Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Semiologia Cardiovascular na Infância Anamnese • Idade – As manifestações das cardiopatias congênitas variam com a idade e a faixa etária é básica para o diagn. • Sexo e Cor – algumas malformações congênitas são mais prevalentes em determinados sexos ou raça, p. ex.. Hipoplasia de VE em meninos e anemia falciforme em negros. • Procedência – existem regiões em que doenças como chagas são endêmicas. • HDA - deve conter com exatidão a época do início dos sintomas quedevem ser explorados com cuidado e detalhes. Não esquecer da presença de Sd genéticas • HPP – é importante para dar pistas de cardiopatias, principalmente aquelas com ICC e as adquiridas como miocardite e FR Anamnese • H Fis. – as crianças com cardiopatias graves com ICC ou cianose têm em geral algum grau de atraso de desenv. • H Gest. – como transcorreu a gestação, presença de infecções ou patologia materna, uso de drogas, medicamentos, complicações do período neonatal. Peso de nascim e pmt. • H Fam. – A presença de 1 parente de primeiro grau com cardiopatia congênita aumenta de 1 para 3% a chance de um filho cardiopata. É sabido também que a FR tem incidência familiar e relação com o HLA do indivíduo • Revisão de sistemas – não esquecer que as anomalias congênitas em geral não vêm sozinhas, e se acompanham de outras malformações. Doenças sistêmicas que afetam o coração necessitam muitas vezes da presença de comprometimento de outros órgãos e sistemas para diangnóstico, como Sd de Marfan. Exame Físico • Inspeção: o exame físico começa na sala de espera! Atitude da cça e postura, aspecto geral, atividade. • Inspeção ao exame: presença de cianose, dispnéia, aspecto emagrecido (doença crônica), baqueteamento digital. • Inspeção do Tórax: abaulamentos e retrações, batimentos visíveis e seus tempos de aparecimento e localização, marcas de cirurgias anteriores. Exame Físico • Sinais Vitais: FC, FR , PA e Tax. • Palpação: Os pulsos todos! Amplitude e sincronismo. O Tórax localização do ictus e definição de todos os batimentos palpáveis. Não esquecer que a palpação do fígado, baço e pescoço fazem parte do exame cardiovascular. Exame Físico • Ausculta: Identificar a primeira e a segunda bulhas, seu timbre e intensidade, só então deter-se nos outros ruídos, que devem ser localizados no ciclo cardíaco, afim de serem identificados. • O exame dos demais sistemas faz parte também da avaliação de rotina do cardiopata, especialmente quando se acredita que a causa da doença atual seja uma doença sistêmica. Pontos de Interesse Particular • Baixo ganho ponderal: em geral está associado a cardiopatias com grave comprometimento sistêmico, não se justifica avaliação cardiológica de pacientes com queixa de baixo ganho ponderal com exame físico cardiológico normal. Pontos de Interesse Particular • Cianose: A doença cardiovascular apresenta-se com cianose central em geral, tomar cuidado com bebês que podem estar com cianose periférica por frio e atentar para as cianoses transitórias se não são fenômeno de Raynaud. Em geral, sua presença quando importante significa algum grau de obstrução do fluxo pulmonar, nas cardiopatias com shunt direita>esquerda, mas fluxo pulmonar normal, em geral a cianose não é importante, exceção feita a transposição e drenagem anômala das veias pulmonares. Pontos de Interesse Particular • Crise hipóxica: Caracteriza-se por intenso desconforto respiratório com piora importante da cianose. É uma EMERGÊNCIA cardiológica. Está relacionada a cardiopatias com obstrução ao fluxo pulmonar, como Atresia Pulmonar e T4 Fallot. Ocorre principalmente na faixa etária de 6 a 12 meses, e é causa de morte súbita. A presença de anemia pode precipitar as crises. Pontos de Interesse Particular • Dispnéia – aparece especialmente nas cardiopatias de hiperfluxo e na presença de ICC. Nos cianóticos, acompanha as crises cianóticas. • Posições típicas: acocoramento, ortopnéia e genupeitoral. Pontos de Interesse Particular • Sudorese e palidez: O bebê de maneira geral pode apresentar sudorese, porém devem chamar a atenção a presença de sudorese fria, especialmente se acompanhada de palidez e dispnéia. Estes são sinais de atividade simpática exagerada, muito comum na ICC Pontos de Interesse Particular • Dor no peito: embora seja uma queixa importante na cardiopatia do adulto, na criança em geral menos de 2% das dores no peito estão relacionadas ao aparelho cardiovascular. Pode estar relacionada a cardiopatias com obstrução da via de saída do VE, naquelas com ICC importante, pericardites e malformações congênitas das artérias coronárias (esta porém pode mimetizar a cólica dos primeiros meses de vida). 40 a 50% das dores no peito na infância são idiopáticas. Pontos de Interesse Particular • Cansaço aos esforços: deve ser bem determinado o esforço que gera o cansaço, para não valorizar o stress materno e ao mesmo tempo não perder o paciente com queixa real de ICC. Pontos de Interesse Particular • Edema: não é uma queixa comum na ICC na infância, porém quando presente e relacionado ao quadro clínico cardiológico significa doença grave. Lembrar que em lactentes deve ser buscado no dorso. • Frêmito: É a expressão palpatória do sopro e está associado ao turbilhonamento do fluxo sangüíneo. Pontos de Interesse Particular • Freqüência cardíaca média por faixa etária 1 sem – 140/min 1 ano – 120/min 6 anos – 100/min Puberdade – 80/min • Pressão arterial tem curvas próprias e manguitos de tamanho apropriado, que deve cobrir 2/3 do comprimento do braço e 3/4 da sua circunferência Pontos de Interesse Particular • Primeira Bulha (B1): Componente mitral e tricúspide. Estará diminuída nas situações de comprometimento da contratilidade miocárdica, como miocardite e aumentada nas situações de aumento do DC, como anemia e febre. E também em situações patológicas como Estenose mitral • Segunda Bulha (B2): componentes aórtico e pulmonar. Tem uma variação respiratória fisiológica que afasta os componentes na inspiração devido ao aumento do retorno venoso. As alterações podem ser de intensidade ou do próprio desdobramento. Pontos de Interesse Particular • Terceira Bulha (B3): enchimento rápido do VE no início da diástole. Na criança pode ser fisiológico. No contexto patológico vai estar presente nas situações de sobrecarga volumétrica do ventrículo esquerdo e é sinal de gravidade. • Quarta bulha (B4): quase sempre é patológica e significa perda da complacência ventricular. Aparece com a contração atrial contra um ventrículo pouco complacente. Aparece nas hipertrofias ventriculares. Pontos de Interesse Particular • Cliques de ejeção: ocorrem durante a fase precoce da ejeção ventricular e traduzem espessamento valvar aórtico ou pulmonar, mas podem estar presentes também nas grandes dilatações aórticas (Marfan) ou pulmonares (HAP ou cardiopatias de hiperfluxo). O clique pulmonar varia com a respiração. Pontos de Interesse Particular • Clique mesossistólico do prolapso da v. Mitral: melhor audível no apex ou no BEE baixo nos prolapsos tricúspides. Algumas vezes só podem ser audíveis com o paciente em pé. Em geral acompanha-se de um sopro de IM. • Sopros: são a causa mais comum de consulta na cardiologia pediátrica. Podem ocorrer em presença de cardiopatias ou no coraçãonormal. Quando no coração normal, são chamados de INOCENTES. Pontos de Interesse Particular • Na avaliação dos sopros é fundamental localizá-lo dentro do ciclo cardíaco, avaliar sua intensidade, duração , localização, irradiação e efeito das manobras como Valsalva e inspiração sobre ele. Pontos de Interesse Particular • Sopro INOCENTE: é comum em crianças podem ser sistólicos ou contínuos, jamais diastólicos isoladamente. Não passam de 3+. Os mais conhecidos são o de still, musical em BEE2 e o zumbido venoso, ruído decorrente da vibração das veias do pescoço, que tem como peculiaridade ser audível principalmente na posição de pé ou sentada e desaparece com a lateralização do pescoço. Não deve ser confundido com PCA Pontos de Interesse Particular • Epônimos famosos: Sopro de Austin Flint – sopro diastólico EM relativa em presença de IAo. S. Carey Coombs – sopro diastólico mitral da fase precoce da cardite reumática em atividade, sinal de valvulite mitral. S. Graham Steel – diastólico, no foco pulmonar, provocado por regurgitação pulmonar secundária a HAP.
Compartilhar