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Focus Concursos NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL I Da Administração Pública Parte I

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Direito Constitucional | Material Complementar 
Professor Cristiano Lopes 
Da Administração Pública – Parte I - IV 
Antes de começarmos nossos estudos, farei um aviso: não trataremos, de tudo o que pode ser explorado em 
sua prova sobre Administração Pública. Se fosse o caso, precisaríamos de mais dez aulas em nosso curso, seria 
praticamente um curso de Direito Administrativo 
 
Administração Pública. 
Os Princípios Explícitos da Administração Pública 
 , “caput” 37, RFB/88, 
 , , F princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Esses princípios formam, com suas in , g “LIMPE”, z ô : 
Princípio da legalidade 
 g , 
lei, fruto do Poder Legislativo, que representa o povo. Pode, contudo, a lei dar maior amplitude de atuação ao 
administrador público, a chamada discricionariedade. 
O administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às 
exigências do bem comum, e deles não pode se afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e submeter-se à 
responsabilidade civil, criminal e administrativa. Assim, enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que 
a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. 
As leis administrativas são de ordem pública e seus preceitos não podem ser descumpridos, nem mesmo por 
acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários. 
Princípio da Impessoalidade 
O princípio da impessoalidade nada mais é do que o princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador 
público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica 
expressa ou virtualmente como objetivo do ato. Neste sentido, o princípio traduz a ideia de que toda atuação da 
Administração deve buscar a satisfação do interesse público. 
Também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre 
suas realizações administrativas. Já nesta acepção se relacio g z 
realizações da Administração Pública para promoção pessoal. Fundamenta-se no artigo 37, § 1o, da CRFB/88, que diz: 
LIMPE 
Legalidade 
Impessoaldade 
Moralidade 
Publicidade 
Eficiência 
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Art. 37, § 1o – A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos 
 
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de 
autoridades ou servidores públicos. 
A finalidade terá sempre um objetivo certo e infestável: o interesse público. Assim, todo ato que se apartar 
desse objetivo sujeitar-se-á à invalidação por desvio de finalidade, conceituado como fim diverso daquele previsto, 
explícita ou implicitamente, na regra de competência do agente. 
 
Princípio da Moralidade 
Na análise do conceito de moralidade, - 
 , objetiva, , 
 g , , 
ligada às convicções pessoais de quem aprecia o fato. 
 
 
 , , vista no art. 5o, LXXIII, da CRFB/88. 
A moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da 
instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o bem comum. 
Princípio da Publicidade 
O princípio da publicidade deve ser analisado sob dois prismas: 
 Exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que 
devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público; 
 Exigência de transparência da Administração em sua atuação, de forma a possibilitar o controle pelos 
administrados. 
 
serve para proteger o indivíduo contra processos arbitrariamente sigilosos, permitindo os recursos administrativos e 
as ações judiciais próprias. 
A publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. Por isso, os atos 
irregulares não se convalidam com a publicação, nem os regulares dispensam-na para sua exequibilidade, quando 
exigida pela lei ou regulamento. 
 
Princípio da Eficiência 
O princípio da eficiência passou a ser expresso na Constituição a partir da EC no 19/98, estando ligado ao 
modelo de administração gerencial, que defende a ideia de se trazerem ao setor público procedimentos do setor 
privado, tendo como ênfase a obtenção de resultados. 
 g , -se que este desenvolva suas atribuições da melhor forma 
possível, a fim de obter os melhores resultados. Um exemplo de apl 
 , z RFB/88, / 8 
 g z , ossível. 
MORALIDADE 
ADMINISTRATIVA 
É diferente de moral Comum 
É objetiva, podendo ser extraída 
do ordenamento jurídico 
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Concurso Público 
 37, , RFB/88, “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros 
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei” 
Assim, para que os bras g , g , 
 , g 
 : z 
Destaca-s , g 
estrangeiros em detrimento de outros, em função do país de origem. Ressalta-se, ainda, que essa nova previsão 
constitucional se aplica igualmente aos estrangeiros residentes ou não no país, permitindo, por exemplo, que, após a 
edição da referida lei, estes tenham acesso a cargos, empregos ou funções públicas em repartições brasileiras no 
exterior. 
 
 , 37, RFB/88, g o em concurso público (de provas ou provas e 
títulos) para o provimento de cargos e empregos nas Administrações Direta e Indireta. Nesse sentido, o STF editou a 
S 685, z: “ r investir-se, sem 
prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual 
anteriormente investido” 
 g , 
 37, , 
CRFB/88. 
 S S F, 
cobrados em prova. A seguir, trataremos de alguns deles. 
JURISPRUDENCIANDOR , S F g , , 
 g “ - 
banca examinadora de concurso público no reexame de critérios de correção das provas e de conteúdo das 
questões formuladas. Assentou-se que, existente previsão de determinado tema, cumpriria ao candidato 
estudar e procurar conhecer, de forma global, os elementos que pudessem ser exigidos nas provas, de 
modo a abarcar todos os atos normativos e casos paradigmáticos existentes. Do contrário, significaria 
exigir-se das bancas examinadoras a previsão exaustiva, no edital de qualquer concurso, de todos os atos 
normativos g , 
 g z ” 677, S 3 8 6 / F, z F , 8 8 
Em se tratando da validade do concurso público o art. 37, II , RFB/88, 
anos, prorrogável uma vez, por igual período z , 
contado a partir da homologação deste. 
 g z , 
 , g , 
ACESSO AOS CARGOS 
PÚBLICOS 
BRASILEIROS: Devem cumprir 
requisitos estabelecidos em lei 
ESTRANGEIROS: É necessário lei 
autorizadora 
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Continuando nossa análise, veja o que dispõe a Constituição sobre a convocação de aprovados em concurso 
público: 
Art. 37, I – 
 
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
De acordo com esse dispositivo constitucional, sobrevindo um novo concurso público enquanto vigora um 
concurso anterior, os candidatos aprovados no certame mais antigo terão prioridade na nomeação em relação aos 
novos concursados. 
Em uma perspectiva mais garantista, pode-se, até mesmo, afirmar que os candidatos aprovados no concurso 
anterior adquirem direito à nomeação quando sobrevém um novo concurso, pois esse fato superveniente denotaria 
a existência de interesse e necessidade pública no provimento de cargos. Aliás, existem inúmeros precedentes nesse 
sentido: 
JURISPRUDENCIANDO 
 37, V, F , z g 
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com 
 g g , 
concurso indicando a necessidade de mais vagas, quando ainda não terminado o prazo do certame 
anterior, transfere a questão da nomeação do campo da discricionariedade para o da vinculação, uma vez 
que deve ser observado o direito subjetivo do candidato aprovado à nomeação. Precedentes do STJ. (TRF-4, 
MS 27713, DEletronico 07/10/2008). 
Com a irregular abertura de novo concurso, surge para o candidato aprovado o direito líquido e certo de 
ser nomeado. (TJPR, Apelação cível e reexame necessário n.º 0110373-3, DJ 11/03/2012. 
O STF elaborou uma súmula a respeito dessa situação. Veja o que diz a Súmula 15: “dentro do prazo de 
validade do concurso, o candidato 
observância da classificação” , , , 
Em relação aos cargos em comissão e funções de confiança, o inciso V, do art. 37 da Carta Constitucional traz 
a seguinte redação: 
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo 
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira, nos casos, 
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de 
direção, chefia e assessoramento; 
Ante a análise do disposto, percebe-se que não há distinção precisa entre as funções de confiança e os 
cargos em comissão, todavia, a maior diferença entre o cargo em comissão e a função de confiança é o lugar 
ocupado no quadro funcional da Administração, sendo que, enquanto o cargo em comissão ocupa um espaço na sua 
estrutura, uma vez que se nomeia uma pessoa qualquer para exercê-lo (nomeação esta baseada na simples 
confiança da autoridade nomeante em relação à pessoa nomeada) reservado o limite mínimo exigido por lei, 
atribuindo-lhe um conjunto de atribuições e responsabilidades, a função de confiança é atribuída a um servidor 
efetivo, que já pertence aos quadros da Administração, não modificando, então, a estrutura organizacional da 
Administração Pública. 
Em relação à função de confiança, a Emenda Constitucional 19/98, dispôs que esta deverá recair, 
obrigatoriamente, sobre servidor ocupante de cargo efetivo. Diante disso, o que resta evidente é que não pode se 
falar em livre designação para função de confiança, contudo, a autoridade competente, poderá dispensar o servidor 
ocupante desta função de forma livre, a seu próprio critério. 
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Com relação à nomeação indiscriminada de servidores para ocupação de cargos comissionados no serviço 
público, embora não haja esta proibição legal, muito se tem conquistado para a extinção da prática do nepotismo 
em todas as esferas da Administração. 
Primeiramente, o nepotismo foi proibido no âmbito do Poder Judiciário e no Ministério Público, por meio de 
Resoluções dos Conselhos Nacional de Justiça e do Ministério Público, respectivamente. 
Sem sombra de dúvida foram iniciativas louváveis, porém, não foi o suficiente para abolição do nepotismo 
no meio político. Diante disso, em agosto de 2008, a Suprema Corte aprovou a Súmula Vinculante nº 13, vedando, 
totalmente, a prática de nepotismo nos 03 (três) poderes, executivo, legislativo e judiciário. De acordo com a 
referida Súmula, a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até 3º 
grau, inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, 
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou ainda de função gratificada da 
administração pública direta, indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
 nepotismo não alcança a nomeação para cargos políticos. Assim, o 
governador de um Estado pode nomear seu irmão para o cargo de secretário estadual, por exemplo. 
No inciso VIII, do art. 37, da CRFB/88, o constituinte assegura percentual dos cargos para os portadores de 
deficiência: 
 – 
 
 os critérios de admissão das pessoas portadoras de deficiência, jamais o 
administrador público. 
 
Direitos dos Servidores Públicos Civis 
 37, V , RFB/88, g 
sindical. 
O servidor público tem, portanto, o poder de se associar a um sindicato. Entretanto, destaca-se que a 
súmula 679 do STF proíbe a convenção coletiva para fixação de vencimentos dos servidores públicos. Destaca-se, 
ainda, que aos militares são vedadas a sindicalização e a greve (CRFB/88, art. 142, IV), sem exceção. 
A CartaMagna assegura, ainda, aos servidores públicos, os seguintes direitos sociais (CRFB/88, art. 39, § 3o): 
 Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais 
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, 
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo 
vedada sua vinculação para qualquer fim; 
 Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 
 Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
 R 
FUNÇÕES DE CONFIANÇA 
Ocupadas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo 
efetivo 
CARGOS EM COMISSÃO 
Podem ser preenchidos por pessoas com 
ingresso sem concurso público. 
Entretanto, a lei deve estabelcer 
percentuais mínimos de vagas a serem 
preenchidas por servidores de carreira, 
que ingressam no serviço público 
mediante concurso. 
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 Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
 Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a 
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
 Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
 R , , 
 Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
 g , z g , 
 Licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
 Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
 Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
 Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, 
idade, cor ou estado civil. 
Outro garantia assegurada ao servidor público o direito de greve, 37, V , 
 RFB/88, 
 
Regras Constitucionais Pertinentes à Remuneração dos Agentes Públicos 
Antes de iniciarmos a análise do dispositivo, cumpre fazermos algumas elucidações. A remuneração dos 
servidores públicos pode se dar por meio de subsídios, vencimentos ou salários. 
A primeira delas, o subsídio, uma forma de remuneração fixada em parcela única, sem acréscimos de 
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória 
remuneração obrigatória para os agentes políticos e para servidores públicos de determinadas carreiras (Advocacia-
Geral da União, Defensoria Pública, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, procuradorias dos estados e do DF, 
Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares). 
Os vencimentos compreendem a remuneração em sentido estrito, percebida pelos servidores públicos. O 
art. 41, da lei 8.112/90 estabelece que 
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. 
Finalmente, o 
celetista a empresa pública, por exemplo. 
 
Fixação da remuneração e revisão geral 
O inciso X, do art. 37,da CF/88 foi bastante alterado pela EC 19/98, passando a ter a seguinte redação: 
Art.37, X – A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa 
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de 
índices; 
A mais importante alteração introduzida pela referida emenda constitucional diz respeito à exigência de lei 
ordinária específica para que se fixe ou altere a remuneração (em sentido amplo) dos servidores públicos. Isso quer 
dizer que cada alteração de remuneração de qualquer cargo deverá ser feita por meio de edição de uma lei ordinária 
que somente trate deste assunto – a fixação ou a alteração do valor da remuneração de determinado (ou 
determinados) cargos. 
A iniciativa das leis que fixam a remuneração e o subsídio dos agentes públicos depende do cargo a que se 
refiram. As principais estão previstas na tabela a seguir: 
INICIATIVA CARGOS 
Presidente da República Cargos da estrutura do Executivo Federal 
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Câmara dos Deputados Cargos da estrutura Câmara dos Deputados 
Senado Federal Cargos da estrutura do Senado Federal 
Competência privativa de cada tribunal Cargos da estrutura do Poder Judiciário 
STF Ministros do STF 
Congresso Nacional 
 
Deputados federais, senadores, Presidente e Vice-
Presidente da República e ministros de Estado 
 
 
Necessidade de Licitação 
Em regra, as obras, serviços, compras e alienações quando envolverem o poder público em geral deverão 
ser feitos por meio de licitação. Lei 8.666/93 e Lei 10.520/02 (Lei do pregão). Necessidade de licitação engloba todos 
os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), em todas as esferas (Federal, Distrital, Estadual e Municipal), da 
Administração Direta e Indireta. 
A Constituição, como forma de proteger os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e 
probidade, determinou a obrigatoriedade da licitação. Trata-se de procedimento formal, disciplinado em lei, de 
observância obrigatória para a contratação de obras e serviços pelo Poder Público. O art. 37, XXI, da Constituição 
Federal, determina que ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações 
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os 
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da 
pro 
 
 
Criação de Autarquias e demais Entidade 
Em um determinado momento, tornou-se imprescindível a ampliação das atividades do Estado, algo que 
precipitou o surgimento de novas pessoas jurídicas, pessoas jurídicas de Direito Público e de Direito Privado, 
criadas, ratificadas ou autorizadas por lei, prontas à prestação de serviço público, ao exercício do poder de polícia e 
ao desempenho de atividade econômica. Em sua maioria, são as pessoas jurídicas de existência contingente, não-
obrigatória, porque decorrentes de decisões de governo que são posteriores ao Poder Constituinte Originário e 
Derivado, escolhas discricionárias de governo que dependem de legitimação legal. 
A CRFB/88 prevê a criação de entidades da Administração Indireta - 
 F , 
interesse público de maneira descentralizada. A descentralização consiste na transferência da titularidade de 
determinadas atividades a pessoas jurídicas criadas para executarem as mesmas. Veja o que determina o texto 
constitucional: 
 – 
 
lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; 
XX – Depende de autorizaçãolegislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das 
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em 
empresa privada; 
A Administração Indireta ou Administração Descentralizada nasce da transferência da titularidade e da 
execução do serviço público por lei (a outorga legal). A Administração Indireta surge por outorga, não por 
delegação, decorre de lei, e suas entidades não possuem um tempo determinado de duração. 
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Observa-se que as autarquias lei específica. Isso porque essas entidades são 
pessoas jurídicas de direito público, que realizam atividades típicas do Estado. 
 sociedades de economia mista e empresas públicas precisam de autorização em lei para serem 
criadas. Essas entidades são pessoas jurídicas de direito privado que poderão tanto prestar serviços públicos quanto 
explorar atividades econômicas. 
Sob o ponto de vista administrativo, segundo as regras de Direito, não existe um vínculo de hierarquia entre 
os órgãos da Administração Direta e as pessoas jurídicas de Direito Público e Privado que pertencem à Administração 
Indireta. 
 
Responsabilidade Civil Objetiva do Estado 
A teoria atualmente aceita e adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro é do risco integral, que retrata a 
responsabilidade objetiva do Estado, não admitindo qualquer forma de exclusão, sempre que verificado prejuízo 
causado a terceiros por atos ou fatos administrativos, prevista expressamente na própria Constituição Federal, no 
art. 37, §6º, in verbis : 
§6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
No mesmo dispositivo constitucional, foram elencadas duas teorias: a da responsabilidade objetiva do 
Estado e a da responsabilidade subjetiva do agente. No que toca a responsabilidade objetiva, responde o Estado 
independente da prova de sua culpa ou dolo, necessária apenas a comprovação do dano causado à vítima. 
Analisando o dispositivo, em sua primeira parte, vemos duas categorias de pessoas a ser consideradas responsáveis: 
as pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Territórios e suas autarquias) e 
as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. Na última categoria estão inseridas as 
fundações públicas de direito privado, empresas públicas, sociedades de economia mista, empresas permissionárias 
e concessionárias de serviços públicos. 
 
Causas atenuantes e excludentes da responsabilidade 
No âmbito da teoria da risco administrativo, a culpa concorrente da vítima é causa atenuante de 
responsabilidade. Já as causas excludentes são: a) força maior (acontecimento imprevisível, inevitável e estranho à 
vontade. Exemplos: tempestade, terremoto, raio); b) culpa exclusiva da vítima e c) culpa de terceiros. 
Registre-se que no caso fortuito (ato humano ou falha da Administração. Exemplo: rompimento de cabo 
elétrico) ocorre a responsabilização. Também importa consignar que a responabilização é possível nos casos de força 
maior conjugados com falha do serviço (Exemplo: enchente e posterior desídia na manutenção de galerias de 
escoamento de águas pluviais). 
 
Proibição de Acumular Cargos Públicos 
A Carta Constitucional dispõe no inciso XVI combinado com o inciso XVII, do art. 37, a regra que proíbe a 
acumulação remunerada de cargos, empregos ou funções, tanto na Administração direta como na indireta. 
Art. 37, XVI – É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando 
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. 
XVII – A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, 
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
A vedação à acumulação tem por finalidade impedir que a mesma pessoa ocupe vários cargos ou exerça 
várias funções e seja integralmente remunerado por todas sem, contudo, desempenhá-las com eficiência. 
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Por outro lado, a Constituição da República, diante da possibilidade de melhor aproveitar a capacidade 
técnica e científica de seus profissionais regulamentou algumas exceções à regra da não acumulação, com a 
ressalva de que deve haver a compatibilidade de horário. Vejamos as exceções constitucionalmente previstas nas 
alíneas do inciso XVI do artigo 37 a seguir: 
 a de dois cargos de professor; 
 a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
 a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; 
Há também a possibilidade de acumulação de uma atividade com mandato eletivo de vereador, nos termos 
do art. 38, III, da CRFB/88, pois investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, 
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não 
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior. 
 
Estabilidade, Reintegração, Recondução e Aproveitamento 
O instituto da estabilidade corresponde à garantia, ao servidor, de não ser dispensado sumariamente de 
forma imotivada ou por qualquer motivo que não se enquadre em uma das quatro hipóteses admitidas pela 
Constituição Federal, conforme veremos a seguir. 
A estabilidade não serve, como entendem alguns opositores à Administração Pública, para garantir a 
permanência do funcionário no serviço público a qualquer custo, ainda que notoriamente incompetente, mas sim, 
para garantir segurança aos servidores no desempenho de suas funções. 
A estabilidade se aplica aos servidores públicos estatutários ocupantes de cargos efetivos. Para sua 
aquisição, são necessários quatro requisitos: 
 
Nos termos do art. 41, da CRFB/88, são estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados 
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. O servidor público estável : 
 Em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
 Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
 Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 
Invalidada por sentença judicial a demissão do , g , 
da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou 
posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
 g , , 
 , g 
 , g ria a avaliação especial de desempenho por 
comissão instituída para essa finalidade. 
ESTABILIDADE 
Concurso público 
Nomeação em cargo público efetivo 
Três anos de efetivo exercício do cargo 
Avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para esse fim 
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