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Pediatria Aula 1 – Anamnese, exame físico e sinais vitais na pediatria Etapas da infância: • 0-28 dias: neonato • 29 a 2 anos: lactente • 2 a 7 anos: pré-escolar • 7 a 10 anos: escolar • 10 a 19 anos (19 anos, 11 meses e 29 dias): adolescente Periodicidade nas consultas: Recém-nascido: primeira semana de vida Lactente: mensal até 6 meses e trimestral até 18 meses Pré-escolar: semestral até 42 meses e anual até 7 anos Escolar e adolesceste: anual Sinais vitais Anamnese recém-nascido Normalmente é guiada pelo criador, mas a partir dos 5 anos você já pode começar a interagir com o paciente para que ele comece a ter autonomia a confiança durante a consulta. • Identificação • Queixa principal: deve ser escrito como foi relatado pelo paciente, nas mesmas palavras. Se for uma consulta de puericultura a queixa principal não existe, pois o quadro não é patológico normalmente, por isso é preciso avaliar o quadro de normalidade. • História da doença atual: aqui é feito um detalhamento da queixa principal, quando começou, fatores que melhoram e que pioram. • Revisão dos sistemas: de modo craniocaudal, fazendo perguntas ao responsável de todo o corpo • Antecedentes obstétrico e neonatal: qual o tipo de parto e demais consultas que já foram feitas. • Antecedentes familiares: observar possíveis doenças genéticas. • Antecedentes imunológicos: verificar a carteira de vacinação da criança se está tudo correto e se estão em dia. • Aleitamento: perguntar a mãe se está amamentando, quantas mamadas, como ele mama, etc. Exame físico no recém-nascido Antes do exame físico começar avalie o estado geral do bebe, a postura, o padrão respiratório, a vigília, estado de hidratação. • Antropometria • Pele • Cardiovascular • Respiratório avaliação de sinais de esforço respiratório como tiragem subcostal, Gemência e taquipneia • Genitália, mamilos e coto umbilical • Membros • Reflexos neurológicos Antropometria: Avaliar o comprimento, perímetro cefálico e peso do recém-nascido sempre comparando com o valor normal e levando em consideração a perda de 10% do peso ao nascer até o 15 dia de vida. Existem tabelas para todas as idades e é necessário avaliar Estatura alvo: A estatura ou altura alvo é usada para calcular o crescimento da criança seguindo o canal (percentil ou z-score) esperado para o potencial genético dela. Ela é calculada baseado na altura dos pais da criança, em centímetros. Pele: Avalia cor da pele, se tem edema, palidez, cianose e icterícia seguindo a tabela de nível de icterícia e explique se necessário a benignidade do eritema toxico Exame físico lactente, pré-escolar e escolar: Além da anamnese básica, nessa fase de intenso crescimento e desenvolvimento é necessário avaliar: • Gráficos de crescimento • Desenvolvimento neuropsicomotor • Prevenção de acidentes • Avaliação psicossocial • Sono, alimentação e rotina • Aqui já e possível interagir com a criança durante o exame físico Aferição da PA em criança Realizado em crianças acima de 3 anos, uma vez ao ano, ou em crianças menores de 3 anos quando tem algum fator de risco associado como mal formações renais, cardiopatias congênitas, prematuridade menor que 32 semanas e outras doenças associadas a hipertensão. Para iniciar a aferição de pressão é necessário primeiro encontrar o manguito correto:: Ter largura de 40% da circunferência do braço no ponto médio entre acrômio e olecrano. Classificação da PA: Diagnósticos de normalidade: Utiliza-se as curvas de referência da OMS para dar os diagnósticos de normalidade da criança, isso é, dizer que a criança está dentro da normalidade, com crescimento normal, peso normal, etc. Escore Z: entre -2 e +2 o valor é normal Aula 2 – insuficiência cardíaca e pericardite na pediatria Insuficiência cardíaca • Não é algo que aparece com muita frequência. • A insuficiência cardíaca acontece quando o coração não consegue enviar para todo o organismo o oxigênio necessário para o funcionamento de todos os órgãos, pois de alguma forma, não consegue fazer o bombeamento do sangue na quantidade necessária para transportar O2. Causas da insuficiência cardíaca: 1- Defeitos cardíacos congênitos: levam a sobrecarga pressórica ou volumétrica na presença ou ausência de cianose. 2- Cardiomiopatias congênitas ou adquiridas por erros inatos do metabolismo, distrofias musculares, infecções, drogas, toxinas e doença de Kawasaki. 3- Disfunção miocárdica após correção de defeitos cardíacos. A causa mais frequente de insuficiência cardíaca em crianças e lactentes são os defeitos cardíacos congênitos. Incidência de aproximadamente 8 a cada 1000. Achados clínicos: Lactentes: taquipneia, taquicardia, dispneia as mamadas, hepatomegalia, ritmo de galope, cardiomegalia, dificuldade no ganho de peso e irritabilidade. Crianças: taquipneia, taquicardia, a manifestação típica é fadiga e intolerância ao exercício, falta de apetite e dificuldade de crescimento e desenvolvimento, distensão venosa com edema periférico. Adolescente: apresentam sintomas semelhantes aos adultos incluindo dispneia, taquipneia, fadiga, intolerância ao exercício, ortopneia (falta de ar em decúbito dorsal), dispneia paroxística noturna (despertar por falta de ar) e sintomas gastrointestinais (náuseas, vomito). No exame físico vai ser encontrado: • Taquicardia e taquipneia • Perfusão periférica ruim com extremidades frias e pele rendilhada, tempo de enchimento capilar prolongado >2 segundos e diminuição dos pulsos periféricos. • Ritmo de galope, presença de B3 • Sinais de congestão pulmonar como esforço respiratório, retrações, Gemência. • Sopro sistólico • Turgência jugular • Hepatomegalia. • Edema periférico/ palpebral ou generalizado. Como determinar a hepatomegalia: 1- Inspeção lateralmente e tangencialmente 2- Percussão: o fígado é maciço e as vísceras são timpânicas, na linha M clavicular direita você vai delimitar a borda inferior e a borda superior 3- Palpação: bimanual ou em garra. No recém- nascido, a extensão da borda hepática por mais de 3,5 cm abaixo do rebordo costal na linha hemiclavicular direita sugere hepatomegalia. Reflexo hepatojugular Paciente deitado em 45 graus, você pressiona o hipocôndrio direito e vai ocorre a distensão da jugular Exames solicitados: Ecocardiograma: avaliação anatômica morfológica e funcional. PADRÃO OURO Raio x de tórax: cardiomegalia e sinais de congestão pulmonar como dilatação dos vasos pulmonares, redistribuição de fluxo sanguíneo para zonas superiores, edema intersticial, edema alveolar Classificação em graus de insuficiência cardíaca Ross Pericardite O pericárdio é constituído por uma dupla membrana que envolve o coração e a raiz dos grandes vasos e tem como função fixação do coração e proteção no contexto de infecção. Na pericardite há inflamação do pericárdio e pode acumular liquido nesse compartimento (derrame pericárdico), ou ocorre espessamento do pericárdio (pericardite constritiva), que podem perturbar a função do coração. Etiologia (causas) • Fúngica • Parasitaria • Bacteriana • Varial • Doenças do sistema imune • Doenças em órgãos adjacentes • Doenças metabólicas • Doenças neoplásicas • Trauma • Síndromes • Idiopática No exame físico pode ser encontrado: • Síndrome febril e quadro viral inespecífico • Dor precordial ou retroesternal de início súbito continua ou intermitente, dor pleurítica (ventilatório dependente), piora com inspiração profunda e melhora em posição genupeitoral ou abraçado com o travesseiro. • Tosse vômitos e dor abdominal. • Cansaço, dispneia • A dor pode simular uma síndrome coronariana Oque diferencia: • Atrito pericárdico: ocorre em 85% dos casos,som trifásico e tende a desaparecer com o aumento do derrame pericárdico • Sinal de ewart: compressão da base do pulmão esquerdo por um derrame pericárdico volumoso, macicez a percussão da área abaixo do ângulo da escapula esquerda, diminuição do murmúrio vesicular e presença de estertores crepitantes. Exames complementares: • Laboratoriais: leucocitose, pode ocorres aumento de VHS, PCR, troponina e CK-MB. • Ecocardiograma: espessamento da membrana pericárdica e eventual presença de liquido de efusão • Eletrocardiograma: supradesnivelamento difuso de segmento de ST, infradesnivelamento do segmento PR, QRS de baixa amplitude e taquicardia sinusal • Raio x: pode haver cardiomegalia, derrame pleura e calcificações. Em um estudo feito com 50 crianças com pericardite a forma de apresentação mais frequente foi a dor torácica em 35 doentes (75%), seguida da febre em 13 (26%), do cansaço em nove (18%) e da dispneia em seis casos (12%). Prostração e sintomas gastrointestinais, como recusa alimentar e vômitos foram relatados pontualmente. Aula 3 – teste do coraçãozinho, cardiopatia congênita e exame cardiovascular Cardiopatias congênitas: A circulação fetal tem três shunts: 1. Ducto venoso 2. Forame oval 3. Canal arterial Quando a criança nasce há o fechamento do forame oval e do canal arterial e o ducto venoso se altera e forma o ligamento venoso do fígado. A cardiopatia congênita é definida como uma alteração estrutural do coração ou dos grandes vasos que interfere ou vai interferir no funcionamento cardíaco. As manifestações clinicas ocorrem principalmente no primeiro mês mas o reconhecimento da doença pode ser feito em qualquer período da vida. Os neonatos e lactentes normalmente são encaminhados com sintomas de cianose, insuficiência cardíaca, sopro e arritmia. Em crianças maiores e adolescentes os sintomas podem ser tontura, síncope e dor precordial. Nas cardiopatias congênitas esses shunts da circulação fetal podem permanecer e ocasionar uma comunicação anormal entre compartimentos ou vasos sanguíneos. Esses canais anormais podem permitir o fluxo da esquerda para a direita ou vice versa e ocasionar mistura de sangue arterial e venoso. Cardiopatias com shunt da esquerda para a direita e hiper fluxo pulmonar Ocorre a mistura do sangue arterial da circulação sistêmica com o sangue venoso da circulação pulmonar, normalmente não estão associados a cianose Cardiopatias dependentes do canal arterial para o fluxo pulmonar As cardiopatias com circulação pulmonar dependente do canal arterial, é representado pelas cardiopatias em que existe obstrução crítica ou completa do fluxo do ventrículo venoso para a artéria pulmonar. Com isso, todo o sangue que chega aos pulmões depende da perviabilidade do canal arterial. Cardiopatias dependentes do canal arterial para fluxo sistêmico: As malformações cardíacas fetais deste subgrupo correspondem às obstruções graves ao fluxo arterial sistêmico: síndrome da hipoplasia do coração esquerdo, coarctação da aorta e interrupção do arco aórtico. Apresentam como característica comum a dependência da circulação sistêmica à perviabilidade do ducto arterioso. Cardiopatias dependentes do shunt interatrial A transposição das grandes artérias é a anomalia congênita em que as grandes artérias têm origem invertida dos ventrículos: a aorta, que deveria sair do ventrículo esquerdo, nasce do ventrículo direito enquanto a artéria pulmonar tem origem do ventrículo esquerdo. Devido a troca da posição destas artérias a circulação acaba ocorrendo em paralelo levando a uma situação em que o sangue pobre em oxigênio, que chega no átrio direito é levado para a aorta e, o rico em oxigênio retorna aos pulmões. Consequentemente, o sangue que chega em todo o corpo acaba apresentando um baixo teor de oxigênio levando a importante cianose Teste do coraçãozinho Tem como objetivo diagnosticar cardiopatia congênitas críticas com sensibilidade de 75% e especificidade 99% O exame é indicado para ser realizado em todos os recém-nascidos com mais de 34 semanas de idade gestacional. Além disso, é importante que seja feito entre 24 e 48 horas após o nascimento. Isso porque, no primeiro dia de vida, algumas alterações no organismo do recém-nascido podem atrapalhar o resultado Realizado a partir da oximetria de pulso do MSD e qualquer um dos membros inferiores. O teste é feito com um aparelho chamado oxímetro de pulso. Os sensores são colocados na mão direita e em um dos pés do bebê para medir a concentração de oxigênio no sangue arterial da criança Como ocorre o diagnóstico: Realizado entre 24 e 48 horas após o nascimento, coloca o oxímetro na mão direita e em um dos pés, se PO2 for menor que 95% ou a diferença entre os membros for maior que 3% faz uma nova avaliação, Exame clinico cardiovascular Anamnese: Completa com ênfase em: Infecções maternas Ingesta de medicamentos e drogas Doenças maternas Cianose, dispneia, baixo ganho de peso Exame físico: Inspeção e sinais vitais Inspeção e palpação precordial Ausculta nos 4 focos cardíacos Sopro cardíaco: Vibração decorrente de alterações no fluxo sanguíneo A- Fluxo laminar B- Estenose C- Dilatação D- Obstáculo intraluminal Avaliação do sopro cardíaco na infância: Anamnese: Uso de drogas nos 3 primeiros meses de gestação história de parto Má formações Taquipneia Cianose Baixo peso Hipertireoidismo Sincope Cansaço Exame físico: Mas formações Sintoma de hipofluxo Pulsos Pressão arterial Sinais de IC Caracterização de sopro Ritmo cardíaco Sopro inocente: Sopro sem doença cardíaca, com características: Estados hipercinéticos Sistólicos, raramente contínuos, nunca diastólicos Curta duração e baixa intensidade (1 a 3) Sem frêmito ou ruídos acessórios Área pequena, bem definida, sem irradicação Bulhas normais Radiografia e ECG normais Sopro patológico: Quando está associado a cardiopatia, nas cardiopatias congênitas acianóticas, tem características que podem auxiliar no diagnostico, não podendo diferenciar nas cardiopatias cianóticas. Irradiação para outras áreas Associados a ruídos cardíacos Sintomas sugestivos de IC Exames alterados, RX e ECG Classificação do sopro cardíaco: Sistólico Diastólico Continuo Localização do sopro nos focos cardíacos: localizando onde ele e mais audível Intensidade do sopro Classificação de forma subjetiva de 1 a 6 5: possui frêmito 6: audível sem estetoscópio Conduta no sopro cardíaco na criança: Avaliar as características do sopro e sintomas associados, para encaminhar para o cardiopediatra ou suspender a alta hospitalar: Intensidade acima de grau 2 Sopro holos sistólico Apenas na diástole Sopro continuo Presença de frêmito Síndromes genéticas ou más-formações Sintomas associados Precordio hiperdinâmico, arritmia, alteração de pulsos Diferença de PA Cianose ou sinais de IC Ou quando tiver dúvida diagnostica Aula 4 – ética medica e documentos médicos Ética médica Moralidade: trata das convenções sociais a respeito do que é considerado como certo ou errado, a partir de um consenso implícito entre os membros da uma comunidade. Teoria ética: trata da análise da moralidade, do estudo e da compreensão da natureza e da função da moralidade. Ética medica: trata do estudo da moralidade aplicado a ética medica. Código de ética medica: orienta e cria normas de conduta para a pratica da medicina. Os quatro princípios da bioética são: 1. Não maleficência 2. Beneficência 3. Autonomia 4. Justiça Princípio da não maleficência: Esteprincípio abarca regras morais específicas, como, por exemplo, as de não matar; não causar dor ou sofrimento, incapacitação e ou ofensa a outros, e não despojar alguém dos prazeres da vida. Esse, estabelece que a ação do médico sempre deve causar o menor prejuízo ou agravos à saúde do paciente (ação que não faz o mal). É universalmente consagrado através do aforismo hipocrático primum non nocere (primeiro não prejudicar), cuja finalidade é reduzir os efeitos adversos ou indesejáveis das ações diagnósticas e terapêuticas no ser humano. • É a obrigação do médico de não infligir dano intencional ao paciente • Evitar intervenções que determinem desrespeito a dignidade do paciente como pessoa • Se uma pessoa já se encontra em mal estado é sensato que se evita ao máximo um dano maior, qualquer tipo de dano. Princípio da beneficência: O princípio da beneficência refere-se à obrigação ética de maximizar o benefício e minimizar o prejuízo. O profissional deve ter a maior convicção e informação técnica possíveis que assegurem ser o ato médico benéfico ao paciente (ação que faz o bem). Como o princípio da beneficência proíbe infligir dano deliberado, esse fato é destacado pelo princípio da não-maleficência. • Fazer o bem é um dever • Reconhecimento do bem supremo que é a vida humana e sua dignidade, que transcende seus aspectos materiais, qualquer que seja a situação biológica, econômica ou cultural em que o indivíduo se encontre. • Benefícios x danos. Princípio da autonomia: O princípio da autonomia requer que os indivíduos capacitados de deliberarem sobre suas escolhas pessoais, devam ser tratados com respeito pela sua capacidade de decisão. As pessoas têm o direito de decidir sobre as questões relacionadas ao seu corpo e à sua vida. Quaisquer atos médicos devem ser autorizados pelo paciente. • Autonomia significa a capacidade de se autogovernar. Para isso é necessário que o indivíduo seja capaz e tenha liberdade para agir intencionalmente. (seja capaz de tomar suas decisões de forma intencional e seja livre para isso). • O ser humano tem o direito de usufruir do seu livre arbítrio. • Deve se respeitar à vontade, valores morais e crenças de cada pessoa ou do seu representante legal. • Deve se reconhecer o domínio do paciente sobre sua vida • Sempre levar em consideração o grau de compreensão dos procedimentos médicos que o paciente tem e pode alcançar. • Qual o papel do médico para que o paciente compreenda a situação envolvendo a sua saúde. Circunstâncias especiais: • Incapacidade (psicológica, física) • Situações de urgência (vida x morte) • Doenças de notificação compulsória • Risco grave para a saúde de outras pessoas. Princípio da justiça: O princípio da justiça estabelece como condição fundamental a equidade: obrigação ética de tratar cada indivíduo conforme o que é moralmente correto e adequado, de dar a cada um o que lhe é devido. O médico deve atuar com imparcialidade, evitando ao máximo que aspectos sociais, culturais, religiosos, financeiros ou outros interfiram na relação médico- paciente. Os recursos devem ser equilibradamente distribuídos, com o objetivo de alcançar, com melhor eficácia, o maior número de pessoas assistidas. • Justa distribuição dos bens e serviços para que o acesso seja o mais universal possível • Equidade é diferente de igualdade, o certo é ter equidade • Imparcialidade perante a cultura, etc. Documentos médicos Papeis nos quais o médico se comunica com terceiros no exercício profissional Tem valor de veracidade e fé pública (crédito que se deve dar a documentos emanados de autoridades públicas ou serventuários da justiça, em virtude da função ou ofício exercido.) É vedado ao médico: • Expedir documento medico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda a verda.de • Atestar como forma de obter vantagens • Usar formulários de instituições públicas para prescrever ou atestar fatos verificados na clínica privada. • Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade • Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou seu representando legal quando aquele for encaminhado ou transferido para continuação do tratamento ou em caso de solicitação de alta. • Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente Receita médica • Receita simples • Receita especial carbonada • Receita tipo A: medicamentos entorpecentes (lista A1 e A2) e psicotrópicos (lista A3). • Receita tipo B: medicamentos psicotrópicos e anorexígenos (lista B1 e B2). Prontuário médico: • Documento constituído de uma conjunto de informações, sinais e imagens registradas sobre a saúde do paciente a assistência a ele prestada. • Possui caráter legal, sigiloso e cientifico. • Possibilita comunicação entre os membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência. Elementos obrigatórios: • Identificação • Evolução (anamnese, exame fisco, hipótese diagnostica, exames com resultados e tratamento) • Registro com identificação • Data e hora e registro no conselho • Na emergência deve haver a descrição dos procedimentos realizados • Guarda por 20 anos • O preenchimento correto possibilita a defesa medica Laudo de exames • Traduz o pensamento e a opinião do especialista que realizou aquele exame. • Faz parte do diagnostico, mas não fornece o diagnostico em si Atestados • Clinico • Óbito Notificação: • Documento que impões uma ação de obediência a uma obrigação legal • Comunicar fatos a autoridades sanitárias • Doenças de notificação compulsória • Não fere o segredo medico Relatório • Descrição de diagnósticos e tratamentos • Devem ser fornecidos pelo médico assistente • Exemplo: relatório de alta hospitalar Laudos • Descrição minuciosa de um fato médico e suas consequências • Requisitada por autoridade competente • Não se trata de uma opinião medica, mas sim de fatos científicos fundamentados • Também é chamado de laudo pericial Pareceres • Resposta escrita a uma consulta formulada a autoridade medica, de comissão de profissionais ou de uma sociedade cientifica, com intuito de esclareces questões de interesse jurídico, feita pelas partes em um processo judicial • Objetiva interpretar e esclarecer dúvidas levantas em relação a um relatório médico legal. Ofícios • Comunicação com a justiça • Exemplo: nomeação, impedimentos e faltas Aula 5 - asma na infância A asma é uma doença inflamatória crônica que cursa em episódios recorrentes de tosse, sibilancia e dispneia devido a obstrução generalizada variável das vias aeres desencadeada por estímulos alérgicos ou não alérgicos É definida pela história de sintomas respiratórios tais como sibilancia, respiração rápida e curta, aperto no peito e tosse reincidentes. Bronco constrição → quadro obstrutivo → inflamação edema aumento de secreção Fatores de risco • Pais ou irmãos com asma persistente • Rinoconjuntivite alérgica, eczema, dermatite atópica, alergia alimentar, se enquadram no contexto de atopia. O termo atopia se refere a uma predisposição genética pessoal ou familiar que leva à produção de anticorpos chamados de imunoglobulina E (IgE) em resposta ao contato com alérgenos ambientais, tendo como resultado a apresentação de uma síndrome clínica, a tríade atópica, que inclui a asma, a rinite e a dermatite atópica • Teste cutâneo ou sorológico positivo para alérgenos inaláveis• Crises de broncoespasmo na ausência de virose respiratória. (broncoespasmo é como uma foto de uma dia de quadro, já a asma é um quadro acompanhado de mais de um episódio) • Bronquiolite ou pneumonia anterior grave • Prematuridade e baixo peso ao nascer • Doença de refluxo gastresofágico • Ambientais: moradia em grandes centros de poluição e infestação de baratas, exposição a poeira, uso continuo de ar condicionada, convivência com fumantes • Eosinófilos no sangue acima de 4% Deflagradores de crise (start da crise) • Contato com alérgenos • Infecção de vias aeres • Exposição a fumaça • Exercício físico • Uso de medicação • Ar frio e seco • Problemas emocionais Quadro clinico: • Tosse seca, curta e irritativa • Dispneia • Sibilos predominantemente expiratórios • Episódios recorrentes de sibilancia que correspondem aos broncodilatadores • Despertares noturnos • Esforço respiratório Passou disso já podemos começar a pensar em um problema secundário ou um quadro agravado Sinais de crise grave: • Uso de musculatura acessória • Cornagem • Movimento toracoabdominal paradoxal • Taquicardia • Tórax silencioso • Pulso paradoxal • Intolerância ao decúbito • Cianose, sudorese fria, palidez • Alteração do sensório, entrecortar de frases • Fadiga e exaustão • Expansibilidade diminuída • Hiper insuflação Diagnostico Essencialmente clinico, só pede exame com suspeita de outro quadro junto Nesses casos, pode se pedir: • Laboratoriais: na suspeita de infecção associada • Gasometria arterial: somente em casos graves • RX de tórax: achados discretos e inespecíficos de hiper insuflação, retificação dos arcos e espessamento peribronquico. Solicitar quando houver suspeita de infecção associada ou complicação. • Espirometria e Peak Flow (pico de fluxo expiratório) Antes da idade escolar o diagnóstico é difícil já que a sibilancia e tosse são comuns em crianças sem asma, desta forma, muitas vezes e possível apenas o diagnostico sindrômico de sibilancia recorrente, e com o seguimento até a idade escolar ou posterior para diagnóstico definitivo Critérios para o diagnóstico de asma: Tratamento da crise: Beta 2 agonista de curta duração + corticoide Beta 2 de curta duração: • Principal medida de reverter a obstrução do fluxo aéreo • Estimulam receptores de beta 2 musculares das vias aéreas e provocam relaxamento brônquico • Em crianças menores se utiliza a nebulização e não spray pois elas não conseguem fazer expiração forçada Corticoide: • Acelera a reversão da obstrução e reduz recorrência • Via oral preferencialmente • Manter de 5 a 7 dias Suporte ventilatório: • Oxigênio inalatório 4 l/min se saturação <92%, em cateter via nasal ou mascara Venturi. Desmame conforme tolerância. • Avaliar suporte ventilatório com ventilação não invasiva ou via aérea avançada caso houver sinais de insuficiência respiratória iminente ou sinais de gravidade Profilaxia das crises • Higiene ambiental – poeira, insetos, cigarro, polen, ácaros • Tratamento de manutenção, visa controle dos sintomas, a promoção de qualidade de vida e prevenção de exacerbação. • Corticoide inalatório profilático Aula 6 – tuberculose na infância Tuberculose é uma doença causada pelas bactérias com complexo micobacterium tuberculosis, podendo ocorrer em diversos sítios do organismo, sendo o mais comum na infância a tuberculose pulmonar, seguida de ganglionar e da meníngea. Epidemiologia: • O brasil se encontra em 16 lugar de incidência da doença. • Acredita-se que ocorra subnotificação devido ao subdiagnostico • No brasil, em 2013, 3,3% dos casos aconteciam em crianças, porem estima-se que esse número chegue a 10% Quadro clinico: • Menores de 5 anos vão ter sintomas respiratórios gerais • Entre 5 e 10 anos assintomático ou oligo sintomáticos (poucos sintomas) • Maiores de 10 anos: similar aos adultos Principais sintomas: • Redução de apetite e perda de peso • Tosse persistente que não melhora • Febre acime de 38 graus que ocorre no final da tarde • Anorexia • Sudorese noturna • Hepatoesplenomegalia • Linfonodomegalia • Sintomas de hiperatividade principalmente conjuntivite Diagnostico: Baseado na clinica + exames de imagem + testes imunológicos Radiografia na TB pulmonar: • Adenomegalia hilares ou paratraqueais • Pneumonias com qualquer aspecto radiológico de evolução lenta, as vezes associadas a adenomegalias mediastinais, ou que cavitam durante a evolução. • Padrão miliar, infiltrado micro nodular difuso. RX em PA demonstrando opacidade localizada no terço médio direito, associada à massa linfonodal paratraqueal e hilar, do mesmo lado (“A”). Em “B”, RX em PA revela outro aspecto da doença caracterizado por opacidade no lobo superior esquerdo. Em “C”, observa-se opacidades confluentes caracterizando o padrão broncopneumônico. Em “D”, há extensa consolidação parenquimatosa à esquerda, com aerobroncograma, além de discreta opacidade no lobo superior direito (lesão cruzada). Radiografia em PA demonstrando disseminação canalicular e miliar da tuberculose, além de cavidade localizada no segmento 6 à esquerda. Teste imunológico Prova tuberculínica: Independente do tempo de vacinação da BCG, é positiva quando maior ou igual a 5mm ou menor que 5mm. Reação de hipersensibilidade cutânea após a aplicação do PPD por via intradérmica, em que a leitura é realizada em 48 a 72 horas apos a aplicação, podendo ser estendido ate 96 horas. Avaliar a área endurecida, não hiperemia ou edema Outros exames: • Dosagem sanguínea de interferon gama: não é capaz de distinguir entre infecção e doença, custo elevado e resultados incertos em menos que 5 anos. • Teste molecular rápido para tuberculose e baciloscopia: identificam a bactéria, mas e de difícil coleta pois é através de escarro. • Lavado gástrico: duas coletas em dias subsequentes, com cultura para M. tuberculosis disponível. Diagnostico em crianças e adolescentes com baciloscopia negativa e teste molecular não detectado: Baciloscopia negativa e teste rápido também negativo é usado o quadro para diagnostico por meio de pontuação Vacinação – BCG Utilizada desde 1920 como medida preventiva para formas graves de tuberculose Indicações: • Crianças entre 0 – 5 anos de idade • Peso maior que 2 kg • Nenhuma pessoa deve ser vacinada após 5 anos de idade Contraindicações: • Neoplasia maligna • Uso de corticoides em altas doses • Terapia imunossupressoras Esquema de vacinação: • Dose única, via intradérmica, no musculo deltoide direito • Pode ser administrada com outras vacinas Evolução da lesão da vacina: • 3-4 semanas: nódulo • 4-5 semanas: pústula • 6-12 semanas: formação de ulcera e posterior crosta Notificação: Doença de notificação consultoria A notificação deve ser feita pela clínica pública ou privada, ou até mesmo o laboratório que realizou o diagnostico Os dados presentes na ficha de notificação devem ser inseridos no SINAN. Tabela de PA 1- Olhar a idade na vertical 2- Olhar a estatura na horizontal 3- Olhar PA sistólica 4- Olha PA diastólica 5- Comparar com o normal Considera sempre o maior valor, por exemplo se a sistólica deu entre P90 e P95 e a diastólica deu entre P95 e P95 + 12 mmhg, você vai considerar a diastólica para comparar na tabela 2.
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