Atoladinha” (Bola de fogo). ATOLADINHA PRONOMINAL O pronome eu coloco assim (2X) No começo, no meio, no fi m Próclise1 Frase interrogativa, exclamativa, optativa, Oração subordinada ou advérbio, “na parada”, Pronome demonstrativo, indefi ni- do e relativo, E se eu preposicionar o gerúndio ou infi nitivo: Vai pro começo da linha.2 1 Esta primeira estrofe diz respeito às ocorrências frasais e às classes gramaticais que provocam a necessidade de colocação do pronome antes do verbo, isto é, a próclise. A palavra prócli, é uma abreviação necessária à sonoridade da musiquinha, assim como “na parada” (fi nal da segunda linha da estrofe). Releve. 2 Ao ler “começo da linha” entenda que o pronome oblíquo deverá ser posto antes do verbo. Vai pro começo da linha! Vai pro começo da linha! Calma, calma, galerinha. Se é no início da frase Ou após pontuação, Eu vou colocar atrás3, Pra não causar confusão E com verbo no futuro? Vou botar no meio, então. Próclise é na cabecinha;4 Meso é na metadinha; Ênclise é no fi m da linha. E o pronome é molezinha 3 Ao ler “colocar atrás”, entenda que o pronome oblíquo deverá ser posto depois do verbo. 4 “Cabecinha”, “metadinha” e “fi m da linha” re- presentam, respectivamente, antes, meio e após o verbo, ou seja, próclise, ênclise e mesóclise. Volume 2 Comunicação Expressão SintaxePré-Faceli 2011302 Passemos, então, à teoria em si. 2. Próclise É regra: 2.1. Nas orações interrogativas Por que me abandonaste? 2.2. Nas orações exclamativas Quanto sangue se derramou inutil- mente! 2.3. Nas orações optativas Macacos me mordam! Deus lhe pague! 2.4. Nas orações subordinadas, após conjunções subordinativas Quando se vir sem amigos, saia de casa e faça alguns. Se se perder, grite por socorro. 2.5. Após advérbios Bem se sabe que ela só fala boba- gens. Lá se vão os nossos anos de juventu- de. Aqui nos fi ca a maturidade. 2.6. Após pronomes demonstrativos Essa moça se deu mal. Aquela música me fez chorar. 2.7. Após pronomes indefi nidos Tudo me parece simples demais. Alguém me disse que tu andas feliz. 2.8. Após pronomes relativos A moça que se perdeu me encontrou pelo caminho 2.9. Após gerúndio preposicionado (em) Em se tratando de política sou centro- alguma-coisa. 2.10. Após infi nitivo fl exionado e preposicionado Por se amarem tanto, juntaram as es- covas de dentes. Observações: Se o infi nitivo estiver antecedido da preposição a recomenda-se a ên- clise (por questão de sonoridade): Estou inclinado a atender-lhe. Comecei a compreendê-lo. Embora a maioria das palavras negativas esteja inserida nas classi- fi cações acima apresentadas, importa dizer, paralelamente, que palavras negativas atraem o pronome: Se eu não te amasse tanto assim, tal- vez perdesse os sonhos. Nas orações interrogativas que apresentam verbo no infi nitivo, é co- mum a ocorrência de problemas rela- cionados à sonoridade. Nesses casos, para evitar tais problemas, aconse- lha-se o uso da ênclise: Por que arrepender-me? Como faço para apanhá-lo? 3. Mesóclise É regra: No futuro, seja do presente ou do pretérito, deve-se usar mesóclise. Dar-te-ei um sopapo no alto da sinagoga. Dar-me-ias um beijo, se eu o pedisse? 4. Ênclise No início da frase ou imediatamente após sinal de pontuação o pronome deve ser posto após o verbo (porque pronomes oblíquos não podem iniciar períodos). Fala-me de amor. Ou, do contrário, fa- la-me de ti. 4.1. Observações gerais: Colocação pronominal nas locuções verbais 4.1.1. Com V. Auxiliar + infi nitivo três possibilidades: O amigo precisou lhe confi ar o segredo. O amigo precisou confi ar-lhe o segredo. O amigo lhe precisou confi ar o segredo. 4.1.2. Com V. Auxiliar + gerúndio três possibilidades: O amigo estava-lhe confi ando o segredo. O amigo lhe estava confi ando o segredo. O amigo estava confi ando-lhe o segredo. 4.1.3. Com V. Auxiliar + particípio duas possibilidades: O amigo lhe tinha confi ado o segredo. O amigo tinha-lhe confi ado o segredo. 4.2. Dominância na colocação pronominal Os casos de próclise (situações frasais ou palavras atrativas ) sempre se sobre- põem aos de ênclise ou mesóclise: Dar-te-ei um sopapo no alto da sina- goga. Acho que te darei um sopapo no alto da sinagoga. Dar-me-ias um beijo, se eu o pedisse? Nunca me darias um beijo, nem se eu o pedisse? Fala-me de amor. Ainda me fala de amor. Assimilação do pronome “o” (a, os, as) Quando enclítico ou mesoclítico, “O” (e fl exões) assume as formas -LO ou -NO, nos seguintes casos: verbo terminado em -r -s -z + O = LO + A = LA + OS = LOS + AS = LAS Queres dividir + -a comigo? = Queres dividi-la comigo? Não pude fazer + -os antes. = Não pude fazê-los antes. Levemos + -o para baixo. = Levemo-lo para baixo. Desfi z + -os com prazer. = Desfi -los com prazer. verbo terminado em -am -em -õe + O = NO + A = NA + OS = NOS + AS = NAS Chamaram + -as. = Chamaram-nas à secretaria. Coloquem + -os ali. = Coloquem-nos ali. Repõe + -a hoje ainda. = Repõe-na hoje ainda. Façam + -o perceber o erro. = Façam-no perce- ber o erro. 4.3. Combinações pronominais Embora já não se usem no Brasil, é preciso conhecer as combinações prono- minais; elas estão presentes em alguns autores clássicos (e em certos concursos!): me te lhe nos vos + O (e suas variações: a, os, as) mo to lho no-lo vo-lo Ele não mo emprestou. (me+o) Ela tos dará, amanhã. (te+os) Eu lho cobrarei. (lhe+o) Dever-no-los-iam entregar já. (nos+os) Nós vo-lo recomendamos. (vos+o) Entregaste os papéis à secretária? Sim já lhos entreguei. (lhe + os) Emprestar-no-los-ão, se soubermos pedir. (nos + os) Sintaxe Comunicação Expressão Volume 2 Pré-Faceli 2011 303 Exercícios Série aula 1) Indique o período que apresenta coloca- ção pronominal contrária às regras da norma padrão: a) Causou-lhe decepção a reação da irmã, embora não lhe fi casse que- rendo mal por isso. b) Ai! Nem me quero lembrar dos dias em que se andavam agredindo sem quê nem porquê! c) Ninguém dirigiu-se ao chefe, em oca- siões como aquela, dando-se ares de tanta importância! d) Depois de algum tempo, os amigos se reencontraram, muitos sem nem o terem desejado. e) Nunca lhe darei tanto dinheiro, que o faça tornar-se um beberrão. 2) (TJ) Não é possível a colocação opcional do pronome átono em: a) Dever-se-iam preocupar com os de- talhes. Deveriam preocupar-se com os de- talhes. b) Elas queriam despir-se aqui. Elas queriam-se despir aqui. c) Não vim aqui para o incomodar. Não vim aqui para incomodá-lo. d) Tenho-me esforçado bastante. Tenho esforçado-me bastante. e) Visitá-lo-ei amanhã de manhã. Eu o visitarei amanhã de manhã. 3) (TJ) A colocação do pronome átono gri- fado está classifi cada e justifi cada cor- retamente apenas em: a) Já lhe disse isto mil vezes. (Próclise, por causa do advérbio antes do verbo) b) Jamais arrepender-me-ei disso. (Ên- clise, por ser futuro do presente) c) O rapaz deve-se casar hoje. (Mesócli- se, por causa da locução verbal) d) Segundo disseram-me, ele morreu. (Próclise, por causa da conjunção subordinativa) e) Em se tratando de caso grave, procure- me. (Ênclise, por causa do gerúndio 4) Assinale o período que apresenta colo- cação pronominal satisfatória às regras da norma padrão. a) Causou-lhe decepção a reação ines- perada da irmã, embora não fi casse querendo-lhe mal por isso. b) Ai! Nem me quero lembrar dos dias em que agrediam-se sem quê nem porquê! c) Depois de algum tempo, os amigos se reencontraram, muitos sem nem o terem desejado. d) Nunca lhe darei tanto dinheiro que faça-o tornar-se beberrão. e) Ninguém se teria dirigido ao chefe, naquela ocasião, se dando ares de maior importância! Gabarito 1 C 2) D 3) A 4) C CONCEITO: CONCORDÂNCIA é a adapta- ção (fl exão) que palavras determinantes sofrem parase harmonizarem com as pa- lavras às quais se ligam, chamadas de- terminadas. CONCORDÂNCIA VERBAL – é a fl exão do ver- bo para se adaptar a seu sujeito; CONCORDÂNCIA NOMINAL – é a fl exão de pa- lavra adjetiva para se adaptar ao substan- tivo determinado. Ele jamais conseguiu entender aquela absurda decisão. Naquela manhã, Mário e a esposa sa- íram do hospital esperançosos. Observe que as palavras em negrito (determinantes = subordinadas) se fl exio- naram para se adaptarem às que se en- contram nas pontas das setas (determina- das = principais). 1. Tipos de Concordância A CONCORDÂNCIA – certamente a parte mais fl exível da gramática - pode ser: 1. LÓGICA (ou gramatical ou padrão) - quando se obedece às regras gerais, isto é: a) o verbo concorda em número e pessoa com o(s) núcleo(s) do sujeito: Um grupo de jovens está jogando ca- poeira lá na praça. Fomos premiados no Festival eu, um meu colega de conservatório e um ex- professor nosso. Os brasileiros, por causa de Pelé e do samba, são sempre muito bem recebi- dos aqui. b) o adjetivo (ou equivalente) concorda em Capítulo V CONCORDÂNCIA gênero e número com o substantivo: Sem querer, deixei chateados vários colegas de sala. Já compraste bastantes brigas em tua vida, não é? 2. ATRATIVA - quando a infl uência de um termo mais próximo leva o emissor a fu- gir à concordância lógica. Um grupo de jovens estão jogando ca- poeira lá na praça. Fui premiado no Festival eu, um meu colega de conservatório e um ex-profes- sor nosso. O Governador de Minas ou o Presiden- te da República usará esse fato no pronunciamento? 3. IDEOLÓGICA (ou silepse) - quando não se faz a concordância gramaticalmente com a palavra determinada, mas com seu sentido. Os brasileiros, por causa de Pelé e do samba, somos sempre muito bem rece- bidos ali. Admiro o povo desta cidade. São ho- nestos, trabalhadores e cumprido- res de seus deveres. Olha aqui, a gente não pode dizer o quanto foi mal tratado ali. Obs.: Sempre que possível, deve-se dar preferência à CONCORDÂNCIA LÓGICA. 1.1. Concordância Nominal Regra Geral: A palavra de natureza adjetiva – ad- jetivo, numeral, pronome e artigo – deve concordar em gênero e número com o substantivo ou equivalente ao qual deter- mina. As andorinhas voavam, velozes, por sobre a alta torre. Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes irá para o masculino plural ou fará concor- dância com o último substantivo. Asas e peito brancos faziam contraste com a grande cauda vermelha. Os primos e primas ricos zombavam daquele rapazinho que ali aparecera. A literatura e o idioma português sem- pre atraíram sua atenção. Ele colecionava, desde cedo, livros e revistas americanas. Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes con- cordará com o mais próximo: Belas moças e rapazes distribuíam panfl etos e pediam votos para ele. Belos rapazes e moças distribuíam panfl etos e pediam votos para ele. O adjetivo anteposto referente a substantivos próprios ou títulos fará concordância lógica. Os efi cientes Pelé e Zico enaltecem o futebol brasileiro. O mérito todo era dos competentes vendedor e caixa da loja. Quando houver dois adjetivos refe- rentes a um mesmo substantivo, há duas construções possíveis (atenção ao artigo): Falo correntemente, desde menino, as línguas espanhola e francesa. Falo correntemente, desde menino, a língua espanhola e a francesa. O substantivo fi cará no singular se posposto a dois ou mais numerais ordi- nais precedidos ambos de artigo. O subs- tantivo irá para o plural se o artigo não se repetir. O quinto e o sexto candidato tiveram Volume 2 Comunicação Expressão SintaxePré-Faceli 2011304 excelente desempenho. Ele fez o primeiro e segundo graus no interior. O adjetivo que se seguir a expres- sões do tipo nada de, tudo de, muito de, algo de, etc. poderá fi car no masculino singular ou concordar com o substanti- vo a que se refere. Ele dizia sempre que sua vida tinha muito de misterioso (ou de misteriosa). Interessante é que aquela frágil mulher trazia algo de ameaçador (ou de amea- çadora) Quando predicativo de dois ou mais substantivos, o adjetivo: fará concordância lógica, se vier pos- posto aos substantivos determinados: O governo e a lei funcionam, autoritá- rios, inseparáveis. Você encontrará o motorista e a cozi- nheira bem dispostos. poderá fazer concordância lógica ou atrativa, se anteposto aos substantivos: Encontrei ainda acordada Marta e seus dois fi lhos. (ou acordados) Estava radioso o noivo e sua mãe. (ou Estavam radiosos) Casos particulares de concordância nominal O mais ...possível, o menos... pos- sível (“possível” variará ou não, seguin- do o “o”) Quero que vocês estejam o mais envol- vidos possível. (ou ...os mais envolvidos possíveis) Procure sempre empresas as mais sé- rias possíveis. (ou ...o mais sérias pos- sível) Tal [e] qual: como elementos de comparação entre substantivos, variam assim: Este livro é tal quais os do ano passado. As crianças são tais quais os pais. As casas do nosso conjunto são tais qual o barracão onde morávamos antes: quentes e escuras. como elementos de comparação entre atitudes ou ações, fi cam invariáveis: Aqueles militares falam com a gente tal qual dão ordens no quartel. Meninos que conversam tal qual pive- tes (*) não servem a nossa escola. (*con- versam) SÓ é variável, como sinônimo de sozinho(a)(s): Nós estávamos sós quando a mensa- gem chegou. É invariável, como sinônimo de apenas, somente: Nós fi camos só para ver o desfecho. Obs.: A expressão a sós é invariável: Fiquem a sós e resolvam suas pendên- cias. Caro e barato podem ser: advérbios, referindo-se a verbos signi- fi cativos, como custar e pagar: Estas camisas custaram barato; não pago caro por roupas tão simples. adjetivos (portanto, variáveis), acom- panhando substantivos ou com verbos de ligação: Roupas baratas fi cam caras em cer- tas lojas. Na praça, esta calça é barata; na loja, esta mesma calça custa caro demais. É proibido, é permitido, é bom, é pre- ciso, etc. fi cam invariáveis quando têm como sujeito uma oração, desenvolvida ou re- duzida; ou quando têm como sujeito um substantivo que traduz ideia genérica, não determinada ou equivalente a verbo: É bom que os eleitores cheguem cedo. É bom chegarmos cedo. É perigoso para uma democracia presen- ça de simpatizantes do nazismo no poder. É necessário calma em situações como esta. Era, é e será sempre proibido entra- da de bêbados neste recinto. Variam se têm sujeito determinado por artigo ou outro especifi cador: É perigosa para uma democracia a presença de simpatizantes do nazismo no poder. Eram, são e serão sempre conde- náveis essas atitudes desrespeitosas e agressivas. Muito, pouco, mais, menos, tanto e bastante São palavras que ora têm valor ad- verbial (logo, sempre serão invariáveis), ora têm valor substantivo ou adjetivo. (Em qualquer caso, mais e menos têm sempre essa mesma forma, não va- riam.) Falaram pouco do assunto. Suas opiniões são bastante discutíveis. Havia bastantes pessoas na assem- bléia. (pronome adjetivo indefi nido) Muitos já conseguiram o sucesso. (pronome substantivo indefi nido) Meio varia, quando se refere ou equivale (no sentido de recurso ou de ambiente) a substantivo: Chegarei à sua casa ao meio-dia e sai- remos ao meio-dia e meia. (= metade) Ele não é ator de meios gestos. (= ina- cabados, incompletos) Vou encontrar meios de reverter essa situação. Ele adora estar no meio da multidão. No seu meio, ele não vê esse tipo de comportamento. anteposto a um adjetivo, meio se clas- sifi ca como advérbio, portanto, invariável (= um pouco): Sem largar o volante, parecia-me meio esquecida do tempo. Conhecia, há anos, aquela modelo meio extravagante. Todos os familiares estavam meio gri- pados. Anexo e incluso são adjetivos; devem concordar, sem- pre, com o nome a que sereferem. Envio anexa a esse bilhete a foto que você me pediu. Estão inclusas no total as comissões dos vendedores. Obs.: A expressão em anexo é invariável: Seguem em anexo os protocolos. Obrigado é palavra variável, e concor- dará com a pessoa que a diz: Obrigado, disse ele. Obrigada, disse ela. Abaixo e alerta fi cam sempre inva- riáveis. As abaixo-assinadas parecem estar alerta quanto aos abusos do governo. Mesmo e próprio variam quando acompanham nomes ou pronomes (se es- tiverem funcionando como advérbios fi ca- rão invariáveis): Ela própria cancelou o pedido. Vocês mesmos são testemunhas. MAS: Ela fará mesmo esta prova? Quite e leso são adjetivos; por isso concordam com o substantivo a que se referem: Esse foi um erro de lesa-constituição. Eu estou quite com todos vocês; isso mesmo, nós estamos quites. Vice e extra (Pronuncia-se êxtra, não éxtra) São invariáveis, quando primeiros ele- mentos de palavra derivada: Os vice-presidentes foram indicados. Devo terminar ainda alguns trabalhos extra-ofi ciais. São variáveis, quando sozinhos: Neste país, os vices não recebem votos diretamente. Quase todo mês preciso dar aulas extras. Adjetivos indicadores de cores varia- rão, sempre que não forem derivados de substantivo. Usava sapatos brancos, calça branca e camisa preta. Quando forem derivados de substanti- vos, fi carão invariáveis. Todos usavam sapatos rosa, calças creme e gravatas cinza. Adjetivos compostos constituídos de adjetivo + adjetivo, só varia o se- gundo elemento (exceto surdo-mudo, em que ambos variam): Usavam blusas verde-escuras. Havia milhares de bandeiras verde-amarelas. Em adjetivos compostos indicativos de cor em que o segundo elemento é substan- tivo, nenhum varia: Eram muitas calças verde-oliva para serem reformadas. Compre camisas amarelo-ouro para eles torcerem para a seleção. Obs.:Ficam invariáveis: azul-mari- nho, azul-celeste e furta-cor. Haja vista, a olhos vistos, de modo que e de maneira que são invariáveis. Ele parece estar-se dando bem na pro- fi ssão, haja vista o conforto da casa. Este eucalipto cresce a olhos vistos, de modo que poderemos cortá-lo em breve. 1.2. Concordância verbal 1.2.1. Concordância com sujeito simples Regra Geral: O verbo concorda com o(s) núcleo(s) do sujeito em número e pessoa. O grupo estava unido e disposto a lu- tar para conquistar a vaga. Este colégio vai acabar fechado, se continuar com esses abusos. Já não existe um único aluno que creia nele. Cabem nesta garagem cinco ou seis carros. Sintaxe Comunicação Expressão Volume 2 Pré-Faceli 2011 305 CASOS PARTICULARES EXPRESSÃO PARTITIVA (A maioria de, Grande parte de, Uma porção de, Me- tade de) + nome no plural: O verbo pode fi car no singular ou ir para o plural Metade das frutas já se perdeu. Metade das frutas já se perderam. SUBSTANTIVO COLETIVO se o substantivo coletivo vier sozi- nho, o verbo deverá fi car no singular: O povo já não suporta seu cinismo. Um milhão já foi gasto nessa pesqui- sa. se o coletivo vier acompanhado de ad- junto adnominal no plural, pode-se levar o verbo para o singular ou para o plural: Um milhão de pessoas acompanhou (acompanharam) pela TV o desfecho. Um grupo de refugiados abandonou (abandonaram), à noite, o acampamento. QUANTIDADE APROXIMADA: Quan- do o sujeito é representado por expressões do tipo mais de, menos de, cerca de, perto de o verbo concordará com o numeral que se seguir. Cerca de oito milhões já foram gastos nesse prédio, e mais de dois milhões estão debaixo da terra, no alicerce. Mais de um professor fez comentários positivos a seu respeito. “Mais de um” levará o verbo para o plural em duas situações: se a expressão vier repetida ou se o predicado traduzir idéia de reciprocidade: Mais de um livro, mais de um caderno acabaram molhados. Mais de um aluno se ajudaram duran- te a prova. QUE: Se o sujeito de um verbo for o relativo QUE, o verbo concordará com o antecedente do “que”: A polícia tem de prender os homens que agrediram assim este rapaz. Eu juro que não fui eu que entornei esse açúcar. Cláudia, foste tu que escreveste estas palavras no muro? QUEM: Se o sujeito de um verbo for o QUEM, o verbo concordará, no singular, com o pronome ou fará concordância com o antecedente: Eu juro que não fui eu quem entornou esse açúcar. (ou entornei) Cláudia, foste tu quem escreveu estas palavras no muro? (ou escreveste) UM DOS QUE: Quando o sujeito é constituído pela expressão “um dos... que” (ou numerais de número maior: “dois dos que”...), concorda-se com o numeral ou com o artigo. Meu pai foi um dos economistas que criticaram sua implantação. Meu pai foi um dos economistas que criticou sua implantação. Esta peça foi uma das que mais ga- nharam prêmios neste ano. Esta peça foi uma das que mais ga- nhou prêmios neste ano. Vi a lista de convites dos formandos. Retirei dois dos que estavam elencados. PLURAL APARENTE: Nomes de lugares e de obras origina- riamente no plural, quando sem artigo, serão considerados no singular; com arti- go plural, levarão o verbo para o plural. Alagoas já deu ao país mais de um presidente. As Alagoas foram o cenário desse bár- baro crime. Memórias Póstumas de Brás Cubas re- presenta bem o Realismo. As Memórias Póstumas de Brás Cubas representam bem o Realismo. Observação: Se o título de obra já con- tiver o artigo, pode ocorrer o plural ou o singular: Os Lusíadas envaidece todo o mundo de língua portuguesa. Os Lusíadas envaidecem todo o mun- do de língua portuguesa. QUAL DE, UM DE, NENHUM DE, AL- GUM DE, QUALQUER DE, etc.: o verbo permanecerá no singular: Ele quer saber qual de nós pretende ir à cidade ainda hoje. Nenhum desses livros servirá a sua fi lha neste ano. Segundo o diretor, qualquer das salas poderá ser usada. QUAIS DE NÓS, ALGUNS DE VÓS, QUAISQUER DE...: o verbo irá para o plural e poderá concordar com o núcleo ou com o pro- nome pessoal: Alguns de nós poderão sofrer alguma punição. Alguns de nós poderemos sofrer algu- ma punição. Quais de vós seriam capazes de ne- gar ajuda ao penitente? Quais de vós seríeis capazes de negar ajuda ao penitente? PRONOMES DE TRATAMENTO: embora se refi ram à 2ª pessoa do discurso – o ouvinte, o recebedor –, exigem a con- cordância verbal e pronominal na terceira pessoa. Na prática, considere qualquer pronome de tratamento como sinônimo de “você”. Vossa Majestade (=você) poderá enri- quecer seu museu com o que lhe convier. Vossa Santidade (=você) não se preo- cupe com seu rebanho, pois... NÚMEROS PERCENTUAIS E FRA- CIONÁRIOS: a concordância se fará com o número da fração: Um por cento da população tem uma vida bastante confortável. Trinta e dois por cento dos alunos vo- taram em branco. Apenas dois quintos estavam pre- sentes. O número percentual acompanhado de adjunto adnominal admite concor- dância com este último: Apenas um por cento dos moradores desta cidade tomam água tratada. Apenas um por cento dos moradores desta cidade toma água tratada. Dez por cento da arrecadação fi cará retida como garantia. Dez por cento da arrecadação fi ca- rão retidos como garantia. VERBOS DAR, SOAR E BATER: QUANDO indicam horas, têm sujeito, que geralmente é a expressão das horas, e de- vem concordar com ele. Daqui a pouco baterão onze horas e ele ainda não chegou. Já deram cinco horas; vamos? No sino da Matriz soaram doze bada- ladas. Expressões como “o relógio” ou “o sino” passarão a ser sujeito, caso venham sem preposição: O sino da Matriz deu doze badala- das. Soou três horas, naquele mesmo ins- tante, o relógio da sala. Concordância com SUJEITO COM- POSTO Regra geral: Se o sujeito é compos- to, o verbo irá para o plural. O violão e a guitarra estão desafi - nados. Estarão em minha festa o apresenta- dor e as dançarinas deste programa. Se o sujeito composto estiver pos- posto ao verbo, será possível a concor- dância como mais próximo: Estarão em minha festa o apresenta- dore as dançarinas deste programa. Estará em minha festa o apresenta- dor e as dançarinas deste programa. Núcleos de pessoas gramaticais di- ferentes: observe se os núcleos são todos de terceira pessoa ou de pessoas grama- ticais diferentes. Ao se fazer a concordância verbal, a 1ª pessoa, o falante – eu - terá preferência sobre a 2ª pessoa; o ouvinte – tu ou você – sobre a 3ª pessoa - o assunto – ele/ela. EU + tu, ele, vós, eles = NÓS Eu e os meninos estávamos no quintal, naquela hora. Tu, ela e eu poder- emos resolver esse problema. Estaremos em sua formatura eu e toda a minha família. Estarei em sua for- matura eu e toda a minha família. (Conc. atrativa) TU + ele, eles VÓS ou VOCÊS Tu e teus irmãos devereis participar de nossos torneios. Tu e teus irmãos deverão participar de nossos torneios. Devereis (-ão) partici- par de nossos torneios tu e teus irmãos. Deverás participar de nossos torneios tu e teus irmãos. CASOS PARTICULARES NÚCLEOS SEGUIDOS DE APOS- TO RESUMIDOR OU DISTRIBUTIVO: concorda-se com o aposto. As uvas, as laranjas, as maçãs, tudo estava muito caro. Nem Jorge, nem Alfredo, nem José Car- los, ninguém propôs qualquer mudança. Volume 2 Comunicação Expressão SintaxePré-Faceli 2011306 NÚCLEOS CONSTITUÍDOS DE PA- LAVRAS EM GRADAÇÃO: concordân- cia lógica ou atrativa. Um sorriso, uma risada, uma garga- lhada prejudicarão a imagem de nosso grupo. Um sorriso, uma risada, uma gargalha- da prejudicará a imagem de nosso grupo. Faz-se a concordância com o último núcleo, se estiver acompanhado de uma expressão de reforço: Cuidado: uma gargalhada, uma risa- da, até mesmo um sorriso pode atrapa- lhar o ator. NÚCLEOS CONSTITUÍDOS DE PA- LAVRAS SINÔNIMAS: concordância ló- gica ou atrativa. Medo e temor nos acompanha sempre. NEM... NEM... ; TANTO... QUANTO...; NÃO SÓ... COMO TAMBÉM...: concordância lógica ou atrativa. Nem a laranja, nem a uva, nem a ba- nana conseguiu (-iram) preço justo no mercado. Tanto a Igreja quanto o Estado é (são) responsável (-eis) por esse crime. Não só o fi lho mas também a mãe quis (-eram) seu autógrafo. Obs.: Se os núcleos do sujeito forem de pessoas gramaticais diferentes, o ver- bo irá para o plural, e para a pessoa pre- dominante: Não só eu como também meus pais fi camos indignados com essa atitude do vizinho. TANTO UM QUANTO OUTRO; NEM UM NEM OUTRO; UM E OUTRO: ver- bo no singular ou plural. Tanto um quanto outro médico procu- rava alguma forma de aperfeiçoamento. Tanto um quanto outro médico procu- ravam alguma forma de aperfeiçoamen- to. Uma e outra decisão era prejudicial à população mais carente. Uma e outra decisão eram prejudi- ciais à população mais carente. NÚCLEOS LIGADOS POR COM: verbo no plural ou concordando com o primeiro elemento (com aquele que se quiser des- tacar). Um professor com seus alunos farão uma visita a nosso jornal, hoje. A mulher com sua fi lha ao colo inva- diu a prefeitura, revoltada. Jonas com sua mulher assumiu a res- ponsabilidade de criar os gêmeos. Jonas com sua mulher assumiram a responsabilidade de criar os gêmeos. NÚCLEOS LIGADOS POR OU: normalmente haverá concordância com o mais próximo. No entanto, se “ou” der a idéia de adição, o verbo irá para plural. A professora ou a mãe estaria com a razão; mas qual? (ou = exclusão) Sei que, cedo ou tarde, os ladrões ou o ladrão será punido. (ou = retifi cação) A sorte ou o azar eram possíveis alter- nativas; não adiantava querer escolher. Todos sabemos que o frio ou o calor em excesso podem fazer mal. Um ou outro médico procurava algu- ma forma de aperfeiçoamento. Um ou outro médico procuravam algu- ma forma de aperfeiçoamento. Uma ou outra árvore deveria ser der- rubada; era preciso escolher. SUJEITO COMPOSTO POR ORA- ÇÕES (SUBJETIVAS): normalmente o verbo da principal fi cará no singular, mas a lógica da frase pode justifi car a fl exão do verbo. Pescar e nadar neste lago fi ca proibi- do a partir de hoje. No interior, comer e divertir-se custa menos dinheiro. Dançar e representar são atividades correlatas. CASOS ESPECIAIS Verbos com sujeito posposto Há alguns verbos em nossa língua aos quais frequentemente se pospõe o sujeito, o que pode levar a uma confu- são entre o sujeito e o objeto direto. Atenção à concordância. Existem outras soluções possíveis. Aconteceram fatos curiosíssimos du- rante a cerimônia. Não adiantam buscas esporádicas. Importam-me não só os n1omes como também os endereços. Constam nessas anotações duas de- sistências durante o ano. Ocorrem, constantemente, brigas e agressões entre os detentos. “Se” = pronome apassivador (partícula apassivadora) VTD ou VTDI + SE = tem sujeito, e o verbo concordará com esse sujeito. Vendeu-se este terreno em tempo re- corde. Venderam-se estes terrenos em tempo recorde. Ainda se necessita de remédios e ali- mentos. (voz ativa – sujeito indetermina- do) “Se” = índice de indeterminação do sujeito VTI ou VI + SE = o sujeito será inde- terminado, e, portanto, o verbo perma- necerá no singular. Aqui em casa, sonha-se sempre com a volta da família para o interior. Ainda se esperam remédios e alimen- tos. (voz passiva sintética) 1.3. Verbos impessoais São chamados impessoais os verbos que não têm sujeito, na frase. Exceto o verbo “ser”, empregam-se apenas na 3ª pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são: Fazer e estar indicando tempo decor- rido e clima, temperatura: Faz alguns meses que estive no den- tista. Ontem fez três anos que me formei. Apenas ontem, fez frio e calor nesta nossa cidade. Neste momento, faz trinta graus em nossa redação. Está quente demais; vai chover. Haver no sentido de existir, acontecer, fazer(tempo): Havia muitos outros livros na mala desaparecida. Existiam muitos outros livros na mala desaparecida. Houve outros fatos curiosos durante a festa. Aconteceram outros fatos curiosos durante a festa. Havia duas semanas que ele viajara. Fazia duas semanas que ele viajara. “Passar de”, “ir para” indicando tempo: Já passa das duas horas e ele não chega. Vai para dois anos que o processo está em tramitação no Fórum. Chover, trovejar, etc. (fenômenos da natureza): Ontem e hoje choveu muito lá na ser- ra. Ventou pouco; vai chover. Amanheceu frio, hoje. (amanheceu = A manhã nasceu) Obs.: Em sentido fi gurado, esses ver- bos terão sujeito: Choveram beijos e abraços sobre os noivos. (choveram = caíram, acontece- ram) O dia amanheceu frio, hoje. (ama- nheceu = nasceu, surgiu) Verbos no infi nitivo impessoal: Em- pregado no infi nitivo, sem referência a um sujeito claro ou identifi cável no contexto, o verbo estará no infi nitivo impessoal, e, portanto, constituirá oração sem sujeito. Virar à direita! É preciso estar sempre atento. Para morrer, basta estar vivo. Aqui neste colégio, escrever no muro gera séria punição. 1.3.1. O verbo SER O verbo ser apresenta algumas parti- cularidades quanto à concordância: Indicando distância, hora e data, é verbo impessoal. Entretanto, fl exiona-se, concordando com o numeral predicativo ou com a palavra dia, quando explícita: Hoje são trinta e um de dezembro; amanhã será primeiro de janeiro. Se hoje são dez, ontem foram nove a amanhã serão onze, obviamente. Hoje é dia vinte e dois de março. Já era uma e quarenta e a porta ainda estava fechada! É meio-dia e meia. Daqui a Sabará são quantos quilôme- tros? As expressões é muito, foi pouco, será bastante, é menos (do) que, é mais (do) que..., indicando quantidade, não va- riam: Três dias de licença é menos do que eu esperava. Cem reais era muito; gastei apenas sessenta. Cinco metros de pano será bastante para cobrir esta parede. Quando o verbo SER vier precedido e seguido de substantivos ou equivalen- tes, o termo que o preceder será seu su- jeito; o que o suceder será predicativo: A vitória nesse torneio é a grande esperança de Tati. Nesse caso, o verbo ser concordará ora com o sujeito, ora com o predicativo,obedecendo à seguinte hierarquia: O pronome pessoal terá a preferência na concordância, seja ele sujeito, seja pre- dicativo: O herói não sou eu. Eu não sou o herói. Se ambos – sujeito e predicativo - fo- rem pronomes pessoais, concorda-se o verbo ser com o sujeito: Como você não é eu e eu não sou você, Sintaxe Comunicação Expressão Volume 2 Pré-Faceli 2011 307 não temos de ter a mesma reação. Eles não querem ser tu nem tu que- res ser eles, não é mesmo? Então... Substantivo referente a pessoa: O tio era as alegrias daquele menino. As alegrias daquele menino era o tio. Seu orgulho eram os velhinhos. Os velhinhos eram seu orgulho. Pronome demonstrativo ou indefi - nido: Substantivo referente a coisa; Substantivo abstrato. Aquilo não são (é) luvas, nem sapa- tos... Aquilo não é luvas, nem sapa- tos... Tudo isso são (é) manias de velho, nada mais. Tudo isso é manias de velho, nada mais. Tua alegria são (é) minhas vitórias, não é verdade? Tua alegria é minhas vitó- rias, não é verdade? Se o sujeito do verbo ser for QUE ou QUEM (interrogativos), concorda-se o verbo com o predicativo: Que são esses instrumentos musicais aqui na sala? Quem são aqueles garotos no quintal? Parecer O verbo PARECER, seguido de outro verbo no infi nitivo, admite duas constru- ções: As frutas parecem estar maduras. As frutas parece estarem maduras. Locuções verbais Em locuções verbais, tem-se um ou mais verbos auxiliares e um verbo princi- pal (o último). Desses, apenas o primeiro verbo auxiliar poderá fl exionar-se. Se o verbo principal da locução for impessoal, a locução será impessoal e o auxiliar fi ca- rá no singular: Podem acontecer outros abalos me- nos potentes, nas próximas horas. Pode haver outros abalos menos po- tentes, nas próximas horas. Já devem ser onze e meia; vocês que- rem sair para eu acabar de arrumar a sala? Vai fazer dez dias que estamos em greve; por isso, deverá haver aulas aos sábados. As greves que vai haver neste fi m de ano abalarão o governo. Amanhã e depois poderá estar frio como na semana passada. 1.3.2. Flexão do infi nitivo Quando o sujeito está oculto, não fl e- xionar o infi nitivo acarretaria ambigüida- de: Após lermos e analisarmos toda a prova, ela poderá ser enviada para a grá- fi ca. O pai pediu aos fi lhos que fossem para outra sala, para não ouvirem a conversa. Quando o infi nitivo é verbo principal de locução verbal, é proibida sua fl exão: Depois de os especialistas acabarem de fazer os exames, poderemos ler as anotações. Quando o infi nitivo está precedido da preposição a, equivalente a gerúndio, também não se fl exiona: Eles são muito pacientes, pois pas- saram ali várias horas a esperar (espe- rando) o resultado. Se o infi nitivo estiver precedido pela preposição de (funcionando como complemento nominal de um adjetivo) não deverá ser fl exionado: Esses versos são gostosos de ouvir, mas não muito fáceis de entender. Quando o sujeito do infi nitivo está oculto, mas é identifi cável no contexto, a fl exão é facultativa: Para não perturbar (ou perturbar- mos) o sono dela, poderíamos ir jogar na varanda. Antes de tirar (ou tirares) o chapéu, tu verifi carás se estás mesmo diante da pessoa certa. Se o infi nitivo for verbo principal de lo- cução verbal, mas estiver distante do auxi- liar, também será opcional fl exioná-lo: Após as vinte e três horas, os habitan- tes do lugar não poderão, enquanto durar o estado de sítio, sair (ou saírem) de suas casas. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Capítulo 1 - Sintaxe do período simples Bloco 01 Escreva nos parênteses: 1) Para Objeto Indireto (indica o alvo da ação) (preposição sem sentido e vin- culada ao verbo) 2) Para Adjunto Adverbial 3) Objeto Direto preposicionado (prepo- sição vazia de sentido e não exigida pelo verbo) Obs.: Para adjunto adverbial, na lacuna escreva a circunstância. a) (__) Aquela menina só dança com o irmão. __________________ b) (__) Eu não briguei com você, acredi- te. ___________________ c) (__) (__) Vou viajar com mi- nha família para o Sul. ___________________________ d) (__) (__) Você parece ter-se esquecido da promessa de nunca enganar aos seus. __________________________ e) (__) Curiosamente, eu nun- ca sonho com minha família. ______________________ f) (__) (__) Por este canal, ele canta para todo o Sul. ____________________________ g) (__) (__) Não pense naqueles momen- tos desagradáveis, mas nas festas. __________________________ h) (__) (__) Sem paciência, ele não convencerá a ninguém. _______________________ i) (__) (__) Em sonho, sim, me vejo na- quelas praias, mas não vivo pensan- do nelas. __________________ j) (__) (__) Você se refere ao Rio com tan- ta saudade! _______________________ l) (__) (__) (__) Converse com meus pais sobre eu ir ao Rio com você. ________________________ m) (__) (__) (__) A mim você ofenderá, se preferir beber da água e não do vi- nho. _________________________ Bloco 02 1) Leia o texto abaixo. Em seguida, mar- que a alternativa que contém uma afi r- mativa falsa sobre ele. “Atividade dispensável a leitura. Pelo menos neste caso. Família Schürmann - Um Mundo de Aventuras é obra que tem como matéria um conteúdo sensa- cional, mas exibe como conteúdo uma matéria em decomposição: é muito ruim! O ritmo da narração não obedece nem à curiosidade dos fatos, nem à beleza dos cenários, nem ao encanto das variadas culturas com as quais eles entraram em contato. A narradora exagera às vezes, outras vezes resume demais, outras ve- zes nem uma tinta dá. Fraco mesmo. Infelizmente. Viagem bem curtida, mas dinheiro perdido na publicação. Não per- ca o seu.” (Jornal da Praia do Canto – 22/01/01) a) Há, nesse texto, oito frases, quatro das quais são não-oracionais. b) A primeira frase oracional é um perí- odo composto por quatro orações. c) A última frase oracional é um período simples. d) A quarta frase é um período compos- to por duas orações. e) A penúltima frase oracional é um pe- ríodo composto por três orações. 2) Seguindo o modelo, ligue com setas os determinantes sublinhados a seus de- terminados A Anatel trocou o velho e bom interur- bano pela americanizada locução cha- mada de longa distância.: a) O uso desnecessário, abusivo ou en- ganoso de palavra ou expressão es- trangeira será considerado como lesi- vo ao patrimônio cultural brasileiro. b) Estamos assistindo a uma verdadeira descaracterização da língua portu- guesa, tal a invasão indiscriminada e desnecessária de estrangeirismos. c) Muitas pessoas dizem de seus adver- sários: “Eu lhes perdôo”, enquanto, interiormente, experimentam um se- creto prazer do mal que lhes aconte- ce, dizendo para si mesmas que eles não têm senão o que merecem. 3) Em todas as alternativas, o termo des- tacado é um determinante do verbo, EXCETO em: a) Na Rússia dos anos 50, uma mãe sol- teira conhece, num trem, um ofi cial do Exército soviético. b) Malraux, autor de A Esperança, par- ticipou ativamente na luta contra o Volume 2 Comunicação Expressão SintaxePré-Faceli 2011308 fascismo na Espanha. c) A julgar pela bilheteria, a garotada aprovou, entusiasmada, essa mistu- ra de inteligência e besteirol. d) Mesmo os pais mais ricos têm ouvido os médicos e evitado esses óculos em seus bebês. e) O Ministério da Saúde enviou o re- latório fi nal da pesquisa a todas as Secretarias Estaduais. 4) Há objeto direto em todas as alternativas abaixo, EXCETO em: a) O povo brasileiro não tem a obriga- ção de conhecer palavras ou idiomas estrangeiros. b) A Polícia Civil do Rio de Janeiro não merece uma boa nota por sua atu- ação. c) Os cidadãos brasileiros sabem mais coisas sobre atores e atrizes da TV do que sobre seus políticos. d) Segundo ACM, a Sudam constitui, hoje, o maior covil de ladrões. e) No Nordeste, vai faltar farinha e car- ne-seca. 5) Em todas as alternativas, o termo subli- nhado é um objeto direto preposiciona- do, EXCETO em: a) Não há dúvida de que esse molequeodeia a seu irmão. b) A um bom marido ela – e todas as mulheres deste país - sonha encon- trar. c) Desculpe-nos, mas esse homem não representa nem a mim nem a nin- guém de minha família. d) Você não deveria chamar seu fi lho de marginal. e) Expulsou, então, o pai ao fi lho mais novo, que nada fi zera. 6) Em todas as alternativas, o termo su- blinhado funciona como objeto indireto, EXCETO em: a) Toda semana, eu respondo, pela In- ternet, a um questionário qualquer. b) Tome cuidado para não beber, por engano, da água deste pote. c) Ela jamais entregaria ao marido aquela carta de convocação para a guerra. d) É impressionante como esse cachor- ro obedece a todos da casa. e) Pegue o que quiser e pague a qual- quer dos nossos funcionários. 7) O pronome oblíquo está corretamente classifi cado em todas as alternativas, EXCETO em: a) A História nos ensina que uma das formas de dominação se dá pela im- posição da língua. (OD) b) Quero falar-vos, hoje, de um doce e fra- ternal sentimento: a indulgência. (OI) c) Não te pedi palavras nem gestos, pois sei o quanto lhe custaria isso. (OI) d) A coragem e a franqueza de Covas tem impressionado a todos nós, mesmo os adversários. (OD) e) Outro personagem deste mundo que me encanta é esse sociólogo de vo- cês, o Betinho. (OD) 8) Em todas as alternativas, está correta a circunstância indicada entre parênte- ses, EXCETO em: a) Pelo poder da mente muitos homens já conseguiram curar semelhantes. (meio) b) Apesar dos riscos, a fé na ajuda di- vina fez com que ele enfrentasse os invasores. (concessão) c) Não há dúvida de que as línguas se alteram com as necessidades de usos e costumes. (causa) d) Esses jovens estudam tanto, por re- conhecimento do esforço de seus pais. (fi nalidade) e) Você não conseguirá o cargo de locu- tor da rádio da cidade, com essa voz rouca assim. (condição) 9) Em todas as alternativas, o termo su- blinhado é um adjunto adverbial, EX- CETO em: a) Nós pedimos tanto, que nosso avô acabou falando de seu tempo na pri- são. b) Nunca tinha visto uma pessoa ape- gar-se tanto a uma casa quanto seu pai. c) O Estado o castigará pelo prejuízo causado à população. d) A parábola é uma espécie literária, mas não deve sair dos limites do ve- rossímil. e) Penetrava no reino das palavras com a paz e a tranqüilidade das pessoas íntimas. 10) O termo destacado está incorretamen- te classifi cado na alternativa: a) Os estrangeirismos permeiam até mesmo a comunicação oral e escrita ofi cial. (OD) b) Essa idéia de que há homens supe- riores a outros foi concebida por es- píritos maus. (Ag. da passiva) c) À ABL incumbe, por tradição, o papel de guardiã dos princípios de nossa Língua. (OD) d) A palavra estrangeira terá de ser substituída por palavra de nossa lín- gua. (Ag. da passiva) e) Principalmente se a palavra puder induzir a pessoa a qualquer erro ou ilusão. (OI) Capítulo 2 - Síntaxe período composto 1) Em todas as alternativas, a oração su- blinhada está corretamente classifi ca- da, EXCETO em: a) Vinha-me a sensação de que não ha- via feito aquilo que esperavam. (su- bordinada e principal) b) O Presidente estava estranho, suava muito, atropelava as palavras. (coor- denada assindética) c) Nunca pensei que fosse tão difícil parar de trabalhar. (subordinada e coordenada) d) O cachorro que me acompanhava sempre, meu grande amigo, tinha sido atropelado. (subordinada) e) Prescreveu-me um leve regime e man- dou que eu caminhasse diariamente. (coordenada e principal) 2) A divisão do período e sua classifi ca- ção (entre parênteses) só NÃO está correta em: a) “O ortopedista que eu procurara era de absoluta confi ança e me ajudou muito”. (Período composto por coor- denação e subordinação) b) “A vida para ele será sempre a eterna tortura entre o medo dos homens e a descrença em Deus”. (Período com- posto por coordenação) c) “O ônibus parava a cada dois quilô- metros, apanhava homens, mulhe- res, crianças e animais, e ninguém reclamava; eram todos muito feli- zes”. (Período composto por coorde- nação) d) “Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qual- quer direito dos outros”. (Período composto por subordinação) e) “A mestra de letras apresentou aque- le sorriso de moça nova e juro que senti seu bafo de fl or na sala toda.” (Período composto por coordenação e subordinação) 3) Todas as alternativas apresentam perí- odos compostos por coordenação, EX- CETO: a) O dinheiro tinha voado, tinha-se es- bagaçado, virara camisa de seda, pó- de-arroz. b) Cheguei-me à mesa, bebi mais um trago de aguardente e tomei o cami- nho da rua. c) Certamente ninguém me proibiria de andar nos jardins, sentar-me, ver as mulheres. d) Desloquei as estacas podres, puxei Marina para junto de mim, abra- cei-a, beijei-lhe a boca. e) A saia esticada exibia a coxa, mas a minha atenção se concentrava nos braços e nos dedos. 4) Em todas as alternativas há períodos compostos por coordenação e subordi- nação, EXCETO em: a) Deitou-se, enfi ou a cabeça no lençol, e, sem poder se conter, de seus olhos amarelos começaram a correr lágri- mas de dor, de ânsia, de saudade dos seus. b) Como poderia dormir um senhor de engenho que não tinha a coragem de arrancar um negro de sua senzala das mãos de um ladrão de cavalos? c) O senhor de engenho do Santa Fé sa- íra atrás de um negro fugido e não tivera forças para trazê-lo para sua senzala. d) Acendeu a lamparina e, sem saber como, veio-lhe uma vontade aguda de gritar, de gemer, de chorar alto. e) O Capitão, nas tarde de domingo, quando não tinha nada que fazer, deitava-se no marquesão da sala de visitas e chamava o fi lho. 5) Assinale a alternativa em que a oração substantiva destacada está incorreta- mente classifi cada: a) Só não consta em seu depoimento como ele conseguiu fugir. (subjetiva) b) O tempo não o convenceu de que as leis da natureza são inquestionáveis. (objetiva indireta) c) Fingiu desinteresse, com medo de que a proprietária subisse o preço. (objetiva indireta) d) Seria fácil para quem conhecia tão bem o prédio provocar um curto-cir- cuito. (subjetiva) e) Sempre tivera vontade de responder grosseiramente àquele professor. Sintaxe Comunicação Expressão Volume 2 Pré-Faceli 2011 309 (completiva nominal) QUESTÕES DE 06 A 08. Classifi que as orações destacadas e, em seguida, escreva nos parênteses a letra correspondente à ordem correta. a) D – F – F b) A – D - E c) C – B – A d) B – F – C e) D – F – E A – coordenada sindética adversativa B – coordenada sindética conclusiva C – coordenada sindética explicativa D – subordinada substantiva E – subordinada adjetiva F – subordinada adverbial 6) ( ) I – Deixa em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa. II – É pouca minha experiência com mu- lheres, por isso a omiti das memórias. III – Havia ali algumas galinhas; não via, contudo, o galo daquele terreiro. 7) ( ) I – Eu não poderia supor que ela nunca teria visto um porco. II – Ele não queria estudar nem traba- lhar, de modo que precisou procurar outra casa. III – Ela era tão competente ao piano quanto o fora sua mãe, vinte anos antes. 8) ( ) I – Nós sabíamos que não nos veríamos mais, senão por acaso. II – Agia agora com Clarice como o fi zera antes com Joana, e não percebia. III – Temia que Luiz fi zesse o mesmo que fi zera com o engenho de que o pai tanto gostava. 9) Em todos os períodos há oração subje- tiva, EXCETO em a) Foi difícil para ele tomar aquela de- cisão. b) Não mais importava se ela voltaria ou não; o amor morrera. c) Parece que tudo se esclarecerá com sua volta. d) Não se sabe ao certo quem deu o pri- meiro tiro. e) A vantagem é que Luísa conhecia o caminho. 10) Qual das orações destacadas abaixo NÃO é completiva nominal? a) Convenci-me, afi nal, de que tudo aquilo eram ciúmes tolos. b) A chácara está bem cuidada, e estou certa de que não a deixarás fi car mal. c) Todos estamos concordes
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