Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Processo Civil II Profª. Gabriela Cassab UNIDADE 1 - DO PROCESSO DE CONHECIMENTO. PROCEDIMENTO COMUM. 1.1. Processo de Conhecimento. Conceito. Natureza Jurídica. 1.2. Procedimento. Conceito. Classificações. 1.3. Procedimento Comum. Disposições Gerais. 1.4. Adaptação procedimental. 1.5. Negócio processual. Conceito. (Classificação – próxima aula). 1.1. Processo de Conhecimento. Conceito. Natureza Jurídica. Processo de conhecimento é o nome que se dá ao processo que tem por objeto a prolação de uma sentença de mérito através da qual se declara a existência ou inexistência do direito material afirmado pelo demandante. Se desenvolve em pelo menos duas fases, em que prevalecem: 1) atos de cognição, onde o juiz aprecia as alegações e provas produzidas pelas partes, e 2) atos executivos com a finalidade de se obter o cumprimento do que foi determinado na sentença. 1.1. Processo de Conhecimento. Conceito. Natureza Jurídica. Pode-se compreender o processo como um método, estatal ou não (o CPC/2015 reconheceu expressamente a arbitragem como uma forma não estatal de solução de conflito), de solução de conflitos, caracterizado pela relação jurídica estabelecida entre um órgão julgador e pelas partes. O antigo CPC previa a existência do rito ordinário, que possuía a característica principal de ser um rito mais demorado e uma lenda de ser um rito com maior segurança jurídica, em razão exatamente da menor celeridade. Este rito foi extinto pelo novo CPC, que previu o rito COMUM como um rito único para as demandas que não tenham rito especial (como mandado de segurança dentre outras), devendo as causas mais simples, continuarem a se dirigir aos JECs. -> Um processo consiste numa relação jurídica processual que se materializa a partir de um procedimento. 1.2. Procedimento. Conceito. Classificações. Por procedimento temos o conjunto de atos processuais que se entrelaçam em cada etapa do processo até a decisão final da causa. - Entendam procedimento como forma de fazer algo, dentro do processo. Como assim?? Exemplo retirado do próprio livro do aluno: Uma pessoa que pretende se deslocar de um bairro a outro poderá fazê-lo de diversas formas: de ônibus, metrô, carro ou até mesmo de helicóptero. Cada meio de transporte seguirá um itinerário ou uma rota própria até chegar ao seu destino. Assim, cada percurso equipara-se a um procedimento e as etapas do itinerário são os atos processuais. 1.2. Procedimento. Conceito. Classificações. Importante observar que se a causa ser proposta tiver previsão de procedimento especial (Legislação específica ou arts. 539 a 770 CPC), este deverá ser observado, pois o procedimento é matéria de ordem pública, logo, não será de escolha do advogado, não é facultativo. Mas não havendo procedimento especial, a regra geral será a do procedimento comum do CPC. Lembrem! O Juizado Especial também é um procedimento especial, Lei 9099/95. ☺ 1.3 Procedimento Comum. Disposições Gerais. A proposta trazida pelo CPC/2015, com o Procedimento Comum, foi facilitar a tramitação processual e tentar trazer uma maior efetividade e celeridade ao processo para que as partes envolvidas conseguissem ter a satisfação da tutela do Judiciário de maneira mais rápida e segura, com ênfase na tentativa de dar ao novo Código e a todo o funcionamento do Judiciário a importância de se trazer a conciliação, o sentimento conciliatório e de como é válida a composição, sem a continuação da intervenção judicial na lide. 1.3 Procedimento Comum. Disposições Gerais. Com o fim da divisão entre ritos e a criação de um rito único, o COMUM, ocorreu a concentração e simplificação de diversos atos processuais. Com essa modificação, o procedimento, em primeira instância, se inicia com o recebimento da petição inicial pelo juiz e se exaure com a prolatação da sentença de mérito (princípio da primazia do mérito, art. 4º), através da qual o exercício da jurisdição em primeiro grau se esgota. 1.3 Procedimento Comum. Disposições Gerais. Em um processo sem qualquer problema, o procedimento perfeito é esse: Distribuição da inicial (dizendo que quer conciliar) -> Recebimento da inicial -> Citação do réu com intimação para AC ou mediação -> COM ACORDO -> Juiz homologa o acordo por sentença e o processo é extinto com resolução do mérito (487, III, b) -> SEM ACORDO -> Início do prazo para Contestação -> Depois da Contestação -> Réplica do autor -> Processo avança para fase saneadora... 1.3 Procedimento Comum. Disposições Gerais. (continuação) ... -> Vamos pensar que o réu se defendeu e que não é caso de julgamento antecipado do mérito -> O processo será saneado, com um despacho em que o juiz abrirá a fase probatória, declarando o feito saneado -> Em regra, as provas documentais se apresentam na inicial e defesa, mas podem existir provas posteriores, neste momento se apresentam. Pode ocorrer também a marcação de uma AIJ e realização de uma perícia ou diversos outros meios de prova. 1.3 Procedimento Comum. Disposições Gerais. (continuação) -> Para encerrar a fase de provas, as partes se manifestam afirmando não haver mais provas a produzir, no momento oportuno. É quando se encerra o momento probatório -> O juiz dará a sentença. A partir daí inicia-se a fase de cumprimento de sentença, fase de recurso, fase de execução etc. Encerrado o momento de contraditório de discussão de mérito, pois se o processo não é extinto sem o julgamento do mérito, ele não mais retorna para ser discutido. 1.4. Adaptação procedimental. Se a demanda a ser ajuizada pelo autor não tiver procedimento especial definido, tramitará observando as regras do procedimento comum mencionadas anteriormente. No entanto, mesmo nos casos em que a demanda estiver tramitando pelo procedimento comum, estabelecido como regra geral, o juiz poderá, observando as peculiaridades da causa, adaptar o procedimento para dilatar prazos, alterando a ordem da produção de provas com o objetivo de dar maior efetividade ao direito tutelado (art. 139, VI). Como assim? Exemplo: Casos de demandas de urgências de saúde. O autor, por exemplo, pretende obter a declaração de nulidade de cláusula contratual de um plano de saúde. Diante da necessidade de um tratamento médico específico, o juiz reduz os prazos processuais e antecipa a produção de algumas provas para tutelar melhor os interesses do consumidor em juízo. Assim, embora o código estabeleça um único procedimento, o art. 139, VI, permite ao juiz, de ofício ou provocado pelas partes, adaptar o procedimento de acordo com as necessidades da causa. 1.5. Negócio processual. Conceito. (Classificação - próxima aula) O Negócio processual é uma permissão para se alterar a ordem dos atos do procedimento comum ou até mesmo excluir alguns, para que o processo tramite observando os atos processuais previamente definidos pelas partes, conforme disposto no art. 190. Só pode ser realizado por pessoas capazes e versar sobre direitos que admitam a autocomposição. Para evitar desequilíbrio entre as partes e impedir que uma delas fique vulnerável, se faz necessário que ambas as partes estejam acompanhadas de advogado (Enunciado nº 18 do FPPC). Essa interpretação está de acordo com o princípio da isonomia processual (art. 7º do CPC).
Compartilhar