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Variação Linguística: teoria da variação e mudança TEORIA DA VARIAÇÃO E DA MUDANÇA Língua é um fenômeno heterogêneo, usado em diferentes contextos comunicacionais. O locutor e o interlocutor atuam em diferentes espaços e fazem escolhas dentro do sistema linguístico, com a finalidade de comunicar-se com eficiência. Que espaços são esses? Espaço Geográfico: correlação entre a região de origem do falante e as marcas específicas do seu falar. Espaço Social: mesmo se originários de uma mesma região, ainda assim, os falantes terão falares distintos. Pode-se sistematizar o espaço social considerando três variáveis: (1) nível sociocultural do falante, (2) sua intimidade com o interlocutor, (3) sua idade ou sexo. Nível sociocultural do falante Analfabetos (ou analfabetos funcionais) falam diferente dos falantes escolarizados. Pessoas escolarizadas falam o Português Culto, ou variedade padrão, enquanto que as pessoas não alfabetizadas usam o português popular, ou a variedade não culta. Grau de Intimidade com o interlocutor Os falantes tendem a expressarem-se inteiramente “à vontade” com a família e amigos e, em oposição, falar com mais “cuidado quando comunicam-se com alguém hieraquicamente superior, principalmente em situações laborais. Português informal Português formal Bilhete para a namorada Bilhete para o patrão Oi Bia! Agente combinou de ir no cinema amanhã... Nã vai dar! Me esqueci que tem uma prova na faculdade, e se não estudar, minha me pega pelo pé. Eu hein? Tô fora. Você me entende. Beijos. Pedro. SenhorAlmeida: Terei de faltar ao trabalho amanhã, pois tenho uma prova na faculdade e preciso estudar. Espero que o senhor entenda minha situação e que me desculpe. Atenciosamente, Pedro. Variação etária e variação sexual Outro ponto que pode variar nossa linguagem é dada pelo espaço individual, ou seja, por nossa idade e sexo. Essa variação é conhecida pelo termo técnico socioletos. 3) Espaço Temático O assunto que está sendo desenvolvido também desencadeia a variação linguística. Ao falarmos o português do dia-a-dia, temos o chamado “português corrente”. Podemos falar de assuntos especializados e teremos o “português técnico” Exemplo: dor de cabeça -> cefalagia (termo técnico médico). 4) Espaço Temporal O locutor e o interlocutor atuam em determinado momento histórico e a época da qual procedem reflete-se no material linguístico que selecionam. O elenco desses materiais configura a variação diacrônica (cronoleto). Exemplo: português arcaico e português contemporâneo. O que é o português culto? Para que a comunicação entre uma comunidade linguística se efetive há o compartilhamento de um código linguístico. Mas tem-se observado que nas diversas comunidades de fala há sempre uma norma específica, uma variante linguística de maior prestígio, a que se denomina língua padrão, norma culta. A fala popular e a norma culta seriam duas línguas diferentes? Não há uma oposição categórica entre fala popular e fala culta, ocorrendo, em muitos casos, um compartilhamento de propriedades; em certos casos, a preferência culta exclui a distância entre essas variedades, e o falante culto pode aproximar-se bastante da execução popular, ainda que não em todos os casos. As variedades populares flutuam de acordo com a região geográfica, mas a fala culta é bem mais homogênea, sobretudo em sua forma escrita. Em conclusão, o que temos são VARIANTES LINGUÍSTICAS de uma mesma língua, mas não uma língua diferente. Escreva um texto em linguagem coloquial e outro em linguagem técnica contando um mesmo evento. Uma trombada de carros na esquina, por exemplo. Como um passante descreveria a cena? E como um jornalista relataria o evento em uma notícia jornalística? O que é e como funciona o preconceito linguístico?
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