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apostila Economia Aplicada(1)

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ECONOMIA 
APLICADA 
PROF: DR. RENATO ELIAS FONTES 
UFLA - 2012 
 
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SUMÁRIO 
1.1 INTRODUÇÃO ......................................................... 03 
1.1 Conceito ..................................................................... 03 
1.2 Histórico da Economia ........................................... 03 
1.3 Microeconomia e Macroeconomia ............................ 04 
1.4 Noções fundamentais de economia ......................... 05 
2. SISTEMA ECONÔMICO ........................................ 19 
2.1 Conceito ...................................................................... 19 
2.2 Formas de Organização da Atividade Econômica .... 19 
2.3 Fluxo Econômico ....................................................... 20 
2.4 Agentes Econômicos ................................................ 22 
3. MODELO DE MERCADO ......................................... 28 
3.1 Demanda e Oferta ..................................................... 28 
3.2 Mercados .................................................................... 30 
4. PRINCÍPIOS DA TEORIA DA PRODUÇÃO ........... 33 
4.1 Conceito ...................................................................... 33 
4.2 Função e Fatores de Produção.................................. 34 
4.3 Economias de Escala .............................................. 40 
5. CUSTO DE PRODUÇÃO ........................................... 43 
5.1 Conceito e Objetivos ............................................... 43 
5.2 Prazos ........................................................................ 44 
5.3 Classificação dos custos ........................................ 44 
5.4 Recursos Fixos e Recursos Variáveis ...................... 47 
5.5 Planilhas do Custo de Produção .............................. 49 
6. ANÁLISE ECONÔMICA SIMPLIFICADA .............. 57 
6.1 Conceitos ................................................................ 57 
2 
 
6.2Situações de Análise econômica da atividade produtiva. 59 
6.3 Ponto de Nivelamento, Resíduo e Cobertura ............. 61 
7. COMERCIALIZAÇÃO ............................................. 64 
7.1 Introdução ................................................................... 64 
7.2 Sistema de Comercialização ....................................... 65 
7. 3 Canais, Fluxos e Margens De Comercialização ........ 70 
7.4 Mercado Derivativo Agropecuário ............................. 73 
7.4.1 Mercado Futuro ................................................... 74 
7.4.2 Mercado De Opções ................................................ 85 
7.4.3 Mercado a Termo - Cédula de Produto Rural (CPR)... 91 
8. ENFOQUE MACROECONÔMICO ............................. 114 
8.1 Introdução ................................................................. 114 
8.2 Contas Nacionais ......................................................... 114 
8.3 Estrutura do Balanço de Pagamentos ......................... 128 
8.4 Políticas Macroeconômicas ........................................ 128 
8.5.Globalização ............................................................... 132 
9. GLOSSÁRIO ................................................................. 142 
10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .............................. 148 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA 
 
1.1 Conceito 
 É uma ciência social que estuda como o 
indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos 
produtivos escassos na produção de bens e serviços, de 
modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da 
sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. 
Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de 
produção são escassos; contudo as necessidades 
humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso 
obriga a sociedade a escolher entre alternativas de 
produção e de distribuição dos resultados da atividade 
produtiva aos vários grupos da sociedade. 
 Com isto, por mais rica que a sociedade seja, os 
fatores de produção serão sempre escassos para efetivar 
a fabricação de todos os bens e serviços que essa mesma 
sociedade deseja. Ela terá que efetuar escolhas sobre 
quais os bens e serviços deverão ser produzidos, da 
mesma forma que os homens, contanto com os salários 
de determinado valor, não pode naturalmente consumir 
todos os bens e serviços que deseja, devendo escolher 
entre eles quais poderão adquirir e que estejam ao 
alcance de sua renda. Portanto, a ciência econômica é 
aquela que estuda a escassez ou que estuda o uso dos 
recursos escassos na produção de bens alternativos. 
 
1.2 Histórico da Economia 
 
 As primeiras manifestações do pensamento 
econômico surgiram na antiguidade As questões 
econômicas têm preocupado muitos intelectuais ao 
longo dos séculos. Na antiga Grécia, Aristóteles e Platão 
dissertaram sobre os problemas relativos à riqueza, à 
propriedade e ao comércio. Durante a Idade Média, 
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predominaram as idéias da Igreja Católica Apostólica 
Romana e foi imposto o direito canônico, que 
condenava a usura (contrato de empréstimo com 
pagamento de juros) e considerava o comércio uma 
atividade inferior à agricultura. 
 Como ciência moderna independente da 
filosofia e da política, destaca-se a publicação da obra 
An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of 
Nations (1776; Uma investigação sobre a natureza e as 
causas da riqueza das nações), do filósofo e economista 
escocês Adam Smith. 
 O mercantilismo e as especulações dos 
fisiocratas precederam a economia clássica. Essa parte 
dos escritos de Smith é desenvolvida na obra dos 
economistas do século XIX, como Thomas Robert 
Malthus e David Ricardo, e culmina com a síntese de 
John Stuart Mill. 
 Estes aceitaram a lei de Say sobre os mercados, 
fundada pelo economista Jean Baptiste Say. Nela, o 
autor sustenta que o risco de um desemprego maciço em 
uma economia competitiva é desprezível, porque a 
oferta cria sua própria demanda, limitada pela 
quantidade de mão-de-obra e os recursos naturais 
disponíveis para produzir, não podendo, portanto, haver 
nem superprodução nem desemprego. Cada aumento da 
produção aumenta os salários e as demais receitas 
necessárias para a compra dessa quantidade adicional 
produzida. 
 A oposição à escola do pensamento clássico 
veio dos primeiros autores socialistas do século XIX, 
como Claude Henri de Rouvroy, conde de Saint-Simon, 
e do utópico Robert Owen. Porém, foi Karl Marx o 
autor das teorias econômicas socialistas mais 
importantes. 
5 
 
 Na década de 1870, aparece a escola 
neoclássica, que introduz na teoria clássica as novas 
produções do pensamento econômico, principalmente os 
marginalistas, como William Stanley Jevons, Léon 
Walras e Karl Menger. O economista Alfred Marshall, 
em sua obra-prima, Principles of Economics (1890; 
Princípios de economia), explicava a demanda a partir 
do princípio da utilidade marginal e a oferta, a partir do 
custo marginal (custo de produção da última unidade). 
 John Maynard Keynes, defensor da economia 
neoclássica até a década de 1930, analisou a Grande 
Depressão em sua obra The General Theory of 
Employment, Interest and Money (1936; Teoria geral do 
emprego, do juro e da moeda), em que formulou as 
bases da teoria que, mais tarde, seria chamada de 
keynesiana ou keynesianismo. Tanto a teoria 
neoclássica dos preços como a teoria keynesiana da 
receita tem sido desenvolvida de forma analítica por 
matemáticos, utilizando técnicas de cálculo, álgebra 
linear e outras sofisticadas técnicas da análise 
quantitativa. Na especialidade denominada econometria, 
a ciência econômica se une com a matemática e a 
estatística. 
 
1.3 Microeconomia e Macroeconomia 
 
 A microeconomia ocupa-se da analise do 
comportamento das unidades econômicas, como 
famílias, ou consumidores,e as empresas. Estuda 
também os mercados onde operam os demandantes e 
ofertantes de bens e serviços. A perspectiva 
microeconômica considera a atuação das diferentes 
unidades econômicas como se fossem unidades 
individuais. A microeconomia é aquela parte da teoria 
econômica que estuda o comportamento das unidades, 
6 
 
tais como os consumidores, as industrias e as empresas, 
e suas inter-relações. 
 A macroeconomia, pelo contrario, ocupa-se do 
comportamento global do sistema econômico refletido 
em um número reduzido de variáveis, como produto 
total de uma economia, o emprego, o investimento, o 
consumo, o nível geral de preços, etc. Ela estuda o 
funcionamento da economia em seu conjunto. Seu 
propósito é obter uma visão simplificada da economia 
que, porem, ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar 
sobre o nível da atividade econômica de um 
determinado país ou de um conjunto de países. 
 De qualquer forma, deve-se ressaltar que a 
microeconomia e a macroeconomia são dois ramos da 
mesma disciplina, a economia, e como tais se ocupam 
das mesmas questões, ainda que se fixem em aspectos 
distintos. 
 
1.4 Noções fundamentais de economia 
 
Necessidades Econômicas 
 Todos nós sabemos o que é precisar ou desejar 
alguma coisa: alimentos, roupas, dinheiro, ferramentas, 
viagens, etc. Essa situação humana tem o nome de 
necessidades econômicas (ou humanas). 
 Conceitualmente, necessidade econômica é o 
desejo de obter bens e serviços úteis ou ainda, o 
sentimento de privação de um bem que se tende a 
desejar. As causas das necessidades econômicas podem 
ser primarias e secundarias. 
- Primárias são as que dizem respeito às necessidades 
vitais do individuo e sem as quais ele morre (comer, 
dormir, vestir). 
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- Secundárias são aquelas referentes ao bem-estar, 
comodidade, conforto, luxo, etc., depois de satisfeitas as 
primárias. 
 Necessidade em sentido comum ou vulgar são 
as faltas ou carências importantes para a vida humana. 
Necessidade em sentido econômico possuem outros 
aspectos que as distanciam do conceito comum das 
necessidades, assim, elas podem ser: 
 Subjetivas: cada indivíduo decidirá, se tem ou não 
necessidade de algum bem econômico. 
 Imaginárias: são necessidades reais de ponto de 
vista econômico, embora não sejam do ponto de vista 
vulgar. São necessidades econômicas porque 
determinam atividades econômicas, a fim de serem 
satisfeitas. 
 Carro 2006 → compra carro 2007 
 Abstrativas:a necessidade econômica faz abstração 
de juízo moral, religioso, ético, filosófico, jurídico sobre 
a natureza ou o objeto da necessidade. O desejo de bem 
nocivos ou inúteis pode determinar atividades 
econômicas de produção, mercado, preços,consumo e 
etc. O ético e o jurídico normalizam a necessidade 
econômica. 
OBS.: A ética e o direito opinarão sobre essas diferentes 
necessidades econômicas, e determinarão que se 
reprimam ou disciplinem as que podem ser nocivas aos 
indivíduos ou a sociedade. 
 
Características das Necessidades Econômicas 
- Qualidade da necessidade: permite fazer a diferença 
entre uma necessidade e outra; individualiza cada 
necessidade permitindo sua classificação; são imitadas 
em numero, concorrem entre si, se propagam pela 
imitação, podem ser criadas pela imaginação. E.: 
comer/dormir, estudar/ tomar água, fumar/ dormir. 
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- Saciabilidade: uma necessidade é limitada, a medida 
vai sendo satisfeita pode desaparecer ou decrescer, 
apenas uma necessidade parece não ter limitação: o 
dinheiro. 
- Substituição: uma necessidade pode ser substituída 
por outra ou pode uma mesma necessidade ser satisfeita 
de formas diferentes. Ex.: Filme no cinema ou na TV; 
vinho caro/ vinho barato, etc. 
 
Classificação das Necessidades Econômicas 
- Primarias: indispensáveis à vida humana (comer, 
dormir, vestir, emprego, transporte). 
- Secundárias: referem-se ao bem estar (conforto, luxo,, 
comodidade) depois de satisfazer as Primárias 
conhecida como sociais e/ou culturais. Ultrapassam o 
mínimo indispensável à vida humana. 
- Matérias: são satisfeitas mediante o uso do bem. Ex.: 
coca-cola, carro, imóvel. 
- Imateriais: são os diversos serviços que os homens 
prestam uns aos outros. Ex.: viagens, aulas, consultas, 
corte de cabelo. 
- Individuais: são aquelas experimentadas pelo 
individuo em seu próprio ser. Ex.: comer, vestir, 
divertir, etc. 
- Coletivas: surgem porque os homens vivem em 
grupos. Ex.: familiar (educação dos filhos), necessidade 
pública (administração pública, policiamento, saúde), 
necessidades sociais (clubes recreativos). 
- Solváveis: quando tem necessidade e se pode 
satisfazê-la. 
- Insolváveis: quando tem necessidade e não se pode 
satisfazê-la. 
- De consumo: satisfazem diretamente. Ex.: cerveja, 
cigarro, alimentos, calçados e etc. 
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- De produção: bem que são utilizados na produção de 
outros bens. Ex.: aço, matéria-prima, máquinas, 
formação profissional e etc. 
 
Necessidade e Estado 
 No nosso sistema capitalista, onde prevalece o 
principio da intervenção necessária do Estado, 
observamos que: 
- Cabe ao estado providenciar para que as necessidades 
primárias sejam satisfeitas pela totalidade da população; 
- Cabe à iniciativa privada integrar-se na tarefa de 
abastecimento das necessidades primárias e 
providenciar a satisfação das necessidades secundárias; 
- Cabe ao Estado no domínio econômico e social, 
quando a iniciativa privada torna-se inoperante, 
prejudicando o desenvolvimento econômico. 
 
Dinâmica das Necessidades 
 São as necessidades que provocam as ações 
humanas, pela qual se satisfazem essas necessidades. Há 
um circuito fechado a respeito: 
 “A necessidade N gera o desejo, que provoca a 
atividade econômica A, isto é, o trabalho que procura 
obter o bem B, que por sua vez, satisfaz a necessidade 
N.” 
 Os males que impedem a dinâmica das 
necessidades são entre outros, os seguintes: a 
ignorância, a falta de liberdade, a ausência de técnicos, a 
ausência de cientistas, etc. 
 
Utilidade 
 A noção de utilidade está intimamente ligada à 
idéia de necessidade. A idéia econômica de utilidade 
difere do significado vulgar da palavra. Em sentido 
vulgar, útil é o que não prejudica. 
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 Em sentido econômico, útil é todo bem que 
satisfaz uma necessidade sem quaisquer indagações 
morais, éticas, filosóficas ou legais. É a propriedade que 
tem os bens de corresponderem à uma necessidade ou a 
um desejo humano. É a propriedade que possuem os 
bens de se tornarem aptos às nossas necessidades. 
 
Condições para um bem ser útil: 
- Existência de uma relação entre a qualidade do bem e 
uma das nossas necessidades; 
- Reconhecimento dessa relação; 
- Acessibilidade do bem. 
 Ex.: Há uma relação entre o livro de economia e 
a minha necessidade de estudar economia para a 
próxima prova; reconheço que este livro e o seu 
conteúdo são absolutamente necessários para a 
realização de uma boa prova; o livro de economia é 
acessível, isto é, ele existe na livraria e eu posso 
comprá-lo. Conclusão: o livro de economia satisfaz os 
três itens citados e portanto ele é ÚTIL. 
 
Tipos de Bens: 
- Livre: em circunstâncias normais, caracterizam-se 
pela abundância, não constituindo um problema cuja 
solução esteja no âmbito da analise econômica. Ex.: 
águas dos mares, luz solar, ar. 
- Econômico: bens escassos, cuja obtenção requer certa 
quantidade de trabalho. Compreendem duas categorias: 
Bens tangíveis e os intangíveis. 
Tangíveis: são bens materiais. Ex.: alimentos, 
vestuários, bebidas. 
Intangíveis: que não são da natureza física, são os 
serviços. Ex.: consultas, aulas, táxi, cabeleireira. 
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- Capital: são bens utilizados para a produção de outros 
bens, e por isso são também conhecidos por “bens de 
produção”. Ex.: máquinas, ferramentas, insumos. 
- Consumo: são os produtos que se destinamao 
consumo. Subdividem em bens de consumo não 
duráveis (sua existência é limitada no tempo e 
geralmente desaparecem ao satisfazer as necessidades. 
Ex.: alimento, cigarro) e bens de consumo duráveis 
(utilização prolongada. Ex.: geladeira, carro). 
- Intermediários: requerem transformação antes de se 
converterem num bem de consumo ou de capital. Ex.: 
aço, cimento, cal. 
- Finais: satisfazem necessidades de consumo ou de 
investimentos, sem exigir mais nenhuma transformação. 
Ex.: computadores, móveis. 
- Privados: produzidos e possuídos privadamente. Ex.: 
moradias, carros, computadores. 
- Públicos (coletivos): aqueles cujo o consumo é feito 
simultaneamente por vários indivíduos. Ex.: praças, 
parques, praias. 
 
Valor Econômico 
 É a maior ou menor estimativa que temos pelos 
bens. É a relação entre a utilidade percebida por um 
indivíduo ou grupo e a necessidade e poder de compra 
que possui. Atributo que dá aos bens materiais sua 
qualidade de bens econômicos. 
Teoria sobre o Valor 
 O valor tem sido explicado à luz de inúmeras 
teorias, que podem ser agrupadas em dois sentidos: as 
objetivas e as subjetivas. As objetivas procuram as 
razoes do valor simplesmente por fenômenos objetivos, 
como por exemplo, o tempo gasto na elaboração de um 
bem, desligados de qualquer apreciação ou estimativas 
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individual. As subjetivas enfatizam essa estimativa 
individual. 
 Todas as teorias relacionadas a seguir não são 
completas por si mesma, mas oferecem como subsídios 
à uma teoria eclética, que engloba as parcelas de 
verdade que as outras trazem. 
 Teoria da Utilidade: o valor dos bens e 
serviços depende de sua utilidade e varia conforme esta. 
Como conseqüência todo bem útil teria sempre valor 
econômico e portanto em preço; o bem útil poderia ser 
trocado sempre por uma quantia maior ou menor de 
dinheiro. Questionamento: há coisas de máxima 
utilidade para o homem e que, no entanto não possuem 
nenhum valor econômico e, portanto preço. 
 Teoria da Raridade: afirma que o valor das 
mercadorias e serviços advém da sua maior ou menor 
raridade, ou escassez, ou limitação. Consequência: as 
coisas abundantes ou de produção fácil valem pouco; as 
coisas de produção difícil valem muito. 
 Teoria do Custo: esta teoria parte do 
“paradoxo do valor”: a) a água é útil para o homem e 
não apresenta nenhum valor econômico; b) o diamante, 
nenhuma utilidade tem para o homem e, no entanto, 
possui grande valor econômico. A teoria conclui: a) o 
valor não pode vir da utilidade senão a água o teria; b) o 
valor vem do custo de produção do bem. 
Teoria do Valor-Trabalho: o valor econômico 
tem como causa “o tempo de trabalho cristalizado no 
bem” ou ainda, o valor de um bem está na exata medida 
da quantidade de trabalho manual gasta em sua 
produção, pela verificação das horas consumidas. 
Se uma mercadoria pode ser trocada por outra, se uma 
mercadoria pode ser equivalente a outra é porque elas 
possuem “algo de comum”. Esse “algo comum” é o 
trabalho humano sem a qual nada é produzido, e que se 
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incorpora na mercadoria (é o trabalho cristalizado). Para 
esta teoria, o trabalho é a única “medida de valor”. 
 Teoria Marginalista: procura explicar o valor 
econômico através da noção de utilidade marginal. No 
estudo desta teoria devemos distinguir entre: a) 
fundamento ou causa do valor econômico e, b) medida 
do valor econômico. 
A causa procura explicar porque os bens têm valor para 
o sujeito econômico. A medida procura expressar o 
maior ou menor valor econômico que o bem tem para o 
sujeito econômico. 
 Teoria Eclética: nenhuma das teorias vistas 
satisfaz plenamente, por isso á apresentado um 
“entendimento eclético do valor”, em que as teorias 
entram, não como descritas, mas com o que tem de 
lógico e bom. 
 Quais são os elementos que indicam então valor 
econômico, segundo a teoria eclética? O valor de uso, o 
valor de troca, o subjetivismo, a oferta e a procura, a 
produção limitada ou ilimitada. 
 
Preços 
 Nas economias monetárias há um tipo de 
medida que intervém para analisar os bens que se 
deseja; serve como “medida de valor”, isto é, como a 
expressão do valor. Essa medida do valor toma nome de 
“preço”, e por ele são avaliados os bens econômicos que 
se pretende obter, necessariamente terá uma expressão 
que dê o exato alcance de sua dimensão. Não confundir 
preço com valor de troca. O valor de troca é uma 
relação que nasce quando se permuta, e o preço 
representa a moeda disponível para a permuta, de 
acordo com os padrões monetários adotados. 
 Moeda e preço marcam toda a economia 
moderna e por isso são adotados universalmente. Dessa 
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presença básica, moeda e preço, surge o mercado, onde 
aparecem a oferta e a procura. E dentro do mercado, que 
não é um espaço geográfico, mas econômico, o preço é 
o termômetro monetário que indica a escassez e a 
utilidade dos bens e serviços disponíveis. Importância 
do preço numa economia. 
- São indicadores da produção e do consumo, pois tanto 
os vendedores como os compradores norteiam-se pelos 
preços que conseguem, a fim de produzir em maior ou 
menor quantidade ou para adquirir em maior ou menor 
quantidade; 
- Dirigem a distribuição dos recursos econômicos, 
incentivando ou não as atividades produtivas neste ou 
naquele setor, quer se apresentem com oferta mais ou 
menos abundante; 
- Concorrem para que haja a repartição da renda, pois é 
de se supor que as vendas cubram, pelo menos as 
despesas de produção e ainda permitam a remuneração 
do empresário, isto é, o lucro. 
 
Necessidade de Escolha e o Custo de Oportunidade 
 Na vida somos forçados a escolher 
continuamente. Quando optamos por algo, temos de 
renunciar a outras coisas, como os recursos disponíveis 
são escassos, somente se pode satisfazer uma 
necessidade se deixa de satisfazer outra. Não há 
recursos materiais suficientes, trabalho e nem capital 
para produzir tudo o que as pessoas desejam. Por isso, é 
necessário escolher as diferentes opções que se 
apresentam. 
 Quando decidem gastar ou produzir, governos 
empresas ou famílias estão renunciando a outras 
possibilidades. 
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- Custo de oportunidade: de um bem ou serviços é a 
quantidade de outros bens ou serviços que se devem 
renunciar para obter. 
- Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção: 
reflete as opções que se oferecem à sociedade e a 
necessidade de se escolher entre elas. Uma economia 
está situada sobre a fronteira de possibilidades de 
produção, quando todos os fatores de que dispõe a 
economia, estão sendo utilizados para a produção de 
bens e serviços. 
 
Leis Econômicas 
 Conceitos: é a relação constante entre a causa e 
o efeito econômico. 
- São abstrações e generalizações da realidade; 
- São leis hipotéticas, porque só se realizam sob certas 
condições, previamente estabelecidas; 
- São leis estatísticas; 
- São demonstráveis matematicamente pelo calculo de 
probabilidade. 
 
Principais Leis Econômicas 
 Lei dos Rendimentos Decrescentes: À medida 
que aumentando a quantidade de um fator variável, e 
permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a 
produção, de início crescerá a taxas crescentes, a seguir 
após certa quantidade utilizada do fator variável, passará 
a crescer a taxas decrescente continuando o aumento da 
utilização do fator variável, a produção decrescerá. 
 Lei do Interesse Pessoal: Conhecida também 
como principal Hedomestico, ou Lei do Menor Esforço, 
corresponde a tendência natural do homem, em procurar 
o máximo bem-estar com o mínimo de esforço. É 
aplicada na economia sobre a forma de melhor 
administração e organização dos meios de produção, 
16 
 
menor perda de tempo e material, maior eficiência, com 
menor tempo de trabalho. 
 Lei da Livre Concorrência: Prega a liberdade 
individual no seu maior amplo sentido, atingindo o 
planoeconômico (Industria, Comercio, Agricultura). É 
contra qualquer intervencionismo estatal. 
 Lei das Substituições: O bem econômico de 
natureza semelhante pode sempre ser substituído por 
outro. 
 Lei da Demanda: A quantidade procurada por 
um bem ou serviço varia inversamente ao seu preço. 
Preços e quantidades caminham em sentido contrario. 
 Lei da Oferta: A quantidade oferecida de um 
bem ou serviço varia diretamente com o seu preço. 
Preços e quantidades caminham no mesmo sentido. 
 
Metas Econômicas 
 A meta da economia é o desenvolvimento de 
melhores políticas que minimizem os problemas e 
maximizem os benefícios recebidos em troca do nosso 
esforço diário. Mais especificamente, existe um 
consenso de que devemos procurar as seguintes metas: 
A. Um alto nível de emprego 
 A importância da manutenção de um elevado 
nível de emprego destacou-se mais durante a Grande 
Depressão dos anos 30, quando muitos países não 
alcançaram este objetivo. Durante a forte contração da 
economia entre 1929 e 1933, o produto total dos 
Estados Unidos caiu 30%, por exemplo, e os gastos com 
as novas instalações e equipamentos diminuíram em 
quase 80%. 
 Enquanto a situação econômica piorava, mais e 
mais trabalhadores perdiam seus empregos. Em 1933, 
25% da força de trabalho estava desempregado e o 
problema não foi resolvido de imediato. A queda até o 
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fundo da Depressão durou quase quatro anos e o 
processo de recuperação até altos níveis de emprego foi 
ainda mais demorado. Foi só no inicio dos anos 40, 
quando a produção de material bélico aumentou 
vertiginosamente, que muitos dos americanos 
desempregados conseguiram encontrar trabalho. Uma 
depressão existe quando a taxa de desemprego 
permanece alta durante um longo período. 
 O termos desempregado de aplica àquelas 
pessoas que estão dispostas a trabalhar e tem a 
capacidade necessária, mas não encontram emprego. 
Assim, um estudante universitário de tempo integral não 
se classifica como desempregado; o trabalho imediato 
dele é o de se educar, não de encontrar emprego. Da 
mesma maneira, um aposentado de setenta anos de 
idade seria excluído das estatísticas de desemprego. Os 
indivíduos que se encontram na cadeia ou em 
instituições para doentes mentais também não são 
contados, porque não poderiam comparecer ao trabalho. 
Uma pessoa está desempregada se ela é qualificada e, 
embora procurando não encontra um emprego. 
 A taxa de desemprego se calcula como uma 
porcentagem do total da população economicamente 
ativa, ou seja, a soma dos indivíduos empregados e 
desempregados. (As estatísticas de população 
economicamente ativa e desemprego são calculadas em 
função da definição tradicional de “empregos”. Assim, 
uma mulher que fica em casa e cuida de seus próprios 
filhos, não sta na “força de trabalho” nem “empregada”, 
embora, certamente, trabalhe). 
 No Brasil, as informações anuais sobre o 
número de desempregados só começaram a ser 
coletadas a partir de 1967, quando a primeira pesquisa 
nacional de amostra a domicilio (PNDA) foi realizada. 
18 
 
 A nossa economia não sofreu tanto como a dos 
paises industrializados, o nível de produção industrial 
caiu levemente de 1929 a 1930 recuperando-se em 
1931. esse fato explica porque não houve a rigor, 
preocupação com o desemprego conjuntural (próprio 
das flutuações cíclicas no nível da atividade econômica) 
como seria de esperar se houvesse desemprego 
estrutural (próprio do descompasso entre o numero dos 
novos trabalhadores que ingressam no mercado e o 
número de empregos criados). 
B. Estabilidade de Preços 
 O desemprego corresponde a uma perda pura e 
simples; a sociedade perde os bens que os 
desempregados poderiam ter produzido. O problema 
com a inflação não é tão obvio. Quando o preço 
aumenta, alguém ganha e alguém perde. O comprador 
tem que pagar mais, há um ganho equivalente para o 
vendedor. Quando os produtores vêem o preço dos bens 
que produzem subindo, acham que esses aumentos são 
perfeitamente justos, normais ou razoáveis. Quando o 
consumidor descobre o aumento no preço do bem que 
compra, acha que este aumento demonstra a cobiça dos 
vendedores. A dupla natureza de aumentos de preço é – 
um ganho para o vendedor, uma perda para o 
consumidor – dificulta a avaliação do perigo da 
inflação. 
 Diz-se que um pouco de inflação facilita a 
redução do nível de desemprego. Outros dizem que 
políticas inflacionarias não elevam o nível de emprego, 
e que conduzem à uma inflação descontrolada. Uma 
hiperinflação destrói rapidamente o poder de compra do 
dinheiro; todos desejam gastar o dinheiro o quanto 
antes, enquanto ainda podem trocá-lo por coisas de real 
valor. Uma hiperinflação ocorre durante ou pouco 
depois de conflitos bélicos que causam um aumento, em 
19 
 
disparada, das compras governamentais. Problemas de 
hiperinflação tiveram o sul dos Estados Unidos durante 
a Guerra Civil (Secessão), Alemanha (1923) onde US$ 
1,00 = 4 trilhões de marcos e outras. 
 A inflação prejudicam os que vivem de renda 
fixa e as pessoas que pouparam quantias fixas de 
dinheiro para a sua aposentadoria ou para 
eventualidades (acidentes, doenças graves, etc.).Mas 
outros ganham com a inflação: os ricos ficam mais ricos 
e os pobres ficam mais pobres. A inflação pode induzir 
à especulação improdutiva (as pessoas, por exemplo, 
compram imóveis para vendê-los com lucro). A inflação 
pode levar a mais erros econômicos. Para tomar 
decisões certas, as pessoas devem ter uma imagem 
acurada da conjuntura nacional. Quando os preços 
sobem rapidamente a imagem da conjuntura fica fora de 
foco e perde clareza. 
C. Eficiência 
 A economia pode apresentar um mau 
desempenho mesmo com bem baixas de desemprego e 
de inflação. A meta par o máximo esforço produtivo é a 
eficiência (produtividade). Podemos dois tipos de 
eficiência: 
 * Eficiência técnica: Ex.: o fabricante A 
produziu 50 bicicletas usando 30 homens e 12 
máquinas; o fabricante B produziu as mesmas 50 
bicicletas usando 25 máquinas e 8 máquinas. Diz-se 
então que o produtor B foi mais eficiente que A; em 
outras palavras B usou racionalmente o seu 
equipamento. 
 * Eficiência Alocativa: é a combinação 
inteligente de um conjunto de bens. Ex.: na produção de 
trigo devemos empregar muitos homens e poucas 
máquinas ou muitas máquinas e poucos homens? 
D. Uma Distribuição Eqüitativa da Renda 
20 
 
 A economia brasileira cresce, mais ainda assim 
muitas pessoas continuam vivendo miseravelmente, não 
podendo adquirir alimentos, roupas, moradia, etc. por 
que alguns têm muito e muitos têm pouco? Há um 
consenso de que a sociedade é responsável pela ajuda a 
essas pessoas menos privilegiadas. Não existe uma 
concordância de opiniões no sentido de que devemos ter 
uma igualdade completa de renda como meta; a 
distribuição “melhor” de renda é mal definida. Devido 
às obvias complicações, a pobreza é difícil de ser 
definida em termos monetários. 
 Devemos considerar em primeiro lugar que nem 
todos têm as mesmas necessidades: os doentes precisam 
mais de cuidados médicos, as famílias grandes precisam 
de alimentos, roupas, etc. os que moram na cidade 
gastam mais em necessidades básicas (custos mais altos 
de alimentos e de habitação) que os que moram na zona 
rural, onde cada família pode produzir parte de seu 
sustento. Não existe uma medida simples e única para 
definir uma “linha de pobreza” que marcaria o limite 
entre as famílias pobre e não pobres. 
 Um dos processos mais eficazes de combater a 
pobreza é a de aumentar a produção geral. “A maré alta 
levanta todos os barcos”. Um aumento generalizado de 
rendas por toda a economia faz com que a renda das 
pessoas com menos recursos também seja aumentada. 
 Outro processo para se combater a pobreza é 
pela “Redistribuição de Renda”. Sabemos que a feitura 
do produto nacional, provoca a distribuiçãoprimaria das 
rendas, isto é, os pagamentos feitos aos fatores de 
produção através dos salários, juros, lucros e aluguéis. 
Essa distribuição primária não livra o país dos 
problemas da pobreza, insuficiência das rendas, das 
desigualdades das rendas e da insegurança econômica. 
21 
 
 A redistribuição da renda elimina a pobreza, a 
renda insuficiente, proporciona segurança econômica às 
pessoas, influi no funcionamento de economia nacional, 
encorajando uma “demanda agregada” que por sua vez 
faz com que funcione com equilíbrio e em expansão a 
economia nacional. 
 
Os meios de distribuição de rendas: 
 Através da receita pública: impostos – o Estado 
exigindo impostos maiores dos que têm bastante 
para pagar, até isentando os economicamente 
fracos está procurando diminuir distancia entre 
as rendas dos ricos e dos pobres. Um dos meios 
mais eficientes é o imposto de renda. 
 Através da Despesa Pública: se as 
desigualdades sociais começam a diminuir com 
a arrecadação de impostos, o processo de 
diminuição das distâncias entre ricos e pobre 
continua com a aplicação do dinheiro público, 
que poderá ser feito dentre as seguintes 
modalidades: 
 Obras e serviços públicos (quando o Estado 
constrói estradas, ruas, grupos escolares, 
ginásios, creches, asilos, etc. Assim o faz, não 
pensando em beneficiar os ricos, mas sim dar 
aos mais necessitados as possibilidades de 
usufruir de certos bens e serviços, no mesmo pé 
de igualdade com a elite. Os bens e serviços 
públicos, dentro das suas finalidades, podem ser 
gozados por todos os cidadãos, ricos ou pobres); 
 Subscritos, auxílios ou subvenções (o Estado 
distribui gratuitamente, subsídios a certas 
empresas para que possam colocar seus 
produtos no mercado a preços ao alcance dos 
consumidores mais pobre, ou concede auxílios e 
22 
 
subvenções para entidades filantrópicas e 
beneficentes a fim de que essas possam atender 
a uma faixa da população mais miserável); 
 Autarquia e outros órgãos de finalidades sociais 
(existem certos órgãos, os quais sob a forma de 
empresas públicas, de departamentos públicos 
ou autarquias, têm a principal finalidade de 
assistir socialmente a determinada faixa da 
sociedade;assim são, por exemplo, os órgãos da 
previdência social); 
 Aplicação em atividade produtiva (se em 
determinada região do país houver desemprego 
ou subemprego, o Estado, ao invés de dispender 
determinada importância para ajudar os 
desempregados a se manterem, empregará o 
dinheiro na construção de uma obra, em que 
haja criação de novos empregos. Dessa forma 
resolve o problema do desemprego e faz 
aparecer uma nova obra pública que também irá 
beneficiar a muitas pessoas. Outras vezes, em 
forma de sociedade de economia mista, na qual 
detém o controle acionário, o Estado pode 
explorar determinado setor de atividade, que 
crie novos empregos. É o caso da 
PETROBRÁS, Cia. Vale do Rio Doce, etc. 
Com os investimentos pelo Estado, crescem os 
empregos e os salários. Com os novos empregos 
e salários, cresce a demanda dos bens de 
consumo). 
 Através da Fixação de Preços: o equilíbrio 
social também pode ser conseguido com a 
fixação de preços máximos e mínimos, 
conforme o caso, como quando o governo faz 
tabelamento de alugueis, fixando preços 
máximos de locação para beneficiar o inquilino 
23 
 
considerado economicamente mais fraco que o 
proprietário do imóvel; fixação de preços 
máximos para gêneros de primeira necessidade, 
objetivando-se também proteger as classes com 
menos recursos. Existe ainda, a fixação de 
preços mínimos como acontece com os salários, 
e os preços agrícolas. Os preços agrícolas são 
tabelados num mínimo para ajudar o lavrador 
que não dispõe de meios de enfrentar o jogo 
comercial dos compradores de seus produtos. 
E. O crescimento 
 Em uma economia com desemprego em massa, 
pode-se aumentar o produto ao dar trabalho aos 
desempregados. Mas há que considerar que existe um 
limite na quantidade que pode ser produzida com a 
força de trabalho, terra, fabricas e equipamentos; 
aumentar o produto além desse limite, exigirá um 
aumento dos recursos disponíveis (mais fabricas, 
maquinas, novos tipos de maquinas mais produtivas ou 
nova organização da produção). 
 Quando os economistas falam de crescimento, 
querem dizer um aumento da produção resultante de 
avanços tecnológicos ou de incrementos nos recursos. 
 As vantagens do crescimento são óbvias. Se a 
economia cresce, nossa renda será maior no futuro. O 
aumento, em parte, da produção pode ser utilizado para 
beneficiar os pobres da população sem reduzir a renda 
absoluta dos ricos. Embora o crescimento tenha 
vantagens evidentes, ele tem um “custo”. Se desejamos 
crescer mais rapidamente, uma parcela maior da 
produção corrente terá que ser constituída de maquinas 
e portanto, menos bens de consumo serão produzidos. 
Somente no futuro, quando novas maquinas começarem 
a funcionar, produzirão mais bens de consumo 
24 
 
(vestuário, rádios, comidas enlatadas, etc.). Mas hoje, o 
consumo irá sofrer em termos de produção. 
 Níveis mais altos de produção usam quantias 
crescentes de matérias-primas. Uma taxa moderada de 
crescimento pode possibilitar a conservação de recursos 
e assim servir melhor aos interesses das gerações 
futuras. 
 Taxas muito altas de crescimento podem 
danificar o meio ambiente. Se o objetivo é produzir 
mais aço e automóveis, pode ser que, por isso, se dê 
pouca atenção à fumaça das usinas de aço ou aos efeitos 
do automóvel na qualidade do ar que respiramos. 
 Em vista do exposto, fica difícil especificar-se a 
meta de crescimento em termos quantitativos. Uma taxa 
de crescimento em termos quantitativos de 4% ao ano 
não é claramente melhor que uma taxa de 3%. 
F. Redução da Poluição 
 Queremos produzir mais e melhor, mas 
devemos fazê-lo sem degradar o meio ambiente (evitar 
poluição sonora, visual; evitar a poluição de rios, mares, 
lagos; evitar a poluição do ar, ...). 
G. Liberdade Econômica 
 É o direito de os indivíduos escolherem suas 
profissões, fazerem contratos e gastarem sua renda 
como desejam, ... 
H. Segurança Econômica 
 O individuo deve ser livre do espectro de uma 
doença grave ou de outra desgraça qualquer que possa 
colocá-lo em uma situação desesperadora (perda de 
emprego, impossibilidade de educar os filhos, perda da 
aposentadoria, incerteza do futuro, etc.). 
 
 
 
 
25 
 
2. SISTEMA ECONÔMICO 
 
2.1 Conceito 
 Sistema Econômico um conjunto de relações 
técnicas básicas e institucionais que caracterizam a 
organização econômica de uma sociedade. Essas 
relações condicionam o sentido geral das decisões 
fundamentais que se tomam em toda sociedade e os 
ramos predominantes de sua atividade. 
O dilema provocado pelo confronto entre os recursos 
escassos e necessidades ilimitadas implica na existência 
de três questões fundamentais: 
 1º O que e quanto produzir? 
 2º Como Produzir? 
 3º Para quem produzir? 
 
 
2.2 Formas de Organização da Atividade Econômica 
 Sistemas de Livre iniciativa empresarial 
(capitalismo puro): impera a propriedade privada dos 
meios de produção, ao lado de decisão sobre o que e 
quanto produzir fundamentadas no mercado e nos 
preços. As atividades econômicas são dirigidas e 
controladas unicamente por empresas privadas, que 
competem entre si. As empresas estariam dispostas a 
oferecer seus produtos à medida que houvesse 
probabilidades efetivas de obtenção de lucros. A 
intervenção do Estado é considerada perturbadora e 
prejudicial. 
 
 Sistemas de planificação central da 
economia (socialismo): as respostas às questões básicas 
(o que, como, quanto) competem ao Estado, que se 
encarrega de direcionar, controlar processo produtivo, 
através de empresas públicas, com base no interesse 
26 
 
coletivo. A meta não éo lucro e sim o bem estar geral. 
Todos os meios de produção seriam socializados, isto é, 
de propriedade coletiva, administrada pelo Estado. 
 
 Sistemas mistos: existe a coexistência entre o 
setor público e o privado. Muitos aspectos da economia 
são controlados pelo Estado (Leis, Decretos, 
Regulamentos, Criação de Empresas, Subsídios, 
Créditos, Incentivos Fiscais) além de se encarregar de 
proporcionar alimentos, ensino, assistência jurídica, às 
camadas inferiores de renda. O “como produzir” se dá 
na Iniciativa Privada. 
 
2.3 Fluxo Econômico 
 O funcionamento do sistema econômico 
caracteriza-se, de um lado, pela atividade de obtenção 
de recursos (ou fatores) de produção em si e, de outro, 
pela obtenção de recursos financeiros e sua utilização. 
Podemos dizer que um fluxo circular de renda se inicia 
com a participação de dois tipos de agentes: famílias e 
empresas. As famílias que são as detentoras dos fatores 
de produção e as empresas que utilizam, por 
determinado preço, seus recursos. Assim fica 
estabelecidos dois mercados, um de fatores de produção 
e outro de bens e serviços finais. 
 
27 
 
Figura 1. Fluxo circular de renda da economia. 
 
Se incorporarmos, na figura 1, o processo de 
acumulação de capitais e dos fluxos de financiamento 
tem-se, então, dois novos componentes: os bens 
destinados ao consumo e os bens destinados à 
acumulação. 
A existência de bens destinados à acumulação nos leva 
à necessidade da utilização dos intermediários 
financeiros e, com isso, surgem os mercados financeiros 
conforme a figura 2. 
 
28 
 
Figura 2. Incorporação do processo de financiamento. 
 
A necessidade da existência de bens públicos justifica a 
incorporação do governo ao fluxo. Pode-se dizer que o 
governo seria um avalista de uma ordem social, na qual 
ocorreriam as atividades econômicas de todos os 
agentes privados e até mesmo os agentes públicos com 
está apresentado na figura 3.; 
29 
 
Figura 3. Incorporação do governo. 
 
2.4 Agentes Econômicos 
 Os diferentes agentes econômicos podem ser 
divididos em privados e públicos. Os agentes privados 
básicos são as empresas e as famílias. 
 
Empresas 
 Os fatores de produção, natureza, trabalho e 
capital dependem para se tornarem produtivos, de um 
elemento que os combine. Este fator é a empresa. As 
origens das empresas são encontradas nas tarefas em 
comum, realizadas nas sociedades primitivas. Seu 
surgimento com sentido econômico. 
30 
 
 Porém só se dará na Idade Média, quando 
predominou o sistema feudalista; despontou na medida 
que o artesão já não tinha condições de monopolizar a 
produção de certos bens, tendo em vista a procura de 
novos mercados e o fato de não deter a matéria-prima. 
Quando a produção, com o advento da Revolução 
Industrial, tornou-se mais que suficiente para atender às 
necessidades locais, houve a busca de novos mercados. 
Com isso aperfeiçoaram-se as principiantes empresas. 
 Neste mesmo período o capitalismo também se 
estruturou, surgindo a figura do empreendedor ou do 
empresário; aparecem a atividade que objetiva lucro, 
isto é, “a remuneração paga aos que correm riscos, que 
inovam, que modificam, que dinamizam”, com essa 
atividade e esse desejo de lucro, firmou-se a empresa. 
 É a unidade de produção básica. Contrata 
trabalho e compra fatores com o fim de fazer e vender 
bens e serviços. É a unidade econômica de produção 
encarregada de trocar os fatores de produção (recursos 
naturais, trabalho e capital) para produzir bens e 
serviços que depois serão vendidos no mercado. 
 
 Conforme sua natureza jurídica a empresa pode 
ser: 
- Individual: Trata-se de empresas que pertencem a um 
só indivíduo e são dirigidas por ele. (Forma mais 
simples de se estabelecer um negócio). 
- Social: A propriedade não corresponde à um só 
indivíduo. 
- Limitadas: O capital social deve estar totalmente 
desembolsado em um movimento de constituir a 
sociedade. O capital está dividido em partes iguais, 
chamados cotas. Nestas empresas os sócios não 
respondem pessoalmente a dados sociais, somente com 
o capital aplicado. 
31 
 
- Sociedades Anônimas ou S.As: Somente se pode ser 
sócio, investindo dinheiro. O capital está dividido aos 
acionistas (em ações). A responsabilidade dos sócios se 
limita ao capital aplicado. As ações são eventualmente 
negociadas na Bolsa. 
- Cooperativas: São associações criadas para satisfazer 
as necessidades comuns dos associados que 
compartilham de iguais riscos e benefícios. 
 
 O financiamento das empresas pode ser por 
autofinanciamento - Recursos financeiros gerados pela 
própria empresa e ou Financiamento Externo: 
 *Empréstimos: A Empresa recebe de imediato o 
total do financiamento concebido, apesar de alguns 
casos haver desconto dos juros. 
 *Créditos: A empresa retira dentro do limite 
máximo combinado, o Capital necessário, podendo 
realizar várias retiradas, pagamentos, de maneira que 
somente pague os juros relativos ao Capital utilizado. A 
forma de instrumentar os créditos, é por meio de títulos. 
 *Ações e Obrigações: (Somente S. A.). Ação. 
Cada ação representa uma fração da propriedade e da 
sociedade. Conferem direitos políticos e econômicos. 
São títulos de renda variável e integram capital de risco 
( sofrem perdas ou redução de lucro). 
 De modo geral, concentração de empresas é a 
variedade de modos que permitem a empresa aumentar 
o seu campo de atividade ou sua influência sobre os 
mercados. É uma necessidade para superar exigências e 
dificuldades ou suplantar e concorrência. 
 
Tipos de concentração: 
- Aumento do estabelecimento: Quando aumento o 
volume de sua atividade, quando amplia as instalações 
(Armazéns, Supermercados). 
32 
 
- Multiplicação de um estabelecimento: Criação de 
filiais na mesma cidade, no mesmo país ou fora dele. 
- Diversificação: A empresa cresce porque vai se 
dedicando há outras atividades, sem ligação uma com as 
outras. 
- Concentração Horizontal: Quando uma empresa 
aumenta a seu campo de atividade pelo aumento da sua 
produção, que continua a ser da mesma espécie; recebe 
também o nome de concentração por ampliação. A 
concentração horizontal trará, em condições normais, 
menores desvantagens, pois permite o aproveitamento 
de instalações, do bom nome da empresa, dos mesmos 
funcionários, etc. (Roupas femininas+ masculinas+ 
infantis =mesmo ramo de atividade) 
- Concentração Vertical: Quando uma empresa se 
diversifica sua produção, produzindo uma quantidade 
determinada de certos produtos até então não 
produzidos. Há portanto, uma diversificação ou uma 
integração, como também é denominada a concentração 
vertical. A concentração vertical se dá quando uma 
empresa que produz determinados produtos, procura 
concentrar cãs operações prévias ou consecutivas 
daqueles que são objetos principais dessa empresa. 
Vantagens: eliminação ou diminuição dos 
intermediários, tendência a emancipação, etc. (Desde a 
matéria prima até o final). 
- Por Acordo: Quando uma empresa aumenta sua 
influência sobre o mercado, combinando com outras 
empresas, formulas que eliminem a concorrência. Os 
acordos se tornam vantajosos e possíveis quando: 
Existir pequeno número de produtores; Houver certa 
igualdade das condições de trabalho; Existir 
uniformidade de produtos; Não existir produtos 
sucedâneos; (substituíveis); Houver espírito de 
associação e adesão da maioria das concorrentes. 
33 
 
 Principais tipos de acordo: 
 Cartel: É um acordo limitado, temporário, 
tendo por objetivo estabelecer uma uniformidade nos 
preços de compra das matérias-primas, nos preços de 
venda dos produtos sobre o volume de produção, de 
todos e de cada uma delas; Repartição entre eles dos 
mercados mundiais, nacionais, regionais e os urbanos.-
Pool: Diversas empresas recolhem à uma mesma caixa a 
suas receitas,que depois são rateadas entre elas, de 
acordo com critérios previamente fixados. 
 Consórcio: É uma associação lícita, contratual e 
transitória de pessoas físicas ou jurídicas, interessados 
na compra de determinados bens, construir uma obra 
pública ou realizar qualquer atividade econômica, cuja a 
magnitude escapa as possibilidades de cada um. 
 Holding: Uma nova empresa adquiri a controle 
acionário, de outras empresas, mediante a aquisição de 
maioria de seu capital votante. As empresas dominadas 
(Subsidiárias) podem ter os mais variados objetos de 
negócios e suas diretorias são eleitas pela holding. 
Através dessa diretoria, a holding imprime sua 
orientação as atividades da cada uma delas. A holding 
não se dedica a nenhuma linha produtiva, mas apenas 
controla e administra as empresas dominadas. 
 Truste: Acordo financeiro agrupando sobre 
uma única direção, várias empresas, que perdem sua 
independência financeira. Vantagens: menor custo de 
produção, aperfeiçoamento técnico, melhor 
administração, etc...Desvantagens: “boicote”, dumping, 
favores ilegais. 
 Conglomerado: Caracterizado pela 
diversidade. Uma grande empresa adquire o controle de 
outras empresas e passa a dirigi-la. Tem como 
características: Empresas independentes operando como 
se fosse autônomas, ramos de negócios diferentes. 
34 
 
Famílias (Unidades Familiares) 
 Consomem bens e serviços, e oferecem seus 
recursos – fundamentalmente trabalho e capital – às 
empresas. As famílias que pretendem maximizar a 
satisfação obtida no consumo são limitadas pelo 
orçamento que dispõem. 
 Comportamento similar ao das famílias é dos 
indivíduos, grupos esportivos, culturais, associações 
beneficentes e religiosas, etc. A atividade econômica 
desses grupos atrai sujeitos com intenção mercantil ou 
empresarial. 
 
O Setor Público 
 O setor público estabelece o marco jurídico - 
institucional e é responsável pela política econômica. 
Em determinados aspectos, atua também como 
empresário, especialmente no caso dos bens públicos. 
 
35 
 
 
Agronegócio / infraestru tura - 12/09/2011 
 
Agronegócio gasta 13,3% da receita com logística 
 
Infraestrutra ainda é entrave para crescimento do setor 
por Agência Estado 
 
Em 2010, os custos com logística corresponderam a 10,6% do P roduto In terno Bruto (PIB). 
As empresas bras ileiras gas tam 8,5% de sua receita com logística, segundo pesquisa divulgada 
nesta segunda-feira (12/9) pelo Instituto Ilos. No agronegócio o impacto é ainda maior, 13,3%
da receita. Em 2005, os gastos com logística consumiam 7,4% da receita líquida das empresas. 
"Era esperado que as empresas conseguissem diminuir esses cus tos", disse Maurício Lima , 
autor do estudo e diretor de Capacitação do Instituto Ilos, durante o Fórum Internacional de 
Logís tica. "O porcentual pode parecer pouco significativo, mas é uma conta que vai di reto para 
o resultado. Em comparação ao lucro dessas empresas, a participação é enorme". 
Os cust os com logística corresponderam a 10,6% do Produto Int erno Bruto (PIB ) em 2010, o 
equivalente a R$ 391 bilhões. P ara efeito de comparação, nos Estados Unidos, o montante 
gasto com logís tica corresponde a 7,7% do PIB am eri cano. 
Lima explica que a relação entre o cus to da logística e o PIB costuma diminuir conforme o 
desenvolvimento do País. "O Brasil diminuiu um pouco essa relação, mas ela começa a esbarrar 
na questão da infraestrutura. O modal rodoviário ganha importância", contou. 
A matriz de transporte bras ileira está 65% baseada no escoamento via rodovias. Nos Estados 
Unidos, o modal rodoviário corresponde a apenas 28,7% do transporte de produtos e 
mercadorias. "S e o modal de transportes do B rasil fosse igual ao dos Estados Unidos em termos 
de distribuição, a economia seria de R$ 90 bilhões", afirmou Lima. "Mas precisaria de anos de 
investimento em i nfraes trutura. Mesmo confrontando com a Rússia , a Ín dia e a China, o B rasil 
es tá m ui to atrás , inclusive na malha rodoviária. Temos uma infraestrutura pequena". 
Lima alertou que seriam necessários investimentos da ordem de 2% do PIB , c erca de R$ 70 
bilhões, apenas em 2011, para atender ao aumento da demanda por transportes. "No PAC 
(Programa de Aceleração do Crescimento) estão previs tos R$ 20 bilhões (em investimentos) 
em infraestrutura de transporte em geral, mas na prática o governo nunca consegue gastar tudo 
isso, então deve ficar em R $ 16 bilhões", calculou. 
O est udo do Instituto Il os foi realizado com cem das m il maiores empresas do País. 
FONTE:htt p://revistagloborural.globo.com/Revista /Common/0 ,,EMI264407-18077,00 
AGRONEGOCIO+GASTA+DA+R ECEITA+ COM +LOGISTICA.html 
36 
 
3. MODELO DE MERCADO 
 
 A circulação é a passagem dos bens econômicos 
de umas para outras pessoas. Umas pessoas procuram 
adquirir, demandam; outras produzem, ofertam. A 
circulação se faz pela demanda e oferta. 
 
3.1 Demanda e Oferta 
1. Chama-se demanda ou procura e quantidade de um 
bem ou serviço se deseja adquirir, a certo preço. É a 
necessidade econômica, armada de um poder de 
compra. 
2. Elasticidade de demanda é a variação desta, pra mais 
ou para menos, mais que proporcional à variação, para 
mais ou para menos, do preço dos bens demandados. 
3. Há bens inelásticos. São aqueles cuja demanda na se 
altera, ou se altera pouquíssimo, qualquer que seja a 
variação do seu preço de venda. Há bens de demanda 
elástica: são aqueles cuja demanda se altera mais que 
proporcionalmente à variação do seu preço se venda. 
4. A oferta é a quantidade de bens que se propõe vender, 
o preço dado. 
5. A oferta, como a demanda, é também sujeita ao 
fenômeno da elasticidade. Todavia, há bens de oferta 
absolutamente inelástica: aqueles que não são possíveis 
de produzir. A elasticidade da oferta acontece na linha 
dos bens reproduzíveis. 
6. O custo designa todas as despesas que se tem de 
pagar para produzir algum bem ou serviço. Há várias 
espécies de custo: custos fixos, custos variáveis, custo 
total, custo médio, custo marginal. 
7. A demanda dependa da renda: só demanda (procura 
comprar) quem tem recursos (dinheiro). É a necessidade 
solvável. A necessidade sem recursos não demanda:é 
insolvável. A economia nacional deve atender tanto às 
37 
 
necessidades solváveis, como às necessidades 
insolváveis. 
8. A oferta, também, depende da renda. País de alta 
renda é população que compra muito. Nesse país, é 
preciso produzir muito. Produzindo-se muito, é preciso 
ampliar as empresas, e com isso se pagam mais rendas. 
9. A demanda, a oferta e a renda, como se vê, 
relacionam-se entre si. A demanda é causada pela renda. 
A oferta é suscitada pela demanda. A oferta cria rendas, 
pois paga para produzir os bens que são ofertados. 
 
Fenômenos de demanda 
 São várias as causas que fazem com que a 
resposta da demanda não apresente, sempre, um mesmo 
comportamento ante a variação do preço, ou até mude 
embora o preço permaneça o mesmo. 
Rigidez ou Instabilidade: A demanda permanece a 
mesma, ou pouco varia quando oscilam os preços, 
nestes casos: 
A. bens de primeira necessidade; 
B. certos bens usados em pequenas quantidades; 
C. bens de luxo; 
D. bens psicologicamente imperiosos. 
Elasticidade: A demanda é elástica, no sentido técnico, 
nestes casos: 
A. bens de conforto; 
B. bens que têm sucedâneos próximos. 
Demanda Cruzada: Quando o preço de outro bem 
diminui, a demanda se desloca do que estava sendo 
comprado para o bem que barateou. 
Efeito-renda: Às vezes, o preço de um baixa, e a 
pessoa, em vez de aumentar a demanda por ele, 
aproveita a renda, liberada por essa baixa, para adquirir 
outros bens: a baixa fez com que a sua renda ficasse, 
38 
 
indiretamente, aumentada.É chamado também de 
“efeito-Hicks”. 
Elasticidade-renda: Se o sujeito passa a receber uma 
renda maior(por exemplo, aumento de vencimentos), 
ele muda a sua demanda de um bem inferior para outro 
de classe superior. 
Efeito-demonstração: Certas pessoas, quando o preço 
de um bem sobe, passam a comprá-lo, para dar a 
impressão de serem ricas. É chamado também de 
“efeito-Veblen”. 
Paradoxo de Giffen: Este economista observou que, às 
vezes, a alta de um certo bem leva a comprar mais dele, 
e não por demonstração. 
Efeito de previsão: Se o adquirente prevê, fundamente 
ou não, uma baixa ainda maior do preço, a demanda 
pode não aumentar, e até diminuir, se o preço baixa. O 
mesmo se diga quanto á previsão da elevação de preço: 
a demanda aumenta, embora o preço esteja firme, e 
força a elevação deste. Este último fenômeno é uma das 
principais causas de inflação, de um certo momento em 
diante. 
A demanda Efetiva: Por demanda efetiva entende-se a 
previsão, que o empresário antes de lançar à produção 
faz, a respeito do que será adquirido no futuro pelos 
compradores. A demanda efetiva é que leva o 
empresário a agir, pois sobre ela é que se 
formula seus planos de produção. Logo, ela influi “ex 
ante” na produção, no emprego, no nível de renda. É um 
dos dínamos que põe em movimento a economia 
nacional. 
 
3.2 Mercados 
 Chama-se mercado o conjunto de demandas e 
ofertas que se exercem a respeito dos bens e serviços 
39 
 
(compras e vendas). Os mercados podem ser 
classificados de diversas maneiras: 
 - Quanto ao objeto (mercado de café, do trigo, 
de automóveis, de ações, etc). 
 - Quanto ao âmbito (mercado regional, 
municipal, estadual,nacional, mundial). 
 Mas a classificação que interessa ao economista 
é a que leva em consideração o número de pessoas que 
demandam e que ofertam. Assim temos: 
a) o mercado da livre concorrência, em que figura um 
número ilimitado de compradores e vendedores, 
havendo perfeita igualdade entre todos os aspectos; 
b) o mercado do monopólio, em que só há um 
vendedor, um só comprador, ou um só vendedor e 
comprador; 
c) o mercado da concorrência imperfeita, em que há 
poucos vendedores (oligopólio) e em que os produtos se 
diferenciam. 
 A vida prática mostra que, na realidade, não 
existe nem o mercado da livre concorrência, nem o 
mercado do monopólio absolutos. O que há, com 
diferente dosagem de concorrência e de monopólio, 
dentro de certos limites, é o mercado da concorrência 
imperfeita. 
 
Preços 
1. Preço é a expressão monetária do valor dos bens e 
serviços úteis. 
2. O preço se forma quando se põe de acordo a demanda 
com a oferta. 
3. Conforme o tipo de mercado, o preço pode ser mais 
baixo. No monopólio, tende a ser mais alto. Na livre 
concorrência tende a ser mais baixo. Na concorrência 
imperfeita, tende ao meio termo. 
40 
 
4. O governo tabela os preços de muitos bens e serviços: 
nos serviços públicos, na agricultura, nos salários, no 
comércio e na indústria. O tabelamento no caso da 
indústria e do comércio, é nocivo, salvo em situações de 
guerra ou calamidade. 
5. Quando a economia nacional está em progresso, os 
preços tendem a baixar. Quando está em inflação, 
tendem a subir. Quando está em deflação, tendem 
desmoronar e arruinar tudo. 
A política econômica tem por seus objetivos manter a 
situação econômica no primeiro caso (inflação). 
 
 
 
41 
 
 
Cotações / mercado - 15/05/2011 
 
Consumo de carnes bovina e de frango derrubam preço da carne suína 
 
Em São Paulo, queda da arroba da carne suína chegou a R$ 1,00 
por Globo Rural Online 
 
O mercado interno de carne suína apresentou mais uma queda nesta semana. O setor foi 
influenciado pela queda na cotação das carnes concorrentes, como a de frango e bovina, o que 
acabou impactando na decisão de compra do consumidor, que geralmente opta por escolher a 
que tem menor valor. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Felipe Netto, houve queda 
no preço do quilo vivo nos estados da região Sul, em São Paulo e Mato Grosso do Sul. 
A análise semanal de preços realizada por SAFRAS & Mercado indicou que em São Paulo a 
arroba suína caiu R$ 1 nesta semana, passando de R$ 49,50 para R$ 48,50. No Mato Grosso do 
Sul a cotação do quilo vivo caiu R$0,10, ficando em R$ 2,10. Em Goiás, o preço ficou em R$ 
2,85 o quilo vivo, mesmo valor da última semana. Em Mato Grosso o preço seguiu em R$ 2,20. 
Em Minas Gerais o quilo vivo seguiu em R$ 2,85. 
No Rio Grande do Sul o quilo vivo foi vendido a R$ 2,19 na integração, ante R$ 2,24 na semana 
passada. No mercado independente o preço caiu para R$ 2,24, ante R$ 2,31 na semana anterior. 
Em Santa Catarina o valor ficou em R$ 2,10 na integração e a R$ 2,18 no interior, quedas de 
dez e vinte centavos, respectivamente, ante semana passada. No Paraná, a cotação na região 
Oeste recuou de R$ 2,42 o quilo vivo para R$ 2,23. No Espírito Santo o quilo vivo seguiu a R$ 
2,65, no Ceará a R$ 3,40 e, em Pernambuco, a R$ 3,10. O preço médio do quilo vivo da carne 
suína na região Centro-Sul recuou 3,71% em uma semana, passando de R$ 2,42 para R$ 2,33. 
No mercado externo, o fator cambial foi um pouco mais favorável, com o dólar atingindo 
patamares superiores a R$ 1,60. "Essa condição pode contribuir para uma melhoria no volume 
embarcado em maio, ainda que o setor enfrente novamente um período de embargo por parte do 
mercado russo", comenta Netto. 
Conforme ele, apesar desse impasse, a princípio as exportações não terão grande impacto, até 
mesmo porque na próxima semana uma missão do governo brasileiro estará na Rússia para 
tentar solucionar a questão. "A estratégia de alguns frigoríficos em direcionar o produto através 
de plantas que não tiveram interrupções nos embarques também deve fazer com que o impacto 
seja bastante reduzido", explica. 
Fonte:http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI233543-18083,00-
CONSUMO+DE+CARNES+BOVINA+E+DE+FRANGO+DERRUBAM+PRECO+DA+CARNE+SUINA.html 
42 
 
4. PEINCÍPIOS DA TEORIA DA PRODUÇÃO 
 
4.1 Conceito 
 Produzir um bem é colocar os elementos 
constituintes desse bem em condições tais que possam 
satisfazer as necessidades humanas. Produção é feitura 
de bens e/ou prestação de serviços úteis destinados ao 
consumo ou à produção de outros bens. 
 
Setores de Produção 
- Setor Primário: Agropecuária, pesca, extrativismo, 
mineração (vinculado diretamente aos recursos 
minerais). 
- Setor Secundário: Constituído pelas atividades 
industriais, transformam matérias primas em bens finais 
ou intermediários. 
- Setor Terciário: Integrado pelos serviços, como 
transporte, comércio, bancos e etc... 
 
Avaliação da Produção 
 O produto nacional (PN) é função da atividade 
produtora do país. O PN se enquadra em uma das 
classes de bens econômicos: bens e serviços de 
consumo e, bens e serviços de produção. Onde se 
conclui que o produto nacional (PN) é igual ao consumo 
mais investido (PN=C+I). O PN pode ser computado: 
1-“in natura” ou fisicamente; 
2- em dinheiro (ao preço de custo e ao preço de venda). 
 No cálculo do PN em dinheiro, devemos 
deflacionar esses preços para não confundir produção 
com efeitos de inflação. 
 
Produtividade 
 É sinônimo de eficiência, que é obtida através 
da melhoria da qualidade dos fatores de produção, da 
43 
 
melhor organização e combinação dos fatores de 
produção. 
 A produtividade é um efeito do progresso 
tecnológico (técnicas de produção). Causas: incentivo à 
instrução e à educação do povo: formação profissional e 
especialização do trabalho, etc... 
 
4.2 Função e Fatores de Produção 
 O produto nacional (PN) é feito pelos fatores de 
produção. Para aumentar o PN podem ser usados dois 
processos, que são: 
1- aumentar a qualidade dos fatores de produção; 
2- aumentar a produtividade dos fatores de produção. 
 
Estudo dos Fatores de Produção 
Recursos Naturais 
 Os recursos naturais – o fator terra – 
compreendem a base de um sistema sobre a qualse 
assentará o capital técnico. Os recursos naturais podem 
ser: 
 Renováveis: De natureza biológica, 
compreendem os vegetais e animais. 
 Não Renováveis: Riquezas minerais e solo. 
 Transformados: São os recursos transformados 
(Ex: Laranja). 
 In natura: Não sofre transformação nenhuma 
(Venda da laranja). 
 
 Durante muito tempo prevaleceu a ideia, entre 
os precursores da análise econômica, de que a 
verdadeira riqueza seria aquela resultante da utilização 
indireta do fator terra, a produção agrícola. Os outros 
bens seriam derivados de uma transformação dos 
produtos primários, não acrescentando, portanto, mais 
44 
 
riqueza. Este conceito modificou-se substancialmente 
com o avanço das tecnologias de processo e de produto. 
 T. Processo: Mão-de-obra 
 T. Produto: Modifica o produto em si. 
 Espaço Econômico: é a área coberta pelas 
relações econômicas; as relações econômicas podem 
ultrapassar as fronteiras geográficas. 
 
Força do trabalho 
 População Economicamente Ativa (PEA). É o 
emprego ordenado da força humana para a criação de 
utilidades com fins econômicos. Refere-se às faculdades 
físicas e intelectuais dos seres humanos que intervêm no 
processo produtivo. Características: 
 É uma atividade racional (Uso da Inteligência); 
Possui uma finalidade econômica; Procura satisfazer as 
necessidades econômicas / humanas e É uma atividade 
(castigo). 
 
Trabalho e População 
 A população é um conjunto de seres humanos 
que vivem em uma área determinada. O fator produtivo 
trabalho é a parte da população que desenvolve as 
tarefas produtivas. 
 
Eficácia do Trabalho Nacional: 
 Causas que dão maior ou menor eficiência ao 
trabalho nacional: 
1) número de trabalhadores, que varia com a população 
ativa. Esta população depende: 
 da legislação social (aposentadoria, por 
exemplo); 
 da saúde da população (condições físicas de um 
povo); e 
45 
 
 do início da atividade produtiva (problemas de 
países subdesenvolvidos). 
2) preparação profissional no que diz respeito ao 
combate da mão-de-obra desqualificada, que é a causa 
dos baixos salários e por conseqüência a pobreza. 
Causas que dificultam o aprendizado profissional: 
 na grande indústria a divisão do trabalho exige 
pequeno número de operações. Impedindo 
muitas vezes o aprendizado; 
 na pequena e média indústria o aprendizado é 
difícil pelas próprias condições da empresa; por 
outro lado, o empresário vê no aprendiz seu 
futuro concorrente e 
 de modo geral, o aprendiz procede de família 
numerosa, de baixa renda, com problemas 
financeiros, e assim deixa o aprendizado e 
começa trabalhar em outra indústria. 
3) o meio físico, que tem grande influência sobre a 
produtividade. Entre outros são fatores determinantes da 
eficiência do trabalho: 
 o clima, terras férteis, riqueza natural, 
abundância de certos minérios... 
4) instrumental de trabalho (no processo produtivo) 
possibilita maior rendimento com o mínimo de desgaste 
humano, tais como ferramentas aperfeiçoadas, máquinas 
adequadas, atuação do homem na produção a fim de 
obter o melhor resultado, (uso da tecnologia). 
5) divisão do trabalho e a organização científica do 
trabalho, que se preocupa com a performance do 
homem na atividade produtiva, com a obtenção de 
maior capacidade para o aumento da produtividade e 
com o mínimo de prejuízos humanos. Os autores 
dividem a organização racional do trabalho em duas 
correntes: 
 
46 
 
 o ponto de partida da indústria, quando procura 
métodos mais racionais visando o 
aprimoramento do trabalho dentro da empresa; 
 o ponto de partida da ciência, que permite a 
ampliação de ensinamentos da psicologia e da 
fisiologia ao trabalho do homem, dando 
nascimento a fisiotécnica. (Melhor conforto 
para o trabalhador). 
 
Capital 
 Todo bem destinado à produção de outro bem se 
classifica como recurso de capital. Por capital entende-
se, portanto, a infra-estrutura produtiva (edifícios, por 
exemplo), as máquinas, as ferramentas. Recebem essa 
denominação porque, nas economias capitalistas, o 
capital geralmente é de propriedade privada e 
especialmente dos “capitalistas”. 
 
Tipos de Capital 
- Capital Físico ou Real 
 *Capital Fixo: Consiste em todo tipo de 
investimento empregados na produção, como edifícios 
maquinários, duram vários ciclos de produção. 
 *Capital circulante: Consiste nos bens em 
processo de preparação para e consumo, basicamente, 
matérias-primas e estoques. 
- Capital Humano: Educação, formação profissional e 
experiência. Em geral tudo que eleva a capacidade 
produtiva dos seres humanos. 
- Capital Financeiro: Fundos disponíveis para a 
compra de capital físico ou ativos financeiros 
 *Monetários: Dinheiro, conta corrente (depósito 
a vista). Rende juros. 
 *Não Monetários: Todo o dinheiro que rende 
juros.(Títulos de governos). 
47 
 
 A formação de Capital É um fato econômico da 
mais alta importância para as pessoas, empresas e para o 
país. O capital (K) é igual a poupança (P) mais o 
investimento(I). K=P+I 
 
Poupança 
 É a parte da renda que não consumimos; chama-
se “economias” para muitos. Nos dias de hoje ela 
assume a forma monetária: guarda-se dinheiro. 
 A poupança é feita pelas pessoas, pelas 
empresas, quando reservam parte se seus lucros para 
adquirir novos equipamentos, máquinas, etc, ou para 
reparar seus bens de produção. Pelo governo, quando 
reserva recursos para aplicar na formação do capital, 
diretamente ou financiando as empresas. 
 O governo reserva parte dor tributos 
arrecadados, toma empréstimos internos e externos, e 
emite dinheiro como forma de recursos para formar 
poupança. As formas de poupança mais comuns são: 
- Poupança Livre ou Individual: Resulta da decisão ou 
não das pessoas pouparem. 
- Poupança Forçada: Pode ser feita pelas empresas e 
pelo governo; 
 *Empresas = quando não distribui lucros e 
assim obtém recursos para expansão de suas 
atividades (Auto financiamento); 
 *Governo= quando lança imposto para obter 
recursos para certos financiamentos ou fazendo 
empréstimos públicos. 
- Poupança Reserva: Para atender gastos eventuais, de 
quem poupa ou de sua família. 
- Poupança Criadora (Investimentos): São recursos para 
aumentar a renda de seu titular diretamente na produção 
ou emprestando esses recursos via sistema financeiros. 
- Poupança Interna; Realizada no país. 
48 
 
- Poupança Externa: Realizada em outro país, que está a 
disposição do Brasil, sob a forma de empréstimo, 
doações, bens de capital e de dinheiro. 
- Poupança Real: Constituída de bens físicos. 
- Poupança Monetária: Constituída de dinheiro. 
Poupança Nacional; Parte da renda nacional, que não foi 
aplicada no consumo. 
 Renda Nacional= Consumo + Investimento 
 
Investimento 
 É o segundo ato na formação do capital e 
consiste na aplicação da poupança com o fim de formar 
bens de produção (ferramentas, máquinas, edifícios, 
oficinas, matérias-primas, dinheiro, sementes, etc). Ele 
consiste em repor os bens que pereceram ou se 
estragaram durante o processo da produção e/ou e 
aumentar o aparelhamento produtivo. O investimento 
é feito pelas empresas (empresários) e pelo governo. 
Pelos empresários quando criam um negócio na 
agricultura, na indústria, porque isto implica na 
aquisição de bens de produção (é o investimento). Os 
recursos de que se servem os empresários são os do 
próprio empresário ou das pessoas que pouparam o do 
governo que financia as empresas. 
 Pelo governo quando investe diretamente, 
criando uma obra pública, uma indústria ou quando 
investe juntamente com particulares (economia mista). 
Obs: nos países subdesenvolvidos o investimento oficial 
é grande, e é pequeno nos países desenvolvidos. 
 
Formas de Investimentos 
- Investimento de Infra-estrutura: Feitos pelo governo, 
nos setoresde energia, transporte, comunicação, 
educação. 
49 
 
- Investimento privado e Investimento público: o 
primeiro é feito pelas empresas privadas, individuais ou 
coletivos; O segundo é realizado pelo governo. 
- Investimento privado protegido: Feito pelas empresas 
privadas com recursos do governo e com destinação 
certa. 
- Investimento induzido: Feito pelos empresários em 
virtude pelo aumento da procura, pelo seus produtos ou 
então, porque aumentaram, as rendas da empresa. 
- Investimento nacional e internacional: É feito no País 
com poupanças públicas e privadas, o segundo é feito 
no País com poupanças pertencentes a estrangeiros. 
 
Ligação entre Poupança e Investimento 
 Dentro da economia as pessoas que poupam não 
são as mesmas que investem. Os poupadores são os que 
fazem “economias”. A conversão da poupança em 
investimento é feita por um sujeito econômico especial: 
o Empresário. 
 Como a poupança e o investimento não são 
feitos pelas mesmas pessoas, a relação entre poupança e 
investimento pode encontrar-se em três situações: 
 poupança maior que o investimento (deflação); 
 poupança menor que o investimento (inflação); 
 poupança igual ao investimento (equilíbrio 
econômico). 
 Para corrigir tal situação o governo pode lançar 
impostos para absorver poupança excedente, 
empreender novas obras públicas, financiar 
investimentos a juros baixos, etc. 
Formação de Capital nos Diferentes Países 
 A formação de capital é uma preocupação 
permanente dos governos, quer na sua forma direta ou 
indireta. Pela grandeza do capital pode-se medir a 
grandeza social, política e econômica de uma nação. 
50 
 
Formação de capital no país pobre 
 Círculo vicioso enfrentado pelo país pobre: para 
investir precisa poupar, precisa de sobras, pobre não tem 
sobras e sem sobras não se investe, não investindo não 
produz, não produzindo continua pobre. Qual a saída? 
a) Auxílio Externo (Empréstimos, doações, Empresas 
Estrangeiras); e 
b) Sem Auxílio Externo (Aperfeiçoamento da 
agropecuária, Aumento da exportação, obtendo divisa). 
 
Formação do capital no país em desenvolvimento 
 Os países em desenvolvimento já possuem 
alguns recursos internos, fortunas particulares, recursos 
arrecadados pelo governo. 
 O seu desenvolvimento se dá através de 
recursos internos, de particulares e do próprio governo 
para a formação da bens de consumo e de capital, e 
também com empréstimos de governo para governo 
com o objetivo de acelerar o desenvolvimento. 
 Já possuem poupança para investimentos dentro 
do próprio país, em quantidades suficientes sob todas as 
formas. 
 O excesso de poupança dos indivíduos, 
empresas e governo são colocados no estrangeiro sob a 
forma de empréstimos. 
 
Tecnologia e Capacidade Empresarial 
 Nos dias de hoje acrescenta-se a tecnologia e a 
capacidade empresarial como recursos necessários à 
produção. 
 
Tecnologia 
 Conhecimento humano aplicado à produção. 
Alguns autores consideram a tecnologia como uma 
mercadoria: tem preço, pode ser adquirida e também se 
51 
 
torna absoluta. As nações subdesenvolvidas são 
potencialmente compradores de tecnologias originais 
das nações desenvolvidas. 
Royalities: Valores pagos ao detentor de uma marca, 
patente, processo de produção, produto ou obra original, 
pelos direitos de sua exploração comercial. Os 
detentores recebem porcentagem das vendas dos 
produtos fabricados. 
Inovação (Tecnologia) de Processo: Atinge o processo 
de fabricação, sem mudanças nas características do 
produto. Diminuição no tempo de fabricação do 
produto, redução no número de operações, 
racionalização no uso de matérias primas, etc... 
Inovação (Tecnologia) de Produto: Caracteriza uma 
inovação que leva a um produto novo, isto é, que 
apresentará certas peculiaridades que qualificarão um 
produto diferente daquele anteriormente oferecido. 
 
Capacidade Empresarial 
 Cabe ao empresário explorar uma invenção ou 
introduzir uma inovação de produto ou de processo, de 
abrir nova frente de oferta de bens e de serviços, novas 
utilidades para produtos conhecidos, reativação e 
reorganização de industrias, etc. 
 O tipo empresarial é definido pela reunião de 
aptidões presentes em uma pequena parcela da 
população, que levam à descoberta de oportunidades de 
investimento, ao financiamento da operação, à obtenção 
e utilização mais adequada dos recursos e à organização 
e coordenação das operações da forma eficiente. 
 
4.3 Economias de Escala 
 A longo prazo a empresa é capaz de ajustar-se 
totalmente a mudanças de circunstâncias, da forma que 
não existem fatores fixos. A empresa em cada nível de 
52 
 
produção procura alcançar o método produtivo com 
menor custo total, através da alocação ótima dos fatores 
produtivos. 
 A economia de escala ocorre em uma empresa 
quando os fatores produtivos estão sendo alocados de 
maneira eficiente. Isso decorre do uso racional destes 
fatores, que faz com que os custos médios decresçam, à 
medida que a produção aumenta, até uma certa 
quantidade de produto produzida. As principais 
maneiras de se obter a economia de escala é através da 
especialização e divisão do trabalho, de uma melhor 
utilização da tecnologia e ainda pela redução nos preços 
de compra dos insumos, adquiridos em grande 
quantidade. 
 Economias de escala (Segundo Alfred 
Marshall), esta expressão “economias de escala” é usada 
para designar as vantagens econômicas da grande 
empresa, ou da “produção em massa”. Estas vantagens 
pode ser internas ou externas à empresa: 
- Economias Internas: as principais vantagens da grande 
empresa são as seguintes: 
 *Técnicas: 
 Aperfeiçoamento de tecnologia da divisão do 
trabalho. 
 Uso e aperfeiçoamento de máquinas e 
ferramentas. 
 Dedicação às pesquisas e invenções. 
 
 *Financeiras: 
 Grande facilidade de obtenção de crédito ou 
financiamento, em virtude de seu patrimônio 
em volume de atividade. 
 Receitas e lucros gerando grandes 
investimentos (Autofinanciamento). 
 *De mercado: 
53 
 
 Produção em massa e baixo custo. 
 Vendas a preço mais baixo. 
 Grandes compradoras de matérias-primas à 
preços mais baixos. 
 Economias Externas: são as vantagens que as 
grandes empresas irradiam sobre toda parte da 
atividade econômica da nação. A grande 
empresa provoca o aparecimento de outras 
empresas ou atividades. A função dessas 
empresas criadas seria: favorecer 
“insumos”para grandes empresas; atender as 
necessidades futuras que o produto da grande 
empresa faz aparecer. 
 Deseconomia Externa: o funcionamento da 
grande empresa pode trazer prejuízos à natureza 
e a sociedade, assim: as intensas explorações no 
setor primário provocam o esgotamento das 
fontes de produção (solo, subsolo, fauna, flora); 
o funcionamento de grandes unidades do setor 
secundário traz a poluição da atmosfera e dos 
cursos e lençóis de água, sem falar em outros 
inconvenientes aos grupos humanos. Nada, 
porém, é insolúvel. 
 Externalidades: são os efeitos vantajosos e os 
efeitos prejudiciais das grandes empresas sobre 
a natureza e sobre as pessoas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
Ag ricul tura / grãos - 04/12/2011 
Custo de produção e falta de mão de obra encarecem o agronegócio 
 
Diretor técnico da Informa Economics FNP diz que o setor prec isará vencer dois grandes desafios para o 
futuro - por V iv iane Taguchi 
 
Custo de produção e e scassez de mão-de-obra são desafios 
mai ores que p roduzir uma safra maior 
A escassez de mão de obra especial izada 
no campo deve ser a responsável por elevar 
os custos de produção agrícola no Brasi l 
nos próximos anos . A afirmação é do 
diretor técnico da Informa Economics 
FNP , de São Paulo , José Vicente Ferraz.
Ele diz que o alto preço d os insumos
também continuarão pesando sobre o setor

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